Especialista diz que é possível parar com os testes em animais

Sugerido por Dani

Da Revista Galileu

‘Uso de animais para estudar doenças e testar drogas para uso humano é um grande erro’ 

Especialista em cardiologia nuclear e diretor do Comitê Médico Pela Medicina Responsável, John Pipp afirma que é possível parar com os testes agora

por Ana Freitas

O uso de animais em testes científicos e pesquisas acadêmicas poderia ser interrompido hoje mesmo sem nenhum ônus para o avanço científico: essa é a opinião do Dr. John Pippin, diretor de negócios acadêmicos da associação americana PCRM (Sigla em inglês para Comitê Médico Pela Medicina Responsável), sobre o uso de animais em pesquisas laboratoriais e acadêmicas.

O PCRM tem mais de 150 mil médicos e civis associados nos EUA e, desde 1985, defende uma medicina mais responsável e ética, e isso inclui a divulgação da importância da nutrição preventiva – em vez da prática de receitar drogas aos pacientes para corrigir problemas que poderiam ter sido evitados através de uma alimentação correta, por exemplo – e o fim do uso de animais em testes laboratoriais e pesquisas acadêmicas, entre outras coisas. De acordo com o PCRM, os resultados de testes com animais são tão imprecisos e incompatíveis com a maneira como o organismo humano reage que não faz sentido continuar submetendo os animais a eles. Para eles, não funciona, e se não funciona, não deveria estar sendo feito mesmo que não tivéssemos outras alternativas.

Em entrevista à GALILEU, John Pippin, especializado em cardiologia nuclear com mais de 70 artigos científicos publicados, falou sobre a ineficiência desse tipo de teste, as possíveis alternativas e sobre o caso do Instituo Royal.

GALILEU: Qual é a sua opinião sobre o uso de animais em pesquisas acadêmicas e testes laboratoriais?

Minha posição é que é errado sob todos os aspectos. É errado por razões éticas, e eu posso dizer isso, com autoridade porque eu já participei de pesquisas que testavam em animais, então posso dizer que, mesmo nas mãos de pessoas que cuidadosas e carinhosas, é horrível, cruel, e muitas vezes fatal para os animais que são usados nesse tipo de pesquisa. Essa é a questão ética.

A questão científica é que está provado que o uso de animais para estudar doenças humanas e testar drogas para uso humano antes que eles sejam mandadas para teste clínicos em pessoas é um grande erro. Os resultados geralmente têm uma aplicabilidade muito baixa em seres humanos, e é um sistema que claramente está demonstrado que não é eficaz, não prevê os resultados em organismos humanos, consome grandes recursos financeiros e produz poucos, quando nenhum, benefícios para pacientes.

Do ponto de vista científico, é errado porque não funciona. E do ponto de vista moral, é errado porque é cruel e fatal para os animais nos laboratórios.

Então porque os testes ainda são largamente usados por pesquisadores?

Há três grandes razões pelas quais isso continua e elas são dinheiro, dinheiro e dinheiro.As pesquisas em animais para doenças humanas, ao menos nos EUA, acontecem em universidades e ambientes acadêmicos, e essa pesquisa é paga por dinheiro público. Esses institutos gastam todo ano cerca de 13 bilhões de dólares em pesquisas usando animais. Obviamente isso é muito dinheiro, muitas grandes universidades nos EUA – Harvard, Yale, entre outras – ganham muito dinheiro para conduzir essas pesquisas. E sem esse dinheiro, carreiras e construção de infra-estrutura estariam em perigo. Há grande resistência no uso de animais em pesquisa porque é lucrativo.

Por que o governo continua a colocar dinheiro em algo que não funciona?

Eles não concordam que não funciona: eles acham que as vezes funciona, ou às vezes não funciona e que se esperarmos o suficiente, coisas que não funcionam agora funcionarão no futuro. Isso é nonsense. No caso dos EUA, por exemplo, o povo está pagando por essas pesquisas merece ver resultados que beneficiem sua saúde e bem-estar, e isso não está acontecendo.

Outra razão pela qual o governo continua a gastar dinheiro nisso é que as pessoas que tomam essas decisões são, eles mesmos, pesquisadores que usam animais nos testes, gente que acredita nisso. É por isso que pesquisa animal para doenças humanas continua.

Editora Globo

Ativistas contra testes em animais (Foto: David Navalha/Flickr/Creative Commons)

E na indústria farmacêutica? Se o senhor afirma que esses testes são ineficientes para prever resultados em organismos humanos, por que eles continuam sendo feitos?

As empresas farmacêuticas estão interessadas em apenas uma coisa: ter os remédios aprovados pelo FDA (Foods and Drugs Administration, a vigilância sanitária dos EUA) para que sejam usados em humanos. A maneira mais fácil de fazer isso é dar ao FDA resultados de pesquisas com animais, porque o FDA está acostumado a ver resultados baseados nesse tipo de pesquisa, e é através de testes em animais que eles frequentemente aprovam testes em humanos.

E apesar disso, o próprio FDA já admitiu que testes em animais não são capazes de prever o comportamento do organismo humano diante de uma droga. 92% de todas as drogas testadas com sucesso em animais, e depois em humanos, falham de alguma forma[fonte]. Isso não é ciência, é bruxaria. Não deveria ser financiada e apoiado pela FDA, é uma fraude, e uma fraude que acontece por causa de dinheiro. Companhias farmacêuticas estão entre as maiores dos EUA, as mais ricas. O frustrante é que o FDA sabe que não faz sentido.

E quais são as alternativas mais eficientes ao teste com animais?

O princípio fundamental de achar alternativas melhores à política falida de usar animais é usar um sistema que se aplique a humanos.

Usando tecidos humanos, você consegue resultados que se aplicam a humanos, e você não precisa adivinhar se o que aconteceu com o rato também se aplica a humanos. É possível usar um tecido do fígado, colocar em contato com uma droga pra ver se vai causar algum câncer. Há vários tipos de tecidos possíveis, mas as amostras mais avançadas são ambientes tridimensionais, como partes de cânceres ou partes de tecido humano. E a área mais promissora nesse sentido é a de células tronco.

Hoje é possível obter células tronco que podem ser programadas para se tornar qualquer tecido que você queira a partir de outros tecidos. Dá pra criar corações, fígados, pulmões. Já foram criadas bexigas humanas a partir de células tronco. Isso mostra o potencial de usá-las para estudar o efeito de drogas e químicos em tecidos humanos. Há também métodos baseados em software: são vastos bancos de dados armazenando informações sobre o comportamento do organismo humano em geral e o que se observou até hoje que funciona e não funciona. É possível observar como uma droga influencia nos genes de alguém e pode vir a causar uma doença no futuro, ou como certos genes podem gerar uma pré-disposição para algumas doenças caso interajam com drogas. Empresas farmacêuticas já usam isso, porque eles sabem que funciona. Mas eles também usam testes em animais porque é isso que o FDA está acostumado a receber.

Se eu entendi bem, sua opinião então é que, se não funciona, não deveríamos nem nos preocupar em substituir o processo atual com alternativas, mas sim parar completamente?

Exatamente. Quando as pessoas me perguntam “mas se não usarmos animais, o que vamos fazer? Temos que fazer algo, não podemos dar remédios pras pessoas sem testá-los”, minha resposta é “Olha, se não funciona, consome seus recursos, usa dinheiro do contribuinte e prejudica as pessoas, como drogas como o Vioxx fizeram [Vioxx foi um anti-inflamatório testado com resultados inócuos em animais, mas que depois, no mercado, chegava a triplicar o risco de morte por ataque cardíaco nos pacientes. Foi retirado de circulação nos EUA em 2004], então temos de parar!

Mesmo que não façamos nada alternativo, vamos parar. Não está funcionando”. E aí eu digo que, poxa, ainda por cima há sim alternativas se a gente quiser usá-las.

Você ouviu falar do caso do caso do laboratório brasileiro que foi invadido por ativistas?

Dos beagles, não é? Sim, esse caso foi bastante repercutido nos EUA. Me entristece que as pessoas sejam obrigadas a agir fora da lei para fazer aquilo que acham que é certo. Essas pessoas são corajosas. Elas estão se arriscando por algo que sabem que é justo e não têm ninguém para protegê-las. Os beagles têm gente como elas.

Em quanto tempo você acha que os EUA vão parar de fazer testes em animais?

Acho que passamos do ponto em que pessoas discutem se pesquisas animais são abordagens científicas confiáveis. Todo mundo entende que não é. Gente como eu entende que essas pesquisas não têm valor nenhum, e outras pessoas da área acham que a abordagem é falha mas que de vez em quando ela traz alguns resultados úteis, e portanto têm que continuar fazendo.

Já passamos da parte em que provamos que testar em animais não é certo. Já estamos no caminho em direção a achar maneiras melhores de fazer isso Porque essa indústria não tem ética e só se preocupa com votos e dinheiro, eu diria 10 a 15 anos. E isso é porque demora um tempo até convencer a FDA que eles estão fazendo algo errado, mesmo com o comitê de ciência e o congresso dizendo que eles estão fazendo tudo errado.

Redação

33 Comentários

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  1.  SEM HABILIDADE COM NÚMEROS,
     SEM HABILIDADE COM NÚMEROS, Junia Oliveira, O Estado de Minas, 08/06/2010

     

    Fonte: http://wwo.uai.com.br/EM/html/sessao_18/2010/06/08/interna_noticia,id_sessao=18&id_noticia=141062/interna_noticia.shtml

     

    Consta em relatos disto em:                    

    http://www.exkola.com.br/scripts/noticia.php?id=34579041

    http://blog.opovo.com.br/educacao/sem-habilidade-com-numeros/

    http://isaude.net/z9h8, europsicologia e genética decrifram causas e

    consequências da discalculia,  Saúde Pública

    http://vghaase.blogspot.com/, acesso,  ag/10

    http://discalculialnd.blogspot.com/,   acesso,  ag/10

    – Decifrando uma incógnita, http://www.ufmg.br/boletim/bol1698/4.shtml,  acesso,  ag/10

    – Pesquisa dos Laboratórios de Neuropsicologia e de Genética da UFMG pode ajudar a desvendar causas e consequências da discalculia, 7 de junho de 2010

    http://www.ufmg.br/online/arquivos/015678.shtml

    – Neuropsicologia e genética decrifram causas e consequências da discalculia,

    ISaúde.Net, Saúde Pública, http://isaude.net/z9h8, acesso ag/10

     

     Doença que dificulta aprendizado de matemática é alvo de especialistas

     

    http://saude.ig.com.br/minhasaude/doenca+que+dificulta+aprendizado+de+matematica+e+alvo+de+especialistas/n1597074737032.html

     

     

  2. Coisa de maluco esta

    Coisa de maluco esta entrevista.

    Resultados de pesquisas com animais? Isso não existe meu filho. Pesquisa com animais é parte da pesquisa. Não se encerra aí o assunto.

     

    A entrevista toda é ridícula.

    Eu já vi isso antes. São entidades criadas para dar embasamento científico as suas crenças.

    A Marina deve ter o guro científico dela que acredita que o planeta tem 10 mil anos…acredita, ele tem fé.

    No regime do Apartheid tinham estudos que PROVAVAM que preto era inferior e pronto. Tudo cientificamente.

    Isso é a ciência da fé.

     

    Existe um sistema de conhecimento estabelecido no mundo todo. Se quer que a opinião pública reconheça o que eles estão dizendo, convença O Sistema.

    Não adianta querer pular etapas e ir direto pra opinião pública.

    Isso não é ciência, é política. Então o que esta galera ta fazendo não tem nada a ver com medicina. É política pura com roupagem científica.

    Escutaram lá a entrevista do doutor… doutor em política.

    1. Teste com animais possuem

      Teste com animais possuem resultados. Triste ter que dizer uma obviedade. Aliás, qualquer teste possui um resultado.

      Um teste pode ser parte de uma pesquisa mais ampla obviamente. Mas isso não quer dizer que o teste não tenha resultado.

      Se a entrevista é ridícula, você deveria ter argumentos para expor.

    2. Como se no establishment

      Como se no establishment político não houvesse política e luta encarniçada por poder. Já conheci cientistas q são verdadeiros pulhas. Como se a ciência ortodoxa fosse infalível e seus conhecimentos um REFLEXO da realidade, e não modelos, representações. Ou o sr é ingênuo ou é metido a espertinho.

  3. E apesar disso, o próprio FDA

    E apesar disso, o próprio FDA já admitiu que testes em animais não são capazes de prever o comportamento do organismo humano diante de uma droga. 92% de todas as drogas testadas com sucesso em animais, e depois em humanos, falham de alguma forma[fonte]. Isso não é ciência, é bruxaria.

    Curiosamente, ele não fala daquelas drogas que provavelmente não são testadas em seres humanos porque já falharam anteriormente no teste com animais. Qual a quantidade?

    1. Enquanto isso, na ficção

      No filme “Planeta dos Macacos, a origem”, temos um exemplo fictíciio de uma droga que poderia ser usada contra o Alzheimer que tem seus testes suspensos por não ter passado nos testes com animais.

      De fato, os macacos usados pelo laboratório particular sofrem constantes maus tratos, mesmo tendo tratadores e bom alojamento. Um deles inclusive é um velho que já passou por uma vida inteira de testes.

      Li em algum lugar que nos EUA reduziram os macacos para testes a algumas dezenas somente. Ou seja, a mesma dúzia de macacos serve repetidamente para toda e qualquer experiência considerada de risco em humanos.

  4. correntes diferentes

    Entrevista superficial e imprecisa, E a opinião contrária, cadê…

    A correlação entre in vitro, ex-vitro e in vivo nem sempre é precisa ainda mais entre espécies, mas dizer que não se pode testar em nada é para aparecer para a imprensa mesmo.

    Quero ver este senhor dizer que a alimentação impede a ação aguda do mercúrio, que fornece um ajuste de dosagem de alcalóides cardiotônicos… entre muitos outros exemplos. Ou melhor, que o soro antiofídico não pode ser produzido porque é cruel e sim combateerá o veneno de cobra com alimentos (hehehe) – Chega a ser cômico se não fosse para chorar…

    E a revista para aparecer dá ênfase ao cara da corrente “diferente” que já se beneficiou muito com os estudos com animais.

    É muita hipocrisia!!!

  5. Ativista vira “especialista”

    Nassif,

    Depois de ler esse cardiologista e ativista “brincando de ser especialita”, vamos falar sério?

    Em 2010 a União Europeia montou um comitê científico para analisar alternativas aos testes com animais. Ao contrário dos convidados a falar pelos ativistas em reportagens cheias de utopias, estes eram realmente ESPECIALISTAS. Esse grupo colaborou para embasar a lei que levou ao fim quase completo dos testes para cosméticos na Europa, em vigor desde março deste ano (no Brasil tais testes para cosméticos já não são legalmente feitos desde 2009 pelo menos, apesar da propaganda contrária dos nossos ativistas locais).

    Eles produziram um longo relatório onde preveem, com base no desenvolvimento futuro da ciência, quando e de que maneira os testes com animais podem ser substituídos. Eles listam 4 tipos de testes com animais que são necessários e para os quais não há substituição:

    – Exposição prolongada a agente tóxico: sem substituto previsto;
    – Sensibilidade: preveem um substituto até 2020;
    – Cancer: sem qualquer previsão;
    – Toxicologia: com muito esforço substitutos podem surgir em até 7 anos.

    O relatório completo (em PDF) pode ser acessado aqui: http://ec.europa.eu/consumers/sectors/cosmetics/files/pdf/animal_testing/consultation_animal_testing_en.pdf

    Acho um desserviço esse tipo de notícia criada por eco-ativistas que no título consegue nomear qualquer pessoa como “especialista” sem que de fato tenha qualquer coisa a ver com o campo sob pretenciosa análise. Issó enfraquece o debate com argumentos falaciosos, levando o debate para o sempre falso manequeísmo “bem x mau”. No caso, querem nos fazer crer que realmente há alternativas imediatas aos testes com animais e, portanto, tal prática hoje só existe por puro sadismo.

    O entrevistado tem curso superior (é cardiologista) e é “especialista” mesmo em um tipo de “eco-ativismo” num instituto criado para sua causa. Ele não é um pesquisador de uma área que realmente precise considerar diretamente os testes com animais, portanto ele não está de fato envolvido com os procedimentos aceitos e os dilemas éticos para fazer uma análise crítica verdadeira sobre o assunto. Sua opinião tende a ser tão profunda quanto a minha ou a do Nassif, passando ao largo do que um Especialista de Verdade poderia oferecer.

    Se ele fosse um pesquisador ou empresário que procura desenvolver métodos alternativos e quisesse promover suas patentes ou produtos que substituem com eficácia os testes com animais, teríamos alguém com legitimidade para ser considerado “especialista”, com críticas factuais e limites claros de atuação. Sem o ufanismo dos ativistas que acham que basta querer para encerrar de vez tais testes.

     

    1. Muito bom que ele é ativista

      Muito bom que ele é ativista e especialista. Uma coisa não exclui a outra.

      Quem nada contra corrente tem que ter arguementos até mais sólidos.

      Testes em animais são perigoso para os seres humanos. A Talidomida que o diga.

      Testes em animais são inputeis e até perigosos muitas vezes.

       

      1. Leo, ele é “especialista em

        Leo, ele é “especialista em ser ativista”, só isso. Não é “especialista & ativista”.

        O instituto ao qual é afiliado o torna um MILITANTE da causa, NUNCA um especiliata.

        Daí ele pode falar, como militante, que é possível acabar de imediato com os teste com animais. Coisa que como um verdadeiro especialista ele não conseguiria.

        Aliás, você leu o resto do meu comentário apontando a disucssão feita pelos verdadeiros especialistas?

      2. A talidomida no Brasil foi

        A talidomida no Brasil foi mais um erro político do que científico.
        Mesmo quando se sabia que ela fazia mal a gestação, continuou a se dar esta droga pelo SUS.
        Do ponto de vista científico, se ela tivesse sido testada em outros animais como coelhos e não só em ratos, se teria detectado o perigo.

      3. O problema da Talidomida é

        O problema da Talidomida é exatamente que ela não foi suficientemente testada em animais. Os testes se limitaram aos ratos, que naturalmente não a absorvem bem. Inclusive os protocolos de teste com animais se tornaram mais rígidos depois desse caso.

        A Talidomida podia ser vendida sem prescrição médica. Para um medicamento novo como aquele é um evidente crime terem permitido isso.

    2. Jaime,
      Nessa questão de

      Jaime,

      Nessa questão de “especialistas” a própria grande mídia já consagrou o uso dos mesmos é não de hoje. Então nem dá para estranhar muito nesse caso, pois está dentro do padrão. Se vale na Economia, na Sociologia, porque não na Medicina (apesar dos riscos)?

      Precisam de alguém para defender a tese A? Basta procurar um “especialista” que defenda ela. Porque se deu na imprensa é porque deve ser verdade.

      Mas no caso específico do blog, sempre tem aquele lado do Nassif de querer promover o debate e/ou por alguém na fogueira…hehe

  6. Há também diversas questões

    Há também diversas questões científicas que não são somente o teste de remédios.

    O cérebro por exemplo é a estrutura orgânica mais complexa que conhecemos.

    Para que possamos procurar curas para as doenças neurológicas e neurodegenerativas no futuro, precisamos realizar muita pesquisa básica e entender muito melhor como o cérebro funciona.
    Estamos ainda muito longe disso e não temos como estudar o cérebro sem o uso de animais.

  7. Dando a palavra para um verdadeiro especialista

    Nassif,

    Neste caso dos Beagles do Instituto Royal temos muita propaganda dos ativistas afimando coisas falsas como se fossem a mais pura verdade em textos travestidos de reportagem e dando status de “especialista” a meros militantes da causa.

    O fato de alguém ser “professor de matemática da unicamp” ou “especialista de uma entidade de proteção aos animais” não o qualifica mais do que qualquer outra pessoa a afirmar categoricamente qualquer coisa, como desmerecer pessoas e decretar por si a falta de necessidade dos testes com animais.

    Digo, sem medo de errar, que já transformaram esse caso do Instituto Royal numa nova Escola Base.

    Peço que dê a palavra para alguém que realmente trabalha com isso e tem uma posição moderada, sem esse manequeísmo para atrair os leigos.

    Abaixo um texto de um biólogo escrito em janeiro de 2012. Creio que seja o mais esclarecedor que existe:

    Sobre os Testes em Animais Realizados pela Indústria Cosmética

    http://easttowestskincare.com/2012/01/09/esclarecimentos-sobre-os-testes-em-animais-realizados-pela-industria-cosmetica/

    Publicado em 09/01/2012 | 466 Comentários

    Muita gente me pergunta se as empresas de cosméticos asiáticas realizam testes em animais. Não realizam mais nem menos que as ocidentais. Como há muita desinformação sobre o assunto, resolvi publicar um post sobre os testes em animais realizados pela indústria cosmética de um modo geral.

    Sei que o post ficou grande. Não é possível comentar sobre o assunto escrevendo pouco. Mas acreditem, o original que escrevi estava muito maior. Não descarto escrever uma parte II sobre este assunto.

    1 – Quais são os segmentos da indústria que realizam testes em animais?

    De forma indireta, todos. De forma direta, uma boa parte. Alguns exemplos: a indústria de alimentos para seres humanos usa conservantes e diversos outros aditivos que foram ou são testados em animais. A indústria de alimentação animal não fica de fora e também realiza diversos testes em animais. Um exemplo de marca que testa em animais é a Mars, fabricante de Pedigree, Whiskas, entre outros. Clicar aqui para mais informações sobre os testes realizados pela Mars. A indústria bélica, a de medicamentos, automotiva, química etc. etc. etc. Todas elas realizam testes em animais.

    A tinta usada no mouse do computador que você está usando teve/tem muitos componentes testados em animais.  Se você for a uma feira e comprar tomates, os componentes dos agrotóxicos presentes nos frutos foram testados em animais. “Mas só compro tomate orgânico”. Pois saiba que o próprio tomate já foi testado – e continua sendo  – testado em animais.  Ao digitar “Solanum lycopersicum* + mice”  no Pubmed, encontraremos quase 150 artigos publicados. Isso envolvendo apenas um animal (camundongo) e apenas um alimento (tomate).

    *tomate

    A indústria cosmética é apenas mais uma, entre milhares de outras, que realiza testes em animais.

    2 – Por que a indústria cosmética realiza testes em animais?

    Certamente não é porque gosta! Testes em animais são muitos caros, burocráticos e horríveis para a imagem das empresas. Ainda mais a imagem das empresas de cosméticos que vivem, em grande parte, exatamente da… imagem! Geralmente, a indústria cosmética testa em animais por três motivos:

    A – Às vezes ela desenvolve uma substância nova ou quer usar algum extrato vegetal novo, com efeitos ainda desconhecidos pela ciência. Nesse caso, costuma ser obrigatório (às vezes até pela legislação de vários países) que sejam feitos testes em animais antes dos testes em seres humanos;

    B – Porque muitas empresas de cosméticos investem em ciência de base nas áreas médicas e biomédicas. Ao pesquisar com a ajuda do Pubmed,  encontra-se diversos trabalhos publicados por empresas como L’oréal, Shiseido, Kao Corporation e muitas outras sobre, por exemplo, melanoma, que é um câncer muito agressivo. Muitos dos estudos sobre o melanoma seriam impossíveis sem o uso de animais, já que não há nenhum modelo artificial (in vitro) que reproduza toda a complexidade do organismo dos animais. Só um exemplo…

    Obviamente, quem é contra os testes em animais costuma estar com as melhores intenções possíveis. Eu mesmo muito provavelmente não aceitaria um trabalho caso eu tivesse de testar em animais. Só psicopatas gostariam de ver algum animal sofrer. Mas aí está um porquê não é interessante impedir que a indústria cosmética (ou qualquer outra) realize testes em animais. Já não é investido muito dinheiro pelo governo para a pesquisas de doenças, se até a indústria privada for proibida…

    Já testes para avaliar, por exemplo, a irritação ocular causada por um xampu, são raramente feitos em animais hoje em dia – porque há várias alternativas bem sucedidas.

    De modo geral, cosméticos acabados também não costumam mais ser testados em animais faz bastante tempo. Verifiquem: entrem em contato com grandes empresas e perguntem se as mesmas testam cosméticos acabados em animais. Acho extremamente difícil que alguma responda que sim, visto que muitas já abandonaram os testes de cosméticos acabados em animais há muitos e muitos anos (algo que até pode ser parcialmente verificado em algumas respostas de empresas que copiei e coloquei mais para o final deste artigo).

    C – Caso a legislação obrigue. China é um exemplo de país onde o uso de animais é mandatório para testar cosméticos.

    As empresas, em geral, só testam em animais quando realmente não há alternativas.

    3  – E quando não há alternativas?

    Em muitos casos. Como já expliquei na pergunta anterior, quando se quer investir em ciência de base, o uso de animais costuma ser uma necessidade. Além disso, quando se quer estudar o ação de uma substância nova (ou um extrato vegetal, o que seja), também não costumam haver alternativas para todos os testes necessários.

    Em 2010 especialistas da União Europeia, sem conflitos de interesses com a indústria, publicaram uma lista de testes necessários para a indústria cosmética e para os quais ainda não há alternativas ao uso de animais.

    Toxicidade por dose repetida: de acordo com o relatório, nenhuma alternativa completa ao uso de testes em animais para este tipo de teste surgirá nos próximos anos. É uma área extremamente difícil para se desenvolver alternativas  aos testes em animais. Testes in vitro (em modelos artificiais), porém, podem ajudar a reduzir a quantidade de animais necessária atualmente. Reduzir, não eliminar. Reduzir pode não ser o ideal, mas é melhor do que nada;

    Sensibilização cutânea: para isso, os especialistas estão altamente otimistas. Os do relatório citado afirmaram que entre 2017 e 2019 provavelmente irão surgir alternativas que poderão substituir completamente o uso de animais em testes de sensibilidade cutânea. Essa data só não leva em consideração o tempo para que os testes sejam aceitos pela ECVAM (Europe Centre for the Validation of Alternative Methods);

    Carcinogenicidade: esta é uma área tão difícil para desenvolver-se alternativas aos testes em animais que os pesquisadores nem arriscaram uma data para que surjam alternativas.

    “Although a timeline for full replacement cannot be developed, clearly the timeline is expected to extend well past 2013,”  alegaram os especialistas.

    Toxicocinética: os especialistas acreditam que se for feito um esforço extremo (em outras palavras), o que inclui uma enorme quantidade de cientistas dando o melhor de si e muito, mas muito dinheiro mesmo, poderão surgir alternativas para substituir testes de toxicocinética entre 5 e 7 anos.

    Agora pergunto: considerando que a boa parte dos países investem uma quantia pífia de seus PIBs em ciência e tecnologia, será que há dinheiro sobrando para isto?

    Trecho do relatório:

    “Given best working conditions, including resources in money and manpower it could be predicted that an integrated approach linking the results from in vitro/in silico methods with physiologically based toxicokinetics in order to characterise different steps involved in toxicokinetics would be available within 5 to 7 years whereby the development of in vitro methods for renal excretion and absorption via the inhalation route are the rate limiting steps.”

    Toxicidade reprodutiva: alternativas para o fim total do uso em animais de testes de toxicidade reprodutiva provavelmente não surgirão antes dos próximos 10 anos, afirmam os especialistas.

    Conclusão: muitas alternativas aos testes em animais podem surgir nos próximos anos, o que é excelente e um forte progresso. Mas alternativas para TODOS os testes necessários, é improvável que surjam nas próximas décadas.

    Para quem quiser ler o relatório, clicar aqui.

    4 – Quais seriam as consequências de vender cosméticos com substâncias que não passaram por estes testes?

    Muitas. Os cosméticos poderiam causar desde problemas aos fetos das gestantes, passando por câncer e até causar a morte. Voltaríamos a produzir cosméticos como durante o Império Romano.

    Recentemente, os historiadores descobriram que os cosméticos produzidos na Roma antiga eram relativamente similares aos de hoje. Porém, obviamente, eles não passavam por todos os testes aos quais são submetidos atualmente. E por isso causaram diversos problemas à saúde dos usuários. Os formuladores da época usaram por muito tempo chumbo (acetato de chumbo) nos produtos. O resultado é que uma boa parte da população teve problemas de saúde por isso (intoxicação por chumbo pode causar inúmeros problemas graves à saúde, até morte). Ao observar os efeitos negativos de chumbo, os formuladores passaram a usar óxido de estanho nas fórmulas dos cosméticos. Até que isso ocorresse, no entando, várias pessoas foram expostas aos riscos de uma exposição excessiva ao chumbo. Se os formuladores da época tivessem previamente testado o chumbo em animais, a saúde dos romanos não teria sido colocada em risco.

    Para quem tem curiosidade sobre o assunto, clicar aqui.

    Não é cosmético, mas dou um exemplo mais recente: no fim da década de 50 foi desenvolvida a talidomida. Na época o medicamento foi testado apenas em ratos, que são pouco sensíveis a tolidomida e por isso o medicamento pareceu ser seguro a todos. Resultado: várias gestantes que tomaram o medicamento tiveram bebês que nasceram deformados em decorrência do uso da talidomida. Hoje é possível encontrar vários adultos sem parte dos braços em decorrência da talidomida usada pela mãe. Mas se tivessem testado a talidomida em mais espécies de animais, como coelhos (mais sensíveis à talidomida do que os ratos) e em animais prenhes, isso teria sido evitado.

    Clicar aqui para ler mais sobre o assunto.

    5 – Mas há empresas que alegam não testar em animais. Como isso é possível?

    Sim, é verdade. Há mesmo (caso da maioria). É muito fácil testar em animais, alegar que não testa em animais e ainda por cima NÃO estar mentindo.

    Explico: Provavelmente vários de vocês já assistiram ao comercial da Folha, aquele que diz que é possível contar um monte mentiras dizendo só a verdade. Para quem nunca assistiu, aqui está:

     

    Empresas que alegam não testar em animais podem fazer o seguinte:

    A – Pagar para que outros laboratórios façam os testes; isto é, terceirizá-los;

    B – Fundar institutos de pesquisa. Não é a empresa que está fazendo os testes, é o instituto de pesquisa X…

    C – As matérias primas compradas podem ter sido previamente testadas em animais pelos fornecedores;

    D – Usar substâncias que já foram testadas pelos cientistas em alguma outra ocasião. TODAS as empresas que conheço e alegam não testar em animais fazem isso (caso D). NÃO HÁ EXCEÇÃO! 100% delas fazem isso!

    Vamos a um exemplo…

    Earth Friendly Baby Organic Shampoo & Bodywash

    Crédito da imagem: Drugstore.

    Alegações:

    “This product is not tested on animals which we know you would not want at all. Vegan”

    O produto não foi testado em animais mesmo. Nem conheço empresas de cosméticos que ainda testem os produtos acabados em animais. Surpreso eu ficaria se tivesse sido testado. De forma alguma eles estão mentindo.

    Ok., o produto, não. Mas e os ingredientes?

    A lista de ingredientes:

    Water, Cocamidopropyl Betaine (coconut), Sodium Lauroyl Lactylate (coconut), Decyl Glucoside (corn), Glycerine (vegetable), Phenoxyethanol, Cocamide MEA (vegetable), Lavandula Angustifolia (Lavender) Oil, Anthemis Nobilis (Roman Chamomile) Flower Oil, Glycine Soja (Soybean), Tussilago Farfara (Coltsfoot), Urtica Dioica (Nettle), Salvia Officinalis (Sage) Leaf, Salvia Sclarea (Clary Sage) Oil, Rosmarinus Officinalis (Rosemary) (Organic), Citrus Grandis (Grapefruit) Oil, Aloe Vera (Aloe Barbadensis) Gel, Xanthan Gum (vegetable), Citrus Aurantium Dulcis (Orange), Citric Acid, Limonene (essential oil)

    Escolhi um ingrediente aleatoriamente: o phenoxyethanol. Digitei no Pubmed “phenoxyethanol” e “mice”. Resultado: surgiram vários estudos sobre o phenoxyethanol realizado em animais. Como este (Eur J Med Res. 2004 Sep 29;9(9):449-54).

    Mais um ingrediente para exemplificar: Rosmarinus Officinalis* (alecrim). Surgiram quase 50 estudos com extrato de alecrim feito em ratos. Como este (J Ethnopharmacol. 2010 Sep 15;131(2):443-50. Epub 2010 Jul 13).

    * Sei que “Rosmarinus Officinalis” não está grafado de modo correto de acordo com a nomenclatura científica, mas na nomenclatura envolvendo ingredientes usados em cosméticos – INCI – é assim que deve se escrever mesmo.

    Conclusão: o produto final não foi testado em animais. Mas muitos dos ingredientes usados (se não todos) foram. Tudo bem, não foi testado por funcionários da empresa. Mas foi testado por outros cientistas. E a empresa escolheu um ingrediente que foi testado em animais (claro, ela não iria colocar os consumidores em risco). Assim é fácil, né?!

    Para finalizar este trecho, recomendo a leitura do que o FDA diz a respeito de alegações para efeitos de marketing como “sem crueldade”.

    A Natura alega que não testa em animais:

    “(…) desde dezembro de 2003, nossos produtos não são testados em animais ou em tecidos de animais criados exclusivamente para pesquisa. Em dezembro de 2006, eliminamos também por completo estes testes em todas as etapas de pesquisa e avaliação de matérias-primas desenvolvidas exclusivamente para a Natura seja internamente como em parceiros externos. (…)”.

    Não está mentindo. Ela realmente não usa tecidos de animais que foram criados exclusivamente para pesquisa. Mas deu prêmio a estudo que foi feito em pele de porco obtida em frigoríficos. Qual é a diferença, na prática? Pode minimizar a necessidade de outros animais, óbvio, o que é excelente. Mas o material veio de animais.

    Leiam a reportagem:

    Método inovador avalia a penetração de cosméticos na pele humana com membrana da orelha de porco, obtida em frigoríficos

    Só foram alguns exemplos. Poderia ter citado milhares…

    Felizmente, existem empresas de cosméticos realmente transparentes. E por isso não negam os testes. Pelo contrário, avisam claramente que testam em animais. Mesmo sabendo que perdem milhares de clientes por isso e poderiam fazer como as outras. É o caso, por exemplo, da Procter & Gamble (fabricante de Pantene, Hipoglós, Olay, Gillette, DDF Skincare, Head & Shoulders, Koleston, Vick, Pampers, Oral-B, Naturella, Frédéric Fekkai e diversas outras), Unilever (fabricante de Dove, Hellmann’s,  Ades, Seda, Tigi etc.) e Shiseido.

    O que a Procter & Gamble alega:

    “Sometimes, to ensure that materials are safe and effective, we must conduct research that involves animals. This is a last resort. We consider such research only after every other reasonable option has been exhausted. The vast majority of our tests do not use animals and our ultimate goal is to completely eliminate animal testing.

    P&G firmly believes that ending animal research is beneficial for consumers, animal welfare, and industry. Wherever possible, we use computer models, synthetic materials, clinical studies, published scientific studies, and comments from consumers about products they use.

    P&G’s product lines are diverse. We sell more than 250 brands. These brands are subject to different legal/regulatory oversight. As a result, our Animal Research policy for the Health Care business is similar to, but distinct from our policy for consumer products such as cosmetics and cleaning products.

    We are also committed to helping pets live better and longer lives, and our nutritional research programs for pets are designed to do just that. This represents a third area in which we have a policy to guide our development of nutritional programs specifically for cats and dogs.

    Today, more than 99% of our safety assessments are accomplished without the use of additional safety testing with animals. We reapply existing information and make extensive use of non-animal methods to determine safety. P&G is working with many partners and lawmakers globally to continue to advance science and technology in this area.

    (…)”

    Fonte: http://www.pg.com/en_US/sustainability/point_of_view/animal_welfare.shtml

    Vejam que a empresa alega já ter eliminado aproximadamente 99% dos testes em animais. Mas 100% é impossível e muito possivelmente será pelas próximas décadas.

    Shiseido:

    “Shiseido does not test its cosmetic products on animals, under any circumstances. As for cosmetic ingredients, we do not conduct animal testing save for exceptional cases where it is required by law, or where there are absolutely no other alternative methods to animal testing, and therefore unavoidable to guarantee product safety*1 .

    (…)

    *1 Guarantee of Product Safety

    If all alternative methods to animal testing were completed to confirm the safety of cosmetic ingredients, no animal testing would be required. However, at the current scientific level, not all alternative methods have been established or authorized, and in order to guarantee customer safety and security, there are now cases * in which safety tests involving animal testing are necessary according to either the law or product safety assurances.

    In cases where we have no choice but to conduct animal testing, our testing plans are strictly examined by the “Animal Testing Council” that is set up in-house, to check whether they conform with the 3Rs principles (Reduction = reduction of the number of animals used; Refinement = alleviation or minimization of pain and discomfort; and Replacement = switching to non-animal testing) contained in the guidelines of the Science Council of Japan.

    Fonte: http://www.asia.shiseido.com/about/specialty/approaches/animaltesting.htm

    Unilever:

    “Our Policy

    Unilever is committed to the elimination of animal testing. We are equally committed to consumer health and safety, and to the safety of our workforce and the environment. We do not test finished products on animals unless demanded by the regulatory authorities in the few countries where this is the law. In such cases, we try to convince the local authorities to change the law.  Where some testing of ingredients is required by law or currently unavoidable, we aim to minimise the number of animals used.

    In pursuit of these goals, Unilever on the one hand applies strict internal control procedures to ensure that animal testing is only carried out when no alternatives are available, and on the other hand, invests in developing and applying alternative approaches to replace animal testing in safety assessments for consumer products.

    By adopting this dual approach, we advance the elimination of animal testing and reduce the number of tests to the absolute minimum. We provide transparency both in the use of animals and in the progress made in developing alternative approaches.

    (…)”

    Fonte: http://www.unilever.com/sustainability/consumer/testing/

    Johnson & Johnson é outro exemplo de empresa que tem posição clara sobre o assundo. Clicar aqui para quem quer ler a posição da empresa.

    A L’oréal, por sua vez, também alega já ter eliminado mais de 99% dos testes em animais. E que já investiu aproximadamente 2 bilhões de reais em pesquisas de testes alternativos – e que continua a investir aproximadamente 30 milhões (não sei em qual moeda) anualmente só nesta área. Destaco que quem for procurar na literatura científica deve encontrar avanços incríveis feitos por esta empresa na tentativa de se eliminar a necessidade de animais em testes.

    L’oréal é muito possivelmente a proprietária de quase todas as marcas que estão no seu banheiro (Elséve, Kérastase, Vichy, La Roche Posay, Galderma, Garnier, Lancôme, Kiehl’s, The Body Shop, Urban Decay, Colorama, Biotherm, Matrix e diversas outras).

    6 – O que vem sendo feito para que surjam mais alternativas aos testes em animais?

    Muita coisa. A Procter & Gamble, por exemplo, alega já ter investido quase 300 milhões de dólares americanos em pesquisas e desenvolvido mais de 50 métodos alternativos. Clicar aqui para ler mais.

    Já a Shiseido, desde a década de 90 já publicou mais de uma dezena de estudos importantes e premiados sobre o assunto. Como vocês podem ler clicando aqui, recentemente ela se uniu a Kao Corporation (concorrentes se unindo em prol de uma boa causa) para fazer ainda mais pesquisas sobre o assunto.

    Unilever e Johnson & Johnson também estão fazendo muitos esforços. Entrem nos sites das respectivas marcas para mais detalhes.

    A ironia é que justamente as empresas que assumem testar em animais são as que mais investem em pesquisas para o desenvolvimento de testes alternativos. Já as empresas que não assumem os testes, em comparação, parecem praticamente não investir nesta área.

    7 – Quero contribuir para que surjam mais testes alternativos. O que posso fazer?

    A – Aceitar que sejam feitos testes em animais (quando não há alternativas). Para que pesquisas sobre métodos alternativos sejam feitas, é necessário usar animais. Se é desenvolvido um método alternativo, o resultado deste método terá de ser comparado com o resultado de um teste feito em animais…

    B – Doar dinheiro a instituições que pesquisem o assunto (fazer ciência atualmente é algo muito caro). Posso passar uma lista para quem quiser.

    Como já mostrei, escolher produtos de marcas que supostamente não testam em animais não irá causar praticamente nenhum efeito real. Se é que algum.

    8 – Como são feitos os testes?

    Antes de os testes serem realizados, as pesquisas costumam ter de ser aprovadas por comitês de ética. E os animais são tratados da melhor forma possível. Recebem cuidados veterinários e são criados em um ambiente com condições ideais. Não só porque as empresas querem tratar os animais assim, mas também porque se eles estiverem estressados, com alguma doença ou problema prévio, os resultados dos testes não serão válidos.

    “As instalações nas quais a maioria dos animais de pesquisas são acomodados são muito superiores às dos animais de estimação.” Michael Conn

    As leis brasileiras envolvendo o tema são bastante estritas e favoráveis aos animais, sendo que podem ser lidas aqui.

    Além disso, muitas empresas, mesmo nos países onde a legislação é mais liberal, seguem o chamado “princípios dos 3 Rs”:

    Reposição: as empresas substituem as pesquisas feitas em animais por testes alternativos sempre que possível;

    Redução: as empresas reduzem ao máximo a quantidade de animais envolvidos;

    Refinamento: o impacto negativo dos testes no bem-estar dos animais é minimizado o quanto possível. Eles são, por exemplo, anestesiados durante os testes (caso o teste possa causar alguma dor) e eutanasiados para evitar sofrimento, quando necessário.

    Vale esclarecer que quando se fala em testes em animais úteis para a indústria cosmética até aquelas “mosquinhas” que ficam ao redor das frutas podem ser consideradas. Eu jamais, em toda a minha vida, consegui encontrar um único exemplo de alguma empresa de cosméticos que tenha usado um animal “extremamente complexo”, por assim dizer, como um macaco.

    9  – Aceito que, por exemplo, sejam usados animais para testes de medicamentos. Mas a indústria cosmética não produz produtos muito fúteis para que eu aceite que ela faça testes em animais?

    Como já expliquei, a indústria cosmética não costuma mais testar produtos acabados (um xampu, por exemplo) em animais. Ela só testa em casos extremos, quando quer estudar alguma matéria prima. E – em boa parte das vezes – os testes são feitos porque muitas empresas de cosméticos fazem pesquisa de base (pesquisas essas que podem levar ao entendimento melhor ou tratamentos de diversas doenças graves). E como uma leitora lembrou, a ciência é muito interligada. Não é porque, por exemplo, um engenheiro desenvolve algo, que o que ele descobriu terá implicações, necessariamente, apenas na engenharia em si. Pode ter em diversas outras áreas, como na Medicina. O mesmo ocorre com a indústria cosmética. Se uma empresa de cosméticos descobre algo, pode ser que esta descoberta seja útil a várias outras áreas que não só a de cosméticos. A japonesa Kanebo, por exemplo, é uma empresa de cosméticos. Mas acaba de fazer uma descoberta que talvez leve ao desenvolvimento de tratamentos para certas doenças reumatológicas. Na tentativa de produzir protetores solares mais eficientes, a mesma empresa identificou um gene responsável por uma síndrome que deixa a pele extremamente sensível ao sol. A Shiseido, por sua vez, desenvolveu aparelhos capaz de identificar d-aminoácidos em seres humanos, o que está levando a um melhor entendimento de diversas doenças. Eu poderia citar centenas de outros exemplos de descobertas feitas pela indústria cosmética que foram benéficas para diversas outras áreas da ciência.

    Além disso, não consideraria dentifrícios/cremes dentais (sim, são considerados cosméticos), limpadores e protetores solares como algo fútil. Vem crescendo as evidências de que o uso regular de protetores solares pode ajudar a prevenir até o melanoma, um dos tipos de câncer mais temidos. Em muitos casos, os hidratantes também não poderiam ser considerado fúteis. Quem tem dermatite atópica, uma doença que pode afetar muito a qualidade de vida do portador, sabe que o uso de hidratantes é muito importante para evitar crises da doença. O uso de hidratantes por quem tem dermatite atópica é recomendado em qualquer guideliness, como o japonês. Atualmente há muitos cosméticos hidratantes inovadores que “nasceram” de pesquisa básica, onde o uso de animais costuma ser extremamente importante. Os sabonetes, por mais simples que possam parecer, podem salvar a vida de milhões de pessoas, visto que podem ajudar a descontaminar as mãos.

    E se por algum motivo a indústria cosmética for proibida de realizar experimentos em animais, então seria mais justo que quase todas as outras também fossem. Não me parece que um iPhone colorido seja menos fútil do que uma sombra para maquiagem, por exemplo.

    10 – Mesmo depois de ler tudo o que você escreveu, continuo contra os testes. Já que tudo o que a gente compra tem substâncias que foram testadas em animais, vou largar tudo e ir morar com os índios em alguma aldeia no meio da Selva Amazônica.

    Não resolverá nada. Muitas plantas que os índios consomem foram testadas antes em animais por eles mesmos. Antes de os  índios consumirem a planta X, é comum eles colocarem esta planta X para o animal Y comer e observar se ela é venenosa ao animal ou não.

    Leitura recomendada:

    “Sem animais, não há pesquisa científica na área de saúde”.

    Site criado pelo Governo Federal para esclarecer a importância dos testes em animais.

    Why Animal Experimentation Matters: The Use of Animals in Medical Research (livro).

    ATUALIZAÇÃO (26/04/2012): 

    1 – O FDA lançou uma nova recomendação: grosso modo, que cosméticos contendo “nanotecnologia” sejam testado in vivo (em animais) antes de serem testados clinicamente em seres humanos. Uma empresa de cosméticos que use nanopartículas (por exemplo: de dióxido de titânio usado em protetores solares) que não tenha sido testadas em animais, está claramente deixando de seguir uma recomendação do FDA, o que talvez coloque os seres humanos em risco.

    Mais informações: http://www.nano.gov/

    2 – Muitos estão me perguntando por que não realizar testes científicos em prisioneiros. Alguns dos motivos:

    a) Porque a população carcerária é muito, mas muito menor do que a necessária para se realizar testes científicos;

    b) Mesmo que fosse suficientemente grande, não há como obter linhas isogênicas usando seres-humanos;

    c) A ideia não é nova. Hitler já tentou isto. Mas não deu certo. Após as atrocidades cometidas contra seres humanos durante a Segunda Guerra Mundial, estabeleceu-se o Código de Nuremberg. Alguns dos princípios do mesmo:

    “1. O consentimento voluntário do ser humano é absolutamente essencial. Isso significa que a pessoa envolvida deve ser legalmente capacitada para dar o seu consentimento; tal pessoa deve exercer o seu direito livre de escolha, sem intervenção de qualquer desses elementos: força, fraude, mentira, coação, astúcia ou outra forma de restrição ou coerção posterior; e deve ter conhecimento e compreensão suficientes do assunto em questão para tomar sua decisão. Esse último aspecto requer que sejam explicadas à pessoa a natureza, duração e propósito do experimento; os métodos que o conduzirão; as incoveniências e riscos esperados; os eventuais efeitos que o experimento possa ter sobre a saúde do participante. O dever e a responsabilidade de garantir a qualidade do consentimento recaem sobre o pesquisador que inicia, dirige ou gerencia o experimento. São deveres e responsabilidades que não podem ser delegados a outrem impunemente.”

    “3. O experimento deve ser baseado em resultados de experimentação animal e no conhecimento da evolução da doença ou outros problemas em estudo, e os resultados conhecidos previamente devem justificar a experimentação.”

    O autor fez uma atuaização no mês passado para incluir dúvidas sobre o Instituto Royal. Acesse o resto do artigo aqui: http://easttowestskincare.com/2012/01/09/esclarecimentos-sobre-os-testes-em-animais-realizados-pela-industria-cosmetica/

    1. Sorte das “ciências”, no

      Sorte das “ciências”, no Brasil, que podem contar com o Jaime Balbino. Esse sim! Conhece todas as malandragens desonestas dos ecoterroristas, é um grande detetive e só falta mostrar o próprio currículo Lattes. Ora, sr. Balbino, desde quando ser um “vedadeiro” especialista , em seja lá o que for,  garante que não sejam meros maniqueístas (expressão que o sr. usa muito) defendendo seus interesses pessoais, seja como “cientistas” ou apenas lobbystas de grandes laboratórios. É incrível! O sr. acredita na boa fé de quem respondeu às perguntas acima e não acha que o uso de cosméticos em troca da vida dos muitos animais seja imoral!? Sobrou até para os índios! O sr. me dá arrepios!

  8. Da Zero Hora

    Polêmica canina 18/10/2013 | 20p3

    Em Porto Alegre, laboratório ligado ao Instituto Royal busca alternativa a testes com animais

    Empresa fica em uma incubadora dentro do Centro de Biotecnologia da UFRGS

    André Mags

    [email protected]

    Em Porto Alegre funciona uma prestadora de serviços do Instituto Royal, a Genotox Royal. A empresa fica em uma incubadora dentro do Centro de Biotecnologia (CBiot) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), no Campus do Vale. Sua função, porém, é diversa daquela da contratante paulista, já que não trabalha com animais, conforme o diretor do CBiot, Arthur Germano Fett Neto. A função do Genotox é buscar alternativas ao uso de bichos em pesquisas, salienta:

    — O laboratório trabalha com o cultivo de células justamente para substituir o uso de animais. Essa é a principal função dessa empresa.

    A Genotox está incubada no CBiot há pelo menos seis anos, ressaltou o diretor da CBiot. O trabalho com o Instituto Royal é mais recente, e se foca em toxicidades. São utilizadas células de tumores humanos e tecidos de roedores, obtidos de animais mortos, por exemplo, e cultivadas. Na opinião de Fett, a substituição dos animais nos testes é uma missão árdua.

    — É difícil porque a gente tem que comprovar que o teste alternativo funciona igual àquele com animais. Provar que eles são equivalentes demora um certo tempo. Existem protocolos que devem ser seguidos para comprovar, é uma pesquisa bastante pesada — afirma.

    O Instituto Royal se denomina uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) e é financiado por instituições públicas de fomento à pesquisa. A entidade destacou que segue todos os protocolos nacionais e internacionais voltados para pesquisas com animais em laboratórios.

  9. Instituto Royal encerra atividades em SP

    Menos de 1 mês após invasão, Instituto Royal encerra atividades em SP

     

     

    do Portal Terra – 06 de Novembro de 2013 – 13p9 – atualizado às 15p0

     

     Instituto Royal anunciou nesta quarta-feira que decidiu interromper definitivamente as atividades de pesquisas animais realizadas em seu laboratório de São Roque, no interior de São Paulo, menos de um mês após ser invadido por ativistas que acusam a instituição de maus-tratos. Segundo o instituto, a decisão levou em conta “as elevadas e irreparáveis perdas” decorrentes da invasão, além do clima de insegurança criado desde então.

    “Tendo em vista as elevadas e irreparáveis perdas e os danos sofridos em decorrência da invasão realizada no último dia 18 – com a perda de quase todo o plantel de animais e de aproximadamente uma década de pesquisas -, bem como a persistente instabilidade e a crise de segurança que colocam em risco permanente a integridade física e moral de seus colaboradores, os associados concluíram que está irremediavelmente comprometida a atuação do Instituto Royal para dar continuidade à realização pesquisa científica e testes mediante utilização de animais. Por este motivo, o instituto decidiu encerrar suas atividades na unidade de São Roque”, anunciou a direção do Royal.

    saiba mais

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    De acordo com o Instituto Royal, o encerramento das atividades levará à demissão de funcionários, que já foram comunicados da decisão. “A decisão, por ora, não afetará a unidade Genotox, de Porto Alegre (RS), onde não se faz experimentação animal”, completou o instituto, que também manterá em funcionamento o Comitê de Ética, “formado por colaboradores do laboratório, que conta com veterinários, biólogos e membros da Sociedade Protetora dos Animais, conforme a legislação vigente”.

     

    Os animais remanescentes no instituto continuarão recebendo “tratamento e destinação adequados”, garante a instituição, que lamentou a interrupção de pesquisas com testes pré-clínicos para o desenvolvimento de medicamentos para o tratamento de doenças como câncer, diabetes, hipertensão, epilepsia, entre outros. “Com essa decisão, interrompe-se o trabalho do único instituto laboratorial do Brasil capacitado e regulamentado para exercer este tipo de pesquisa. A partir de agora, qualquer empresa interessada na realização de testes para registro de medicamento será obrigada a realizar suas pesquisas fora do País, até que outro laboratório seja credenciado pelo Concea (Conselho Nacional de Controle e Experimentação Animal) para essa atividade”, cita o instituto.

     

    Segundo a direção do Royal, a invasão ao laboratório foi resultado de dois fatores complementares: “as inverdades disseminadas de forma irresponsável – e por vezes oportunista – associadas à falta de informação pré-existente”. “Uma sociedade organizada e civilizada não pode aceitar que a pesquisa científica seja constrangida por grupos de opinião que preferem o uso da força e da violência em detrimento das vias institucionais e democráticas para travar debates”, critica a instituição.

     

    “O ambiente de insegurança gerou – e continuará gerando – prejuízos para a ciência brasileira, na medida em que não assegura aos cientistas um ambiente institucional adequado para o desenvolvimento de pesquisas cujo objetivo, em última análise, é o de salvar vidas. A consequência deste cenário de hostilidade é o desestímulo à fixação e permanência das melhores mentes científicas em nosso País”, diz o instituto em nota. “O prejuízo causado ao Instituto Royal não é mensurável. Mas é certo que o Brasil inteiro perde muito com este episódio, lamentavelmente”, conclui.

     

    SP: polícia investiga invasão a instituto e denúncias de maus-tratos a cães

     

    1. Eu lamento é não ter um

      Eu lamento é não ter um reporter para ir atrás dos “ativistas” para perguntar qual atitude tomarão em defesa dos trabalhadores, agora, desempregados.

  10. Acabem com a ciência

    Vão usar apenas tecidos, como por exemplo um pedaço de fígado? Até quero ver como serão testadas a ação das drogas no corpo como um todo, os sintomas, etc. Por causa de fundamentalistos burros como esses destes ecoativistas é que em alguns paises, como por exemplo aqueles cuja lei é a sharia, a ciência foi praticamente abolida. O Instituto Royal já foi fechado, qual será o próximo, o Fiocruz? No lugar da ciência, que tantos serviços já foram prestados à humanidade, na hora em que foram acometidos por um câncer, recorram à Santa Luisa Mel

     

       

    1. Que tal expandir a mente e o coração?

      Aonde o sr. coleta tantos clichês simplistas? É coleção particular ( disponível para “cortar e colar”) ou vem de alguma enciclopédia ilustrada? Sair do lugar comum dá um pouco de trabalho mas fornece argumentos ao invés de ofensas aos burros fundamentalistas.

        1. “Burros fundamentalistas”,

          “Burros fundamentalistas”, “senhorita”, você é o comentarista mais “capacitado” e “corajoso” do blog, bem escondidinho, é claro! E “colou” outro clichê, o do “Freud explica”! Vai fundo, estaremos acompanhando  p/ ver se vc bate o próprio recorde e se supera no guiness book da falta de coragem e argumentos.

  11. Aos ensandecidos

    Para quem imagina que pode vencer este debate no grito, favor deixar o fundamentalismo de lado e ler isso:

    Época: Em que casos os experimentos em animais são indispensáveis? 
    Higgins: Uma parte da pesquisa em animais é testar a toxicidade de remédios e substâncias químicas. A outra é para entender como o corpo funciona e o que acontece com ele no caso de doenças. Se queremos entender a doença de alzheimer, que é um problema de saúde gigantesco, precisamos estudá-la em animais antes mesmo de pensar em como tratá-la. Se estudarmos pacientes com alzheimer, só podemos fazer isso quando as pessoas estiverem mortas. Mas se quisermos entender como funciona o cérebro e o que acontece com ele devido à doença, temos de estudar os animais, e não há uma alternativa. Não podemos estudar uma célula, porque a célula não é um cérebro.

    Época: E os casos como o da talidomida (calmante que provocou deformações em milhares de fetos nos anos 60) e o do Vioxx (antiinflamatório que causou problemas cardíacos e foi retirado do mercado em 2005)? Esses medicamentos foram testados em animais se provaram perigosos aos humanos. 
    Higgins: Mas são poucos casos, se compararmos com medicamentos muito importantes, como a penicilina, que foram testados em animais. A razão pela qual a talidomida entrou no mercado foi porque não foi testada suficientemente em bichos. A talidomida não causa nenhum mal em animais normais e nem em humanos normais. Causa malformação em fetos. Se os cientistas tivesses testado suficientemente a droga em animais prenhes, provavelmente eles teriam visto os problemas. É um bom exemplo de como testes adicionais em animais nos teriam poupados dos problemas.

    Época: Poderemos um dia acabar com os testes em animais? 
    Higgins: Absolutamente não. Se queremos novos remédios, precisamos dos bichos para testá-los. Simplesmente não há alternativas. Cada remédio que temos foi desenvolvido com o uso de animais, tanto para entender como funciona uma doença como para testar drogas antes de elas serem usadas em homens.

  12. Aos ensandecidos – II

    Os animais são essenciais na pesquisa médica

    The Observer: a ciência animal tem um papel vital no desenvolvimento de tratamentos que salvam vidaspor The Observer — publicado 31/10/2013  Radek Mica / AFPChimpanzé

    O uso de animais em pesquisa é alvo de polêmica em diversos países

      

    É incorreto implicar, como faz a Animal Aid em sua carta (“Usem pessoas e não animais na pesquisa de tratamentos”), que os medicamentos para mal de Parkinson foram desenvolvidos somente com testes em seres humanos. As três drogas citadas envolveram pesquisas que usaram animais em seu desenvolvimento.

    O Levodopa foi desenvolvido depois de trabalhos premiados com o Nobel em coelhos para se compreender a dopamina, substância química que se perde gradualmente no cérebro com a doença de Parkinson e tornou-se disponível como medicamento na década de 1960. Ela ainda é o tratamento mais eficaz para Parkinson até hoje e transformou a vida de milhões de pessoas.

    Todos nos esforçamos para minimizar a necessidade de usar animais em pesquisas, e estamos comprometidos com melhorar seu bem-estar, mas a ciência animal tem um papel vital no desenvolvimento de tratamentos que salvam vidas. Não teríamos descoberto os antibióticos, a quimioterapia ou procedimentos médicos que incluem o uso de estimulação profunda do cérebro para o tratamento de Parkinson sem utilizar animais.

     

    Professor Sir John Tooke

    Presidente da Academia de Ciências Médicas

    Dr. Mark Downs

    Executivo-chefe da Sociedade de Biologia

    Dr. Kieran Breen

    Diretor de pesquisa e desenvolvimento da Parkinson’s UK

    Sharmila Nebhrajani

    Executiva-chefe da Associação de Instituições de Pesquisa Médica

           

    1. Interesses pessoais em jogo, na questão dos testes em animais!

      Seria um caso de falsidade ideológica?  http://www.josecarloslima.blogspot.com.br/, que , se for o blog do IV AVATAR é patrocinado, entre outras empresas de outros ramos, pela “Bristol-Myers Squibb Company” que é segundo o que se encontra em http://www.pedalnaestrada.com.br/pages.php?recid=25 (outra página ligado a essa pessoa): “Uma das maiores empresas do setor farmacêutico brasileiro, a Bristol Myers Squibb está atuando em parceria com o Pedal na Estrada nesta jornada ao redor do mundo.Esta empresa, que faz da saúde sua meta, investe neste projeto social, sendo sua maior patrocinadora.Site: http://www.bristol.com.br“. Leiam , no blog acima mencionado , a incrível estória da “Cidade Spin”, por exemplo , um trecho:  “…Quanto aos 3 tipos de personalidade, a animal engloba desde o menor, como os vírus, aos maiores, como os dinossauros, enquanto as pessoas pessoas jurídicas, tantos as informais como as formais, de Igrejas a Supermercados.Lá, a luta não é apenas entre seres humanos e pessoas jurídicas mas, além destes, também os animais, com seus direitos, como por exemplo ao habitat e a preservação, por exemplo, contra os pesticidas, sendo-lhes garantido o direito à vida, como os demais sócios.”  Ele usa animais, também! Mas é só poesia!

  13. GALILEU PRECISA TIRAR A MÁSCARA E MOSTRAR A SUA CARA

    É muita hipocrisia por parte da revista Galileu, uma publicação ainda impressa em pleno século 21, que contamina o meio ambiente através de impressão gráfica ao utilizar tintas e solventes tóxicos, estar evidenciando notícias sobre animais de laboratórios sendo uma mídia distribuída pelas Organizações Globo, que veicula em sua programação comerciais publicitários de empresas que oferecem produtos provenientes de testes e experimentos em animais.

  14. OS ANIMAIS NÃO ESTÃO AQUI PARA NOS SERVIR

    Não somos melhores que os animais. Me atrevo a dizer que, na verdade, é o contrário. Os seres humanos são capazes de crueldade, enquanto os animais não são – sentem dor, amor, medo, assim como nós, mas ao contrário de nós, não são cruéis e são incapazes de praticar a maldade. Os animais NÃO SÃO uma posse, não estão aqui para nos servir. Termos um cérebro mais desenvolvido e a capacidade de raciocínio nitão nos dá o direito de abusar dessas criaturas, que são seres vivos, assim como nós. Eu repito: os animais não estão aqui para nos servir. Se temos algo em relação a eles, é a obrigação de cuidar e protegê-los das pessoas sem empatia que existem nesse mundo.

  15. O teste em animais é

    O teste em animais é retrógrado. É só ler esta matéria, e muitas outras por aí, pra saber que a eficiência dos testes em animais é nenhuma. E quando é alguma coisa, é quase nada. Não é ciência, é bruxaria, é praticamente conhecimento empírico. O teste em animal não serve, não tem nem como comparar a estrutura de um animal com a estrutura humana. E mesmo que os testes servisse, não deveríamos ter esse direito. Os animais não são uma coisa a ser possuída, são seres vivo, com direito a vida, muito mais do que nós. Não estão aqui para serem usados, não estão aqui para nos servir.

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