Fora de Pauta

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Redação

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  1. O legado do Governo Dilma no combate à corrupção

    Muito se fala em política sobre o tal do “legado”.

    Esse é o termo comumente utilizado para a identificar o quadro deixado pelo governo anterior em suas diversas áreas, sendo modulado de acordo com o nível de sucesso alcançado.

    Num momento em que os índices rasteiros de aprovação popular da Presidenta da República contrastam com os do início do seu primeiro governo, onde chegou a ter índices de aprovação superiores aos de todos os seus antecessores, questiona-se, com a mesma precocidade que pode ter o seu segundo mandato, qual o legado deixado pelo Governo Dilma Roussef.

    Para não nos perdermos no vasto campo das funções governamentais, proponho esse debate naquele que pode ser o mais importante do momento e que também poderia ser um do maiores legados dos governos petistas: o combate à corrupção.

    A história do combate à corrupção nesta nação de 5 séculos pode ser resumida com muita propriedade se contada a partir de poucas décadas, significativamente a partir de 1988 com a promulgação da Constituição Cidadã, que selou a autonomia do Ministério Público e as atribuições dos controles interno e externo.

    No que tange ao Poder Executivo, vale comentar especialmente sobre a criação da CGU-Controladoria-Geral da União, mais precisamente com sua organização e integração à Presidência da República a partir de 2003.

    A CGU ganhou notoriedade principalmente durante o Governo Lula, com ampla participação em diversas operações especiais ao lado do MPF, DPF, RFB, CADE, DENASUS e outros órgãos de controle, além de representar o governo brasileiro em foros internacionais de discussão sobre temas como combate à corrupção, governança pública e promoção da transparência, sendo ainda motivo de orgulho mesmo nesse momento de notícias tão amargas (ver link).

    Cabe então discorrer sobre o que é a CGU no Governo Dilma.

    Desde o primeiro mandato, leis importantes no campo da transparência pública e combate à corrupção com orientação direta da CGU foram aprovadas no Governo Dilma, como a Lei de Acesso à Informação (Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011), Lei de Conflito de Interesses (Lei nº 12.813, de 16 de maio de 2013) e a Lei Anticorrupção (Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013).

    Na contramão desse cenário, os sucessivos cortes orçamentários restringiram severamente os trabalhos do órgão, com redução clara das atividades essenciais de combate à corrupção (ver resumo ao final).

    Agora, cercado por várias frentes, o Governo reage de forma errática, cedendo a todos os desejos que lhe foram impostos, mesmo que para isso tenha que contrariar promessas empenhadas durante a campanha.

    A solução descabida de extinguir ministérios, anunciada de forma tão desorganizada quanto se pode dá o sobredito corte, ameaça levar na esteira das medidas insensatas, o órgão de combate à corrupção que deveria ser o maior trunfo do Governo Dilma.

    Várias notícias dão conta da iminente extinção da CGU, com o esquartejamento de suas funções de ouvidoria, transparência, controle interno e corregedoria entre os Ministérios da Casa Civil e Justiça. Destaque-se que o orçamento do órgão em 2015 é de R$98 milhões (o 5º menor entre os demais ministérios), algo em torno de 0,05% do total e cerca de ¼ do que se comenta que Pedro Barusco aceitou devolver na Lava Jato.

    Tal situação se trata de um evidente tiro no pé, mas por que achar que o Governo que vem se autometralhando diariamente não faria isso.

    Nesse compasso é que ponho em questão o debate sobre o legado do Governo Dilma no combate à corrupção. Assumirá como legado o completo retrocesso em nome de uma inexistente redução de custo?

    Assine também:

    http://www.peticaopublica.com.br/pview.aspx?pi=CGUedopovo

    Links para consulta:

    http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/brasil-da-um-salto-no-ranking-global-de-transparencia-orcamentaria-de-12o-para-6o-lugar.html

    http://epoca.globo.com/tempo/expresso/noticia/2015/09/governo-quer-dividir-cgu-entre-casa-civil-e-ministerio-da-justica.html

    http://www.bemparana.com.br/noticia/407515/extincao-da-cgu-seria-equivoco-inaceitavel-diz-ex-ministro

    http://www.cartacapital.com.br/revista/858/o-fiel-delator-2710.html

    (Dados extraídos dos Relatórios de Gestão da CGU publicados no site da CGU e do TCU)

    Avaliação da execução de programas de governo:
    2011 – 3.902 ações
    2014 – 1.192 ações
    – Redução de 69,5%

    Ações Investigativas:
    2011 – 1.361 ações
    2014 – 592 ações
    – Redução de 65,5

    Programa de sorteios públicos:
    2011 – 1.975 ações
    2014 – 1.090 ações
    – Redução de 44,8%

    Servidores efetivos vinculados à CGU:
    2009 – 2.665 servidores
    2014 – 2.232 servidores
    – Redução de 16,3%

       

  2. Marina Silva
    Marina Silva aceitaria a CPI dos Bancos ou auditoria da divida?

    E se fizéssemos diferente e todos nós, povo brasileiro, nos uníssemos em torno de três questões básicas:

    1- A divida pública que nos escraviza há décadas
    2- A democratização da mídia
    3- A reforma o Judiciário, o poder mais corrupto dentre os corruptos

    Juntando poder financeiro da banca, mídia e aparato midiático-judicial, é o que temos constituído nisso que chamamos de poder dominante ou verdadeiro poder corrupto: é disso que se trata, é este o nosso inimigo comum a ser enfrentado e submetido

    Continue lendo

    http://lexometro.blogspot.com.br/2014/10/o-mensalao-nao-existiu.html
     

     

  3. Questões necessárias :
    As

    Questões necessárias :

    As palestras do juiz Moro são remuneradas ?

    Quem paga as diárias ao juiz Moro nos seus constantes deslocamentos para palestras e afins?

    O juiz Moro pode abandonar seu trabalho de juiz (?) para proferir palestras ?

     

  4. Entrevista com Pedro Cardoso: a televisão brasileira é uma farsa

    Para quem não se lembra, Pedro Cardoso era o Agostinho da Grande Família, programa da TV Globo exibido às quinta-feiras ao longo de 14 anos. Veja o que ele diz sobre a televisão brasileira em entrevista publicada na internet em 29 de julho de 2015. Imperdível!

    [video:https://youtu.be/HBQfObeZSQc%5D

     

     

    1. Uma personagem singular

        Tipica do inicio do século XX  , a qual até hoje segue indefinido, se foi agente da inteligência britanica ( na Turquia operou para a Vickers/Sir Basil Zaharoff e para Krupp , alem de conselheiro dos “jovens turcos” ), ou se sempre foi um agente do Kaiser.

         ” World War and World Revolution – Alexander Helphand – Parvus in Germany and Turkey ” –  Ensaio biográfico publicado em 2011 ( vale a pena ler ).

  5. Assunto sério.
      Desde

    Assunto sério.

      Desde sempre, não há uma semana que o sinal da Net não caia por horas e horas.

       Muitas e muitas x 2/3 dias semanais.

      Então fico sem internet, televisão e telefone,

       Então fico como o homem da caverna. e comentei com minha filha que estava em casa.

       Resposta dela:

    Os Flintstones tinhamtelevisão.

  6. A sua herança, de Antonio Gramsci

    Essa artigo de Antonio Gramsci foi publicada  em 1918 no jornal “Avanti!!”, órgão oficial do Partido Socialista italiano.  Mais que um chamado  (ao final do texto) à organização dos trabalhadores em prol do bem comum (conclusão lógica e prática   a que o pensador italiano cehga a partir de premissas relacionadas à vontade e à liberdade numa sociedade de mercado) , uma reflexão atual sobre a responsabilidade coletiva e presente sobre o futuro de nossos filhos.

    A sociedade contemporânea: um mercado rumoroso, de homens em delírio; no centro do mercado, um carrossel que gira em turbilhão, impetuosamente. Cada um dos presentes deseja saltar na garupa de um luzente e bem arreado cavalinho, de uma sereia de olhos lânguidos; querem acomodar-se nas macias almofadas de uma carruagem. É um precipitar-se desordenado e caótico da multidão em tumulto, uma obscena acrobacia das artes simiescas. Dez mil caem por terra depois de terem quebrado os membros, um em dez mil atravessa, ergue-se sobre estes  inúmeros corpos, separa o salto adequado e voa no turbilhão infernal.

    Você quer participar da competição. Você também tem probabilidade  de sorte. Chegar significa tornar-se rico, ser senhor da vida, conquistar a própria liberdade.

    Aqui está: a liberdade. Detenhamo-nos. Certamente a riqueza não  é um fim; se se torna fim chama-se avidez (avareza). É meio para um fim: a liberdade. Um vintém que você possua, é um vintém de liberdade à sua  disposição, é um vintém de livre escolha. A propriedade é a garantia de que esta liberdade será contínua. A propriedade de uma parte de riqueza (instrumento de trabalho) é a possibilidade de ampliar ainda mais o domínio da liberdade pessoal. O direito de herança é a garantia de que a sua liberdade pessoal será também de seus filhos, dos seus entes queridos. Uma vez que o seu fim não é um fato material circunscrito, uma vez que você não é um ávido de bem estar mecânico, mas de liberdade, resulta que o seu objetivo não é individual, mas é a imortalidade. Você sente que os seus filhos o continuarão como você continua seus pais e quer ver garantida a liberdade do seu espírito imortal. Esta imortalidade é admitida pelos leigos e filósofos: ela é precisamente chamada de Espírito pelos filósofos e vem a coincidir com a História, porque inteiramente humana, porque nada tem a dividir com o espírito (alma) transcendente, ultraterreno, das religiões. É pura atividade: você é ativo, trabalha, participa da imortalidade do trabalho, mas quer ver exteriormente esta perenidade do seu eu: você a procura nos seus descendentes, nas garantias de liberdade que lhes assegura.

    Todos os homens têm esta aspiração, todos os homens querem tornar-se proprietários de liberdade, de liberdade garantida, de liberdade transmissível. Se ela é o sumo bem, é natural que dela se procure fazer participantes os próprios entes queridos, é natural que se aceite o sacrifício para criar esta liberdade, ainda que certos de não aproveitá-la

    para si próprios, só para assegurá-la aos entes queridos. A preocupação torna-se, em alguns casos, tão pungente a ponto de impelir ao delito, à perversão e ao suicídio. Mães se prostituem para juntar um pecúlio de liberdade aos filhos; pais se matam com a aparência de desgraça, para que os filhos usufruam prontamente o seguro da liberdade.

    A liberdade é somente um privilégio: eis porque se manifestam estas perversões. A sociedade é um mercado: a sorte é um jogo. A maioria deve necessariamente fracassar na feroz competição. A maioria é, pois, não-espírito, não participa da imortalidade da história? Existe a imortalidade sem a continuidade exterior? Certamente não. Existindo, transforma o mundo; suscita, pois, formas exteriores.

    Então, também você, que não é rico, que não é um capitalista, que não garante à sua imortalidade nenhuma continuação exterior de liberdade, herda e deixa uma herança. De outra forma, você não seria homem, não seria espírito, não seria História. É necessário que você tenha consciência desta verdade, que aprofunde em si esta consciência e a transmita aos outros. Ela é a sua força, é a chave do seu destino e do destino dos seus entes queridos.

    A propriedade é a relação jurídica existente entre um cidadão e um bem. Ela é, portanto, um valor social, inteiramente contingente; é garantida por todos, que a garantem somente enquanto esperam, cada um singularmente, chegar a gozá-la. Os poucos são livres na posse dos bens, e transmitem esta liberdade a outros poucos, porque os muitos esperam,

    tem a pretensão de serem livres, não tem a vontade. A vontade é adequação dos meios ao fim, portanto é especialmente procura de meios apropriados.

    O privilégio da liberdade subsiste porque a sociedade é um mercado, porque é uma desordem perene. A esperança que você tem de saltar imediatamente na garupa de um cavalinho do carrossel o faz elemento da desordem, da eterna feira: você é uma rodelinha da máquina infernal que faz rodar o carrossel; se você falhar na disputa você será a causa do seu fracasso, se você se quebra os ossos, você é um suicida.

    De elemento de desordem você deve se tornar um elemento de ordem. Ao ser imediatamente (vaga esperança, mínima probabilidade), você deve preferir a certeza, ainda que não imediata, a certeza para os seus filhos. O fim permanece idêntico, os meios para alcançá-lo são os únicos meios apropriados à sua disposição: a associação, a organização. 

    Se a propriedade é somente um valor social, o simples fato de que  existe um organismo-força que se propõe torná-la bem comum, garantia de liberdade para todos, a transforma e a torna aleatória enquanto privilégio, isto é, já a diminui em prol da coletividade e faz participar dela, já agora, a coletividade.

    Esta diminuição, esta participação potencial é uma herança que você transmite. Claro que é mais evidente e mais palpável a herança dos capitalistas; mas, se você refletir, também a sua não é coisa negligenciável.

    Você também tem uma herança: os seus ascendentes, que fizeram a revolução contra o feudalismo, lhe deixaram em herança o direito à vida (você não pode ser morto arbitrariamente: parece-lhe pouca coisa?), a liberdade individual (para o encarcerarem você deve ser julgado culpado de um crime), o direito de locomoção para trabalhar em uma terra antes que em outra, à sua escolha, conforme a sua utilidade. Você usufrui

    de uma herança mais recente: a liberdade de fazer greve, a liberdade de associar-se com outros para discutir os seus interesses imediatos e para propor-se, em comunhão com outros, o fim maior de sua vida: a liberdade para si ou, ao menos, para seus descendentes.

    Parecem-lhe pequenas essas heranças? Elas têm diminuído notavelmente o privilégio dos poucos. Por que você não se propõe a ampliá-las e, consequentemente, diminuir ainda mais o privilégio? Essas heranças são o fruto do trabalho de muitos, não somente do seu pai, avô ou bisavô. São fruto inconsciente, por isso, pequeno. Torne-se você consciente, difunda a sua consciência: que herança superior àquelas do passado você

    não transmitirá ao futuro? Que certeza mais concreta de liberdade para os seus filhos, para a imortalidade do seu espírito? Ao invés de uma propriedade individual, preocupe-se em deixar maiores possibilidades para o advento da propriedade coletiva, da liberdade para todos, porque todos são iguais diante do trabalho, do instrumento de trabalho.

    Esta sua herança tem, também ela, uma forma exterior: a associação. Quanto mais forte é a associação, tanto mais próxima está a hora de bater à porta da História. Quem o fará? Você próprio, talvez, pela sua participação. Trabalhe como se o fim fosse imediato, mas não descuide, por isso, de criar meios mais potentes, no caso de não ser imediato; sacrifique-se, porque você pensa em seus filhos, em seus entes queridos.

    Reforce as associações que tenham esse fim: libertar a coletividade, dando-lhe a propriedade da riqueza. A associação econômica lhe garante a cobrança cotidiana dos benefícios produzidos pela herança que lhe deixaram seus pobres antepassados; reforce-a com a sua adesão; desta forma, você aumentará a herança de seus filhos.

    A associação política, o Partido socialista, é órgão de educação, de elevação; por ele você sentirá a coletividade; você se despojará de seus egoísmos pessoais, aprenderá a trabalhar desinteressadamente pelo futuro que é de todos, portanto também seu e dos seus. Por ele você acrescentará o seu sacrifício e o seu trabalho ao dos outros, multiplicando o seu valor pelo valor do sacrifício comum.

    A Associação de cultura o tornará mais digno de sua tarefa social, o educará a pensar bem, melhorará o seu espírito: por ela você participará do patrimônio do pensamento, das experiências espirituais, da inteligência, da beleza do passado e do presente.

    Divulgue esta pequena verdade: na sociedade atual, que é mercado, que é jogo, todos singularmente podem tornar-se ricos (livres), mas necessariamente, somente poucos o alcançam; a busca da propriedade, da herança individual, há um que consegue, para dez mil fracassados.

    Por outro lado, os dez mil não fracassarão na procura da herança social; que se associem, que de elementos de desordem tornem-se elemento de ordem e terão se aproximado de dez mil probabilidades a obtenção do próprio fim.

    Enquanto isso faça o seu dever: dê a sua parte de atividade, de espiritualidade, ao patrimônio social comum atual; trabalhe para que seja transmitido, melhorado e ampliado aos seus descendentes; cuide de sua herança, cuide da única herança que você tem certeza de poder deixar.

    (“Avanti!”, La tua eredità, 01/05/1918)

    Tradução de Anita Helena Schlesener

    Publicado em “Antologia de textos filosóficos” pela Secretaria de Educação do Paraná. P. 281 a 285. Curitiba, 2009.

    Versão digital livre para donwload em :

    http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/cadernos_pedagogicos/caderno_filo.pdf

  7. Da Carta Capital: Ganhadores do Festival de Cinema de Brasília

     

    Mesmo com vaias a Claudio Assis, Brasília premia ‘Big Jato’

     

    Filme inspirado no livro de Xico Sá recebeu 5 troféus, incluindo o principal

     

    Era noite de sexta-feira no grande Cine Brasília, mais uma vez lotado para uma das sessões da mostra principal da 48ª edição do Festival de Brasília. Quem não encontrou lugar nas 600 poltronas se dispôs a acompanhar os filmes sentado na escada, ou mesmo de pé.

    Diante desse cenário, o jovem cineasta mineiro Rodrigo Carneiro, subiu ao palco para apresentar seu média-metragem, Copyleft. Vestido uma camisa ilustrada por fotos e manchetes de jornal, que faziam alusão aos crimes de homofobia cometidos no País, sua fala foi inflamada. Lembrou que, no Brasil, a cada 28 horas ocorre uma morte ligada a ocorrências do tipo. Ouviu aplausos prolongados, além de ver pessoas levantarem das cadeiras para saudá-lo.

    Seu filme retrata a luta de um jovem que tenta achar seu lugar dentro de uma sociedade heteronormativa, muitas vezes usando situações absurdas, como a aplicação de um gel que lhe daria a masculinidade. Por mais surreais que sejam as cenas na tela, o absurdo maior talvez seja que, em pleno século 21, essas questões precisem ainda ser debatidas tão urgentemente, antes que mais vidas se percam.

    No dia seguinte, sábado, foi a vez de Claudio Assis ter o microfone em mãos, antes da projeção de seu novo longa, Big Jato. Nem a camiseta, que propunha apoio à comunidade LGBT, foi suficiente para apagar a lembrança do episódio de algumas semanas antes, em que ele e Lírio Ferreira foram acusados de misoginia pelo comportamento apresentado em debate com a cineasta Anna Muylaert na Fundação Joaquim Nabuco, em Pernambuco.

    Apesar de ter o microfone, Assis foi silenciado por parte do público, que, aos gritos de “machista” e “não passarão” não deixou que o diretor se pronunciasse. Os aplausos para todos os outros membros da equipe deixaram claro que o descontentamento era direcionado apenas ao autor, e não à obra.

    Big Jato, adaptado de romance autobiográfico de Xico Sá, é uma tentativa de Assis juntar a aspereza de seu cinema com o universo lúdico. A mistura se dá com bastante ruído e estranheza, e não demora muito para as figuras típicas de sua filmografia aparecerem.

    Então lá vai o pai levar o pequeno Xico num prostíbulo, e depois fazer um violento discurso homofóbico. A justificativa comum do diretor é que está denunciando estes problemas, e não endossando-os, mas por todo o contexto formado a seu redor, a tendência é que o debate se prolongue nas próximas exibições.

    Alheio à polêmica, o Júri consagrou Big Jato com cinco prêmios, incluindo o de melhor filme em competição. Os outros foram para ator (Matheus Nachtergaele), atriz (Marcélia Cartaxo), roteiro (Hilton Lacerda e Ana Carolina Francisco), e trilha sonora (DJ Dolores).

    Dando a impressão de ser um anfitrião constrangido pelo comportamento de sua plateia, o Festival preferiu provar que tem mesmo um caso de amor com Claudio Assis. Seu longa se torna o terceiro dos quatro do diretor a sair da capital federal com a láurea de melhor filme. Os outros foram Amarelo Manga (2002) e Baixio das Bestas (2006).

    Quem merecia melhor sorte era Para Minha Amada Morta, do baiano radicado no Paraná Aly Muritiba. Foi a obra que mais levou Candangos para casa, seis: diretor, ator coadjuvante (Lourinelson Vladmir), atriz coadjuvante (Giuly Biancato), fotografia (Pablo Baião), direção de arte (Monica Palazzo) e montagem (João Menna Barreto).

    Ainda assim, só não levou o título de melhor filme na opinião do Júri – e, por consequencia, o prêmio de R$ 100 mil – por motivos não explicados. Ficou com o Prêmio ABRACCINE, dado pela crítica.

    ‘Para Minha Amada Morta’

    Para Minha Amada Morta é um suspense, estrelado por Fernando Alves Pinto, que vai surpreender muita gente. Conta a história de um homem que acaba de ficar viúvo e, enquanto cuida do filho pequeno, cuida das coisas da mulher, ainda perdido, sem saber muito o que fazer com elas.

    Enquanto mexe nos objetos dela, encontra uma coleção de fitas em VHS. No meio destas, descobre gravações de uma aventura sexual com um sujeito que ele desconhece.

    Transtornado, ele vai atrás do cidadão e chega a alugar um quarto nos fundos de sua casa, sem nunca revelar suas verdadeiras intenções. Aliás, nem o público tem certeza de quais são elas, talvez até porque nem o personagem tenha esta clareza, diante dos sucessivos traumas. O filme joga com isso, deixando abertas uma série de lacunas e sugestões.

    Movido pela obsessão, Fernando estuda o ambiente e todas as alternativas: vai cobrar explicações? Vai se vingar? Se for, de que forma: matando aquele “inimigo”, seduzindo sua esposa e/ou a filha adolescente ou contando a verdade e destruindo a família? O roteiro de Muritiba (consagrado curta-metragista, que agora faz seu primeiro longa de ficção) coloca todas as possibilidades na mesa e na cabeça do espectador.

    Com todas essas ameaças pairando no ar, cada plano é um teste psicológico de alta tensão – não pelo caminho fácil de uma cena de perseguição ao som de uma trilha bate-estaca, mas como uma partida de xadrez. São vários os momentos em que Fernando parece prestes a tomar uma atitude mais drástica. Quando pega uma pá e encara seu protagonista, ou quando parece cogitar jogá-lo do telhado, por exemplo.

    A beleza de Para Minha Amada Morta está neste estudo do personagem, e no jeito que está sempre disposto a quebrar a expectativa do olhar viciado de quem acompanha filmes do gênero. Quando chegar no circuito comercial, em meados do ano que vem, corra para ver.

    ‘O Outro Lado do Paraíso’

    Acima de tudo, a atmosfera do Festival manteve o clima de grande festa ampliado pela agradável praça de alimentação montada na parte de trás do Cine Brasília. Barracas de comida e música embalavam, durante as tardes e noites, as conversas sobre o cinema do público que se espalhava pelas almofadas no gramado.

    Participativos, os cinéfilos por vezes aplaudiram cenas durante a projeção, e gritaram palavras de ordem. Um dos recebido com mais entusiasmo foi O Outro Lado do Paraíso, de André Ristum, postulante ao Troféu Câmera Legislativa.

    O longa, que se passa durante a construção de Brasília nos anos 60 e traz um pai de família cujos sonhos são desfeitos pelo Golpe Civil-Militar, foi o melhor em sua categoria na opinião do público. A despeito da atuação pouco expressiva de Eduardo Moscovis e dos escorregões para a pieguice que quase comprometem a história.

    O cunho político também esteve presente no discurso de outros realizadores, principalmente dos curtas e médias. Foi o caso de destaques como Ninguém Nasce no Paraíso, melhor curta do Troféu Câmera Legislativa na opinião do público, sobre as mulheres que são proibidas de dar a luz em Fernando de Noronha, e A Culpa é da Foto, que retrata um momento de união dos fotógrafos para um protesto contra o então presidente Figueiredo, campeão na opinião do Júri.

    Para Rodrigo Carneiro, de CopyLeft, sobrou apenas o Prêmio Saruê, que faz alusão ao momento mais marcante do Festival, na opinião dos jornalistas do Correio Braziliense.

     

     

    Continue lendo aqui:

    http://telatela.cartacapital.com.br/mesmo-com-vaias-a-claudio-assis-brasilia-premia-big-jato/

  8. OS DESENHOS MAIS POLÊMICOS SOB CRITICA SOCIAL

     

    do fACEBOOK DO BLOG DO NASSIF

     

     

    OS DESENHOS MAIS POLÊMICOS SOB CRITICA SOCIAL DOS ÚLTIMOS TEMPOS

     Carla Gonzalez  Arte    

     

     

    Em tempos onde os problemas políticos e sociais são delicados, a critica social não poderia ser do mesmo caráter. O artista polonês Pawel Kuczynski realiza desenhos satíricos com o principal objetivo de fazer que o público se auto-questione o porquê de muitas coisas que formam parte do nosso dia-a-dia. Seus temas vão da vida social à política ou a pobreza, e também se você olhar com atenção às obras, irá notar muitas coisas descritas incisivamente e sem palavras…

    É preciso parar e refletir um pouco para tentar captar a essência da mensagem que o artista quer nos passar masé difícil ficar indiferente à sua obra.

    MAIS EM:

    http://yogui.co/critica-social/

  9. Lula

    Lula preso!

    http://www.institutolula.org/img/biografia/1980-lula-fichado-no-dops.png

    Lula esteve preso entre os dias 19 e 20 de abril. Foi preso por lutar contra a ditadura militar!  Sem uniforme listrado de desenho animado, a prisão de Lula foi conseqüência de sua luta incansável para recuperar direitos seqüestrados pela ditadura. Enquanto esteve detido pelo Departamento de Ordem Política e Social, o então presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo e Diadema, não pôde estar ao lado de sua mãe, Dona Lindu, no leito de morte.

    É muito abuso de um sindicalista querer  enfrentar o governo! Ora, se Lula tivesse comprado votos para aprovar a reeleição como fez FHC, não seria preso! Também não seria preso se Lula fosse sonegador do Imposto de Renda, como a Globo que não pagou o Imposto de Renda da transmissão da Copa do Mundo de 2002; se tivesse conta no HSBC da Suíça para lavagem de dinheiro como a Globo, Band, Folha de São Paulo e a  editora Abril; responsável pela Veja; se tivesse feito um aeroporto com dinheiro público em terras da própria família, como fez o ex-governador tucano Aécio Neves; se tivesse, enquanto governante, superfaturado as obras do metrô de São Paulo como fizeram os governadores tucanos Mario Covas, José Serra e Geraldo Alckmin; ou  se tivesse feito a “Privataria Tucana”, como FHC, no maior roubo do século.

    Lula fez pior, se elegeu presidente da República e fez o bolsa família para salvar da fome o filho do miserável. Lula criou o sistema de cotas para colocar os negros nas universidades. E mais, criou o FIES e o PRONATEC para colocar o filho do pobre na universidade e na escola técnica.   O governo Lula tirou 20 milhões da linha da pobreza em cinco anos, como aponta FGV.Lula perdoou a dívida de vários países africanos com o Brasil, alegando que, perdoando o pagamento da dívida dos países africanos, o Brasil estaria se redimindo por ter sido o Brasil o maior país escravagista do planeta. Lula, quando presidente, se reunia todo natal com os catadores de papel. Lula tirou o Brasil do Mapa da Fome da ONU. Lula se elegeu e reelegeu e saiu da presidência com mais de 80% de aprovação de seu governo.  E para piorar, Lula ameaça voltar à presidência em 2018. Prendam o Lula!     

    Emanuel Cancella é coordenador do Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP). 

    Rio de Janeiro, 26 de setembro de 2015 

    OBS.: Artigo enviado para possível publicação para o Globo, JB, o Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de comunicação.

        

    http://emanuelcancella.blogspot.com.

     

     

     

  10. Penna Boto – Via Instituto João Goulart

    História:O revólver do almirante (Sebastião Nery – Tribuna da Imprensa)

    publicada em 17 de novembro de 2009

    O revólver do almirante (Sebastião Nery – Tribuna da Imprensa)

    Alto, desengonçado, mal ajeitado, um dos melhores repórteres da história da imprensa mineira, Felipe Henriot Drummond chegou à porta da suíte presidencial do Hotel Financial, em Belo Horizonte. Dois seguranças de preto e mal encarados pediram os documentos. Felipe mostrou a carteira do “Estado de Minas”. Aprovada. Tocou a campainha.

    A porta abriu e lá de dentro uma voz esganiçada gritou: “Entre”! Felipe entrou. Não viu ninguém. Atrás da porta, um homem baixinho, fardado, apontava um revólver para as costas dele:
    – Sente-se ali. Por que chegou antes, se a entrevista é às 12 horas?

    Felipe não sabia se dava uma risada ou ia embora. Daí a pouco, fomos chegando nós, outros jornalistas, para a entrevista coletiva do almirante Penna Botto, presidente da Cruzada Brasileira Anticomunista, que foi a Minas fazer campanha contra a posse de Juscelino e João Goulart na presidência da República, eleitos dias antes, em 3 de outubro de 55.
    Penna Boto

    Logo no dia 5, Penna Boto tinha dado entrevista ao “Globo”:

    “É indispensável impedir que Juscelino e Goulart tomem posse dos cargos para que foram indevidamente eleitos”.

    A entrevista a nós foi uma palhaçada. O atarracado almirante queria nos convencer de que o Partido Comunista estava criando um “soviet” no Triângulo Mineiro, que iria instalar-se logo que JK tomasse posse.

    Não houve “soviet”, mas por pouco não houve a posse. Nas redações, passávamos madrugadas agarrados às rádios do Rio, que transmitiam a crise ininterruptamente. Até que o presidente Café Filho teve (ou fingiu) um infarto, passou o governo para o presidente da Câmara, Carlos Luz, víbora gorda do PSD mineiro, que, no dia 10 de novembro, demitiu do Ministério da Guerra o marechal Lott, vermelhão, olho azul, mais Caxias do que Caxias, e o substituiu pelo general udenista-golpista Fiúza de Castro, numa ação articulada para impedir a posse de Juscelino e Jango.
    Juscelino

    De madrugada, Lott e Denis, comandante do 1º Exército, fizeram o “11 de novembro” (terça fez 53 anos), “retorno aos quadros constitucionais vigentes”: puseram os tanques na rua, a Câmara votou o impeachment de Carlos Luz e entregou o governo ao presidente do Senado, Nereu Ramos.

    Em Minas, quando a noticia chegou ao amanhecer, corremos para o Palácio da Liberdade. Juscelino, presidente eleito, já estava lá, trancado com seu vice, o governador Clovis Salgado, e o comandante da região, general Jaime de Almeida. Os dois tentaram de todo jeito segurar Juscelino, mas ele resolveu ir de qualquer forma para o Rio. Abre-se a porta e ele sai:

    – Bom-dia, vocês já aqui? Vou agora mesmo para o Rio.
    – Mas, presidente, há notícias de que a Aeronáutica está ao lado de Carlos Luz, que foi para Santos com Lacerda no “Tamandaré”, comandado pelo Penna Boto, e o brigadeiro Eduardo Gomes já chegou lá para tentar a resistência com a cobertura do governador Jânio Quadros. Como é que o senhor vai descer no Santos Dumont ou no Galeão? Derrubam o avião.
    – Já discutimos tudo, eu, o governador e o general. Eles estão contra, mas a decisão é minha e já a tomei. Vou a qualquer risco.
    Carlos Luz

    Entrou em um carro e disparou para o aeroporto. Fomos atrás, repórteres e fotógrafos. Lá, uma cena dramática. Juscelino dava ordens, aos gritos, a João Milton Prates e outro piloto, queridos amigos seus, para levantarem vôo em um pequeno avião particular. Mas havia uma ordem definitiva da Aeronáutica: ninguém podia decolar.

    Impedido, encostou os dois cotovelos no balcão do aeroporto, cobriu o rosto com as mãos trêmulas e chorou de sacudir. Era o choro da audácia impotente: “Meu Deus, isso não pode acontecer. Preciso assumir”!

    Foi no dia seguinte. Em 31 de janeiro, o presidente era JK. Assumiu, mas só depois de Café Filho sumir, também empichado. O cruzador “Tamandaré”, comandado pelo pequenininho Penna Boto, levou três tiros de festim do Forte de Copacabana e seguiu para São Paulo, onde Jânio não quis nada com eles e voltou de rabo (popa e proa) entre as pernas.

    Lacerda foi direto para a embaixada de Cuba, asilado pelo ditador Fulgencio Batista. A tentativa de golpe não conseguira apagar os milhões de votos de Juscelino. Mais uma vez o golpe de 50, 54 e 55 fora adiado para 64. Terça, “O Globo” informava que “o Instituto Histórico e Geográfico homenageou (sic) o almirante Penna Boto pelos 53 anos do bombardeio (sic) sofrido pelo cruzador Tamandaré, em 55, ao tentar sair da Baía de Guanabara”.
    Galeonata

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