Federação Nacional de policiais rechaça ideia de Moro sobre autonomia para diretor da PF

Neste ponto particular, o ex-magistrado está sendo induzido ao erro, ao assumir um discurso fabricado no seio de entidade associativa corporativista, representante de ala minoritária dentre os servidores da PF

Da FENAFEP

A Federação Nacional dos Policiais Federais (FENAFEP), entidade que representa cerca de 14 mil policiais federais em todo o País, vem esclarecer a notícia “Moro diz ser favorável à autonomia para diretor-geral da PF”, publicada em alguns portais de notícia nessa segunda-feira (1º). Essa Federação acredita que qualquer projeto que se assemelhe à malsinada PEC 412/09 (vide análise abaixo), cuja constitucionalidade sequer foi admitida depois de 10 anos de tramitação e conta com o repúdio da esmagadora maioria dos Policiais Federais, Ministério Público e integrantes de outras corporações policiais, deve ser rechaçada, em razão de ser matéria atentatória ao estado democrático de direito, ao conceder pretensa e falaciosa autonomia a um braço armado do Estado, ou a um cargo do executivo, como pretendem seus idealizadores.

A Polícia Federal, como dito, é um braço armado do Estado e, portanto, já possui autonomia investigativa e técnica e não deve se munir desse argumento, que em nada contribui para a discussão e para a melhoria do sistema de segurança pública – já falido.

A fala do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, em nada representa a opinião da maioria esmagadora dos policiais federais representados por essa Federação. Reiteramos que essa falsa autonomia pregada pela proposta que tramita no Congresso em nada contribuirá para o órgão e que a generalização de que entidades sindicais e associativas concordam com tal ideia foi feita de forma irresponsável e não retrata a verdade do sindicalismo no País.

Endossamos que esses esclarecimentos se fazem necessários à sociedade que tanto acredita na Polícia Federal. Não podemos permitir que desatinos de modificação do aparelho democrático nacional façam de uma das instituições mais respeitadas pela população apenas um “parapoder”, sucumbindo em posicionamentos corporativistas e classistas.

Reiteramos nossa absoluta confiança na capacidade técnica e idoneidade ilibada do Ministro Moro. Entretanto, entendemos que neste ponto particular, o eminente ex-magistrado está sendo induzido ao erro, ao assumir um discurso fabricado no seio de entidade associativa corporativista, representante de ala minoritária dentre os servidores da PF.

Enquanto temas como a reformulação do modelo de segurança pública forem deixados de lado para se buscar a implementação de medidas que mais servirão para saciar interesses egoísticos e a vaidade de determinadas associações classistas, a segurança pública do Brasil continuará amargurando índices alarmantes de violência, a exemplo dos mais de 60.000 homicídios por ano.

A Fenapef ressalta o compromisso com os policiais federais por ela representados e com a sociedade, que ainda acredita numa polícia justa, honesta e a serviço do povo.

Redação

10 Comentários

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  1. Em golpe de Estado tudo é possível.
    Oras,se nem as forças armadas tem autonomia (pretensamente),já que o comandante (pretensamente) é o presidente da república,porque uma instituição de Estado,subalterna a ministro e presidente da república teria esta autonomia? Seria o quinto poder?
    Só pode ser brincadeira dessa gente. Mais fumaça para acobertar a doação do país aos estrangeiros e acabar com os direitos sociais.
    A Polícia Federal é uma políca do Estado brasileiro e a ele deve submeter-se,caso contrário,como temos visto,sujeitas a outros poderes.sabe-se lá quais,não eleitos pelo povo,para agir contra o povo.
    É o fim!

  2. Querem monopólio em tudo que tem
    Entregar o nosso Brasil para o estado
    Unidos poriso que o poder
    Sérgio moro daí apouco tira a Vaz do povo o direito de ir e vir

  3. Sobre a genial ideia de Moro, participe deste governo que quer mais armas, agrotóxicos, menos dinheiro e direitos para o povo sobre baratear o cigarro, provavelmente para prejudicar os mais pobres, o Dr Drauzio Varella fez um vídeo:
    https://www.youtube.com/watch?v=UNW8TFZeJGQ

    Eles podem não ser nazistas, mas usam muitos dos recursos deles: mentiras, silêncio conveniente, mortandade em massa, propaganda ideológica disfarçadas

  4. O rapaz aí encima não entendeu nada! A proposta do Moro que nós Policiais Federais não aceitamos e de deixar para o diretor geral a decisão de fazer concursos públicos, separando o número de vagas que lhe convém e a liberdade de escolher onde vai aplicar a verba destinada a polícia federal. É isso. Nada de poderes absolutos a PF… O pessoal fala demais.

  5. Do Médico Dráuzio Varella para o Ministro $érgio Moro:

    “Eles dizem que no Paraguai os impostos são baixos e o cigarro é mais barato, aí nós temos o contrabando de cigarros paraguaios, de má qualidade, para o Brasil e os fumantes deixam de fumar os cigarros de melhor qualidade porque os impostos daqui são mais altos. Que conversa é essa? Existe cigarro de boa qualidade? Existe câncer de pulmão de má qualidade e boa qualidade?”

    O que acontecerá se o Ministro $érgio Moro baixar os impostos sobre os cigarros aqui no Brasil?

    Ora, os nossos cigarros ficarão mais baratos e piorarão sua qualidade, tal como acontece no Paraguai. Em tal hipótese, o câncer de pulmão do Brasil terá sua qualidade reduzida.

    Só tem jênios nesse governo.

    Por falar em jenialidade, cadê a conge do Camundongo de Curitiba?

  6. A FENAPF infelizmente é contra tudo que for proposto por Delegados. Ela é dirigida por individuos que não conseguiram ingressar na carreira de Delegado através de concurso público, por isso só interessam alterar a legislação para que possam ascender na carreira sem concurso.
    É como se oficial de justiça e chefe de cartório fossem “promovidos” a juiz. Ou analista para promotor de justiça. Afinal têm muita experiência, né?Esqueceram que o funcionalismo público efetivo é composto de cargos e carreiras. Precisam voltar ao Direito Administrativo.

  7. Fui Escrivão de Polícia Federal por muitos anos. Após a conclusão do curso de direito, fiz concurso público e passei para Delegado de Polícia Federal. Hoje estou aposentado, mas continuo a ter orgulho fez ter trabalhado no DPF. O que quero dizer é que essa luta de alguns dirigentes dessa FENAPEF é antiga, objetivando poder ter as mesmas atribuições que um Delegado de Polícia Federal, sem necessidade de realizar um concurso público. Quando entrei para o DPF, os cargos de Escrivão, Agente e Papiloscopista Policial Federal exigiam apenas o nível médio. Posteriormente, passou a ser exigido curso superior para todos os cargos. Mas, mesmo os que ingressaram no DPF já com a exigência do nível superior, se querem ter as mesmas atribuições de um Delegado, porque fizeram concurso para Agente, Escrivão ou outro qualquer? Tenho amigos em todos os cargos dentro do DPF, a maioria deles muito competentes, sem os quais não teria conseguido realizar minhas atribuições, mas, como dizem, “cada macaco no seu galho”.

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