FMI: América Latina terá maior recessão da história

Região se tornou epicentro da pandemia do coronavírus, o que vai contribuir para a queda de 9,4% do PIB regional; cenário futuro é de incerteza

Foto: Reprodução

Jornal GGN – A América Latina se tornou o epicentro mundial da pandemia do coronavírus, o que deve levar a região a ter a maior recessão econômica de sua história, com a contração do PIB (Produto Interno Bruto) da região projetada para 9,4% neste ano, segundo dados do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Em texto publicado no blog da instituição, o diretor do departamento do hemisfério ocidental do FMI, Alejandro Werner, afirma que as taxas de infecção e mortalidade per capita da pandemia de Covid-19 na região estão se aproximando dos patamares registrados na Europa e nos Estados Unidos, com o número total de casos na América Latina e Caribe se aproximando de 25% do total mundial.

“Nesse ambiente, os países devem ser cautelosos ao considerar reabrir suas economias e permitir que dados e conhecimentos científicos guiem o processo. De fato, muitos países da região têm altos níveis de informalidade e estão mal preparados para enfrentar novos surtos da pandemia, com alta ocupação de unidades de terapia intensiva e baixa capacidade de teste e rastreamento”, afirma Werner.

O executivo destacou ainda que a pandemia pode piorar e durar mais tempo, o que vai contribuir para a piora da economia, afetando os balanços corporativos e aumentando a desigualdade social na América Latina.

Em seu texto, o diretor do FMI afirma que a prioridade imediata da política fiscal é de proteger a vida e a renda das famílias, o que exige a priorização de gastos e a sua eficiência. “As autoridades terão que encontrar maneiras criativas de alcançar diferentes segmentos da sociedade, especialmente onde a informalidade é alta”, explica Werner.

Segundo o representante do FMI, as consequências das respostas à pandemia e à política econômica também levantam preocupações sobre a sustentabilidade da dívida de médio prazo em vários países. Quanto à política monetária, o executivo diz que ela deve permanecer acomodatícia, por conta das baixas pressões inflacionárias, os hiatos negativos do produto e o alto desemprego.

A entidade divulgou suas novas projeções para a atividade econômica na última quarta-feira: o prognóstico para o Brasil aponta um recuo do PIB na ordem de 9,1%, com recuperação de 3,6% em 2021. Com relação à economia global, o FMI projeta queda de 4,9%, acima da retração de 3% prevista anteriormente.

(com informações de O Estado de São Paulo)

 

Leia Também
FMI piora prognóstico econômico para o Brasil em 2020
Estrangeiros colocam investimento no Brasil em risco
Novo calendário evidencia intermitência do auxílio emergencial
Do Banestado à Lava Jato: o passado de Sergio Moro
Redação

0 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador