Fora de Pauta

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
[email protected]

O espaço para os temas livres e variados. Podem ser colocados aqui os vídeos e as notícias em geral. Deixe sua dica nos comentários.

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

6 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Pergunte a um pobre por telefone: você usa vaselina americana?

    OBS: Vaselina é também usada como hidratante da pele. Portanto, não pense só em sacanagem.

    Perguntar a um pobre em quem ele vai votar em 2022
    é a mesma coisa que perguntar, por telefone, se ele usa vaselina americana, ou perguntar a uma mulher pobre ou rica, numa pesquisa presencial, se ela já transou por dinheiro.
    ————————————————————-

    Marcos Coimbra
    Marcos Coimbra é sociólogo e presidente do Instituto Vox Populi

    Retrato que sai das pesquisas atuais é impreciso e distorcido

    “Quem se esquece disso é quem acha que dá para conhecer a imagem do Corinthians ouvindo palmeirenses”, escreve o sociólogo Marcos Coimbra, diretor do Instituto Vox Populi, ao comentar sobre as pesquisas de cenário político realizadas por telefone
    31 de julho de 2020, 17:50 h
    20

    A pandemia devastou o mundo e mudou nossas vidas, em coisas grandes e pequenas. Até as pesquisas de opinião mudaram.

    Desapareceram as pesquisas face-a-face, nas quais há uma interação direta entre entrevistados e entrevistadores. A expressão é literal: entrevistadores e entrevistadoras aplicam seus questionários olhando nos olhos das pessoas. São conversas que podem ocorrer em vários lugares: nas residências, na rua, na porta da fábrica. No domicílio são mais proveitosas, mas as outras opções também são boas. O importante é o contato pessoal.

    Mundo afora, por motivos óbvios, essas pesquisas deixaram de ser feitas depois do início da pandemia. A regra foi sua substituição por métodos indiretos de contato, o telefone e a internet.

    Para a pesquisa de determinados temas e públicos, a mudança é irrelevante. Se o interesse é conhecer, por exemplo, a propensão a investir dos clientes de um banco, o telefone é a melhor opção. Se o assunto são as atitudes em relação à publicidade on-line, o modo preferível de realizá-la é na rede.

    Pesquisas de opinião pública, especialmente de temas políticos, são outra coisa. Há países em que é legítimo conduzi-las por telefone ou internet, e há outros em que é necessário tratar com cautela as que são feitas sem interação direta com os entrevistados.

    Nos EUA, por exemplo, o voto é facultativo e a maioria dos eleitores que se registra indica o partido com que se identifica (assim se habilitando, na quase totalidade dos estados, a participar das prévias partidárias para escolha de candidatos). Isso significa que os institutos de pesquisa dispõem de listas, por circunscrição eleitoral, com os nomes e contatos dos eleitores, sabendo seu partido ou se são “independentes”. Os eleitores registrados são cidadãos que escolheram participar do processo eleitoral, e que se sentem motivados e em condições de votar.

    Pessoas com esse perfil dispensam o estímulo da presença física do entrevistador para falar a respeito de temas políticos e não é complicado contatá-las por telefone (até porque o acesso à telefonia é quase universal por lá). Mesmo assim, no entanto, os americanos estão vendo uma crescente revalorização das entrevistas pessoais, as que melhor captaram as intenções de voto na eleição presidencial de 2016.

    Vivemos em outro mundo no Brasil. Todos somos obrigados a votar, mesmo quem tem baixo ou nenhum interesse por assuntos políticos, que representam mais de 50% eleitorado e perto de 80% das pessoas de baixa escolaridade. Ainda é grande a parcela da população sem acesso ao telefone, concentrada entre os mais pobres. É vasta a proporção dos que não têm computadores, bons aparelhos celulares ou familiaridade com seu uso, especialmente, de novo, entre os pobres.

    Imaginar que, na nossa realidade, é possível obter, através de pesquisas indiretas, amostras representativas do eleitorado é uma fantasia. Nem usando a telefonia celular, que é a opção menos ruim: encontrar alguém sem interesse por política que aceita conceder uma entrevista e interrompe seus afazeres para ficar falando ao celular por 20 minutos ou meia hora, sem o estímulo da presença física do entrevistador e sem nada que o encoraje a responder, é procurar agulha em palheiro. As amostras conseguidas precisam ser “consertadas”, através de ponderações estatísticas drásticas em algumas faixas do eleitorado, “inchando” umas e “desinchando” outras.

    Temos ampla evidência, baseada em pesquisas com amostras efetivamente representativas, de que questões como a avaliação do governo, da política econômica, a imagem de lideranças e as intenções de voto são correlacionadas com a classe social e as condições de vida das pessoas. Ricos gostam mais de Bolsonaro do que pobres, brancos do que negros, universitários do que pessoas de baixa escolaridade. Lula e o PT são mais bem avaliados pelos mais pobres, os negros e os menos escolarizados.

    Por telefone, a pesquisa tende a super-representar os primeiros e sub-representar os segundos. Tende, portanto, a ser mais favorável ao capitão e mais desfavorável ao ex-presidente. Não há estatística que corrija o viés.

    Vamos fazendo o que dá para fazer hoje em dia, mas é preciso não esquecer que o retrato que sai das pesquisas atuais é impreciso e distorcido, sistematicamente, em favor de uns e em detrimento de outros. Quem se esquece disso é quem acha que dá para conhecer a imagem do Corinthians ouvindo palmeirenses.

    https://www.brasil247.com/blog/retrato-que-sai-das-pesquisas-atuais-e-impreciso-e-distorcido

  2. a – Quantos trilhões vai custar a limpeza dos oceanos nalgum dia do futuro?

    b – Quanto custaria implementar florestas no Saara?

    c – Quanto vai custar o tal lançamento da nota de R$200,00?

    d – Porque é que a AGU decidiu checar todas as ações em curso contra a União? Dizem que é para verificar se os cálculos estão corretos, ou se são oriundas de falcatruas. Qual será o acréscimo de tempo de demora de tais processos a partir desta decisão da AGU?

    e – Aécio, Serra, Alckmin e o marido da sogra de Botafogo vão continuar soltos?

    f – Paulo Maluf continua em prisão domiciliar com tornozeleira ou sem tornozeleira? Devolveu alguma parcela dos desvios pelos quais sofreu processos?

    g – Alguma hipótese de Dallagnol, Moro e outros da Lava-Jato serem presos nalgum dia?

    h – E os processos contra Lula?

    i – quase 900 dias da morte de Marielle. Processo andando?

    j – alguma esperança de que a Justiça brasileira venha a ser eficiente e rápida algum dia?

    k – é verdade que a Justiça brasileira é a mais cara do mundo? E que os juízes brasileiros são os mais bem remunerados juízes do planeta?

  3. STJ vai analisar temas de repercussão jurídica e política no segundo semestre

    https://www.conjur.com.br/2020-ago-02/stj-analisa-temas-repercussao-juridica-segundo-semestre

    Observação minha: ah, tomara que o STJ consiga um tempinho para julgar neste segundo semestre também o tema 1005, que trata de questão relacionada com INSS. Ainda que a decisão seja a que todos supõem que será: isto é atrasados a serem pagos serão apenas os 5 anos anteriores (quinquênio).

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador