Fora de Pauta

Uma mão fora do lugar

Uma mão fora do lugar e a descoberta do raio X

Em 1895, o físico alemão Wilhelm Röntgen descobriu alguns raios novos. Para testar suas propriedades, ele colocava diferentes objetos na frente desses raios. Por acaso, sua mão cruzou os raios. O que o cientista viu o deixou em estado de choque: conseguia ver através de sua mão e apenas os ossos não ficavam transparentes.

A observação de Röntgen revolucionou a medicina e os raios X foram assim chamados por seu descobridor.

O constrangimento

O constrangimento de um cientista e o vidro inquebrável

 Em 1903 Édouard Benedictus acidentalmente deixou cair um matraz ( recipiente de vidro usado em laboratório) no chão. Para sua surpresa, ele não se quebrou em mil pedaços, apenas rachou. O cientista lembrou que, antes da queda, ele havia feito um teste que deixara nas paredes do frasco uma fina camada de nitrato de celulose.

Benedictus tinha feito um sanduíche usando dois vidros colados com uma camada de nitrato de celulose. Este vidro suportava golpes de martelo: ele rachava, mas não se quebrava em pedaços.

Assim, surgiu o vidro laminado, que ainda é usado. Graças a ele, durante um acidente, o motorista e os passageiros certamente não morrem por causa de ferimentos causados por cacos de vidro.

A desorganização que levou

A desorganização que levou à descoberta da penicilina

O cientista escocês Alexander Fleming não era lá muito organizado. Ele se esqueceu de limpar seu laboratório, deixando estafilococos em uma placa de Petri e saiu de férias durante duas semanas.

Durante todo esse tempo, ninguém entrou no laboratório. Quando Fleming voltou, encontrou algo surpreendente. As placas tinham sido contaminadas por uma espécie de bolor e os estafilococos tinham morrido.

O bolor, na verdade, era uma variedade do gênero Penicillium e Fleming concluiu que possuía propriedades bactericidas. Bingo! Estava descoberta a penicilina e os antibióticos, que, até hoje, salvam milhares de vidas evitando infecções bacterianas.

O erro de tradução que levou

O erro de tradução que levou à bomba atômica

Em 1945, os Estados Unidos exigiram a rendição do Japão. Em resposta, o então primeiro ministro japonês Suzuki usou a palavra ’mokusatsu’, que pode ser traduzida como: ’sem comentários’, ’fico em silêncio no momento’ ou ’vamos pensar sobre isso’.

Na tradução, esta palavra foi traduzida como: ’não sabemos’, depois como ’nós rejeitamos’ e ’estudamos o assunto com desprezo’.

Tal resposta ofendeu o presidente dos Estados Unidos, Harry Truman, o que o levou a lançar as bombas atômicas sobre o Hiroshima e Nagasaki.

9 pequenos detalhes que

9 pequenos detalhes que mudaram o rumo da história

 Você já parou para pensar na importância de determinados fatos aparentemente sem importância para o desenrolar da história? Já se perguntou, por exemplo, como seria o mundo hoje se Hitler não tivesse nascido? Ou se D. João VII não tivesse fugido de Napoleão em 1807 e mudado com toda Corte para o Brasil? Como seriam, nesse caso, os destinos do Brasil e de Portugal?

Veneno de cobra-real – US$

Veneno de cobra-real – US$ 153.000 por 3,78 litros

A cobra do rei é uma das serpentes mais venenosas do Planeta Terra. E seu veneno é um ingrediente essencial para fazer fortes analgésicos, e soros.

Um litro chega a valer US$ 15

Um litro chega a valer US$ 15 mil

 O sangue de caranguejo–ferradura é necessário em grandes quantidades, uma vez que é usado para determinar se um produto médico está contaminado.

 Insulina – US$ 9.400 por

 Insulina – US$ 9.400 por 3,78 litros

Como sabemos, o pâncreas produz insulina no corpo humano. No entanto, aqueles que sofrem de diabetes muitas vezes lutam para produzir insulina suficiente, e por isso precisam de insulina produzida bioquimicamente para ajudar a atender às suas necessidades. Embora seja mais barato do que o orgânico, é um líquido bastante caro.

Tinta preta de impressora –

Tinta preta de impressora – US$ 2.700 por 3,78 litros

 É uma tática engenhosa de negócio que as empresas usam para ganhar dinheiro. Eles vendem suas impressoras a um preço baixo, e lucram vendendo os cartuchos de tinta. A tinta preta, em particular, é mais cara do que as outras cores.

Sangue humano – US$ 1.500 por

Sangue humano – US$ 1.500 por 3,78 litros

 Sangue não deve custar muito, porque ele existe relativamente em abundância, certo? Mas, francamente, isso não ajuda a reduzir o custo do sangue ao todo. O custo do sangue depende principalmente do tipo de sangue – existem alguns tipos que são bastante raros e, portanto, são extremamente caros.

Mas, além disso, é o custo do processamento que o torna tão caro.

Com classe ,inteligência e

Com classe ,inteligência e sutil crítica ao prefeito de SP–sem citar nome ou sequer a cidade.

Meu fascista interior

Marcelo Coelho

Era um lindo domingo de maio, eu dirigia o carro tranquilamente, sem trânsito nem nada urgente a fazer.

Passou um homem de bicicleta. Usava capacete, tinha uns 20 anos menos do que eu, barba ruiva e óculos de sol bem moderninhos.

Algo dentro de mim se revoltou. Não foi propriamente um pensamento. Mas veio a vontade de dizer entre dentes: “Ciclista filho da p…”.

Repito, não penso assim. Acho uma excelente notícia que, aos poucos, a bicicleta substitua o carro; a cidade se civiliza. Na pior das hipóteses, os ciclistas não fazem mal a ninguém.

Por que, então, aquela vontade de xingar?

Quem surgia, certamente, era o meu fascista interior. Tento escutá-lo. O que me incomodava no ciclista, basicamente, só podia ser uma coisa.

O ciclista era melhor do que eu. Mais esperto, mais jovem, mais descolado. Sem me ver, sabia disso. Jogava na minha cara o meu atraso. Sua própria existência era a demonstração do meu erro, do erro em que consistia a minha vida.

Não digo que ele me tenha provocado algum sentimento de culpa. Se isso aconteceu, foi rápido demais. O ciclista não atingiu minha consciência moral. Atingia algo mais fundo; ameaçava minha pessoa, punha em questão tudo o que sou.

Obviamente, nada disso resiste a um exame racional. Não resiste nem sequer a um confronto com minhas próprias opiniões conscientes.

Estamos no nível das entranhas, das vísceras, da pura irracionalidade. É aí que se desenvolve o ânimo fascista.

Se for para discutir racionalmente, o fascista –uso o termo aqui como sinônimo de autoritário e intolerante– não vai resistir à argumentação.

O brucutu contemporâneo diz, por exemplo, não ter nada contra os homossexuais, os crossdressers, os transgênero.

“Nada contra, mas…”. Mas não quer, por exemplo, que eles andem pela rua, que “façam propaganda” de seu modo de ser, que façam a “apologia” de seu próprio estilo.

Fundamentam esse veto com uma desculpa. Toda aquela “publicidade” terá o efeito de desorientar crianças e adolescentes, levando-os a um caminho que não iriam seguir sozinhos.

É mentira, claro. Ninguém se tornará transexual se não quiser. O que perturba o intolerante não é isso. Talvez ele se ressinta da superioridade do homossexual, da drag queen.

Afinal, como no caso do ciclista, essas pessoas pensaram no que deveriam ser. Encontraram-se depois de buscar o seu caminho. “Optaram”, como se dizia antigamente.

Já o autoritário está na estaca zero: sempre foi como é, num mundo em que as coisas sempre foram como são. Por que surge tanta invencionice agora?

A situação é desconfortável. Ele se vê sem argumentos, está perplexo, o mundo lhe parece estar sendo tomado das mãos. A rua não mais lhe pertence. A cidade, o país tampouco.

Como sair dessa estaca zero? Como se defender dessa invasão?

No século passado, a resposta foi engenhosa. Já que “os outros” pareciam superiores ao pobre coitado –os judeus eram claramente superiores a ele–, a solução era oferecer-lhe, justamente, uma oportunidade de “optar”, de “transformar-se”.

O uniforme, a suástica, o braço estendido, a mitologia romana propiciavam ao cretino uma “nova identidade”, quase tão boa quanto uma mudança de sexo.

Ele agora era o “superior”, com a vantagem de ser quem sempre foi –pois sua identidade ganhava a confirmação óbvia, automática, da etnia e do lugar de nascimento.

Se era do sexo masculino, agora se assumia como “super-homem”, guerreiro e macho. Se antes não sabia bem por que odiava, ganhava agora um sistema de pensamento que o ensinava a odiar.

Tornava-se militante do “novo”, em proveito de manter a mesma coisa –as tradições, a pureza da pátria, a ordem, a hierarquia e, dentro disso tudo, a própria humilhação que sempre sofreu.

Primitivismo e animalidade, antes o “default”, a base neutra de seu modo de pensar, ganhavam as cores do futuro, o brilho do metal polido, a luz das tochas na noite ancestral.

O fascista contemporâneo não conta com esses recursos.

Verdade que, no shopping, há insígnias para todos os gostos. Lacoste, Hugo Boss, Ferrari: é uma esplêndida oferta de opções. Nisso ele é liberal.

Sai então para ver a rua. Quanta pichação! Quanto ciclista! Quanto mendigo! Quantos dependentes de crack! Quer limpar tudo, evidentemente, com jatos d’água, tinta branca e gás lacrimogêneo. Assim, ninguém o ameaça.

A Sibéria pode ser uma região

A Sibéria pode ser uma região reconhecida pelo seu frio, mas durante o verão, fica repleta de paisagens como esta:

O maior acordo de todos os

O maior acordo de todos os tempos

Os inimigos da Lava Jato tentaram desmoralizar a PGR argumentando que a multa a ser paga por Joesley Batista era escandalosamente baixa.

Agora sabemos o valor final: 10,3 bilhões de reais.

Trata-se do maior acordo de leniência de todos os tempos, no Brasil e no mundo.

A JBS vai pagar mais do que a soma dos valores pagos por Odebrecht, Braskem, Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa.

Isso mesmo: as maiores empreiteiras do cartel da Petrobras pagarão – juntas – 3 bilhões de reais a menos do que a JBS.