Façanhas de Temer predominam no noticiário, por Janio de Freitas

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Foto Jorge Araújo 

Jornal GGN – E depois de Geddel a fila andou… em denúncias. Foi Moreira Franco com 34 citações, bem como denúncias contra Michel Temer, o próprio. Daí, como não se pode esquecer, aparece Alexandre de Moraes depois de Marcela, a primeira dama, ter seu celular hackeado, e o ministério-foro privilegiado de Moreira Franco. A situação não se esgota aí, bem lembra Janio de Freitas em sua coluna na Folha, e um rosário de façanhas transforma o governo de Michel Temer o assunto principal, das manchetes às redes sociais, nunca em cores agradáveis. 

Leia a coluna a seguir.

 

da Folha

Façanhas de Temer predominam no noticiário

por Janio de Freitas

Desde a exclusão de Geddel Vieira Lima, não parou mais. O aperitivo da Odebrecht com 34 citações a Moreira Franco, e dezenas de outras, ainda sem contagem precisa, a Michel Temer. A aberração da escolha de Temer para suceder Teori Zavascki. A criação de um ministério para dar foro privilegiado a Moreira. O hacker de Marcela.

A censura de Temer à Folha e ao Globo. A derrota judicial do censor ameaçado de ver-se “jogado na lama”. A identificação do indicado para o Supremo, Alexandre de Moraes, como plagiário. Os vetos e recusas de convidados por Temer para ministro da Justiça.

Mais de um mês de predomínio do noticiário pelas façanhas de Temer. Só mesmo chamando a polícia.

É o que foi feito. À falta de mais imaginação, a Polícia Federal sacou um “relatório parcial”, logo “vazado” para imprensa e TV. Pronto, Lula voltou à proeminência do noticiário. Acompanhado, como convém, por Dilma Rousseff. E, de quebra, Aloizio Mercadante.

Ainda aquela história de que quiseram obstruir a Lava Jato, os dois primeiros com a nomeação de Lula para ministro da Casa Civil. Mercadante, por aconselhar calma a Delcídio Amaral, ainda tido, na ocasião, como pessoa séria.

Mas, de fato, não é “aquela história”. É aquela fraude. No episódio, ilegal foi a conduta de Sergio Moro. Três vezes: ao desprezar o excedente de mais de duas horas entre o prazo de escuta telefônica, por ele mesmo fixado, e o telefonema gravado pela PF; ao divulgar, ele próprio, a gravação ilegal; e fazer o mesmo, sem razão para isso, com uma conversa entre Marisa Lula da Silva e um filho.

O decano pouco liberal do Supremo, Celso de Mello, mencionou na semana passada que foro privilegiado, por transferência de um processo para o Supremo, não interfere e muito menos interrompe o processo. Muda o nível de tramitação, não mais. Deveria ser verdade. Mas é só meia verdade. Porque no Supremo vale para alguns, como Temer e Moreira Franco. Para outros, não, como negado para Lula e, por extensão, para Dilma. Feito de Gilmar Mendes, ministro à direita de Celso de Mello.

Os cursos de Direito precisam acabar com o ensino de leis e de como as empregar. O que vale hoje, está visto, são os truques, capazes até de tirar um presidente da República que as leis não puniram.

Mais um truque está em gestação, agora entre o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e o ministro Luiz Fux, do Supremo.

A lei exige que seja verificada a autenticidade das assinaturas do “projeto popular” proposto pela Lava Jato – aquele que propõe até a aceitação de provas ilícitas. A Câmara não tem como verificar dois milhões de autenticidades. Os dois poderosos combinam a solução: apenas serão lidos por funcionários, sem exame algum, os nomes, endereços e números declarados de títulos eleitorais.

Até que comece a leitura, a proposta da Lava Jato é um AI-5 envergonhado. Da leitura em diante, seguirá como fraude. A lei será burlada e ao resultado da burla será dada falsa validade legal.

Está feita a primeira reforma dos novos tempos: direito é truque.

QUE GRAÇA

Resultado de uma trucagem na Anatel, rompendo a partilha da telefonia durante o governo Lula, a Oi tornou-se dona do sistema de telefones fixos em quase todo o país. Errou na ambição e na execução.

Tenta negociar uma “recuperação judicial”, com dívida de R$ 65,4 bilhões. A proposta da Oi inclui, além de outros benefícios celestiais, que os R$ 20 bilhões de sua dívida com a União e com a Anatel, logo, com o país, transformem-se em investimentos ainda por projetar. Quer dizer, resultem em aumento patrimonial da empresa e, portanto, em ganho sobretudo dos seus controladores. Um truque da indecência.

A Anatel já se demonstrou incapaz para conduzir o problema a uma solução. A bomba passou à Casa Civil, com a AGU em busca de um truque salvador. Se a semifalida, os credores e os pretendentes a uma pechincha não se entenderem, o truque será uma intervenção governamental. Um credor gerindo a devedora. Com os truques de praxe.

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

9 Comentários

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  1. qual seria o problema nas mão

    qual seria o problema nas mão do mimimSHELL? me preocupa muito… fico preocupado mesmo.

    sempre tenso, todo duro, principalmente o polegar do joínha…

    seria muito sildenafil? pq algo de tensor ocorre por ali….

     

    seria decorrente de 11milha na maozinha recebido dentro de casa? isso deixa qq um transtornado….

    talvez algo relacionado a um complexo e inferioridade q o coloca sempre sendo persegido, se escondendo…..soh encomendando uma menina na loja pra relaxar mesmo. pena q não deu pra conseguir aquela advogada, hein MymimiSHEL? né não?

    so essa ‘formada em direito’ mesmo… mas jáquebra um galho, já deu até uma capa no magazine civvita.

     

  2. Predominar mesmo, predomina o

    Predominar mesmo, predomina o Lula, sobretudo depois da ultima pesquisa apontando sua liderança. Temer e sua Camarilha é um momento muito ruim da nossa historia, que atravessaremos aos trancos e barrancos até o proximo eleito tomar posse. Isso se chegarmos la ainda com um Pais para governar e chamar de nosso.

    1. Naftalina e baratas cascudas repelem-se

      Qual o seu problema com cheiro de naftalina, Anarquista Sério?

      O cheiro de esgoto, porventura, é mais agradável?

    2. É bem mais fácil atacar o mensageiro do que refutar a mensagem

      Atacar o mensageiro requer menos esforço mental do que refutar a sua mensagem.

      Um ad hominem básico. Isso é uma falácia, Sr. Anarquista Sério.

  3. Neoliberais

    “(…) com dívida de R$ 65,4 bilhões. A proposta da Oi inclui, além de outros benefícios celestiais, que os R$ 20 bilhões de sua dívida com a União e com a Anatel,(…)”.

    Onde estão os neoliberais e suas teorias econômicas que pregavam que a iniciativa privada faria melhor e mais barato sem precisar de ajuda do Estado?

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