Evangélicos ocupam vazio deixado por executivos, por Mathias Alencastro

Mandatários preferiram atender opinião pública e abandonaram empresas nacionais; igrejas aproveitam desarticulação do Itamaraty

Jornal GGN – Mandatários nacionais preferiram atender a uma opinião pública furiosa e abandonaram as grandes empresas nacionais, abrindo um vazio que tem sido ocupado pelos movimentos evangélicos no que tange ao relacionamento com os países africanos.

“Na próxima década, transitaremos do capitalismo oligárquico de Estado ao capitalismo missionário de Estado, trocando o paradigma da China do século 21 pelo do Portugal novecentista que conferia à Igreja Católica poderes imperiais para cumprir a sua missão colonizadora na África”, afirma Mathias Alencastro, pesquisador do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento, em sua coluna no jornal Folha de São Paulo.

O pesquisador, com doutorado em ciência política por Oxford, ressalta que os novos mandatários brasileiros preferiam agradar a uma parte da opinião pública e abandonar as empresas campeãs nacionais – que, mesmo deficientes, eram fundamentais para o desenvolvimento internacional do Brasil, como ficou claro ao longo das últimas décadas.

Alencastro ressalta que todos os problemas vivenciados pelas empresas brasileiras em termos de escândalos financeiros e corrupção são comuns a outros países – como ficou claro no caso da empresa francesa Elf, que se envolveu no maior escândalo de corrupção da Europa desde a Segunda Guerra Mundial. O país passou um batom no caso e, rebatizando a empresa como Total, virou a página e ampliou sua atuação em países onde o Brasil alimentava grandes ambições, como Angola e Moçambique.

“Aproveitando a desarticulação do Itamaraty, os movimentos evangélicos ocuparam os lugares dos executivos das grandes empresas na cabine de pilotagem da política africana brasileira”, pontua Alencastro, ressaltando que os pastores estão ocupando o lugar dos executivos das grandes empresas no que se refere a política africana brasileira, e o impacto dessa mudança tende a ser desastroso no futuro.

Redação

5 Comentários

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    1. Não. Corrupção não é bom. Mas muito pior é ser um ignorante completo que nada entende de política e acha que o mundo deve ser governado pela Bíblia e com Aves-Marias.

      1. Corrupção chega a vários níveis e tira do Estado o processo de decisão , terceirizando , chega até as igrejas…
        Este argumento de “anafalbeto político” já deu o que tinha de dar.
        Só acho que corrupção é ruim , sempre será , corroi o processo político.
        Que ela vai existir vai , vai ainda existe escravidão , pode-se argumentar wue ela reduz o custo da mão-de-obra gerando vantagem para o país …. putz argumento cretino este meu agora ….esquece …..

        1. Esse argumento de “analfabeto político” nunca foi mais atual, exatamente porque é o que mais tem hoje em dia. Pior ainda, vivemos em um país saturado de imbecis ingênuos que custam a acreditar que não são imbecis ingênuos….
          Mas nem tudo está perdido. Vou dar um conselho de pai pra filho pra você: agora em 2020 abandone o computador, a Bíblia e as Aves-Marias e vá ler muitos livros de história para aprender um pouco e se poupar de vir aqui e escrever asneiras.

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