Fora de Pauta

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Redação

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  1. “LULA NÃO É INVESTIGADO”

    Dória pede prisão de Lula e irrita Moro em SP.

    O juiz Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato, foi insistentemente questionado nesta quarta (24), em São Paulo, durante evento do LIDE, com cerca de 600 empresários, sobre uma suposta prisão do ex-presidente Lula; “Diante do que os autos indicam pode-se afirmar que a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é uma questão de tempo?”, perguntou João Dória Junior, presidente do LIDE e pré-candidato do PSDB à prefeitura de SP; “Eu não falo sobre o que acontece ou não acontece na investigação para o futuro e acho que este tipo de pergunta deveria ser feita em relação a vários outros personagens tanto dentro da investigação, quanto fora da investigação. É o tipo de pergunta que não tem nem como começar a responder”, respondeu Moro; Lula não é nem investigado na operação.

    Fonte: Brasil 247

     

     

     

  2. A diferença entre Aécio e o

    A diferença entre Aécio e o premiê inglês na questão dos voos.

     

    A diferença entre Aécio e o premiê inglês na questão dos voos

    Compare.

    A garota da foto fez uma selfie em que pega, no fundo, na janela, o premiê britânico David Cameron.

    Cameron estava a caminho de Portugal. A serviço. Num avião de carreira.

    E na classe executiva, porque não está fácil para ninguém. A crise é mundial.

    E agora considere o Aécio e seus 127 vôos para o Rio no jato do governo de Minas, certo de que isso jamais chegaria ao público.

    E lembre que ele prometia um “choque de gestão”.

    Fonte: DCM

     

     

  3. Um programa de um partido político ou um filme de terror?

    Um mosaico dos piores chantagistas da política brasileira. E o PMDB não teve sequer a vergonha de deixar de fora pelo menos o Eduardo Cunha e o Renan Calheiros, os representantes mais nefastos da decadência do Congresso Nacional. Só escapa o senador Roberto Requião, para o qual eu tiro o chapéu. O resto eu colocaria no mesmo saco de lixo e deixaria no primeiro aterro sanitário que encontrasse.

    [video:https://youtu.be/WFVDO3sQI48%5D

  4. Simbiose entre trafico e sistema de combate ao tráfico – do DCM

    Do DCM, por Mauro Donato

    Wellinton Xavier dos Santos, vulgo Capuava, é considerado um dos maiores traficantes de drogas no estado de São Paulo, senão o maior.

    Em julho deste ano, a casa caiu. Capuava estava em um sítio com 1,6 tonelada de cocaína pura, 898 kg de ingredientes para misturar e aumentar o volume, 30 fornos micro-ondas para a secagem, além de centenas de utensílios típicos para o preparo e refino da droga e mais quatro fuzis e uma pistola automática.

    Foi preso por policiais do Denarc.

    Eis que entra em ação o desembargador Otávio Henrique de Sousa Lima. Analisa o caso e liberta Capuava. Disse que as provas eram frágeis. Capuava, claro, deu linha na pipa novamente. Escafedeu-se.

    Mas a casa caiu para o desembargador também.

    O presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, José Renato Nalini, já estava de olho em Otávio Henrique. Achava muito estranho e de “extrema coincidência” o sistema de distribuição do tribunal encaminhar diversos pedidos de liberdade de traficantes para Otávio Henrique e serem atendidos. Muitos deles durante plantões de finais de semana. O presidente do TJ pediu o afastamento do desembargador por tempo indeterminado.

    O advogado de Otávio Henrique afirmou que seu cliente determinou primeiro a soltura do traficante e só depois foi que o desembargador “soube de alguns fatos sobre Capuava por meio da imprensa.”

    Deixando de lado a galhofa do advogado (ele é pago para defender o indefensável e dizer essas patacoadas), o argumento consciente do desembargador é que é o ponto.

    Se aquelas provas eram frágeis, o que dizer quando alguém é pego com um baseado?

    O envolvimento de alguém do gabarito de um desembargador diz muito a respeito da política de segurança pública vigente. Ela faz um teatro gigantesco de combate às drogas mas está envolvida até o pescoço. Ou nariz.

    A criminalização das drogas serve exclusivamente para fazer girar fortunas escusas e demonstrar poder nas favelas. Os grandes traficantes estão a salvo, longe dali, passeando no barco de um desembargador, nadando na piscina de um deputado, tomando whisky na cobertura de um diretor de novelas.

    Um meme de sucesso nas redes sociais circula desde uma apreensão significante, em um caso que o DCM investigou a fundo:

    “O helicóptero é dos Perrela; O piloto trabalha para os Perrela; A fazenda é dos Perrela; Já os 500 kg de cocaína não são de ninguém.”

    O questionamento que chega ao bizarro retrata fielmente o cenário de promiscuidade entre elite, políticos, polícia e criminosos. O tal “sistema”.

    Alexandre de Moraes, atuou como advogado em pelo menos 123 processos defendendo uma cooperativa de transporte suspeita de associação com o PCC para lavagem de dinheiro. Hoje é o atual Secretário de Segurança Pública de Geraldo Alckmin. Ainda que não haja nenhuma comprovação de associação do próprio Secretário com o crime organizado, é algo desprezível? Ninguém viu conflito de interesses?

    E que tal entregar a responsabilidade de investigar PMs suspeitos de envolvimento em assassinatos ao promotor Rogério Leão Zagallo, um notório defensor da filosofia “bandido bom é bandido morto”? Não é um tapa na cara? Surpreende que as coisas não mudem?

    Por enquanto o desembargador Otávio Henrique de Sousa Lima está apenas afastado e sendo investigado. Se comprovada sua participação, poderá receber uma advertência, ser aposentado de maneira compulsória ou mesmo demitido. Até lá, permanece recebendo salário normalmente.

    Já neguinho que tomar uma geral e estiver com os olhos vermelhos…

  5. Medicina capitalista – Do Tijolaço

    Um canalha sobe 5.000% o preço de remédio nos EUA. Aqui, “mal” é o médico cubano grátis

     

    canalhinha

     

    A matéria é o insuspeito Brasil Post, associado da Abril e o assunto está rodando na internet.

    Os direitos de exploração nos Estados Unidos do Daraprim, droga utilizada no tratamento de malária e de infecções oportunistas da Aidsa  foram comprados em agosto pela Turing Pharmaceuticals, startup dirigida por Martin Shkreli, ex-operador de ações de alto risco de 32 anos.

    O preço do comprimido passou de US$ 13,50 para US$ 750, ou R$ 3 mil.

    Segundo a Forbes, Shkreli ” é o homem mais odiado na América”, mas ele afirma não se importar.“A reação da mídia não é algo que eu levo muito a sério. Metade do país não gosta de empresas farmacêuticas. A outra metade do país não se importa “

    Aqui no Brasil, país arcaico, atrasado, cheio de marcos regulatórios e intervenção do Estado, e controla (mais ou menos) o preço dos medicamentos, o Daraprim custa, em caixa de 100 comprimidos,  R$ 7 — sete centavos por pílula –, o que corresponde a 0,002% do preço de um comprimido americano, segundo informa a repórter Ione Aguiar, do Brasil Post. E não há planos de subir o preço, porque a patente, aqui, não pertence ao “mauricinho”.

    O assunto explodiu depois que, três dias atrás,  o The New York Times fez uma matéria sobre os aumentos gigantescos de preço e sobre um tweet de Hillary Clinton que chegou a derrubar as ações das farmacêuticas na bolsa Nasdaq.

    Aqui, a historinha sai sem destaque. Escarcéu, mesmo é para programa como o Mais Médicos, que deu atendimento a milhões de pessoas que não tinham nenhum, contra as carências do SUS e desprezo total pela pesquisa e produção de fármacos da Fiocruz e por sua luta para tornar a saúde uma concepção integral e não um monte de nichos lucrativos de mercado – remédios, planos privados de saúde e a ideia de que boa medicina é apenas alta tecnologia, como diz o o sanitarista Paulo Buss, coordenador do Centro de Relações Internacionais em Saúde da Fundação:

    – Não interessa a alguns grupos que o Estado tenha força para intervir em absurdos como o acesso à tecnologia apenas a quem pode pagar.

  6. Lava Jato

    Lava Jato bota a raposa para tomar conta do galinheiro

     

    Eu sou antiimperialista, mas não sou antiamericano. Vejo coisas boas nos EUA, mesmo tendo participado por exemplo da luta, no Brasil, do movimento social e político que impediu no primeiro governo Dilma do presidente americano Barack Obama de discursar na Cinelândia, o que seria uma ofensa ao nosso “Palco político maior”, e o colocou dentro do teatro Municipal no Rio de Janeiro.

    Reconheço que Obama vale mais que os dois Bush e vou torcer para a vitória de um democrata na sucessão de Obama. Contudo prefiro a aliança do Brasil com os BRICS do que continuar a ser quintal dos EUA.

    Por exemplo, aplaudi  quando os EUA, em 2008, injetaram US$ 7 trilhões de dinheiro público em empresas privadas para salvar, entre outras, o Citybank e a GM, mas principalmente para impedir o desemprego, inclusive incentivaram o contrato de leniência possibilitando que as empresas, mesmo envolvidas em corrupção na chamada “Bolha Imobiliária” , continuassem a operar enquanto seus donos respondiam na Justiça.

    Por outro lado, não podemos nos esquecer que os EUA são os principais culpados pelas guerras que geram esses milhares de refugiados que buscam abrigos no mundo.

    Aqui no Brasil a Petrobrás que tem um papel social para o país superior a qualquer empresa americana para os EUA; já que, sozinha, a Petrobrás, com os impostos que paga, financia 80% das obras do país e o Brasil é o segundo maior canteiro de obras do mundo só perdendo para a China, respondendo por milhões de empregos diretos e indiretos. Entretanto a Lava Jato parece deslumbrada em manchar a imagem da Petrobrás e em desempregar trabalhadores, cujas empresas estão sendo investigadas na operação.

    A operação Lava Jato cujo  chefe, o Sérgio Moro, ganha R$ 77 mil por mês, o dobro do que ganha um ministro do STF. Com o discurso de combate a corrupção, que para muitos juristas é uma investigação seletiva, pois apesar de inúmeras denúncias nenhum tucano foi preso, como os senadores como Aécio Neves e Antonio Anastasia, várias vezes citados por delação premiada. A investigação também não chegou ao governo tucano de FHC, na Petrobrás, apesar de várias vezes citado pelos delatores. Na mesma operação, só o tesoureiro do PT está preso, apesar de delações contra o PSDB, PP, PSB e PSDB. E não podemos esquecer o governo tucano de FHC tentou privatizar a Petrobrás.

    Na campanha o “Petroleo é Nosso”, na década de 40 e 50, que resultou na criação da Petrobrás e do Monopólio Estatal do Petróleo, os maiores inimigos eram as multinacionais de petróleo, principalmente empresas de petróleo americanas. 62 anos depois a Petrobrás que abastece ininterruptamente de petróleo o país, descobriu em 2006 o pré-sal que, sozinho, já produz hum milhão de barris de petróleo, o suficiente para abastecer juntos todos os países do Mercosul. E ainda, o pré-sal garante nosso abastecimento de petróleo nos próximos 50 anos e não podemos esquecer que os EUA só têm petróleo para os próximos três anos.

    Outro ataque americano ao nosso petróleo ocorreu em 2009, quando o Wikileaks denunciou a troca de telegramas entre a executiva da petroleira Americana Chevron e o então candidato tucano, José Serra, este se comprometendo a mudar a lei de Partilha de Lula, para a de FHC de concessão, o que representaria a entrega do nosso petróleo. Serra, para felicidade do Brasil, perdeu as eleições.

    Mas se os americanos não desistem, Serra muito menos, já que Serra é autor da PLS 131/15, que tem o mesmo cunho de favorecimento a Chevron, e mais uma vez tenta entregar nosso ouro negro impondo agora essa lei no Congresso Nacional.

    Como se não bastasse, a Lava Jato pediu ajuda aos americanos para apurar melhor a corrupção. Logo eles, os americanos que estão sempre tentando abocanhar nosso petróleo!

    Agora a Folha de 25/9 divulga a convite da Lava Jato: “Promotor dos EUA virá ao Brasil negociar com delatores da Lava Jato.” Isso é só ingenuidade?

    Emanuel Cancella é coordenador do Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP). 

    Rio de Janeiro, 25 de setembro de 2015 

    OBS.: Artigo enviado para possível publicação para o Globo, JB, o Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de comunicação.

     

     

  7. Notícia tem prazo de

    Notícia tem prazo de validade,

      Artigo não.

    JOÃO PEREIRA COUTINHO

    Como destruir um filho

    Antes, os pais preparavam os filhos para a vida; hoje, os progenitores preferem proteger os filhos da vida

    “Violar a lei”: será correto usar esse verbo em faculdades de direito? Ou a palavra “violar” pode ser ofensiva para alunas e alunos, despertando em alguns deles memórias traumáticas que devem permanecer nos calabouços da consciência?

    O leitor leu o início da coluna e pensa que o autor enlouqueceu nos últimos tempos. Quem me dera. O caso aconteceu mesmo em Harvard: estudantes “desconfortáveis” com o termo pediram aos professores para o evitarem.

    A história é relatada na revista “Atlantic Monthly” e os autores, Greg Lukianoff e Jonathan Haidt, não se limitam às “violações” da lei.

    Segundo os próprios, crescem nos Estados Unidos os casos de “microagressões” –palavras, conceitos, meras alusões que põem em risco o “bem-estar emocional” dos alunos. E os alunos têm direito a esse “bem-estar”. As universidades devem ser “zonas de conforto” onde nunca se deve escutar aquilo de que não se gosta.

    É exatamente por isso que os professores universitários são aconselhados a emitirem avisos prévios antes de ensinarem matérias potencialmente ofensivas.

    Um exemplo do artigo: se o assunto é literatura, o professor deve avisar previamente a turma que “misoginia” e “abusos físicos” fazem parte da obra “O Grande Gatsby”, de F. Scott Fitzgerald. Caso contrário, uma alma mais sensível pode desmaiar em plena classe e a carreira do professor estará terminada. Pergunta óbvia: como se chegou até aqui?

    O artigo culpa os pais dos universitários de hoje, que educaram as suas crianças com uma obsessão pela segurança que não existia em gerações anteriores. É uma excelente hipótese e, por mero acaso, um livro lido recentemente ajuda a entender essa loucura.

    Intitula-se “How to Raise an Adult” (como educar um adulto), foi escrito por Julie Lythcott-Haims e a sentença da autora, antiga decana da Universidade de Stanford, é glacial: antigamente, os pais preparavam os filhos para a vida; hoje, os progenitores preferem proteger os filhos da vida –e isso vê-se nas pequenas coisas e nas grandes coisas.

    Começa logo na infância, quando o perigo de pedófilos, sequestradores ou marcianos obriga os pais modernos a aprisionarem os filhos em casa. Resultado: a epidemia da obesidade infantil, alimentada por horas de sedentarismo, suplantou em muito os acidentes normais das antigas brincadeiras da infância.

    Mas a obsessão securitária dos “pais-helicóptero” (expressão que designa os espécimes nascidos entre 1946 e 1964) não fica na infância. Depois de proteger os filhos nos primeiros anos, é preciso continuar a tratá-los como flores de estufa na escola e até na universidade. Como?

    Escolhendo por eles (cursos, amigos, até tempos livres); pensando por eles (com exércitos de explicadores para todas as matérias curriculares); e até vivendo por eles (de preferência, medicando qualquer comportamento “desviante”, como a preguiça saudável ou o excesso de energia).

    Essa atitude tem um preço e o preço encontra-se na quantidade de alunos que a autora encontrava na universidade literalmente à deriva: insones; deprimidos; ansiosos; incapazes de tomarem uma decisão por medo psicótico de fracassarem.

    E, quando a decisão era inevitável, o comportamento era uniforme: um telefonema aos pais para que fossem os pais a decidirem por eles.

    Para Julie Lythcott-Haims, a educação “moderna” fez dos “adultos” de hoje seres “existencialmente impotentes”. Porque os pais, na ânsia de tudo protegerem e controlarem, alimentaram nos filhos uma mentalidade de vítimas: seres frágeis e amedrontados que simplesmente não sabem como “funcionar” no mundo que existe fora do aquário.

    Não será de admirar que, educadas perpetuamente como crianças, as crianças universitárias de hoje vejam “microagressões” em cada frase, curso ou professor. Tudo é ameaça para quem foi constantemente protegido de qualquer ameaça. Um livro. Uma frase. Um conceito. E, claro, um preconceito.

    No livro, Julie Lythcott-Haims lamenta que os filhos de hoje não tenham a atitude dos filhos de ontem: uma certa rebelião existencial contra a autoridade dos progenitores, condição primeira para forjarem uma identidade independente. E poderem voar com as próprias asas.

    Essas asas não existem. Elas foram destruídas pelo amor sufocante dos pais durante anos e anos de gaiolas douradas.

  8. Como assim…Neymar é o único…

     

    Pouco depois do bloqueio das contas de Neymar, os pais do craque do Barcelona e da seleção brasileira trataram de defender o filho em uma nota oficial. Neymar da Silva Santos e Nadine Gonçalves da Silva Santos negaram nesta sexta-feira (25) que o filho tenha sonegado imposto.

    A nota ainda apela para a boa imagem de Neymar no Brasil, afirmando que o atleta “é o único que possui uma gestão de carreira e imagem que o nosso País pode se orgulhar” e lembra que a família mantém “uma instituição que atende mais de 2.400 crianças e seus familiares”.

    Em que pese entender a posição dos pais, mas lamento dissentir, pois como assim Neymar é o único que possuiu uma carreira e imagem que o nosso País pode se orgulhar? Quer dizer que o Neymar é o juiz Moro do futebol. Ocorre que o povo brasileiro sente orgulho por vários, inúmeros outros atletas, que declino em citar os nomes para não cometer o mesmo erro com aqueles que não forem citados. Como disse entendo os pais do astro do Barcelona, mas os mesmos não foram felizes na tentativa de defendê-lo, menosprezando quem faz e fez muito pelo Brasil, nas mais diversas modalidades de esportivas.

  9. O legado do Governo Dilma no combate à corrupção

    Muito se fala em política sobre o tal do “legado”.

    Esse é o termo comumente utilizado para a identificar o quadro deixado pelo governo anterior em suas diversas áreas, sendo modulado de acordo com o nível de sucesso alcançado.

    Num momento em que os índices rasteiros de aprovação popular da Presidenta da República contrastam com os do início do seu primeiro governo, onde chegou a ter índices de aprovação superiores aos de todos os seus antecessores, questiona-se, com a mesma precocidade que pode ter o seu segundo mandato, qual o legado deixado pelo Governo Dilma Roussef.

    Para não nos perdermos no vasto campo das funções governamentais, proponho esse debate naquele que pode ser o mais importante do momento e que também poderia ser um do maiores legados dos governos petistas: o combate à corrupção.

    A história do combate à corrupção nesta nação de 5 séculos pode ser resumida com muita propriedade se contada a partir de poucas décadas, significativamente a partir de 1988 com a promulgação da Constituição Cidadã, que selou a autonomia do Ministério Público e as atribuições dos controles interno e externo.

    No que tange ao Poder Executivo, vale comentar especialmente sobre a criação da CGU-Controladoria-Geral da União, mais precisamente com sua organização e integração à Presidência da República a partir de 2003.

    A CGU ganhou notoriedade principalmente durante o Governo Lula, com ampla participação em diversas operações especiais ao lado do MPF, DPF, RFB, CADE, DENASUS e outros órgãos de controle, além de representar o governo brasileiro em foros internacionais de discussão sobre temas como combate à corrupção, governança pública e promoção da transparência, sendo ainda motivo de orgulho mesmo nesse momento de notícias tão amargas (ver link).

    Cabe então discorrer sobre o que é a CGU no Governo Dilma.

    Desde o primeiro mandato, leis importantes no campo da transparência pública e combate à corrupção com orientação direta da CGU foram aprovadas no Governo Dilma, como a Lei de Acesso à Informação (Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011), Lei de Conflito de Interesses (Lei nº 12.813, de 16 de maio de 2013) e a Lei Anticorrupção (Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013).

    Na contramão desse cenário, os sucessivos cortes orçamentários restringiram severamente os trabalhos do órgão, com redução clara das atividades essenciais de combate à corrupção (ver resumo ao final).

    Agora, cercado por várias frentes, o Governo reage de forma errática, cedendo a todos os desejos que lhe foram impostos, mesmo que para isso tenha que contrariar promessas empenhadas durante a campanha.

    A solução descabida de extinguir ministérios, anunciada de forma tão desorganizada quanto se pode dá o sobredito corte, ameaça levar na esteira das medidas insensatas, o órgão de combate à corrupção que deveria ser o maior trunfo do Governo Dilma.

    Várias notícias dão conta da iminente extinção da CGU, com o esquartejamento de suas funções de ouvidoria, transparência, controle interno e corregedoria, entre os Ministérios da Casa Civil e Justiça. Destaque-se o orçamento do órgão em 2015 é de R$98 milhões (o 5º menor entre os demais ministérios), algo em torno de 0,05% do total e cerca de ¼ do que se comenta que Pedro Barusco aceitou devolver na Lava Jato.

    Tal situação trata-se de um evidente tiro no pé, mas por que achar que o Governo que vem se autometralhando diariamente não faria isso.

    Nesse compasso é que ponho em questão o debate sobre o legado do Governo Dilma no combate à corrupção. Assumirá como legado o completo retrocesso em nome de uma inexistente redução de custo?

    Assine também:

    http://www.peticaopublica.com.br/pview.aspx?pi=CGUedopovo

    Links para consulta:

    http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/brasil-da-um-salto-no-ranking-global-de-transparencia-orcamentaria-de-12o-para-6o-lugar.html

    http://epoca.globo.com/tempo/expresso/noticia/2015/09/governo-quer-dividir-cgu-entre-casa-civil-e-ministerio-da-justica.html

    http://www.bemparana.com.br/noticia/407515/extincao-da-cgu-seria-equivoco-inaceitavel-diz-ex-ministro

    http://www.cartacapital.com.br/revista/858/o-fiel-delator-2710.html

    (Dados extraídos dos Relatórios de Gestão da CGU publicados no site da CGU e do TCU)

    Avaliação da execução de programas de governo:
    2011 – 3.902 ações
    2014 – 1.192 ações
    – Redução de 69,5%

    Ações Investigativas:
    2011 – 1.361 ações
    2014 – 592 ações
    – Redução de 65,5

    Programa de sorteios públicos:
    2011 – 1.975 ações
    2014 – 1.090 ações
    – Redução de 44,8%

    Servidores efetivos vinculados à CGU:
    2009 – 2.665 servidores
    2014 – 2.232 servidores
    – Redução de 16,3%

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