Estudo discute redes de produção na Amazônia

Pesquisadores criam modelo de rede para viabilizar o desenvolvimento da produção sustentável na Amazônia. Apesar da crescente valorização da biodiversidade, os produtos da floresta não se destacam frente às demais atividades econômicas.

As cadeias de castanha-do-pará e dos óleos de andiróba e copaíba compõem parte da produção de dermocosméticos da reserva nacional. Um levantamento feito por especialistas do Centro de Gestão de Estudos Estratégicos (CGEE), revela que a participação econômica dessas variedades, de menor impacto ambiental, pode melhorar a partir da colaboração e troca de conhecimento entre os vários atores envolvidos nessas cadeias – agricultor familiar, indústria, academia e poder público.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2005, os produtos da biodiversidade responderam por R$ 10,3 bilhões do total movimentando naquela ano – 66,41% das plantas são de silvicultura (florestas plantadas) e 33,59% do extrativismo vegetal (produtos coletados em vegetação nativas espontâneas). A proA produção extrativista vegetal alcançou, no mesmo período, R$ 3,4 bilhões, sendo 86,82% relativos aos produtos madeireiros e apenas 13,18% aos produtos florestais não-madeireiros (PFNM).

A produção de PFNM alcançou a soma de R$ 508,4 milhões, e os principais produtos dessa cadeia foram: babaçu, piaçava, açaí, erva-mate, carnaúba e castanha-do-pará. Portanto, 89,75% do valor total da PFNM incluiu apenas seis produtos. “Certamente esses valores estão subestimados, uma vez que as informações são precárias sobre registros de oferta e consumo nesse segmento”, completam. Segundo pesquisa realizada em 2007, 60% do que é extraído na Amazônia é consumido por apenas 15 empresas.

Estratégia

Os pesquisadores partem do princípio que por serem mais consolidadas no ambiente amazônico, as cadeias de castanha-do-pará, copaíba e andiroba devem ser estudadas inicialmente para o mapeamento de todos os elos – fornecimento da matéria prima, beneficiamento e comercialização.

“As experiências têm demonstrado as vantagens e os resultados de ações articuladas e projetos desenvolvidos em parceria”, afirmam em relatório. Uma vez definido os atores institucionais, são necessárias realizações de seminários e workshops de forma sistemática para que a troca de experiências seja efetiva. “Nesse workshop também são nomeados os Grupos de Trabalho que terão como primeira atividade a realização de um planejamento estratégico da Sub-rede com os representantes das diversas instituições participantes”, completam.

As redes também podem ser virtuais, constituídas em comunidades. Mas os primeiros documentos precisam ser consolidados, pois servirão como guia dos gargalos que persistem em todas as cadeias.

Para acessar o resumo executivo do estudo, clique aqui.

Redação

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