Fábrica de Ideias em defesa da Petrobras, por Felipe Coutinho

Ana Gabriela Sales
Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.
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Imagem: Reprodução

“Fábrica de Ideias” em defesa da Petrobras

por Felipe Coutinho 

A Associação dos Engenheiros da Petrobrás – AEPET – é uma fábrica de ideias em defesa da companhia.

É necessário perguntar:

Defender a Petrobrás de quem? De quais interesses? Em favor de quem?

O que está em disputa é a renda petroleira, a propriedade do petróleo e os objetivos do seu uso.

As multinacionais privadas que são controladas pelo sistema financeiro querem se apropriar da renda petroleira para maximizar seus lucros no curto prazo.

Querem produzir e se apropriar do petróleo aos menores custos e riscos, com total liberdade para exportá-lo.

Os bancos querem financiar os empreendimentos e garantir o recebimento prioritário da maior taxa de juros possível. Quanto maior a velocidade da extração mais rápido se apropriam desta fração da renda petroleira.

As estatais estrangeiras querem garantir a segurança energética de seus países. Querem transferir a renda petroleira na aquisição de bens e serviços. Querem gerar empregos qualificados em seus países.

Outros interesses privados disputam a renda petroleira, os empreiteiros, os licenciadores de tecnologias, os industriais consumidores dos derivados e os comerciantes de combustíveis.

Aos rentistas interessa que o Estado privatize seus ativos e recursos naturais para garantir o pagamento dos elevados juros da dívida pública.

Os políticos traficantes de interesses e os executivos de aluguel servem aos poderosos interesses privados que cercam a Petrobrás, o petróleo brasileiro e a renda petroleira.

Cabe a AEPET defender a Petrobrás destes poderosos interesses antinacionais.

Em favor dos interesses da grande maioria dos brasileiros, dos estudantes, dos trabalhadores e dos aposentados.

Para que nosso país seja soberano e utilize seus recursos e o fruto do trabalho dos brasileiros para o desenvolvimento, com justiça e dignidade social.

Existe correlação entre o desenvolvimento humano e o consumo de energia per capita. O consumo no Brasil é próximo ao do Paraguai, é cerca de seis vezes menor em relação aos EUA e quatro vezes menor do que a Noruega.

Também existe relação entre o consumo de energia e o crescimento econômico.

Nosso desenvolvimento depende da produção do petróleo na medida das nossas necessidades e em suporte ao progresso do Brasil.

Agregar valor ao petróleo, desenvolver uma indústria forte e diversificada, planejar a distribuição da renda petroleira através do desenvolvimento tecnológico e da produção de bens e serviços especializados.

Utilizar a renda petroleira para levantar a infraestrutura da produção dos biocombustíveis e das energias potencialmente renováveis.

Nenhum país se desenvolveu exportando petróleo por multinacionais estrangeiras.

Nenhum país, continental e populoso como o Brasil, se desenvolveu exportando petróleo cru ou matérias primas.

A batalha das ideias

Quero destacar o papel da AEPET na disputa da opinião pública e na construção do senso comum.

Somos uma “fábrica de ideias” em favor do desenvolvimento do Brasil.

A qualidade dos nossos conteúdos e a eficiência dos meios pelos quais são divulgados são vitais para o sucesso.

A disputa é desigual em termos econômicos, mas estamos do lado da maioria, essa é a origem da nossa força.

No último triênio a audiência do nosso portal duplicou, chegando a cerca de 200.000 usuários por ano, com quase 550.000 seções acessadas.

É evidente que estamos avançando, isso é resultado da qualidade do que produzimos, dos nossos artigos, notas, cartas, votos e da seleção de artigos de terceiros.

Entre os petroleiros, afirmo com serenidade que estamos vencendo a batalha das ideias.

A verdade passou a ser aceita por si própria, sem ser ridicularizada ou rejeitada com violência. A maioria dos petroleiros e dos brasileiros percebeu a “Construção da Ignorância sobre a Petrobrás”.

A partir de agora é evidente que a Petrobrás não está (e nunca esteve) quebrada, que não precisa vender seus ativos para reduzir a dívida, que a privatização prejudica o fluxo de caixa e compromete o futuro que já se torna presente.

Agora está na cara “O mito da Petrobrás quebrada”, é óbvio que houve uma propaganda de choque e terror, a serviço das multinacionais do petróleo e dos agentes do sistema financeiro que as controlam.

Estão desmascarados os executivos que giram através de portas giratórias entre a administração pública e corporações privadas. Eles são os modernos feitores e capitães do mato, a serviço do novo ciclo colonial da exportação de petróleo cru, e que só podem debater em ambientes controlados do cartel midiático.

Interventores e porta vozes do capital internacional se entendem bem. Antes desfilavam seus egos como os salvadores da pátria, agora se escondem e só oferecem entrevistas para microfones amigos.

Com relação a percepção dos petroleiros podemos recorrer a pesquisa de ambiência realizada pela Petrobrás. A última pesquisa foi feita em janeiro/17. Pedro Parente e seus executivos, confiantes, incluíram duas perguntas inéditas:

“71 – O Plano de Negócios e Gestão 2017-2021 está na direção certa? Resultado: 37% favoráveis 72 – Confio nas decisões tomadas pela Direção Superior diante dos desafios da companhia? Resultado: 31% favoráveis” (Petrobras, 2017) 

O percentual de respondentes foi muito baixo, apenas 64% do total.

Apenas 31% dos 64% que responderam, em janeiro de 2017, confiavam nas decisões tomadas pela “Direção Superior”. Ou seja, menos de 20%, um em cada cinco, responderam favoravelmente e confiantes nas decisões do presidente, conselheiros e diretores da Petrobrás.

Veja bem, a pesquisa foi realizada em janeiro de 2017. Ao longo do ano, a confiança certamente piorou diante do resultado das privatizações da malha de gasodutos (NTS), do campo de Carcará etc. etc. e etc.

Em dezembro de 2017, a “Direção Superior” anunciou que não haverá pesquisa de ambiência em janeiro de 2018. Para um bom entendedor… essa decisão basta para afirmar que a verdade sobre a Petrobrás foi revelada e já é auto evidente para os petroleiros em 2017.

Entre os brasileiros também, pesquisa recente apontou que 70% são contra a privatização da Petrobrás. Não estamos sozinhos nesta luta, o que temos produzido serve como referência para outros cidadãos – professores, jornalistas, parlamentares, sindicalistas etc. – que também percebem a importância da Petrobrás para o Brasil.

Colaboramos com jornalistas independentes do capital internacional, nossos artigos são cada vez mais publicados em blogs progressistas de grande alcance.

A internet é o meio mais eficiente para difundirmos nossas ideias.

Agradeço a todos que cooperam com a AEPET na produção de conteúdo, na divulgação e no trabalho cotidiano de garimpar conteúdo de qualidade que mereça ser conhecido através dos nossos meios.

Ainda há muito a fazer, mas nossos êxitos, ainda que modestos, são o incentivo para prosseguir no mesmo rumo.

* Presidente da AEPET, no discurso de posse para o triênio 2018-2020

Ana Gabriela Sales

Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.

1 Comentário

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  1. Associados da Aepet,

    Prezados, minha solidariedade e votos de sucesso. Sou testemunha ainda vivo de período tão nefasto quanto ao que vocês passam sob este governo espúrio e lesa-pátria. Vivido na Petrobras durante o governo FHC. Acabei pedindo aposentadoria após mais de 30 anos de permanência na Petrobras. Gostaria de permanecido por mais tempo.  Da mesma forma, ativos foram vendidos,  o desenvolvimento dos promissores campos de Marlim e Albacora foram postergados e a força de trabalho de petroleiros foi reduzida a metade. Igualmente  a cotação de petróleo rondou 20 Us dolares/ bbl. Logo após, a resposta da Petrobras se materializou através do pré-sal, da construção de novas refinarias após mais de 30 anos de ausência de novas unidades de refino, do renascimento da industria naval, também destruida pela inatividade deste setor. O principal, uma nova esperança de prosperidade para o Brasil. Engano, novo golpe, novas frustrações.

    Isto vai passar, teremos novos desafios que demandarão respostas da Petrobras, lider de tecnologia mundial no setor, comprometida no atendendimento das necessidades brasileiras de energia e de sua autonomia. Fora temer , força petroleiros.

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