Fora de Pauta

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Redação

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  1. http://archive.myfreedomfound

    http://archive.myfreedomfoundation.com/imgLib/20130730_FriedmanLegacyDayInten.jpg

    OS FALSOS MONETARISTAS DE BRASILIA – O “monetarismo”,  doutrina economica que deriva dos estudos sobre a teoria quantitativa da moeda nasceu nos Estados Unidos com o economista Irving Fisher (1867-1947), o primeiro economista-celebridade daquele Pais, a quem Joseph Schumpeter chamava “o maior economista americano”. Fisher ganhou grande notoriedade até que a perdeu em uma semana, juntamente com a maior parte de sua fortuna. Fisher, uma semana antes do “crash” de 1929 disse que o mercado estava sólido e que os preços das ações iriam subir ainda mais. A grande queda de 29 de outubro levou junto a reputação de Fisher e do monetarismo. Ainda teve a imprudencia de dizer meses depois que a recessão seria passageira e logo tudo voltaria ao normal, o que levou 15 anos.

    Coube a Milton Friedman, tres decadas depois, fazer renascer o monetarismo como tese operacional de economia, Friedman, juntamente com Anne Schartz, que morreu recentemente com mais de 100 anos, escreveram a monumental HISTORIA MONETARIA DOS ESTADOS UNIDOS – 1867-1960, o que credenciou intelectualmente Friedman.

    Friedamn lecionava na Universidade de Chicago, era um academico muito ativo e sabia ter protagonismo, não se escondia, muito ao contrario, era um falador, escreveu muitos livros de popularização da economia.

    Escrevia muito e, coisa rara entre economistas, escrevia para o grande publico e não para outros academicos. Sabia escrever bem, com o grande auxilio da esposa Rose, co-autora de muitos de seus livros e da colega Anne Schartz.

    Mas o que difundiu o monetarismo foi outro instrumento. Friedman escrevia para a prestigiosa revista mensal do Citibank, então uma instituição simbolo de poder, prestigio e sabedoria, o mais internacional dos bancos americanos

    e nesse grande banco passaram a admirar suas ideias. Então o Citi preparou e bancou uma serie de conferencias de Friedman por todo os Estados Unidos, uma verdadeira pregação do monetarismo, com o poder do banco por trás Friedman pode divulgas e consolidar seu credo em meio aos economistas de todo o pais. Em meu ultimo livro traço em mais de 50 paginas o historico do monetarismo de Friedman e do papel do Citibank na implantação da doutrina.

    Friedman foi conselheiro de Reagan e de Thatcher, ganhou imenso prestigio por não ser um academico puro, era um “ativista” da economia, criou uma “escola”, o MONETARISMO DE CHICAGO e passou a ter discipulos pelo mundo.

    Mas Friedman, americano filho de judeus hungaros, era mentalmente muito flexivel, atraiu todavia discipulos nada flexiveis, que tomaram algumas de suas lições ao pé da letra, sem contextualiza-las, tais como Domingos Cavallo

    na Argentina, Sergio de Castro no Chile, os pais do Real no Brasil e a maioria dos diretores do BC até hoje.

    Friedman não era um fanatico da moeda, ele considerava a moeda um instrumento e não um totem.

    Por exemplo, sua interpretação da crise de 1929 atribuiu ao Federal Reserve, instituição da qual ele sempre foi um grande critico, a maior culpa pela depressão de 29. Dizia que o FED enxugou a liquidez de tal forma, mais de um terço do meio circulante, que transformou a recessão em depressão, o que quer dizer que ele recomendaria uma EXPANSÃO monetaria e não um encolhimen da moeda em circulação. Dizia que ” a crise de 29 foi um grande fracaso de um Governo e não do capitalismo” porque foi o Governo quem transformou uma bolha de bolsa numa Grande Depressão.

    Sobre a  crise de 2008, Edward Nelson, porta voz do FED disse que foram as iideias de Friedman que embasaram as ações que reverteram rapidamente a crise, referia-se a colocação de uma linha de credito de 750 bilhões de dolares, pelo Tesouro, à disposição de bancos e corporações industriais, linha que foi oferecida imediatamente após detonada a crise, foi sacada e dois anos depois devolvida integralmente.  Foi essa mega liquidez que resolveu a crise rapidamente,

    uma reação completamente oposta à de 1929, quando o Governo Hoover aprofundou a crise travando o crédito.

    Friedman, do outro lado do espectro de Keynes, tinha todavia a mesma flexibilidade mental. É o que explica sua defesa de ideias arrojadas e até progressistas socialmente, como o imposto de renda negativo, nada mais aue a RENDA MINIMA do Senador Suplicy, a descriminalização das drogas, tese que pela qual foi extremamente criticado nos EUA.

    Friedman era menos a favor da desregulamentação do sistema financeiro do que Greenspan, seu adversario doutrinario, nunca se deram bem no campo das ideias, embora fossem amigos pessoais, se frequentavam.

    Alguns de seus discipulos, assim como ele, ganharam o Nobel de Economia, como Gary Becker, Jacob Viener (grande amigo do Brasil e de Roberto Campos), Henry Simons e Frank Knight. Teve tambem discipulos no Brasil, especialmente na PUC Rio mas muitos captaram apenas um resumo de suas ideias e o transformaram em “cartilha”. Friedman jamais apoiaria uma estupidez como a de subir excessivamente os juros para combater uma inflação dentro da recessão,

    parece uma ideia burra e Friedman podia ser tudo menos burro. Disse uma vez que um Pais com grande divida publica

    será beneficiado pela inflação, uma vez que essa “diminui” a divida publica, enquanto a deflação a aumenta.

    Infelizmente a cultura brasileira tem o viés de ao captar uma doutrina estrangeira absorver apenas uma parte dela e não seu todo e a parte que os brasileiros mais gostam é a “parte ruim”, esquecendo da boa.

    Nosso monetarismo é uma copia pirata mal feita do monetarismo de Chicago, o mesmo que hoje faz a economia americana crescer com uma taxa de juros básica de 0,25% ao ano sem inflação e com pleno emprego.

     

  2. Josias de Souza
    Errático,

    Josias de Souza

    Errático, governo Dilma já flerta com o Plano E

    O Plano A, vendido na campanha, era prover rios de mel aos brasileiros, depois de livrar o país das medidas impopulares tramadas por Aécio Neves e impedir que o Banco Central independente de Marina Silva retirasse a comida da mesa dos pobres.

    O Plano B consistia em recrutar o tucano Joaquim Levy na diretoria do Bradesco para que ele fizesse um superávit primário de pelo menos 1,1% do PIB em 2015. Que teve de ser reduzido para 0,15% do PIB porque a mistura de estagnação com inflação transformou o remédio num veneno que deixou a economia paralisada.

    O Plano C foi subdividido em três etapas: 1) dizer que não havia mais como cortar despesas, 2) entregar o país nas mãos de Deus, e 3) enviar para o Congresso um orçamento para 2016 com um déficit de R$ 30,5 bilhões —coisa de 0,5% do PIB.

    O Plano D foi rabiscar um pacote fiscal em cima do joelho, porque os estrategistas do governo não tinham imaginado que o descompromisso com as metas fiscais irritaria a Standard & Poor’s a ponto de a agência rasgar o selo de bom pagador que concedera ao Brasil.

    O Plano E será, será… Ainda não há Plano E. Mas a aversão do Congresso à ideia de ressuscitar a CPMF, coração do Plano D, já empurra os sábios do governo para a conclusão de que talvez seja conveniente elaborar um plano de contingência. Cogita-se legalizar o jogo do bicho, o bingo e os cassinos.

    Na última quinta-feira, reunidos a portas fechadas com os parlamentares da Comissão de Orçamento do Congresso, os ministros Joaquim Levy (Fazenda) e Nelson Barbosa (Planejamento) disseram que o governo não tem um Plano B.

    Atônitos, os ministros ainda não se deram conta de que, em menos de nove meses, o governo já flerta com o Plano E. O alfabeto é extenso. Mas paira no ar uma dúvida: a paciência da plateia e a economia resistirão até o Plano Z?

  3. Jogos de azar devem ser

    Jogos de azar devem ser legalizados no Brasil?

    NÃO

    Destruidor de lares

    MENDES THAME

    A prática e a exploração dos jogos de azar em nosso país têm ocasionado graves danos à sociedade e acobertado atividades criminosas, proporcionando lucros estrondosos a organizações suspeitas.

    O jogo facilita a lavagem de dinheiro, a prostituição, a corrupção de menores, enfim, problemas sociais que buscamos combater. Legalizar os bingos é atentar contra a estrutura familiar, é um retrocesso brutal que vai causar grande impacto em toda a sociedade.

    O jogo no Brasil estava proibido desde 1946, por meio de decreto-lei do presidente Eurico Gaspar Dutra (1946-1951) e foi readmitido pela Lei Zico (lei nº 8.672/1993) e reafirmada cinco anos depois pela Lei Pelé (lei nº 9.615/98).

    Uma nova tentativa de proibir o jogo veio no governo do presidente Lula, por meio da Medida Provisória 168, de 2004, que determinava o fechamento imediato dos bingos. A MP foi aprovada na Câmara, mas foi surpreendentemente rejeitada pelo Senado, deixando o país sem legislação a respeito.

    Hoje, a prática do jogo é considerada contravenção penal, de competência dos juizados especiais, no qual as penas primam, sempre que possível, pela conciliação ou simples transação penal.

    Os que defendem a liberação dos bingos no Brasil justificam essa posição dizendo que esse mercado cria diversos postos de trabalho e aquece o setor de turismo.

    Na verdade, os jogos de azar não criam riquezas. Não há, portanto, um acréscimo no PIB (Produto Interno Bruto). As casas de jogo podem até prestar um serviço, mas vão absorver um dinheiro que já existe e que está na economia familiar.

    A OMS (Organização Mundial de Saúde) considera o jogo um vício, uma questão de saúde pública. Há trabalhos da USP mostrando a gravidade da ludopatia –vício compulsivo ou patológico em jogar–, que leva uma pessoa a não poder resistir ao impulso de jogar mais e mais, provocando como consequência graves problemas econômicos, psicológicos e familiares.

    Alguns defendem a criação de um cadastro nacional de ludopatas. É possível alguém achar que essa medida absurda resolveria o problema? É muito mais sério do que uma lista do Serasa ou qualquer outra. Essa questão é extremamente preocupante e devemos dar toda a atenção de que o caso necessita.

    Estudos realizados na USP revelam que há jogadores que descrevem sensações de alguma forma similares às experimentadas por usuários e dependentes de drogas, como sensações tranquilizadoras ou estimulantes, podendo ocorrer as duas em curto espaço de tempo.

    Pesquisas ressaltam ainda que, assim como o dependente de drogas faz uso exagerado de substâncias psicotrópicas, o tamanho das apostas de um jogador patológico é aproximadamente dez vezes superior às de outros.

    Frequentemente apresentam humor depressivo, irritabilidade, agitação motora, tremores, falta de concentração e uma variedade de sintomas físicos, sendo os mais comuns náuseas e dores de cabeça.

    Diante de tantos problemas apresentados até aqui, precisam ser respondidas as seguintes perguntas: a legalização dos jogos de azar no Brasil interessa a quem? Quem será beneficiado com isso: as famílias brasileiras ou apenas um grupo de contraventores?

    Legalizar o bingo no Brasil é ignorar todo o avanço conquistado até aqui. É por isso que devemos dizer não a qualquer tipo de atividade que coloque em risco o bem-estar da coletividade.

    ANTONIO CARLOS MENDES THAME, 69, professor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da USP, é deputado federal pelo PSDB-SP e presidente do capítulo brasileiro da Organização Global de Parlamentares contra a Corrupção – Gopac

     

  4. Jogos de azar devem ser

    Jogos de azar devem ser legalizados no Brasil ?

    SIM

    Salvação do Orçamento negativo

    REGIS DE OLIVEIRA

    Tive a oportunidade de conhecer muitos países. Em todos eles há jogo. Em alguns há plena liberdade. Noutros, os cidadãos não podem entrar em estabelecimentos do ramo –Marrocos, por exemplo. Mas, de qualquer maneira, uma das dimensões do homem é a diversão.

    Enquanto o jogo for considerado atividade ilícita –salvo se bancado pelo governo– caminha de mãos dadas com a corrupção. Seja a policial, pois se busca evitar o constrangimento de uma prisão ou de um processo, seja porque se busca sonegar e investir em atividades que permitem evasão fiscal.

    O jogo é proibido por aqui, incompreensivelmente, desde o governo do presidente Eurico Gaspar Dutra (1946-1951). O Brasil é um país de grande potencial turístico, de praias maravilhosas, de lugares paradisíacos, com uma boa rede hoteleira, mas que teima em não permitir o jogo em seu território.

    A arrecadação com impostos sobre o jogo pode se constituir em uma das maiores fontes de renda para o país –especialmente neste momento em que o país passa por uma gravíssima crise econômica e fiscal.

    Essa situação de grandes restrições a investimentos, com uma enorme crise no setor industrial, reflete-se no comércio e na arrecadação tributária em queda.

    O resultado dos desmandos e da falta de uma política séria em diversos setores levou o país a uma paralisação econômica. Há um quadro de recessão, de desemprego em alta e de má prestação de todos os serviços públicos.

    Uma das alternativas para dar uma forte injeção de recursos no país, o que forçará a vinda de grandes capitais, é a abertura dos jogos de cassino e da legalização das casas de bingo e do jogo do bicho.

    A movimentação econômica do jogo legal é de cerca de R$ 12 bilhões. O jogo ilegal movimenta anualmente perto de R$ 20 bilhões. Com a legalização, muitos bilhões seriam declarados e tributados pela Receita Federal. Pode-se imaginar quanto seria a arrecadação. O dinheiro seria canalizado para os serviços imprescindíveis do Estado.

    Todos os investidores de hoje viriam para a legalidade, podendo se transformar em empresários ao invés de serem tidos por criminosos. É um fantasma que paira sobre o jogo a extinção da Lei das Contravenções Penais e sua incorporação no Código Penal, com penas mais duras. Tal circunstância agravará a situação daqueles que continuarão a trabalhar de forma ilegal.

    Não será mais fácil legalizar tudo e fazer com que essa indústria dê receitas ao Brasil? Por que tratar de forma criminosa o que crime não é?

    Sempre entendi que o prazer, que é lúdico, é uma das dimensões do homem, tal como a religião. Há um espaço em que o público não entra. É de estrita oportunidade e conveniência do ser humano.

    Sua vida afetiva e amorosa, sua relação com seus parentes, seus prazeres, sua atividade sexual, seus divertimentos, seus contratos etc., tudo faz parte de um âmbito em que o Estado não pode e não deve entrar. O público se destina a evitar confrontos, violência, morte. São, pois, campos totalmente diferentes.

    A abertura de todos os jogos tem uma série de vantagens: diminuiria a corrupção, traria os hoje contraventores para a legalidade, muitos recursos seriam arrecadados para o governo, inúmeros empregos seriam gerados, investimentos viriam em massa dinamizando os setores de construção, hotelaria, música, lavanderia etc.

    Não se divisam argumento sérios em contrário, salvo de cunho religioso. Mesmo esses carecem de fundamento. Nunca houve a proibição de hoje em qualquer texto sagrado.

    Em suma, vemos apenas vantagens na legalização do jogo no Brasil. Urge que a discutamos seriamente, sem preconceitos.

    REGIS FERNANDES DE OLIVEIRA, 70, advogado, é professor titular aposentado da USP e desembargador aposentado. Foi deputado federal por São Paulo (1995-1996 e 2007-2010) e prefeito interino de São Paulo (2000)

     

  5. DRAUZIO VARELLA
    Vírus e

    DRAUZIO VARELLA

    Vírus e homens

    Se considerarmos que o sentido da vida é o eterno crescei e multiplicai-vos, os vírus são imbatíveis

    Um prosaico espirro carrega 40 mil gotículas de secreção, numa velocidade que pode atingir 300 km/hora. Dependendo da inclinação do jato em relação ao solo, o spray percorre mais de 10 metros.

    Se você estiver resfriado, cada gotícula conterá 200 milhões de unidades do vírus. Se um nariz incauto for alcançado na trajetória de uma delas, os vírus penetrarão e se multiplicarão no interior das células das mucosas nasais, liberando trilhões de cópias de si mesmo que infectarão em cadeia as células das vizinhança.

    Se você fosse um dos vírus do resfriado, seria capaz de engendrar estratégia de sobrevivência mais inteligente?

    Essa estratégia não é a única que os vírus encontraram para sobreviver no corpo humano.

    Na fase aguda, o herpes simples provoca pequenas bolhas nos lábios, nos genitais ou na pele. Assim que o sistema imunológico consegue contê-lo, as lesões cicatrizam, mas o vírus persiste para sempre, refugiado no interior de estruturas existentes nos nervos periféricos, à espreita de condições propícias para contra-atacar.

    O mesmo acontece com o vírus da varicela (catapora), adquirido na infância, que sobrevive no organismo durante décadas para emergir sob a forma de herpes zoster ao setenta anos de idade.

    Há, ainda, aqueles que permanecem à espera de uma debilidade do sistema imunológico para se manifestar. É o caso do vírus causador do sarcoma de Kaposi em pessoas com Aids e daqueles associados a diversos tipos de câncer (HPV, EBV e outros).

    Quando um vírus invade o organismo humano, terá três destinos:

    1) Provocará uma infecção tão grave que levará o hospedeiro à morte. Matar a galinha dos ovos de ouro não é boa ideia: gente morta não anda por aí espalhando vírus. É o caso do Ebola ou do vírus da gripe espanhola.

    2) O organismo dispara uma resposta imunológica de alta eficácia, que consegue eliminá-lo definitivamente. É o que ocorre com os vírus do resfriado comum, da gripe ou da hepatite A.

    3) O vírus e o hospedeiro entram em convivência pacífica por longos períodos, num processo de simbiose. Em certas condições, o DNA viral pode ser incorporado aos genes carregados pelos espermatozoides e óvulos, para ser transmitido às novas gerações.

    Se considerarmos que o sentido da vida é o eterno crescei e multiplicai-vos, os vírus são imbatíveis.

    Incapazes de reproduzir-se por conta própria por lhes faltar organelas especializadas, conseguem apropriar-se da maquinaria responsável pela divisão celular de qualquer ser vivo para fazer cópias piratas de seu material genético.

    Conseguem infectar bactérias, fungos, todas as plantas e animais. Para ter uma ideia da ubiquidade, em um litro de água do mar existem cerca de 10 bilhões de bactérias e 100 bilhões de vírus.

    A multiplicação rápida e o mecanismo que os vírus utilizam para incorporar seus genes aos das células infectadas modificam o genoma celular, ao mesmo tempo em que o genoma viral sofre mutações que vão ser submetidas à seleção natural –mecanismo que elimina as formas de vida menos aptas. Esse processo é conhecido como coevolução.

    Quando os vírus desenvolvem mutações favoráveis à sobrevivência do hospedeiro, eles se encarregam de disseminá-las para outros membros da mesma espécie. É o que acontece quando uma cepa de bactérias adquire resistência à penicilina: em pouco tempo essa habilidade será transmitida às demais da espécie.

    Vivem no corpo humano trilhões de vírus. Nosso organismo contém mais vírus do que bactérias e mais bactérias do que células. Eles podem ser encontrados na pele, intestinos, pulmões, boca e até na corrente sanguínea. Seus genes estão presentes não apenas em nossas células, mas no interior das bactérias que convivem em simbiose conosco.

    Mal invadiram um organismo, eles se multiplicam na maior velocidade que o ambiente lhes permite. Antes que as defesas imunológicas consigam destruí-los, já pensam em ir atrás de outro hospedeiro. Nesse entra-e-sai sem fim, a composição do viroma dos seres vivos tem características personalizadas.

    Cada um de nós, leitor, é um nicho ecológico único, formado por células humanas, bactérias e vírus que interagem em mecanismos de altíssima complexidade.

  6. OSCAR VILHENA VIEIRA
    Autópsia

    OSCAR VILHENA VIEIRA

    Autópsia jurídica de uma crise

    Três me parecem ser as contradições que estão por trás do atual momento; quem pagará a conta delas?

    Crises são fruto, sobretudo, de contradições que têm um forte potencial desestabilizador. Olhando a partir da lente do direito, três me parecem ser as contradições que estão por trás do atual momento.

    Em 1988, optamos pela criação de uma democracia generosa, voltada a enfrentar o enorme deficit social que estruturou a sociedade brasileira ao longo de sua história. No início foi difícil: crise fiscal e desmandos de Collor. Com a estabilização, o projeto zarpou. Nestas últimas décadas, muitos foram os avanços, não apenas em termos de bem-estar e de abertura democrática, mas também de emancipação de setores tradicionalmente discriminados. Esse ciclo virtuoso começou a se fechar em torno de 2011, com a retomada da desigualdade, da opacidade da política e da dificuldade cada vez maior de assegurar as expectativas de acesso aos serviços públicos, por parte de cidadãos mais cientes de seus direitos. Essa contradição entre as expectativas de expansão e uma experiência de frustração da cidadania em relação aos seus direitos levou milhões de jovens às ruas, marcando o primeiro ato da atual crise.

    Em resposta a essas manifestações, diversas inovações positivas foram introduzidas em nosso ordenamento jurídico. Aprovou-se uma lei de acesso à informação, ampliando a transparência e a capacidade da sociedade de fiscalizar os atos do governo. Entrou em vigor uma lei de corrupção empresarial, voltada a enfrentar as investidas do poder privado sobre a democracia. Por fim, permitiu-se a delação premiada, que tem se mostrado uma ferramenta poderosa para desvendar o conluio entre as elites empresariais tradicionais e a classe política. Esse processo culminou, agora, com a proibição, pelo Supremo, do financiamento de campanhas por empresas. Essas mudanças, associadas a um fortalecimento paulatino de instituições de aplicação da lei, entram em forte contradição com uma cultura política patrimonialista, incapaz de separar o público e o privado. Os que não perceberam que suas velhas práticas não mais resistiriam à nova transparência prestam contas aos tribunais hoje. Aí o segundo ato desta crise.

    A terceira contradição se refere à associação entre presidencialismo de coalizão e a chamada nova matriz econômica. Juridicamente, essa nova matriz significou uma ampliação da discricionariedade do Estado para favorecer determinados setores da economia, por intermédio de desonerações fiscais, juros subsidiados pelo tesouro, financiamento de grandes obras etc. O uso desses mecanismos, dissociados de critérios rígidos de transparência, eficiência e impessoalidade (artigo 37 da Constituição), tiveram um impacto perverso sobre nosso já heterodoxo presidencialismo de coalizão. Com o agravamento da crise fiscal, esse modelo se desintegra. Abre-se espaço para um novo e arriscado presidencialismo: o de colisão.

    O que está em questão neste momento é: quem pagará a conta dessas contradições? O ajuste recairá prevalentemente sobre os direitos dos cidadãos mais vulneráveis ou sobre os privilégios dos grupos e corporações entrincheirados no Estado? A crise política alienará ainda mais os cidadãos do processo democrático ou desestabilizará a nossa predatória plutocracia partidária?

  7. TATI BERNARDI
    Quem casa

    TATI BERNARDI

    Quem casa quer… encher o saco

    Se a pessoa não tem maturidade pra dar conta das próprias calcinhas, não deveria assinar documentos

    Uma amiga da época da escola vai se casar agora em outubro. Não a vejo há pelo menos uns 20 anos. Mentira, acho que cruzei com ela uma ou outra vez, mas quero dizer: não sou amiga dela há 20 anos. Aliás, eu nem era muito amiga dela quando era amiga dela. Só pra vocês entenderem, nem no Facebook eu tinha aceitado a criatura. Em suma: não fez nenhum sentido chegar pra mim um convite de casamento.

    Mas a coisa piora muito. O casamento é na Bahia, numa daquelas praias que você pega avião, ônibus, táxi, balsa e jangada pra chegar. E ainda tem mais um tanto a pé. Era mais fácil casar na Rússia. Ou seja: além de gastar com o presente, você tem que gastar com passagem, mais 123 meios de transporte, hospedagem e alimentação (ou você enfia 23 bem-casados na bolsa e fica se alimentando deles os outros dias, porque ninguém vai tão longe pra ficar um dia só). Fora as cartelas de ansiolítico pra suportar tudo isso. Fora as picadas de insetos. Fora as manchas na pele depois das picadas, porque eu mancho fácil. Fora o vestido “é casamento, mas é durante o dia e na praia” que você acha que tem, mas não tem e vai ter que comprar. Fora o sapato “é na areia, mas é casamento” que você acha que tem, mas não tem e vai ter que comprar.

    E a coisa segue piorando. ANTES do casamento ainda tem chá de cozinha, chá de lingerie e despedida de solteira. E para todos esses eventos, é claro, você gasta mais dinheiro e mais tempo e mais cartelas de ansiolítico pra suportar tudo isso. É basicamente como se a pessoa, que nem é sua amiga (e nunca foi e, vamos combinar, nem poderia ser porque já ficou claro que ela é mala, confere?), te pedisse pra você parar dois meses da sua vida e se dedicar inteiramente a ela. Apenas porque ela decidiu casar. “Gente, tô casando, esquece crise do país, esquece sua vida privada com suas ocupações e angústias e afazeres, esquece que você nem gosta de mim e eu nem gosto de você e FOCO na noiva.”

    Óbvio que eu não vou. E nem vou mandar presente. Geralmente, por educação, ao menos deposito lá uns R$ 145 pra fofa gastar na sua viagem dos sonhos. Pelo menos já entenderam que pedir dinheiro pra viajar pra Tailândia é menos imbecil que um site cheio de lixeiras e caçarolas com tampa. Escolho a opção menos brega entre “noite estrelada em bangalô” e “dar banho no elefante cagado” e sempre tenho certeza que meu dinheiro vai acabar na compra de um shortinho na lojinha do hotel.

    Mas nesse caso não vou dar nadinha. Ela não merece. Ela fez comigo o que não se faz nem com o pior inimigo. Ela me colocou no grupo de WhatsApp do chá de lingerie. O grupo chama “pra apimentar esse amor”. Esse nome me fez ter vontade de me cortar em sete lugares diferentes, mas eu tive por mim o que essa futura esposinha mongobila não teve: compaixão. Gata, se você não tem maturidade pra dar conta de suas próprias calcinhas, você não deveria assinar nenhum documento. Posso fazer um grupo de WhatsApp chamado “intervenção na sem noção” e convidar as mesmas pessoas?

    E que prêmio o convidado ganha depois de gastar meio salário pra atravessar o sertão e ver uma ex-não-melhor-amiga chatola casar com um coxa? Fotos do casal no telão! Ah, como foi bom em Bariloche! E quando a tia Cidinha, já munida de antenas neon e óculos pink, gritar “Eu não acreditooo” ao tocar “I Gotta Feeling”, você terá, ainda que bêbado, vontade de morrer. A vida é muito chata, mas essas pessoas que dão trabalho quando casam são ainda mais insuportáveis que a própria vida.

  8. IGOR GIELOW
    O dia

    IGOR GIELOW

    O dia seguinte

    BRASÍLIA – Como todo rito fúnebre, o enterro do governo Dilma-2 se dá com alguma consternação e muita fofoca. A maior das últimas diz respeito ao que fazer com a figura da presidente reeleita montada numa cornucópia de marquetagens.

    A mentira em si não é suficiente para derrubá-la –mesmo em países mais sérios não o é, vide o caso Bush. Mas há motivos sólidos para questionar a permanência de Dilma, e o primeiro deles é político. Exceto que um “deus ex machina” a salve, o desgoverno está a matar o país.

    A cada passo, a mandatária se afunda na própria sombra. O pacote da segunda passada, até aqui virtual, é eloquente: um conjunto de medidas tímidas e inexequíveis.

    Recurso último, Lula interveio para buscar salvar a criatura que carrega seu legado. Parece tarde, ao que tudo indica, e a presença dele na área insinua mais perspectiva de transição do que qualquer outra coisa.

    Enquanto isso, a engrenagem do impeachment foi colocada para rodar pelos suspeitos de sempre na Câmara. O PMDB apenas aguarda uma formalidade, seja via TCU ou TSE, para embarcar. A oposição, a reboque, espera sem ter muito o que fazer.

    A Dilma, resta espernear. “Golpe!”, grita, embora as emas do Alvorada saibam que nos dias de hoje um governo cai por seus próprios deméritos. Não estamos em 1964. O que se pode discutir é o futuro: como criar um arcabouço para evitar que o Brasil seja tragado pela inépcia de seus governantes?

    Soluções simples e erradas abundam. Parlamentarismo é algo lógico, sim, mas com a representação que está aí? Ah, para isso precisamos de “reforma política”.

    Verdade, mas sempre que isso é evocado, temos espertezas como a decisão do STF sobre financiamento de campanhas, motivada por populismo míope e preconceituoso: sociedades mais avançadas respeitam seus atores econômicos e os regulam. Bem, não vivemos numa.

  9. MÔNICA BERGAMO
    TUDO É

    MÔNICA BERGAMO

    TUDO É POSSÍVEL

    A possibilidade de renúncia de Dilma Rousseff já não é descartada dentro do PT. Dirigentes históricos e ligados ao ex-presidente Lula acreditam que ela pode ser levada a uma atitude extrema em caso de total ingovernabilidade do país –o que poderia ocorrer na hipótese de derrota fragorosa do pacote fiscal enviado ao Congresso.

    LINHA FINA
    Ainda que o STF (Supremo Tribunal Federal) barre um processo de impeachment, os mesmos dirigentes acreditam que a situação do governo pode ficar insustentável. E que Dilma se retiraria para evitar uma conflagração no país. A presidente tem repetido que não renunciará ao mandato em nenhuma hipótese.

    LINHA FINA 2
    No PT é feito o cálculo de que Dilma tem cerca de três semanas para virar o jogo e se estabelecer novamente como única alternativa de poder no país até 2018.

     

    A GARGANTA
    A conta pode mudar caso se confirmem os rumores de que o delator Fernando Baiano poderá arrastar os principais líderes do PMDB, partido de Michel Temer, para o precipício. Nesse caso, a possibilidade de o vice assumir no lugar de Dilma estaria afastada.

  10. CONTARDO CALLIGARIS
    ‘Que

    CONTARDO CALLIGARIS

    ‘Que Horas Ela Volta?’

    Os que chamávamos de ‘emergentes’ são hoje os afundantes. Até porque há verdadeiros emergentes…

    Gostei muito do novo filme de Anna Muylaert e admirei as performances de Regina Casé e de Camila Márdila. Também achei bem-vinda a escolha do filme para representar o país no Oscar, porque “Que Horas Ela Volta?” é um retrato tocante e fiel de nossa sociedade hoje.

    Sem spoilers: Val é babá e empregada na casa de Bárbara e Carlos. Ela criou o filho deles, Fabinho, e, enquanto isso, há anos, deixou de criar (e de ver) sua própria filha, Jéssica. Um dia, Jéssica reaparece: ela vem a São Paulo para tentar o vestibular. Val hospeda a filha na casa onde mora: a dos patrões.

    1) Na classe média abastada, a babá se transforma quase sempre em empregada. Aliás, ela nunca foi propriamente uma babá, mas uma empregada que tinha jeito com as crianças. Ou talvez ela nunca deixe de ser uma babá: ela começou como babá das crianças e acaba sendo a babá de toda a família –que é assim reduzida a um jardim de infância de pseudoadultos.

    A infantilização de todos pela babá-empregada é um exemplo do que Hegel observava sobre o mestre e o escravo: à força de ser servido, o mestre desaprende a lidar com o mundo, torna-se um inútil. O mestre antigo, ao menos, de vez em quando, saía pelo mundo desafiando a morte: a coragem o qualificava como mestre. O mestre moderno, nem isso: ninguém entende mais por qual mérito ele continuaria sendo “mestre”.

    2) Uma consequência habitual do recurso ao serviço da babá é o ciúme das mães, que se sentem (e são) menos amadas do que a mulher a quem elas confiam seus filhos.

    3) A babá mima tanto quanto a mãe, se não mais: o filho de criação é idealizado além da conta (talvez para compensar o abandono do filho natural, no caso de Val, da filha). Conclusão: a mãe topa qualquer coisa para que o filho lhe perdoe a ausência, e a babá topa qualquer coisa para se perdoar pelo abandono de seus próprios filhos.

    Em suma, o filho do qual cuida a babá é, para a babá como para a mãe, a coisa mais linda (e mais “rica”) do mundo. Coitado dele.

    4) Fabinho, mimado por Val, é improdutivo e incapaz de encarar uma frustração. Carlos desistiu da vida. Bárbara é “estilista”, o que, no caso, significa que sua função social se resume em manter uma pose.

    Os que chamávamos de “emergentes” são hoje os afundantes. Até porque há verdadeiros emergentes: Jéssica, por exemplo, que é obrigada a acreditar no seu esforço, e não no amor da mãe (que não teve) ou da babá (que também não teve).

    5) Quando cheguei ao Brasil, nos anos 1980, o país parecia dividido em castas, criadas e mantidas pela extrema desigualdade.

    Ou seja, as diferenças quantitativas (de renda) produziam uma distância qualitativa, aparentemente insuperável. Ora, um sistema de castas, para se manter, precisa que cada um, em cima ou embaixo, “saiba qual é seu lugar” e se identifique com ele. Jéssica, como diria Val, não sabe mais qual é o seu lugar. Graças às Jéssicas, pode acabar a sociedade de castas no Brasil.

    6) Na Folha de domingo (13), Mauro Paulino e Alessandro Janoni, do Datafolha, notaram que as Jéssicas são, hoje, vítimas da crise e do desgoverno. Será que por isso elas deixarão de desafiar o sistema brasileiro de castas?

    Penso que não: as Jéssicas não são apenas novas consumidoras (eventualmente subsidiadas). O país não está melhor porque Val e Jéssica podem bancar um aluguel ou comprar potinhos com capa de renda.

    O país está melhor porque, para as Jéssicas, ser cidadão não é o efeito de uma condição econômica privilegiada. Jéssica, mesmo empobrecida, continuará se dando o direito de se sentar na sala, dizer o que pensa e tentar o vestibular numa escola de elite.

    7) Anna Muylaert poderia ter me contratado como consultor para “Que Horas Ela Volta?”. Em Porto Alegre, quando cheguei ao Brasil, no fim dos anos 1980, nossa Val era a Vera. Vera tinha uma filha, que se chamava Letícia e que tinha uma idade parecida com a de meus enteados.

    Lembro-me de um diálogo (incompreensível para mim, europeu) para decidir se Letícia podia usar a piscina de casa.

    Lembro-me também que Vera gastava muito mais do que seria prudente em enciclopédias e coleções de clássicos. Aqueles livros, acumulados no quartinho dos fundos, eram o jeito de Vera lembrar o que ela desejava para a filha.

    Funcionou: Letícia, hoje, é professora. Letícia é a primeira Jéssica que conheci. Esta coluna é dedicada a ela.

  11. E o massacre

    E o massacre continua,

    Chacina deixa quatro mortos na Grande SP

    Quatro pessoas foram mortas a tiros em um ataque em Carapicuíba, na Grande São Paulo, na madrugada deste sábado (19).

    Segundo informações da Polícia Militar, as quatro pessoas estavam em duas motos na rua José Fernandes Teixeira Zuza, quando os suspeitos passaram pelo local em um carro e realizaram os disparos. Após o crime, os suspeitos fugiram.

    Equipes dos bombeiros foram acionadas para o resgate por volta da 0p0, mas ao chegarem ao local os quatro baleados já estavam mortos. Os nomes das vítimas ainda não foram divulgados.

    O caso será registrado no 1º Distrito Policial de Carapicuíba e investigado pelo DHPP (Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa)

  12. O Brasil é o único país no

    O Brasil é o único país no mundo que no início de 2015 até agora,só se fala de eleição no FIM de 2018.

      Como pode dar certo ?

  13. Opus Dei,Opus Toma. A sorte é que o Janot está atento, não está?

    Obra da Camargo Correia com “taxa” ao governo paulista tem irregularidade de 148%

    relatorio

    A revelação pela Carta Capital – e só por ela, até agora – que o relatório da Polícia Federal aponta uma “taxa” de 5,6% para a “administração central” em uma obra de rebaixamento da calha do Rio Tietê realizada pela Camargo Correia começa a apontar para um escândalo de grandes dimensões também nesta área do governo paulista.

     

    Em junho de 2006, a Folha publicou reportagem sobre os aumentos de preço considerados “absurdos” pelo Tribunal de Contas de São Paulo – habitualmente dócil aos governos tucanos”.

     

    A “festa”começou com uma majoração de 148% no contrato de gerenciamento da obra, que envolve, entre outras atividades, as medições pelas quais as empreiteiras são pagas, isso aceitando-se a explicação de Alckmin sobre os valores:

     

    “O consórcio Enger-CKC, contratado pelo DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo), deveria receber R$ 18,6 milhões pelo trabalho de consultoria para apoio ao gerenciamento geral da implantação das obras de rebaixamento da calha do Tietê –que envolve, entre outras coisas, a realização de medições dos serviços feitos.O montante triplicou e subiu para R$ 59,3 milhões (219% a mais), segundo auditoria do TCE. O governo Alckmin, porém, diz que os aditivos foram de R$ 27,6 milhões –sendo os R$ 13,1 milhões da diferença apenas reajustes já previstos em contrato, com base em indicadores da Fipe “.

    O contrato foi julgado irregular e há, desde 2005, um decreto legislativo –  que o anula –  dormindo nas gavetas da Assembleia paulista.

     

    Há ainda uma pendência de R$ 153 milhões, segundo se publica no Diário Oficial de São Paulo, envolvendo as empreiteiras , o  Processo Arbitral 16577/JRF :

     

    ” Fazendo uso do direito que lhe é dado através da cláusula XXIII do contrato nº 2002/22/00042.5 assinado com o DAEE em 28/02/2002, o Consórcio Camargo Corrêa/Enterpa/Serveng, responsável pela execução das obras no trecho do rio Tietê denominado Lote 4, interpôs em 31/08/09, junto ao Tribunal Arbitral da ICC – International Chamber of Commerce – processo arbitral para solução de controvérsias que se desenvolveram ao longo da execução do contrato, e que já haviam sido discutidas administrativamente no decorrer dos fatos, sem que se tenha chegado a acordo. O valor da reclamação é da ordem de R$ 44.000.000,00 (quarenta e quatro milhões de reais).”

     

    A Serveng, integrante do consórcio, doou  R$ 2,8 milhões para a última campanha de Alckmin, em 2014. Em 2010, foi a própria Camargo Correia que doou R$ 2,5 milhões. Ou 5,6% da diferença de R$ 44 milhões.

     

    Isso, claro, não faz de Alckmin automaticamente “culpado” de receber propinas em troca de acordos em obras, mas a mesma regra vale para todos.

     

    Mas torna obrigatório que o principal executivo da Camargo Correia seja interrogado sobre o que significa a “taxa” para a “administração central”de São Paulo.

     

    Ou será que isso não vem ao caso?

     

  14. Jesus: Mostre-me um golpista honesto e herdarás o Reino dos Céus

    Cunha é alvo de novo inquérito no STF

        publicado 19/09/2015 no Conversa AfiadaAgora, por suspeita de crime previsto na Lei de Licitaçõescharge bessinha cunha passarinho

     

    A partir do DCM:

    Cunha é alvo de novo inquérito no STF
     

    Do Congresso em Foco:

    O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), passou ontem (quinta, 17) a ter mais um inquérito com que se preocupar no Supremo Tribunal Federal (STF). Além do Inquérito 3983, a que responde por corrupção passiva e lavagem e dinheiro no âmbito da Operação Lava Jato, o peemedebista agora terá também de enfrentar o Inquérito 4123, instaurado por suspeita de crime previsto na Lei de Licitações. Em tramitação sob segredo de Justiça, o processo foi encaminhado para despacho ao presidente da corte, Ricardo Lewandowski.

    O inquérito, na verdade, é resultado de desarquivamento de ação determinado em 19 de agosto pelo juiz titular da 14ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, Marcello de Sá Baptista. O processo é referente a irregularidade supostamente praticada por Cunha à frente da Companhia Estadual de Habitação do Rio de Janeiro (Cehab), entre 1999 e 2000. O caso teve início com o deputado Chico Alencar (Psol-RJ), que ajuizou representação contra o peemedebista no Ministério Público fluminense àquela época, quando era deputado estadual.

    O deputado disse ao Congresso em Foco desconhecer o teor da acusação, em que figura como único alvo. “Não posso falar sobre o que não conheci”, abreviou Cunha, comentando em seguida a reprodução da página do STF, com os registros iniciais do inquérito, enviada por mensagem de celular. “Essa página não me dá condições de responder, porque desconheço o conteúdo. Como você viu, não tenho qualquer advogado representado nisso. Logo, é algo que ainda não tomei conhecimento”, reiterou o deputado.
     

     

  15. Ontem à noite liguei na rádio

    Ontem à noite liguei na rádio que troca notícia quando uma repórter tratava do tema sobre a ação que o PT deseja mover contra Gilmar. Em seguida, o Ministro fala umas coisinhas como as ditas no STF, e acrescenta que “Nós estamos sob um regime de Cleptocracia. Aí, a repórter explica o significado da palavra assim: Cleptocracia é um governo de ladrões.

    Hoje cedo, liguei de novo na mesma rádio, que mais uma vez reproduzia a fala de Gilmar Mendes, só que dessa feita a rádio não trocou a nóticia, mas as palavras da repórter, quando diz que cleptocracia é um governo de corrupção.

    Acho que a repórter foi orientada a mudar a palavra ladrões para corrupção.

    O fato é que Gilmar Mendes terá, sempre, em toda a Globo um cantinho para despejar suas patacoadas, e seu ódio contra o Governo e o PT. O Ministro até parece ser um funcionário da empresa Globo de Comu nicações.

    1. Preste atenção Maria

      Preste atenção Maria Rodrigues:

         Dois pontos a considerar,

                  Gilmar Mendes deveria ser um juiz e não cientista político pra julgar e ainda por cima ”prejulgar” o que signfica ser petista.

                  Ele ”julga” contra o petismo com alegações absurdas.- tem argumentos melhores.

                 Ele diz que o PT tinha um projeto pro país pra governa-lo até 2038.

                   Até pode ser,mas um ”juiz” não pode dizer isso. Sem dizer a precisão dele: 2038.

                      Não. eu não gosto do PT e menos ainda do ”matemático” Gilmar Mendes,

                  Se poder tivesse, expulsaria os dois:

                    PT e Gilmar Mendes.

  16. Qual a ”melhor”

    Qual a ”melhor” argumentação que leio contra a Lava Jato ?

       ”É política e não pegou ninguém do PSDB “”

        Até pode ser .

        Mas não li nenhum argumento que os petistas são inocentes,

            O argumento é :Se todos roubam, por que o PT não ?—subliminar.

                Ou: Por que só o PT e seus aliados SÃO denunciados ?

     

               E sem contar que os petistas fazem de tudo pra melar a Lava Jato.

            Voltemos ao quinto parágrafo:

               Vc, petista, imaginava esse argumento pobre do PT ?

                   O vestal da honestidade ?

                       Ah…vá…

                       Fala sério !

  17. Essa eu preciso contar. Eu

    Essa eu preciso contar. Eu gosto de assistir o canal 139 da net: ID.

    Peço licença pra um breve comentário:

       Há muitos mais crimes perfeitos no mundo do que vcs imaginam. Por planejamento ? Não.

          Porque a polícia não investiga,Ou é atropelada por outros casos,E fica tudo no arquivo de ”crimes não solucionados”

              Isso é uma constante no mundo.

                   Voltemos:

                 Como vcs sabem, nos EUA, cada Estado tem uma lei.

                  Em determinado Estado um cara matou e estrupou um montão de mulheres e crianças.

                   Nesse Estado não existe a pena de morte.Mas pra cada crime o cara é condenado a 99 anos–JURO QIUE É VERDADE.

                   Esse cara foi condenado a 1397 anos( só os crimes provados e confessados)

                          Sem direito a pedir condicional.

                         Depois de vários anos na cadeia, o advogado dele disse : Tenho boas notícias,

                            O Estado está aprovando uma lei que o direito de condicional se dará a 75 por cento da pena.

                            E NÃO É PIADA.

  18. A  minha vizinha é

    A  minha vizinha é encherida.Em todo lugar convida minha mulher;

       O marido dela é um coxa metido a intelectual.

         E  lá vou pro teatro.Jantar.E depois foder.

                EU NÃO QUERO NADA DISSO.

                       EU QUERO MINHA CAMA.

                           Ok.tem que marcar presença,

                           A veterana gosta de se empetecar e se mostrar.

                         Carambolas,será que tenho que pagar pecado tanto assim ?

                               Meu filho do meio diz:

                               ”Até que vc vai curtir”—tirando sarro com um sorriso maquiavélico no canto da boca.

                                 Lá vai 600 pra casa do caramba, sem eu me divertir.

                              E depois,invarialmente, tenho que ouvir que a vizinha não combinava a roupa.

                                   É uma disputa pra quem está  mais arrumada.

                                     Eu não mereço !

                                      Ou mereço ?

                                Parti…

  19. Anarquista nada sério e babaca

    A maioria dos que criticam a Lava Jato não é para pedir que o PT tenha o mesmo tratamento dado ao PSDB, só voce em sua cabeça sem juizo. Queremos que o Lava Jato use os procedimentos juridicos previstos na nossa lei onde a delação premiada não é uma decisão transitada em julgado. Delação premiada é uma ferramenta importante para o processo mas não é um fim em si mesmo. Aliás por que a delação premiada só vale para o Vacarri tesoreiro do PT, e não vale para os tesoureiros do PSDB, PMDB, PP, PSB.

    A Delação premiada vale para o Jose Dirceu do PT e não vale para os tucanos Aécio Neves e Antonio Anastasia. Queremos o corruptos de todos os partidos na cadeia após o amplo direito de defesa e o processo transitado em julgado. Aliás é isso que versa em nossa Constituição Federal.    Já basta o juiz Moro(morro de raiva do PT) querer mudar a lei para ferrar ainda mais só os petistas agora é o “anarquista que se diz sério” a se aliar a “República do Paraná”.   

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