Segunda agência a rebaixar o país neste ano considera “persistentes e grandes déficits fiscais” e “crescente fardo da dívida pública”, reforçando discurso pela reforma da Previdência
(Foto Divulgação)
Jornal GGN – A agência de classificação de risco Fitch rebaixou a nota do Brasil. A decisão foi divulgada nesta sexta-feira (23) reduzindo a classificação de crédito soberano do país de BB para BB-, porém a perspectiva foi alterada de negativa para estável.
A agência norte-americana destacou como motivos no relatório publicado hoje “os persistentes e grandes déficits fiscais, um alto e crescente fardo da dívida pública e a falta de legislação sobre reformas que melhoraram o desempenho estrutural das finanças públicas”.
Um ponto observado foi a intervenção federal no Rio de Janeiro, afastando de vez da Câmara a pauta da Reforma da Previdência, ponderando que o “revés” reduz ainda mais a confiança do mercado nas finanças do país, avaliando ainda a falta de capacidade da gestão Temer em atuar no “ambiente político desafiador”:
“Por exemplo, o governo não conseguiu obter apoio para impor imposto para certos fundos de investimento e aumentar as contribuições de pensões dos funcionários públicos, enquanto uma decisão judicial suspendeu o adiamento de reajustes salariais para trabalhadores do setor público federal”, comenta.
Segunda agência a rebaixar Brasil
Com a decisão da Fitch já são duas das três principais agências de classificação de risco a rebaixar a nota do Brasil. Em janeiro, a Standard & Poor’s reduziu a pontuação do país de BB para BB-, ainda dentro do espectro do grau especulativo e três abaixo grau de investimento seguro, abordando os mesmos argumentos hoje utilizados pela Fitch, ao colocar a situação previdenciária do Brasil como decisiva para o acerto das contas públicas.
A S&P também ponderou a repercussão negativa do debate sobre a regra de ouro, que proíbe a União fazer dívidas para pagar gastos correntes, que o governo Temer tinha a intenção de suspender até 2026 e depois voltou atrás.
Falta agora o posicionamento da Moody’s. Em abril 2008 o Brasil foi classificado pela primeira vez com o grau de bom pagador passando da categoria de especulação (BB+) para grau de investimento (BBB-) pela S&P, seguido pela Fitch Ratings, em março do mesmo ano e, somente em setembro de 2009, pela Moody’s. O Brasil começou a perder o grau de investimento durante crise política intensificada no governo Dilma, em 2015, inicialmente em setembro daquele ano pela S&P.
O que muda
Na prática, a avaliação das agências de risco impactam no custo dos empréstimos do governo e empresas do Brasil que passam a ficar mais caros, protegendo os investidores de fora do risco de calote.
As três agências são especializadas em analisar para seus clientes a capacidade de um país honrar dívidas de curto e longo prazo com notas que determinam desde o selo de bom pagador até o carimbo de elevado grau de mau pagador.
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