Fora de Pauta

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Lourdes Nassif

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  1. Quando o Estado é o agente do Fascismo… O que fazer…?
    Quando o Estado é o agente do Fascismo… O que fazer?

    Lembro, no auge do golpe, quando todas as nossas “ilusões republicanas” haviam caído por terra, tivemos nosso PRIMEIRO momento de terror verdadeiro, intenso, a sensação de desespero que brota quando a mente pergunta – meio que sem resposta… – “E agora: O que eu faço? O que nós PODEMOS fazer…?”

    Porque era e continua sendo uma sucessão de fatos, eventos, tão trágicos, surpreendentes e PERMANENTES, sem uma trégua, um descanso, que talvez não tenhamos tido tempo mesmo de fazer essa pergunta “à vera” – “O que fazer diante dessa p&$#@orra dessa ditadura fascista jurídico-midiática que está destruindo o nosso país, nossos sonhos, nossa democracia, nossos direitos, e agora, DANDO TIROS EM NOSSOS COMPANHEIROS?”

    E lembro, perplexo pelo que veio logo depois, que alguns, e vi vários posts no Face a respeito, falavam claramente em “resistência armada”, do jeito que pudesse ser, “suicício coletivo que fosse”, para alguns parecia mais digno do que permitir que as coisas chegassem a esse ponto. Eu mesmo pensei assim, senti assim…. alguma coisa do tipo: “melhor morrer lutando que aceitar essa imundície toda….” – e acredito que algumas milhões de pessoas, em intensidades e formas diferentes, sentiram isso em algum momento desse processo perverso que nos degrada e humilha não só nossa cidadania, porque essa hoje, e perfumaria, coisa “de fachada”, a burocracia cotidiana apenas, mas humiha a nossa vida, nossa existência no mundo, no nosso país.

    Depois, esse sentimento se diluiu, não sei se pela impossibilidade total da resistência quixotesca, diante das PMs selvagens nas mãos de governadores idem, ou se por uma espécie de “catatonia coletiva”, ou falta de lideranças dispostas a encampar o “radicalismo”…

    O fato é que caímos na “resistência das redes sociais”. GGN, Facebook, DCM, Cafezinho, Carta Maior, etc., etc., onde articulistas super bem preparados nos traziam não só informações, mas várias tentativas de “prever o que viria” (veio sempre pior…) e o famoso: “O que fazer”?

    E dá-lhe discutor Ciro, a conciliação ingênua do Lula, os erros do PT, a sordidez da mídia, e até hoje, os “puristas absolutistas da fé nos eventos fortuitos”, acreditando que “podemos reverter o impeachment….” – (sic……)

    A verdade, é que nós, cidadãos comuns, NÃO TÍNHAMOS OUTRA OPÇÃO que não essa espera angustiante, densa, pesada como pedras em nosso peito e nossa mente, assim, meio que na mera posição de espectadores da coisa toda, lutando apenas para apreendermos a realidade e debater sempre, sempre, o tal do “o que fazer”?

    Mas, e quando a caravana de Lula é atacada a tiros? E quando o TRF4 nos oferece como um tapa na cara o julgamento mais grotesco, INFAME, farsesco, cínico mesmo, da História do nosso país? Chegando ao ponto de aumentarem a pena, para que não houvesse a hipótese da prescrição….? E quando o acampamento democrático e cidadão Marisa Letícia é atacado a tiros e um trabalhador fica entre a vida e a morte?

    E eu poderia dizer, por que não, e quando levaram o reitor Cancellier ao suicídio? Meu Deus, teremos perdido a noção que “SOMOS TODOS UM CANCELLIER”, hipoteticamente falando, nas mãos desse Estado policialesco, sem leis, sem direitos, totalmente afacistado e selvagem? Que nos tornamos, no fundo, cada um de nós, UM REFÉM EM POTENCIAL? Que a casa de um Nassif, a qualquer pretexto pode ser invadida às seis horas da manhã. por uma “denúncia anônima”, se um Bretas ou um Moro assim determinarem? Li no Facebook o desabafo honesto, revoltado, de duas pessoas a quem respeito: Diogo Costa e Fernando Horta. Ambos infinitamente mais engajados e conhecedores da realidade brasileira e política do que eu, e no fundo, vejo neles, apesar de indicarem um caminho de resistência mais efetiva, a mesma pergunta, o mesmo clamor: “O QUE FAZER?”

    Azenha deve se fazer essa pergunta, PHA, o próprio editor desse blog, cada um de nós a faz, todos os dias….. E o que me parece, muito mais por INTUIÇÃO do que por inteligência ou o uso da razão, é que chegou sim, a hora de reforçarmos a boa e velha “luta das ruas”, convencermos nossas lideranças a conclamar os sindicatos, movimentos populares, comícios pluripartidários PELA DEMOCRACIA DE VOLTA, sem o foco na eleição que se aproxima, porque não há mais o que se esperar, quando não é mais a esperança que estão nos tirando, mas tentativas ainda “tímidas” – pode e vai piorar se nada for feito… – de agora, nos tirarem a vida.

    Quase nenhum de nós pode largar emprego, família e fazer de Curitiba uma “central de resitência”, mas manifestações em São Paulo, Rio, BH, Recife, etc., etc., comícios com FRENTES AMPLAS PELA DEMOCRACIA E A VOLTA DO ESTADO DE DIREITO, e até mesmo, que líderes civis despertem, vão ao STF pressionar os ministros a reverem algumas de suas posições, ou perderemos o controle, correrá sangue inocente, e como disse alguém, “a Globo terá tudo o que mais deseja: os militares no poder….”

    Os brasileiros que pertencem a partidos polítcos de esquerda e têm acesso aos seu líderes, se não organizarmos uma luta mais efetiva, nas ruas, com a participação de todos os que se dispuserem a essa união, é quase como assumir a postura do cordeiro indo para o sacrifício. Mas qualquer coisa será melhor e mais digna, do que nossa “resistência nas redes sociais……”

  2. O que é isso, companheiro?
    Eu evito (mentira) voltar no mesmo assunto, mas tem um grupo de pessoas que se rotulam especialistas em política que acabam colocando na cabeça das pessoas as ideias mais descabidas.
    Isso pra mim é brincar com companheiros. Coisa que eu só faço em post de humor.
    É muito irresponsável tentar convencer a militância que invadir o Congresso é a solução pra derrubar o golpe.
    Eu poderia até explicar aqui o quanto isso é irresponsável, em vários tópicos.
    Mas vou citar só um: o “golpe” não é uma entidade, um objeto, uma estátua. Não basta invadir o Congresso, quebrar o golpe e jogar no lixo.
    O golpe (esse sem aspas) é um conjunto de forças, que no nosso caso, tem amplo apoio das classes dominantes, da mídia, do judiciário e das forças repressoras.
    Sugerir que invadir o congresso seja mais efetivo que lutar por eleições limpas, democráticas e justas não é só irresponsável como também infantil.

    O argumento é que ninguém garante que o governo eleito não será derrubado. Concordo. No entanto o golpe de 16 demorou 13 anos para ser construído. Haveria chances de o termos vencido se à época tivéssemos usado todas as ferramentas de que dispunhamos, já que éramos governo. Não usamos e preferimos morrer de republicanismo.

    Já a invasão do congresso, com os invasores armados com bandeiras e amor à Pátria, levaria 13 minutos pra ser abafada. E com o risco óbvio de perdermos o pouco de democracia que resta, além de justificar a criminalização da esquerda. Fora a carnificina.

    Certos companheiros deveriam parar de falar sobre política e escrever ficção.
    Seria mais digno com o público que os seguem.
    .
    Por Anna Zappa, no Facebook

  3. Forno para cremar cadáveres humanos

    Cremation Oven

    Encontrar preços de fornos crematórios no google, para mim por enquanto é uma proeza – eu simplesmente não encontro. Provavelmente porque não estou procurando direito.

    Encontrei esta foto de um desses fornos na página  https://www.inciner8.com/human-cremators.php

    onde é dito o seguinte:

    Utilizando tecnologia de forno quente e 4 câmaras de processamento de gás de combustão, esses modelos são de última geração e proporcionarão muitos anos de operação sem problemas.

    Mas preço, ainda não vi.

    O Brasil precisa disseminar o uso de fornos crematórios. Sem dúvida.

  4. Sou professor titular de
    Sou professor titular de Física numa universidade pública (Universidade Estadual de Maringá-UEM) desde 2001 e docente e pesquisador há quase 30 anos. Sou especialista em história e epistemologia da ciência, educação científica, além de processos de ensino-aprendizagem e análise de discursos. Orientei mais de 250 alunos de graduação, especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado, além de professores in-service. Conto tudo isso, como preâmbulo, não para me gabar, mas para salientar que li milhares de páginas de alunos brilhantes, medianos e regulares em suas argumentações de pesquisa.

    Dito isso, passo a analisar duas pessoas que compõem o imaginário mítico-heróico de nossa contemporaneidade nacional: Sérgio Moro e Deltan Dallagnol. Em relação ao primeiro, Moro, trabalhei ativamente para impedir, junto com um coletivo de outros colegas, para que não recebesse o título de Doutor honoris causa pela Universidade Estadual de Maringá. Moro tem um currículo péssimo: uma página no sistema Lattes (do CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico ligado ao extinto MCT – Ministério da Ciência e Tecnologia). Lista somente 4 livros e 5 artigos publicados.

    Mesmo sua formação acadêmica é estranha: mestrado e doutorado obtidos em três anos. Isso precisaria ser investigado, pois a formação mínima regulada pela CAPES-MEC (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Ministério da Educação) é de 24 meses para Mestrado e 48 meses para o Doutorado. Significa que “algo” ocorreu nessa formação apressada.. Que “algo” é esse, é necessário apurar com rigor jurídico.

    Além de analisar a vida acadêmica de Moro para impedir que ele recebesse um título que não merecia, analisei também um trabalho seminal que ele traduziu: “O uso de um criminoso como testemunha: um problema especial”, de Stephen S. Trott. Mostrei que Moro não entendeu nada do que traduziu sobre delação premiada e não seguiu nada das cautelas apresentadas pelos casos daquele artigo. Se seguirmos o texto de mais de 200 páginas da condenação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e guiando-me pela minha experiência em pesquisa qualitativa, análise de discurso e fenomenologia, notamos claramente que parte significativa do texto consiste em Moro tentar apagar suas digitais, sem sucesso, ao desdizer que agiu com imparcialidade.

    Nestas páginas robustas lemos uma declaração clara de culpa: Moro considera a parte da defesa de Lula em menos de 1% do texto total! E dos mais de 900 parágrafos, somente nos cinco finais alinhava sua denúncia e sentença sem provas baseada num misto frankensteiniano de “explanacionismo” (uma “doutrina” jurídica personalíssima criada por Deltan Dallagnol) e “teoria do domínio do fato”, ou seja, sentença exarada sobre ilações, somente. Aqui uso a minha experiência como professor e pesquisador: quando um estudante escreve um texto (TCC, monografia, dissertação, tese, capítulo de livro, livro, ensaio, artigo), considero o trabalho muito bom quando a conclusão é robusta e costura de forma clara e argumentativa as premissas, a metodologia e as limitações do modelo adotado de investigação.

    Dissertações e teses que finalizam com duas ou três páginas demonstram uma análise rápida, superficial e incompetente. Estas reprovo imediatamente. Não quero investigadores apressados, superficiais! Se Moro fosse meu aluno, eu o teria reprovado com esta sentença ridícula e persecutória. Mal disfarçou sua pressa em liquidar sua vítima. Em relação a outro personagem, o também vendedor de palestras Deltan Dallagnol, há muito o que se dizer. Angariou um título de doutor honoris causanuma faculdade privada cujo dono está sendo processado por falcatruas que o MP deveria investigar. O promotor Dallagnol não seguiu uma única oitiva das testemunhas de defesa e acusação de Lula, além daquela do próprio ex-presidente.

    Eu trabalho em pós-graduações stricto sensu de duas universidades públicas: uma em Maringá e outra em Ponta Grossa. Graças a isso fui contactado por meio de um coletivo para averiguar a dúvida sobre a compra por parte de Dallagnol de apartamentos do Programa Minha Casa Minha Vida em condomínio próximo à UEPG (Universidade Estadual de Ponta Grossa). Visitei os imóveis guiado por uma corretora e me dirigi ao Cartório de Registro de Imóveis da cidade. Após algumas semanas, a resposta: os dois apartamentos modestíssimos, destinados a gente pobre, tinham sido adquiridos pelo Promotor e estavam à venda com um lucro líquido em menos de um ano de aquisição de 135 mil reais.

    Reuni o material e disponibilizei para a imprensa livre (aqui a matéria do DCM). O promotor teve que admitir que comprou os apartamentos para ganhar dinheiro na especulação imobiliária, sem resquícios de culpa ou de valores morais em ter adquirido imóveis destinados a famílias com renda de até R$ 6.500,00 (Deltan chegou a ganhar mais de R$ 80.000,00 de salários – além do teto constitucional, de cerca de R$ 35.000,00; e mais de R$ 220.000,00 em suas suspeitosas palestras).

    Bom, analisando os discursos de Dallagnol, notamos claramente a carga de preconceito que o fez construir uma “doutrina” de nome exótico, o “explanacionismo”, para obter a condenação de um acusado sem prova de crime. Chega a usar de forma cosmética uma teoria de probabilidade – o bayesianismo – que ele nem sequer conhece ao defender a relativização do conceito de prova: vale seu auto-de-fé a qualquer materialidade de prova, corrompendo os princípios basilares do Direito.

    Como meu aluno, ou candidato a uma banca de defesa, eu também o teria reprovado: apressado, superficial e sem argumentação lógica.

    Resumindo: Dallagnol e Moro ainda vestem fraldas na ciência do Direito. São guiados por preconceitos e pela cegueira da política sobre o Jurídico. Quando tornei-me professor titular aos 38 anos, eu o fiz baseado numa obra maturada em dezenas e dezenas de artigos, livros, capítulos, orientações de estudantes e coordenações de projetos de pesquisa. Infelizmente, estes dois personagens de nossa República contemporânea seriam reprovados em qualquer universidade séria por apresentar teses tão esdrúxulas, pouco argumentativas e vazias de provas. Mas a “Justiça” brasileira está arquitetada sobre o princípio da incompetência, da vilania e do desprezo à Democracia.

    Neste contexto, Moro e Dallagnol se consagram como “heróis” de papel que ficariam muito bem sob a custódia de um Mussolini ou de Roland Freisler, que era o presidente do Volksgerichtshof, o Tribunal Popular da Alemanha nazista. Estamos sob o domínio do medo e do neo-integralismo brasileiro.

    *Marcos César Danhoni Neves é professor titular da Universidade Estadual de Maringá e autor do livro “Do Infinito, do Mínimo e da Inquisição em Giordano Bruno”, entre outras obras.

  5. Uma Descoberta Fabulosa

    Foto de Peter Dunne em Getty Images

     

    Soube por um amigo meu, de muita confiança, juiz de piso da quarta região, que o marido de sua prima, um famoso arqueólogo, em trabalho de cooperação internacional, encontrou em profundas escavações no maior site arqueológico de Joanesburgo um antiquíssimo pergaminho.

    Após ser estudado detalhadamente pelo Institute of Social & Cultural Anthropology of Oxford, o valioso pergaminho revelou seus segredos.  Pertencia à longínqua era. Período que os acadêmicos denominaram de: ANOS SESSENTA.

    Pela antiguidade do artefato, não foi possível precisar sua origem. O melhor que se obteve foi uma estimativa de quando e onde o pergaminho fora escrito: aproximadamente em 12 de junho de 1964, as 18:35:21,5 GMT na esquina da rua 97, Fox, em Joanesburgo, na África do Sul, ali, perto da Praça Gandhi, dentro de um cesto já petrificado.

    Mas, o mais impressionante, eu ainda estou por contar. E é informação de fonte segura. Esse amigo meu, o juiz de piso, disse que sua prima, casada com o arqueólogo, contou-lhe que seu marido revelou o conteúdo do pergaminho, pedindo muita discrição e absoluto segredo. 

    E ele me disse que o pergaminho registra a mais antiga conversa de um grupo de WhatsApp.

    Sim, meus amigos, vocês leram corretamente. É… Podem reler a frase a cima, eu aguardo…, …, ,… Pois então. É isso, mesmo, uma conversa de WhatsApp registrada em um pergaminho de Joanesburgo em 1964.

    Pois bem, após três longos anos debruçado sobre o pergaminho, e ouvindo diversos especialistas, o arqueólogo, marido da prima de meu amigo juiz de piso afirma que os fundadores do WhatsApp, Jan Koum e Brian Action não se encontraram por acaso. Não. O destino deles já estava traçado por seus pais. Ele me contou, pedindo sigilo absoluto, que o pai de Brian Action, que era soviético, e o americano pai de Jan Koum se encontraram para uma experiência científica ultrassecreta ocorrida em Joanesburgo em plena guerra fria: criar o primeiro grupo de WhatsApp.

    O pai de Jan, apesar de nunca ter sido divulgado, fora um espião soviético enviado à África do Sul para ajudar o  CNA (Congresso Nacional Africano) a instalar o regime comunista no país. Já o pai do Brian fora enviado pela CIA para ajudar o Partido Nacional na luta contra o CNA.

    Indaguei, curioso, ao meu amigo, juiz de piso, como ele poderia saber disso tudo, já que, como todos sabemos, há muito pouca ou quase nenhuma informação pública desse período da história da humanidade. Apenas sabemos de alguns fatos por relatos duvidosos.

    Meu amigo juiz de piso me fita com o olhar que apenas os grandes homens possuem, e com uma voz tranquila e lenta, e ao mesmo tempo afirmativa e dura, e diz:

    – Eu tenho convicção.

    Nada mais foi preciso dizer. Sabemos que, quando um juiz de piso tem convicção, não resta a menor dúvida da verdade do fato. Não estou falando de um mero juiz da Suprema Corte…, não…, estou falando de um juiz de piso da quarta região! E por isso eu repito, este relato que lhes faço, é fiel em todos os níveis com os fatos verdadeiramente ocorridos. Pois o marido da prima do juiz de piso, meu amigo, segredou a ela, que logo repassou a ele, que me repassou com a convicção da verdade.

    Sabemos então que no dia 12 de junho de 1964, os dois pais se encontraram no Pub The Benders Arms, na rua Fox para acompanhar as comemorações na cidade.

    Sabe-se que nesse dia, havia uma alegria generalizada, a cidade estava em festa. Era o último dia, o dia da sentença final do julgamento de Rivonia. Todo cidadão de bem da África do Sul comemorava a prisão perpétua de Nelson Mandela.

    Foguetes eram lançados pelos quatro cantos do país. Panelas soavam como sinos em cidades barrocas, carros buzinavam eufóricos.

    Para quem não sabe, Nelson Mandela fora um criminoso foragido que provocou grande desordem no País. Líder do proscrito CNA (Congresso Nacional Africano), comandara uma luta armada pelo fim do Apartheid e pela implantação do comunismo, sabotara propriedades e desestabilizara a economia do país. Fora encontrado e preso em Rivonia (periferia de Joanesburgo), junto a documentações comprometedoras.

    Após quase um ano de julgamento, fora sentenciado à prisão perpétua. Finalmente a economia do país iria se estabilizar. Investimentos internacionais iriam retomar um fluxo positivo e crescente. E a ameaça do comunismo estaria definitivamente afastada. E principalmente, o Sapo Mandiba ficaria preso para sempre!

    Meu amigo, juiz de piso, relata que, ainda não se sabe muito bem como os pais de Jan e Brian se conheceram. Se fora nesse mesmo dia ou se já haviam trocado conversas antes. Mas, como a sentença de Mandela seria um evento significativo e os dois queriam registrar as conversas dos cidadãos sul-africanos, mais precisamente dos africânderes, eles se uniram no interesse em comum. Nesse momento houve a ideia da criação do aplicativo WhatsApp para registrar as conversas da classe média sul-africana.

    A ideia consistia em convencer um grupo de pessoas a trocarem mensagens via o aplicativo. As mensagens ficariam registradas em um “Device”. Então, os governos soviéticos e americanos poderiam acessar, secretamente essas conversas.

    Esse experimento obtive um resultado muito positivo. O suficiente para que os filhos desses heroicos pais se apropriassem dela e se tornassem bilionários. Mas isso é outra história. Voltemos nossa atenção para o histórico pergaminho

     No Pub The Benders Arms, naquela noite, os famosos pais encontraram o grupo adequado para o experimento. O grupo de WhatsApp do pergaminho, era composto principalmente por “pessoas de bem”. Pessoas que queriam o melhor para o País. Quase todos do grupo concordavam que a ordem trazida pelo governo do Partido Nacional era a base correta para o crescimento do país. O modelo econômico liberal defendido e implementado era o que melhor serviria ao país. E que o Mandela precisava ser preso para o país voltar a crescer. O regime de Apartheid era duro, mas necessário. Quase todos achavam isso, mas alguns poucos membros do grupo infernizavam os outros com suas ideias comunistas. E é sobre isso que o pergaminho informava.

    Naquela época, os pais de Jan e Brian conceberam o aplicativo WhatsApp não executando em um celular (óbvio: celulares ainda não existiam). As conversas WhatsApp eram, sim, registradas em um pergaminho enrolado em um tubo. O nome do “Device” que suportava o aplicativo era: Papel Higiénico.

    Para o aplicativo funcionar, à época, o grupo deveria estar junto, em torno de uma mesa. Enquanto falavam, os pais de Jan e Brian registravam as falas no aplicativo (papel higiénico). Era chamado de ATA de Reunião de Boteco.

    Depois de servir como ATA, como todo “Device” multiuso, o pergaminho retornava ao seu recinto natural, o banheiro, e era usado em outras finalidades. Os cientistas chamaram de finalidade número 2 (para diferenciar da finalidade número 1 que era o de servir como ATA). Ao ser usado na finalidade número 2, o pergaminho acabava por ser fragmentado, amassado em diversos pequenos pedaços de papeis e atirados a um cesto.

    O trabalho arqueológico foi, assim que o cesto histórico fora encontrado, reunir todos os pedaços que compunham o pergaminho. Então frase a frase, separaram o que foi oriundo da ATA e o que foi oriundo do uso número 2.

    Nesse ponto, tenho que fazer um comentário importante. Os especialistas não conseguiram separar todos os casos do uso número 2 da ATA. Em muitos casos não se sabe se a frase veio da ATA ou se a frase é resultado do uso número 2. Mas não comprometeu o entendimento do que era discutido nesse grupo. Pelo contrário, até parecia que o uso número 2 complementava a ATA.

    Vamos finalmente ao conteúdo do pergaminho:

    @MALA1 falou: “Um brinde: Mandela finalmente terá o seu encontro histórico com a prisão e com a decepção de um povo que por anos lhe sustentou e apoiou. E a África do Sul terá o seu encontro com a história. Que o nosso futuro seja grandioso e brilhante. O primeiro passo foi dado!”

    @MALA1 foi o nome dado a um dos membros do grupo, provavelmente porque era um viajante assíduo.

    Todos levantaram para o brinde, com exceção de @PEDRO1. Esse era o mais chato e insuportável do grupo. Não concordava que a prisão tenha sido correta. Achava que (por incrível que pareça!) Mandela estava certo.

    @PEDRO1: “(emojis de irritado) Não vamos falar de política aqui não. Quem quiser falar de política, que vá para outra mesa!!!!”

    @ALBERT1: “A galera toma partido pela paixão e não pela razão, sem considerar a real importância que esse fato significa para a África do Sul!!!”

    @ALBERT1 era um intelectual, economista, cientista político e sociólogo. Iluminava o grupo com sua sabedoria.

    @PEDRO1: Um brinde pela tristeza desse momento. (@PEDRO1, o desmancha prazeres).

    @MALA1: [censurado] [emojis raivosos] não se sabe se essa frase foi realmente do @MALA1 ou se do uso número 2.

    @PIMPAO1:  serifo buidor jusito dopweri dort!

    O @PIMPAO1, após algumas cervejas, falava uma língua não identificada e impossível de traduzir.

    @SECRETÁRIA1: (emojis de gargalhada).

    Não sabemos se a @SECRETÁRIA1 entendeu o que o @PIMPÃO1 disse ou se estava rindo porque ela ria à toa. 

    @Pai_do_Brian: “Mais uma rodada, Souza!!!”

    O @pai_do_Brian uniu-se ao grupo para motivar a conversa.

    @MALA1: publica um meme: “Não vibrem raiva pelos políticos que caem… vibrem gratidão pela LIMPEZA ÉTICA que acontece.”

    @PEDRO1, o desmancha prazeres: “Limpeza ética? Qual ética? Lembre-se que a expressão foi usada por nazistas!”

    Souza, o garçom não-branco, chegou com outra rodada de cerveja.

    @MIMOSA1 grita: Vocês vão parar de discutir política!!!!

    A @MIMOSA1, a mais ancestral participante do grupo. Era uma sábia anciã respeitada por todos.

    Silêncio…

    Silêncio…

    que é quebrado por:

    @PIMPÃO1:  Nuhm der gertunho é runhas!!!!

    @SECRETÁRIA1: [emojis de gargalhada]

    E todos silenciam por mais um tempo. Provavelmente tentando entender o que o @PIMPÃO1 disse.

    Nessa hora o insuportável do @PEDRO1, solta o post derradeiro:

    @PEDRO1: “Guardem minhas palavras: o Mandela será solto! O Mandela será premiado com um Nobel da PAZ! O Mandela será reconhecido no mundo todo como símbolo da luta do oprimido! O Mandela será presidente da África do Sul!”

    A cada frase, o grupo publicava mais emojis de gargalhada. Os cientistas acreditam que o grupo estava próximo do recorde de emojis de gargalhada em um único dia. Sabe-se que a @SECRETÁRIA1 caiu da cadeira de tanto rir. O @MALA1 gargalhou durante horas. Até a anciã @MIMOSA1 não conseguiu segurar e mostrou sua larga arcada dentária, arcada essa que caiu no copo a sua frente. Mas logo, recuperada, foi recolocada no devido lugar.

    A frase era um grande absurdo. E de tão grande, e de inesperada, se tornou a piada do grupo durante diversos encontros.

    Apenas esse trecho do WhatsApp foi possível recuperar do histórico pergaminho. E mesmo assim, não se sabe direito o que é da ATA e o que é do uso número 2.

    Como conta meu amigo, de muita confiança, juiz de piso da quarta região, que o marido de sua prima, um famoso arqueólogo, segredou para ela que Institute of Social & Cultural Anthropology of Oxford apurou que, para o bem do grupo e saúde mental de todos, o grupo foi dissolvido antes que as profecias do @PEDRO1 se realizassem, 27 anos depois. Dissolução muito boa para o grupo, porque ninguém aguentaria o @PEDRO1 repetindo insistentemente: Eu te disse!!! Mas eu te disse, não disse? Eu te disse!!!

  6. O “óbvio” dos jornais não resiste à realidade

    Tijolaço

    O “óbvio” dos jornais não resiste à realidade

    reftrab

    Na capa da Folha de hoje, dois exemplos de como a nossa mídia, com seus comentaristas “sabidos”, não tem a menor vergonha em repetir e repetir “contos da carochinha” para formar um pensamento “óbvio” que, de tão falso, se esboroa no primeiro choque com a realidade.

    Ou será que acham que todos já se esqueceram que, seis meses atrás, diziam que a reforma trabalhista ia “liberar a criação de milhares de empregos” e, ainda por cima, melhorar os salários por conta da redução dos passivos criados pela “maldita” CLT.

    Não há um pingo de vergonha, mesmo quando as estatísticas do IBGE mostram um salto apavorante no desemprego – 1,5 milhão de pessoas desocupadas em um trimestre – e que os dados do Caged, os únicos que ainda mostrariam a cada vez mais duvidosa “criação de vagas”, dizem, como se lê no jornal, que os poucos empregos que se criaram ficam abaixo de dois salários-mínimos mensais e, nas regiões mais pobres, como o Norte e o Nordeste, abaixo de um?

    Acima desta notícia, a informação que, considerados os mandados de prisão não cumpridos, deveríamos ter mais de 1 milhão de pessoas presas e as nossas cadeias, que já têm dois presos ocupando a mesma vaga penitenciária, passariam a ter três corpos ocupando o mesmo lugar no espaço.

    Mas o problema da segurança brasileira não era o de que se prende de menos e que, quando a polícia “pega”, a Justiça manda soltar?

    Manda mesmo?

    “O índice de encarceramento passou de 361,4 mil [em 2005] para 726,7 mil detentos, segundo o último levantamento do Ministério da Justiça (Infopen de 2016). O aumento não foi acompanhado por melhora nos índices de segurança pública”.

    Será que os arautos do “reduzir o gasto público” – ao menos por isso, não por qualquer sentimento de humanidade – podem alcançar o que significa uma política de “segurança” que represente encarcerar 1 milhão de pessoas?

    Como o debate político fugiu de qualquer racionalidade e tudo o que se procura, desde que o golpismo passou a ser a sua marca, é despertar ódios, pouco importa a realidade, basta-lhes o “óbvio ideológico”, por mais evidente que seja a sua estupidez.

    http://www.tijolaco.com.br/blog/o-obvio-dos-jornais-nao-resiste-realidade/

  7. Lava Jato

    Lava Jato é como um elefante metido dentro de uma cristaleira: quando se move, quebra tudo! 

    Veja o vídeo desta matéria em: https://www.youtube.com/watch?v=OUDpSMPzXo8

                                                                        Resultado de imagem para Policia Federal, a lei não é para todos 

    Tentando convencer a sociedade de que combate a corrupção, na verdade a Lava Jato está destruindo a economia nacional e a Petrobrás.

    A mídia golpista, principalmente a Globo, não se cansa de registrar que a Lava Jato, chefiada pelo juiz Sergio Moro, prende  pessoas poderosas. E nada fala dos poderosos que Moro protege. Entre eles FHC, Aécio Neves, MiShell Temer, Jose Serra, etc.

    Tem mais. Os principais poderosos presos pela Lava Jato estão inexplicavelmente em suas casas, pagando suas penas em verdadeiros clubes de lazer, construídos com dinheiro da roubalheira. Entre eles, Paulo Roberto Costa, Alberto Yussef, Fernando Baiano, Sergio Machado etc (4).  

    Nenhum tucano foi preso pelo juiz Moro, apesar das evidências gritantes de corrupção. Talvez Moro faça isso por conta do contrato de sua esposa, Rosângela Moro, que trabalha para o PSDB e a Shell (1).

    Aliás, falando na Shell, o Congresso Nacional aprovou uma isenção de impostos de um trilhão de reais às petroleiras estrangeiras, a Shell foi a mais beneficiada. O próprio golpista MiShell Temer intermediou essa sangria. A Lava, Jato, que investiga o petróleo, nada falou. Seria por conta do contrato da mulher de Moro com a Shell(2)?

    O ex prefeito de São Paulo, o tucano, João Dória chamou os sem teto do predio que desabou em São paulo de “Facção Criminosa”. E o tucano, presidente da Petrobrás, Pedro Parente, pagou R$ 10 BI aos acionistas americanos, mesmo sem a Petrobrás ser condenada. E o mesmo Pedro Parente confisca os salários dos petroleiros em mais de 13% levando aposentados ao desespero e até a morte por conta das dificuldades financeiras (14).  São esses os tucanos blindados pela Lava Jato!

    A omissão da Lava Jato, chefiada por Moro, em relação a FHC é um tapa na cara da sociedade. Pois Moro condenou Lula sem nunca provar a propriedade de um  tríplex e o prendeu por conta de uma reforma que nunca existiu (3).     

    Já com FHC nada acontece, mesmo ele sendo citado em corrupção na Petrobrás e, em muitas, envolvendo seu próprio filho (5). E mesmo FHC com fortes indícios de enriquecimento ilícito, pois tem apartamento de luxo em Paris e Nova York e fazenda com aeroporto no Brasil. (6,7)!

    Já o tucano Aécio Neves é recordista em denúncia na Lava Jato, e continua livre, leve e solto. Mas para Lava Jato isso não vem ao caso (8).

    O tucano José Serra foi denunciado em 2009, pelo Wikleaks, quando trocava correspondência com executivo da petroleira americana Chevron, prometendo favores à petroleira em prejuízo da Petrobrás. Serra perdeu as eleições e não pode cumprir a promessa. Mas no pós o golpe, com a retirada da Dilma, o senador José Serra conseguiu aprovar a lei 4567/16, cumprindo a promessa entreguista com a Chevron. A Lava Jato, chefiada por Moro, nada falou (9).

    Com relação aos trabalhadores estes têm sido a grande vítima da Lava Jato, pois 13 milhões estão desempregados.

    Em nome do combate à corrupção, além de colaborar para a derrubada da Dilma, sem que nada tenha sido provado contra ela, a Lava Jato acabou colocando no poder o governo de MiShell Temer, o mais corrupto da história do Brasil.

    Mas segundo o Clube de Engenharia, a Federação Interestadual dos Engenheiros e a Aepet, a Lava Jato fez mais, já que destruiu a indústria nacional, a economia nacional e a indústria naval (11,12,13).    

    Na verdade, a Lava Jato é como um elefante metido dentro de uma cristaleira: quando se move, quebra tudo! 

     

    Fonte: 1 – https://www.conversaafiada.com.br/brasil/2014/12/06/mulher-de-moro-trabalha-para-o-psdb  

    2 – http://congressoemfoco.uol.com.br/noticias/camara-aprova-medida-que-concede-isencao-de-impostos-para-petroliferas-estrangeiras/

    3 – https://www.brasil247.com/pt/247/brasil/351698/Lula-foi-condenado-por-reforma-que-nunca-existiu.htm

    4 – http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/politica/2016/07/10/interna_politica,654284/delatores-cumprem-prisao-domiciliar-em-mansoes-e-coberturas.shtml

    5 – https://www.cartacapital.com.br/revista/895/negocios-de-familia

    6 – https://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/fhc-tem-apartamento-em-nova-york-e-em-paris-diz-mirian-dutra/

    7 – http://www.tijolaco.com.br/blog/a-historia-da-incrivel-fazenda-de-20-dolares-de-fhc-e-seu-aeroporto-de-empreiteira/

    8 – https://www.brasil247.com/pt/247/minas247/255474/Recordista-em-dela%C3%A7%C3%B5es-A%C3%A9cio-Neves-cobra-arrependimento-de-Lula.htm

    9 – https://jornalggn.com.br/blog/luisnassif/wikileaks-as-conversas-de-serra-com-a-chevron-sobre-o-pre-sal

    10 – https://www.ocafezinho.com/2017/04/03/lava-jato-destruiu-industria-naval-brasileira/

    11 – https://jornalggn.com.br/noticia/documentario-mostra-como-a-lava-jato-destruiu-a-economia-em-poucos-meses

    12 – https://jornalggn.com.br/noticia/para-engenheiros-lava-jato-promovo-desmonte-da-industria-nacional

    13 – http://www.aepet.org.br/w3/index.php/artigos/noticias-em-destaque/item/919-lava-jato-e-desmonte-do-pre-sal-a-combinacao-que-levou-o-rio-a-falencia

    14 – https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/05/predio-incendiado-em-sp-foi-ocupado-por-faccao-criminosa-afirma-doria.shtml

     

     

    Rio de Janeiro, 02 de maio de 2018.

     Autor: Emanuel Cancella, OAB/RJ 75.300, ex-presidente do Sindipetro-RJ, fundador e ex- diretor do Comando Nacional dos Petroleiros, da FUP e fundador e coordenador da FNP , ex-diretor Sindical e Nacional do Dieese, sendo também autor do livro “A Outra Face de Sérgio Moro” que pode ser adquirido em: http://emanuelcancella.blogspot.com.br/2017/07/a-outra-face-de-sergio-moro-pontos-de.html.

    OBS.: Artigo enviado para possível publicação para o Globo, JB, o Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de comunicação.

    (Esse relato pode ser reproduzido livremente)

    Meus endereços eletrônicos:

    http://emanuelcancella.blogspot.com.

    Me siga no twitter.com/Ecancella

     

     

     

     

     

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