Fora de Pauta

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
[email protected]

O espaço para os temas livres e variados.

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

1 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. 600
    O preço de uma quartelada
    Edivaldo Dias de Oliveira

    Quem acredita que os mais de setenta mil militares das Forças Armadas beneficiados pelo auxilio emergencial de R$ 600,00 o foram devido a um lapso da DATAPREV, que a presidência da república e seu ministro Onix Lorenzoni não tinham prévio conhecimento do ocorrido, acredita em qualquer coisa.
    São 70 mil nomes de uma única categoria de servidores, um banco de dados parrudo envolvendo dinheiro público no valor total de R$ 42 milhões de reais a ser pago em 3 vezes, o que dá R$ 126 milhões de reais.

    Além desse fato há também a inclusão de várias pessoas de classe média e ainda a divulgação do nome do filho do apresentador da Rede Globo Willian Bonner como beneficiário do sistema. Esses fatos denotam de forma clara a intenção de desmoralizar a iniciativa governamental para depois proceder a sua extinção como foco de corrupção.

    No primeiro caso, da inclusão dos militares, parece improvável que tal iniciativa tenha partido do ministro do interior sem o conhecimento e a concordância do presidente e seu entorno, isso se não partiu do mesmo tal iniciativa, pois é sabida a prática do presidente de afrontar a legislação vigente com o claro propósito de jogar a sociedade contra as instituições. Foi assim com a suspensão da cadeirinha nos automóveis, com a retirada dos radares móveis, com a mudança da validade da CNH, tudo ao arrepio da legislação vigente para dar o recado que ele quer fazer mas o sistema legal que ele jurou cumprir e fazer cumprir não lhe permite.

    Assim, os militares de baixa patente se voltam contra as instituições que impendem o seu bondoso presidente de lhes fazer essa mesura, mesura que é feita a mais de dois mil oficiais de alta patente com cargos no governo. Passa também um recado inequívoco de que se o presidente tiver poder absoluto esse benefício lhes serão concedidos em uma canetada. Portanto tais atos devem ser creditados ao Gabinete do Ódio instalado no Palácio do Planalto.

    Toda a estratégia do governo parece apontar para um recrudescimento contra a democracia, o estado de direito e outros valores que lhe são inerentes com o intuito de decretar o seu fim e dar ao executivo poderes ditatoriais, é o mesmo caminho seguido por Mussolini e Hitler que ascenderam democraticamente ao poder e depois fecharam o parlamento e enquadram o judiciário.

    Nunca antes na história deste país um governo fez uma aposta, que até então estava reservada aos partidos de oposição, qual seja; O quanto pior melhor, essa é a aposta de Bolsonaro.
    Para que? Para assumir o governo com poderes totalitários.

    Com que apoio conta para alcançar tal objetivo? Esse é o mistério a ser desvendado. Ao apostar suas fichas principais na força das milícias e na baixa oficialidade Bolsonaro e seu entorno mais próximo parece não ter muita confiança na alta oficialidade, confiança que ele tenta comprar com cargos no governo para mais de dois mil deles e quem sabe seus parentes como a filha do Gal. Villas Boas, mas ainda assim a maioria dos contemplados são da reserva, que podem vocalizar mas não comandam. Por outro lado, ao permitir que o presidente passe por cima do oficialato, dialogando diretamente com a tropa, como no caso dos 600, o alto comando parece não ter confiança em seu próprio comando e pode temer uma sedição e então está esperando o momento conjuntural oportuno para enquadrar o Capitão/Presidente, que já foi chamado por Geisel de mal militar.

    Uma coisa é certa; Bolsonaro avança em marcha batida em direção aos seus objetivos ditatoriais e até agora pouco se fez para detê-lo, seja por parte dos poderes legislativo ou judiciário.
    O inverno se aproxima, temos um General?

    Historicamente sabemos que tanto Napoleão quanto Hitler foram parados às portas de Moscou, em épocas diferente, claro, pois enquanto os dois exércitos avançavam em direção a capital os soldados russos recuavam e destruíam tudo o que pudessem alimentar e aquecer os soldados inimigos e eles chegaram a capital, os que chegaram, famintos e enfrentado um tenebroso inverno, foi quando os sodados russos os atacou e derrotou os inimigos no que ficou conhecido como a vitória do General Inverno.
    Quem é o nosso Gal. Inverno?

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador