Fora de Pauta

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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  1. Sobre Cuba e Fiedel

    SOBRE CUBA E FIDEL CASTRO

    Faleceu o Comandante Fidel Castro que muitos diziam ser o dono da ilha caribenha Cuba.  Muitos  lamentam, muitos festejam e muitos não sabem porque se lamenta ou se festeja. 

    Aos que diziam que ele era o dono da ilha podemos afirmar que não somos donos de nada tendo em vista que nada levamos quando partimos desse mundo.  Fidel partiu e a ilha está lá onde sempre esteve. 

    Ele e seus seguidores não deram um golpe de estado para tomar o poder, fizeram uma revolução para chegar a ele.  A diferença é a presença do povo.  Antes de Fidel, Cuba sofreu vários golpes de estado e tentativas de se tomar o poder através de movimentos revolucionários.  Cuba foi também protetorado dos EUA durante muitos anos.  Alguns golpes foram bem sucedidos, outros não.  Quanto aos movimentos revolucionários nenhum deles conseguiu atingir o objetivo, inclusive a primeira tentativa de Fidel.  Ele foi preso, julgado e condenado a 15 anos de prisão por atacar o quartel de La Moncada junto com um pequeno número de seguidores.  Libertado pouco tempo depois exilou-se no México, onde reiniciou os preparativos para uma nova tentativa de fazer a revolução cubana.  Foi durante esse período que ficou conhecendo o médico argentino Ernesto “Che” Guevara, o outro líder da revolução. 

    Pode-se perguntar: Qual foi então o segredo utilizado por Fidel para conseguir realizar a sua revolução e sair vitorioso? Por que a população o apoiou?  Para se levar a cabo uma revolução é imprescindível contar com o apoio da população e, para ter a população a seu lado, para contar com ela, o líder deve mostrar ao povo o que está errado no país e dizer claramente como os erros serão corrigidos.  Foi exatamente isso que Fidel fez em Cuba. 

    Ciente que sua força era pequena ele não iniciou a revolução pela cidade, ele o fez pelo campo, em uma área pouco povoada pois sabia que o camponês era explorado, não tinha boas condições de trabalho nem assistência governamental e, principalmente, não tinha acesso à terra.  40 por cento das plantações de cana e tabaco (terras produtivas) estavam em mãos de estrangeiros e grande parte do restante das terras era controlada por cubanos latifundiários, partidários dos mesmos objetivos que os estrangeiros.  Inicialmente, com um discurso dirigido aos camponeses, ele afirmava e prometia que, se vitorioso, as grandes fazendas seriam objeto de uma reforma agrária e que a terra seria redistribuída aos camponeses que desejassem produzir.  Informava ainda que, junto com a terra, seria fornecida a assistência governamental necessária.  Conforme ia angariando simpatia no campo ele passou a introduzir em seu discurso itens que tanto o camponês quanto os habitantes das vilas e pequenas cidades percebiam que estava faltando ou era de má qualidade.  Educação e saúde passaram a fazer parte do que era comunicado à população.  Fidel prometia educação gratuita em todos os níveis e saúde pública aos cidadãos cubanos.  Em ambos os casos o Estado seria o provedor.  Com esse discurso mais adeptos passaram a fazer parte de seu grupo.  A população estava realmente desassistida e ele sabia disso muito bem.  Ao se aproximar de Havana seu discurso foi novamente modificado pois agora ele falava para trabalhadores um pouco mais esclarecidos.  Ele passou a atacar a máfia americana dos casinos, a prostituição, o consumo de drogas e a corrupção no governo do ditador Fulgêncio Batista.  A promessa era acabar com os casinos e expulsar a máfia que controlava a atividade de turismo, a maior da capital.  Informava também que as exportações não poderiam continuar em mãos de estrangeiros pois o produto fabricado duramente por cubanos era exportado com pequena margem de lucro e que o importador (normalmente os EUA) era o grande beneficiado pois realizava a maior parte do lucro na revenda.  Utilizando-se dessa correta comunicação ele acabou chegando em Havana, a capital, tendo uma multidão a aplaudi-lo, a apoiá-lo e a ajudá-lo a implantar o que havia prometido.

    Na execução de seus planos para toda a população da ilha de Cuba nem tudo saiu conforme planejado.  Em alguns itens ele obteve sucesso mas em outros deixou a desejar. 

    Onde Fidel acertou

    Foi o médico Che Guevara quem convenceu Fidel a dar educação e assistência médica a toda população e às custas do Estado.  Aí vem a pergunta: Mas de que maneira Che Guevara conseguiu convencer Fidel a dar esse suporte ao povo?  Resumidamente, a ideia básica de Che era: – nós, seres humanos, quando nascemos, necessitamos de uma correta alimentação e cuidados médicos.  É dever das famílias fornecerem esse suporte mas se, por qualquer que seja a razão, isso não for possível, cabe ao Estado suprir essas necessidades básicas.

    Após essa etapa, vem a educação que deve ser oferecida também pelas famílias ou, na ausência dessa, pelo Estado, para que aquela vida efêmera venha a ser um cidadão útil à toda a sociedade.

    Foi dessa maneira que Che convenceu Fidel a dar esse suporte em áreas tão carente em Cuba. E deu tão certo que passou a ser a bandeira de Cuba nas comparações futuras de índices sociais, publicados internacionalmente.  Cuba foi o primeiro país da América Latina a erradicar a miséria e o analfabetismo.  Hoje, Cuba possui médicos espalhados por todo o mundo, inclusive em nosso país. 

    Essa é a diferença entre nós, países dito “capitalistas” e a ilha de Cuba. Nenhum país subdesenvolvido conseguiu dar à sua população educação e saúde de qualidade igual a Cuba.  Sejamos honestos, nos itens saúde e educação devemos tirar o chapéu para a ilha de Cuba.

    Onde Fidel errou

    Um dos erros de Fidel foi na execução da reforma agrária.  Concordo quanto a necessidade da desapropriação de terras mas discordo da maneira como ela foi executada.  Por ser filho de um latifundiário ele conhecia muito bem o pensamento da classe dominante e sabia que, em se tratando de terra, há que se ter tato para lidar com o assunto ou com o dono.  Não se sabe ao certo se ele desejava dar um prejuízo nos latifundiários por terem explorado o povo cubano ou se desejava apenas mostrar poder.  O fato é que ele não chegou nem a dialogar com a classe, fez um decreto desapropriando as terras e indenizando os proprietários pelo valor que constava na declaração do imposto de renda do ano anterior à desapropriação.  Lá, como aqui, o valor declarado e registrado em cartório é sempre inferior ao valor real de cada propriedade então, o prejuízo foi grande para quem foi obrigado a deixar suas terras.  Essa decisão fez com que a quase totalidade dos latifundiários, objeto das desapropriações, se retirassem do país levando consigo o capital que seria necessário aos investimentos em outras áreas.  A principal consequência da reforma agrária e demais estatizações realizadas foi despertar a ira dos EUA que não aceita ver seus empresários banidos dos próprios negócios, onde quer que estejam.  Se Fidel tivesse utilizado a diplomacia ou negociação para chegar aos objetivos talvez não sofresse, de imediato, o embargo econômico imposto pelos EUA. 

    Quando se observou não haver queda na produção após a substituição no comando das terras e das empresas ficou demonstrado, principalmente para a comunidade internacional, que o ilha iria se transformar em um país socialista.  Como Cuba não possuía um parque industrial que lhe garantisse a independência quanto a peças de reposição, máquinas, equipamentos e outros bens, rapidamente começou a sofrer os efeitos do embargo econômico.  Com a escassez se aproximando Fidel se viu obrigado a fazer um acordo com a URSS para suprir as necessidades de bens de consumo e de capital da ilha.

    Mas o que preocupava mesmo os EUA não era o acordo que Fidel fez com a URSS, não era o regime ditatorial implantado pelo novo governante e muito menos as estatizações ou desapropriações executadas.  O que os EUA temiam era a ideia da socialização dos meios de produção, que começava a ser colocada em prática em Cuba.Por ser um país capitalista onde é a iniciativa privada que comanda as ações e é a dona dos meios de produção cujo objetivo é o lucro, a simples ideia de uma economia centralizada, dependente de decisões governamentais quanto a produção e tendo a partilha dos resultados como objetivo, fez surgir no governo americano o receio de que essas ideias pudessem se propagar junto à sua população. 

    O governo americano desenvolveu então,uma campanha junto à população no sentido de não mostrar as realizações de Cuba, principalmente nas áreas de saúde e educação, para que não viesse a ser exigida, em seu território, realizações idênticas.  Os meios de comunicação mostravam apenas as tentativas de Fidel de conter a oposição a seu governo, tais como prisões, execuções e grande imigração.  Como os meios de comunicação do mundo ocidental sofrem a interferência dos EUA foi fácil esconder a parte boa e propagar somente a parte ruim da administração castrista.   

    Dessa forma, foi contida a propagação das realizações socialistas na ilha e apenas a difamação de seu líder máximo, Fidel Castro, foi o que se viu. 

    Após anos de resistência ao cerco econômico, militar, diplomático e midiático Cuba levou, finalmente, os EUA à mesa de negociação para por fim ao injusto embargo econômico.  Para isso, Fidel e, agora Raul, contaram com o apoio de alguns países importantes no cenário mundial, inclusive o Vaticano, mas, principalmente, tiveram o apoio do povo cubano.

    Mas duas coisas podem estar por trás dessa iniciativa de diálogo e devem ser observadas: 1ª) Os EUA podem estar receosos de não participarem da abertura cubana para a economia de mercado; e 2ª) Pode ser uma tentativa do governo de Washington de retirar Cuba da área de influência da Rússia, oferecendo para isso as benesses do capitalismo, tais como capital para investimento e modernização tecnológica.

    Tudo que ocorreu durante o governo de Fidel pode ser creditado à Guerra Fria e à tentativa dos EUA de conter a propagação das ideias socialistas em seu território.

    É sabido que Cuba não é um país rico como o nosso, é ainda um país subdesenvolvido mas nas áreas de educação e saúde ele está bem a frente dos demais.  Fidel resumiu muito bem as suas realizações em apenas uma frase: “Essa noite, milhões de crianças vão dormir na rua. Nenhuma delas é cubana”.

    O Comandante Fidel se foi mas deixou sua marca na história.  Sua passagem por esse mundo ainda será discutida, analisada e estudada por muito tempo, no meio acadêmico ou fora dele. 

    ==========

  2. Collor e Moro

     Collor e  Moro: criações da Globo.

    Resultado de imagem para MORO CONFRATERNIZA COM AÉCIO E REVOLTA ESQUERDA

    Fernando Collor de Mello foi criação da Globo, na eleição de 1989. Ele, além de caçar os marajás, iria colorir o país. As cores sumiram e tragicamente o povo, contrariando seu pedido de colocar o verde e amarelo na janela, colocou o preto de luto, nas vésperas de seu impeachment.

    A Globo foi a criadora de Collor e também seu principal algoz. Collor foi lançado pela Globo depois do um crescimento geométrico de uma liderança operária.

    Assim, com o apoio da maior central sindical do país, a CUT, e dos movimentos sociais, com apoio da igreja católica, surgia o líder operário Luis Inácio Lula da Silva.

    Primeiro, Lula perdeu a eleição para Collor, num golpe sujo dado pela Globo. Isso porque, depois do período permitido pelo TSE,  transmitindo os melhores momentos de Collor no último debate no Fantástico e no Jornal Nacional.

    Na ocasião, um dos maiores jornalista da TV, Armando Nogueira, negou-se a fazer esse jogo sujo da Globo e foi sacrificado.  Mais tarde, Lula foi eleito e reeleito e também elegeu Dilma sua sucessora.

    Na reeleição de Dilma, a Globo, mancomunada com a Veja e Sergio Moro, lançou a farsa de que Lula e Dilma saberiam da corrupção na Petrobrás. E na véspera da eleição divulgou essa tramoia, também à revelia do TSE, que já tinha proibido a matéria mentirosa. Na ocasião, o adversário de Dilma, Aécio Neves, chegou a gravar o vídeo da vitória, mas foi derrotado. Aécio nunca perdoou Dilma pela derrota e foi o principal articulador de seu impeachment.

     Moro, um juiz de primeira instância, foi premiado pela Globo como homem que faz a diferença. Alimentado pela máxima de Brizola: “Se a Rede Globo for a favor, somos contra. Se for contra, somos a favor!”. A partir da denúncia falsa da campanha visando ajudar Aécio e dos ensinamentos de Brizola, comecei a perceber as intenções de Moro.

    Um juiz correto não faz campanha para candidato e nem articula para destruir a principal empresa do país.

    A Lava Jato, durante dois anos, vazou para a mídia, principalmente a Globo, delações para manchar a imagem da Petrobrás. Como fizeram na Privataria Tucana, essa trama maquiavélica é conhecida, pois  entreguistas primeiro desmoralizam uma empresa, para assim entregá-la mais barato! Isso com o povo batendo panela, acreditando que iriam acabar com a corrupção.

    Entretanto os corruptos da Petrobrás  não estão presos, já que depois de mancharem a imagem da empresa “pagam” suas penas em casa, verdadeiros clubes de lazer construídos com dinheiro da corrupção. Nem tornozeleira eletrônica estão usando mais, por decisão de Moro.  

    A  Lava Jato, além de ajudar Aécio nas eleições, finge que não vê quando a corrupção envolve tucanos, apesar dos aviões de provas e convicções contra eles, como no governo tucano de FHC na Petrobrás e agora na gestão suspeitíssima do tucano Pedro Parente na Petrobrás, numa queima total do patrimônio do povo.    

    Moro ainda teve a cara de pau de convocar os procuradores americanos para investigar a Petrobrás, legitimando a espionagem e prejudicando o Brasil para ajudar os gringos. Também para ajudá-los, Moro está mandando os corruptos da Petrobrás testemunharem contra a empresa brasileira nos tribunais estadunidenses. Moro trabalha para o Brasil?

    Todo mundo sabe que é falsa a acusação contra a Petrobrás. Os tribunais americanos alegam que corrupção seria a causadora na queda do valor das ações, mas houve queda dos papeis em todas as petroleiras no mundo, não foi só na Petrobrás.

    Os EUA com apoia da Arábia Saudita, fizeram o petróleo cair de US$140 para US$ 30, no mercado internacional,  aumentando a oferta de petróleo no mercado para derrubar o preço do Barril, para prejudicar países produtores como a Rússia, Irã, Venezuela e Brasil.

    Na verdade a Petrobrás foi vítima dessa política americana. E essas ações na justiça vão gerar multas astronômicas contra a Petrobrás. Tudo isso com a ajudinha do juiz Sérgio Moro.

     A corrupção existe em todo lugar do mundo, seria muito bom prender os corruptos, mas não destruir a empresa! Moro faz o contrário!

    Há cerca de um ano e meio, fiz o enterro simbólico de Sérgio Moro, na Cinelândia, no Rio, aproveitando um ato, creio do ‘Fora Cabral’, e até o fim do ano de 2016 vou lançar um livro, a outra Face de Sérgio Moro.

    Por isso a confraternização de Moro com Aécio Neves não me causa surpresa (1). Aécio é o recordista de delações na Lava Jato, chefiada por Moro mas segue livre, leve e solto. Aécio tem o que agradecer.

    Moro não decepciona a esquerda, mas constrange a direita, que o considerava um herói.   

    Moro: Globo e você tudo a ver!   

     

    Fonte: http://www.brasil247.com/pt/247/minas247/269197/Moro-confraterniza-com-A%C3%A9cio-e-revolta-esquerda.htm

     

    Rio de Janeiro, 07 de dezembro de 2016       
                              

    Autor: Emanuel Cancella, – OAB/RJ 75 300 

    Emanuel Cancella que é da coordenação do Sindipetro-RJ e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP)

    (Esse artigo pode ser reproduzido livremente)

    OBS.: Artigo enviado para possível publicação para o Globo, JB, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de comunicação.

     https://www.facebook.com/emanuelcancella.cancella

     http://emanuelcancella.blogspot.com.

     

  3. Aprendi nos bancos escolares
    Aprendi nos bancos escolares (Direito), que a justiça e erga omnes, isto é, igual para todos.
    Assim, pergunto: 1)se eu ou qualquer cidadão brasileiro deixar de cumprir ordem judicial o que acontece?
    2) e se presidente do Senado descumprir ordem judicial?
    3) Então, somos todos iguais perante a lei?
    4) Temos Justiça neste país?

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