Establishment parou de desdenhar Bolsonaro, por Helena Chagas

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Foto: Agência Brasil

Jornal GGN – A jornalista Helena Chagas publicou artigo em Os Divergentes, nesta terça (29), avaliando que Jair Bolsonaro, pré-candidato a presidente em 2018, parou de ser desdenhado pelo establishment político, que achava que a candidatura dele ia derreter sozinha.

Bolsonaro tem promovido viagens, debates e se policiado para fazer a coisa “certa” dentro do espectro político em que está inserido. Logo, será preciso que alguém provoque o derretimento da candidatura. Por isso, segundo Chagas, o deputado deve começar a “apanhar” um pouco mais daqui pra frente.

 

Por Helena Chagas

Em Os Divergentes

Até poucos dias atrás, boa parte do establishment político desdenhava da candidatura Jair Bolsonaro, comportando-se como se, mais adiante, ela fosse derreter sozinha. Preocupados com os próprios problemas – que são muitos, em todos os partidos – não levaram a sério o candidato da extrema direita, que foi crescendo e aparecendo. Agora, somente agora, bateu aquele medão generalizado.

Esta semana, alguém lembrou que o absurdo Bolsonaro – aquele que todo mundo espera ver se estrepar na próxima curva para ser substituído por um anti-Lula da confiança do PIB – até que anda fazendo as coisas certinhas. Viagens, palestras, encontro com setores da sociedade no espectro da centro-direita, ele ainda não cometeu aquele erro fatal. Ao contrário, fez até jogadas competentes para tentar se aproximar do mercado, como a escolha (?) do liberal Paulo Guedes para um hipotético Ministério da Fazenda.

Sob a vigilância da mídia brasileira, e até ridicularizado pela imprensa internacional como um projeto de Trump tupiniquim – o que, de fato, ele parece mesmo ser, com a chance de provocar por aqui tanto estrago quanto o americano lá – ele vai seguindo em frente, mantendo a polarização com Lula e até crescendo segundo algumas pesquisas.

A repugnância levou muita gente a ignorar Bolsonaro. Em outros casos, pode ter sido a esperteza. Para o PT de Lula, por exemplo, é o adversário ideal num segundo turno. Para os centristas também. Só que esses achavam que iriam se livrar de Lula via Justiça – o que parece a cada dia mais remoto.

O monstro está criado e o perigo agora é real. Nesse quadro, é bem provável que o deputado militar comece a apanhar um pouco mais a partir de agora.

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Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

8 Comentários

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  1. antagonizar e divergir

    Ou seja: O Lula não, se for o Lula, pode dar bolsonaro!

    Lula seria o homem mais feliz do mundo se fosse como a mulher de malandro.

  2. O bolsonaro é um bosta. Mas,

    O bolsonaro é um bosta. Mas, se ainda assim encontrar fdp suficientes dispostos para o eleger. Ponto. Vale não esquecer que o capitãozinho mequetrefe do bolsonaro, além de possuir uma folha-corrida medíocre como militar. Como político conseguiu se superar, há inúmeros mandatos, apenas cuidou de eleger os filhos, num sucesso de carreirismo familiar singular. Conseguindo um cabide multi-familiar notável, depedurando no dinheiro público a sim próprio e a feliz prole mamadoura.

    Esse rapaz, apenas se preocupa em cuidar dos interesses paroquiais dele-e-filhos e dos seus colegas de farda. Além do mais, o gajo nunca moveu uma palha em defesa daqueles que o sustentam. Todos eles, pai&filhos, sempre dependurados nos cofres públicos. Mas, o ignorante nem se dá conta e, vive a entoar loas ao capital e a empresa privada. Nem percebe que ele e os filhos, nunca estiveram fora do emprego público. Ou seja, sempre viveram às custas do suor do trabalhador brasileiro, justo daquelas pessoas pelas quais nunca demonstrou apreço, tolerância e respeito.

    Como pode-se observar, este reacionário fascistoide é mais um capacho equivocado, pois, adora se posicionar de quatro para servir aos norte-americanos. No mais, é igual, ou um pouco pior, que um Collor de Merda II. O Brasil, no caso de sofrer mais esse revés vai apenas retardar seu processo de Independência que, embora contínuo e prolongado e retardado, não será barrado por um filho da puta medíocre como esse capitãozinho de merda.

    Orlando

  3. Essa Helena Chagas é uma nulidade, senão uma fraude

    Fico impressionado como uma pessoa como essa Helena Chagas desfrute de prestígio entre os profissionais do jornalismo. Mais surreal é que a Presidenta Dilma a tenha nomeado para a SECOM. Aliás como foram incompetentes o Ex-Presidente Lula e a Presidenta Dilma na escolha de pessoas responsáveis pela comunicação institucional do governo!! Além de Helena Chagas, Dilma chegou a nomear para a SECOM Thomas Traumann, que a traía à luz do  dia, em convescotes com Michel Temer e outros golpistas.

    Boçalnaro NUNCA foi o candidato preferido pelo stablishment, mas NUNCA foi desdenhado por este. O nazifascista foi preservado até agora exatamente porque a direita estava à procura de um candidato nas hostes tucanas e, caso não encontrasse, estava tentando insuflar outsiders, como Luciano Huck. Ocorre que não estamos mais em 1989 e se hoje o PIG/PPV mantém seu poder de destruir candidaturas e assassinar reputações, esse máquina de propaganda não é mais capaz de fabricar candidatos como Collor de Mello. O stablisment teve a ilusão de que ainda possuía essa capacidade; a eleição e João Dória para prefeitura paulistana no ano passado alimentou essa ilusão. O lawfare contra Lula, contra o PT e contra a Esquerda tiveram seu ápice em 2016, com açoes coordenadas das ORCRIMs judiciárias, midiáticas e políticas.

    Foi na esteira desse lawfare que Geraldo Alckmin conseguiu emplacar João Dória na PMSP, mesmo concorrendo com Fernando Haddad, político e administrador preparadíssimo, acima de qualquer suspeita, que havia feito boa administração. Dória teve pouco mais de 1/3 dos votos do eleitorado pulistano. Com 10 meses de mandato, Dória se mostra um desastre completo; as tentaivas dele, para se projetar como candidatopresidencial, foram um rotundo fiasco. Hoje na disputa com as víboras que habitam o ninho tucano, João Dória corre o risco de ser alijado da disputa pelo governo do estado. No ritmo atual há risco de que ele sequer complete o mandato, pos começam a surgir denúncias e processos contra ele. As chances dee se reeleger o u eleger o sucessor são próximas de ZERO.

    Embora jornalistas e anlaistas da Esquerda se mostrem preocupados e apreensivos com o “fenômeno” Bolsonaro, observo que os números em relação a esse nazifascista são inflados. O PIG/PPV o preservou porque isso era do interesse da direita oliárquica, plutocrata, escravocrata, cleptocrata, privatista e entreguista; a munição foi guardada para quando a direita conseguisse fabricar seu candidato; como não conseguiu até agora e Lula se mostra imbatível, Bolsonaro segue em banho-maria. Bolsonaro não resiste a 20 minutos de debate com Ciro Gomes, por exemplo. Ao contrário do que muitos pensam, Bolsonaro é um covarde; isso ficou demonstrado quando ele admitiu ser ignorante e incompetente em termos de economia, planos e estratégicas políticas de governo. em recente visita aos EU Bolsonaro amarelou e não compareceu ao único evento oficial que estava agendado numa universidade estadunidenses.

    Sem conseguir fabricar um candidato, a direita tem se reunido com Bolsonaro e dado recados e instruções a ele, de modo a domesticá-lo e torná-lo palatável para setores da classe média; assim deve ser entendida essa “sinalização” de Bolsonaro, dando a entender que Paulo Guedes seria escolhido para o Ministério da Fazenda. Mas pelo que se conhece desse ex-capitão do exército, é pouco provável que o “mercado” consiga aplicar-lhe o polimento e a maquiagem necessária, de modo a vender uma versão “paz-e-amor” desse nazifascista.

    Os 15-20% de intenção de votos que institutos de “pesquisa” atribuem a Jair Bolsonaro não são o piso, mas o teto que essa extrema direita é capaz de atingir. Em campanha, Boçalnaro derreterá mais rápido que sorvete em dia de sol quente.  É mais fácil um segundo golpe, com a implantação do paralamentarismo ou algo semelhante, do que Bolsonaro ser eleito presidente.

  4. Bolsonaro e os EUA

    Bolsonaro parou de ser desdenhado depois que foi aos EUa e prestou continência à bandeira norte americana.

    O jogo é o seguinte: Quem que define a política brasileira são os EUA, e o que eles querem é o pre sal. Bolsonaro sinalizou que vai jogar para o time americano, por isto toda a mídia parou de persegui-lo.

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    Existem dois tipos de países produtores de petróleo no mundo:

    Os aliados dos EUA

    Os inimigos dos EUA.

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    Os aliados dos americanos vendem petróleo  aos EUA sob condições extremamente vantajosas… Vantajosas para os EUA, lógico.  A Arábia Saudita por exemplo, permite que os EUA e Europa retirem petróleo, e cobra 50% de imposto, só que… a Arábia é um grande comprador de armamento dos EUa, pois tem o terceiro maior orçamento militar do mundo.

    Ou seja, boa parte dos 50% de imposto que a Arábia Saudita cobra dos EUA, são revertidos para os EUA na compra de armas. É que a produção Saudita é imensa, uma das maiores do mundo, por isto o pouco que sobra e fica no país gera imensa riqueza para os árabes, mas é uma quantia pequena.

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    Os produtores de petróleo  inimigos dos EUa, são isolados, sofrem embargos comerciais e em casos mais graves até intervenções e golpes de estado, como ocorreu no Iraque.

    Irã, Rússia, Venezuela, estão entre alguns que por não aceitarem fazer o jogo de vender barato o petróleo, acabaram provocando a ira do Império, sendo isolados e perseguidos.

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    Votarei em Ciro Gomes, mas sou realista, ele com seu nacionalismo, provavelmente vai  ser boicotado pelo Império e perderá a eleição.

     

     

     

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