Fora de Pauta

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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O espaço para os temas livres e variados.

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  1. O SOFRIMENTO DOS ANIMAIS
    O mundo não é um lugar feliz. Sofrem os homens. Sofrem os animais. Antigamente as “carrocinhas” pegavam os cães abandonados e os levavam para as Zoonoses para matar. Então fizeram uma lei que proibiu isso, e os cães passaram a morrer nas ruas, maltratados, machucados, famintos, atropelados. Só não vê quem desvia o olhar. O que é pior, morrer na Zoonose ou agonizar nas ruas? As duas opções são horrorosas.
    Em Goiânia, recentemente, um cãozinho foi atropelado e agonizou durante horas numa calçada da cidade, até que um rapaz desempregado, comovido, o levou para uma clínica veterinária, onde teve de parcelar 3.000 reais no cartão. Desempregado.
    Em todo o Brasil, grupos de pessoas que se sensibilizam se juntam para socorrer os animais. Mas eles são numerosos, os abandonos e maus tratos acontecem aos milhares, atropelamentos, aleijamentos e mortes constantes nas ruas das cidades, que todos os que querem ajudar sentem que estão enxugando gelo. E os bichinhos se reproduzem muito também. Deus disse assim para os seres humanos: crescei e multiplicai-vos. Mas tudo indica que atribuiu essa missão também aos animaizinhos.
    Entende-se muito bem a preocupação das pessoas vegetarianas com o abate de animais para virarem bifes e salsichas. Naturalmente é cruel. Se pudéssemos acabar com isso seria maravilhoso. Comeríamos grãos e frutas apenas. Mas… já se pensou no quanto iria explodir o problema de superpopulação de animais, e o consequente sofrimento deles, semelhante ao atual problema dos cães?
    Em algumas estradas do Nordeste, a população de jumentos abandonados virou um sério problema de segurança no trânsito. Há informações seguras de que policiais rodoviários federais têm abatido a tiros jumentos abandonados às margens das BRs. Não é triste o sofrimento desses pobres animais escorraçados por todos?
    Josimar Melo, o crítico de gastronomia da Folha de São Paulo, publicou um artigo com o seguinte título: “Devemos uma boa vida e uma boa morte aos animais que nos servem de alimento”.
    A Sociedade Vegetariana Brasileira protestou contra ele. É um assunto realmente penoso.
    De um lado temos os que querem abolir o consumo de animais. Mas não conseguem apresentar um plano realista para o que fazer com a inevitável superpopulação desses animais que a medida provocará e o assombroso sofrimento deles que virá como consequência, à semelhança do que presenciamos no momento com cães, gatos e jumentos.
    De outro lado, Josimar Melo não explicita bem como daremos uma boa vida e uma boa morte aos animais que nos servem de alimento. Legislar boas normas de proteção aos animais? Fiscalizar se estão sendo cumpridas? Campos sombreados para o gado, chiqueiros confortáveis, abates com anestesia, etc.? Mereceria melhor atenção e estudos veterinários, farmacológicos.
    Um terceiro time, e esses eu acho os mais obtusos, são aqueles que dizem: preocupam-se tanto com os animais e não se preocupam com os humanos, os moradores de rua e outros humanos sofredores.
    Tenho amigos inteligentes, pessoas do bem que ainda estão nessa fase idiota. Vi recentemente muita gente boa se queixando de que houve mais repercussão com o assassinato do pobre cachorrinho no supermercado Carrefour que com a tortura de um homem num supermercado Extra ou a de um menino de rua em outro supermercado, todos em São Paulo.
    Nada a ver. Os dois fatos são exemplares da crueldade humana. Os dois acontecimentos trazem revolta a quem ainda não se embruteceu.
    Os desempregados, os moradores de rua, são animais abandonados e sofredores também. A vida que perece e a carne que tremula de dor são em ambos semelhantes.
    Lutar para que toda prefeitura tenha hospital veterinário que castre os animais e pronto-socorro para atender os humanos carentes é expressão da mesma dignidade.
    Gostaria muito que a Esquerda discutisse com mais atenção as propostas para aliviar nos humanos o medo do desemprego, o medo de ser abandonado e maltratado nas ruas, presos e mortos nas ruas como animaizinhos desprezados. Escrevi aqui no GGN o seguinte texto, que é uma proposta de Retorno à Ágora, ou seja, governos de esquerda, sem prejuízos da devida atenção à economia formal, deveriam investir mais na economia das ruas. O MEI –Microempreendedor Individual – criado por Lula foi um grande começo, mas é preciso avançar. Facilitar a legislação para fortalecer o trabalho nas ruas. Não deixar que os trabalhadores de rua sejam surrados pela polícia, expulsos, humilhados. Ou seja, ajudar os trabalhadores a reconquistarem a Ágora, que foi o começo de tudo. Desde a antiguidade a praça, a ágora, a rua, foi o local onde as pessoas ganhavam a vida. Só depois que apareceram as grandes Companhias, os negócios sofisticados, os prédios luxuosos, os pontos de aluguéis caros, inacessíveis ao povo que trabalha na rua e que também quer viver. Leiam o texto e, por favor, divulguem. Essa é uma ideia importante que deveria estar na cabeça dos economistas, contadores e políticos de esquerda. É uma ideia que merece florescer: se tiverem acesso a pessoas de influência política, enviem para eles: https://jornalggn.com.br/artigos/como-vencer-os-draculas-ii-ou-a-reconquista-da-agora-2/

  2. As riquezas minerais devem ser exploradas por empresas estatais ou mistas de capital 100% nacional. Vejam no que deu a privatização da Vale: Mariana e Brumadinho.

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