Fora de Pauta

O espaço para os temas livres e variados.

Luis Nassif

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  1. Petrobras lança Gasolina S-50 em todo Brasil no dia 1º de janeir

    Petrobras lança Gasolina S-50 em todo Brasil no dia 1º de janeiro

    O novo combustível é fruto de um esforço integrado de diversas áreas da Petrobras: Abastecimento, Cenpes e Engenharia

    A chegada de 2014 traz uma novidade da Petrobras. Depois de mais de 10 anos de trabalho e significativos investimentos, a companhia lança a Gasolina S-50. O novo combustível possui ultrabaixo teor de enxofre (de até 50 mg/kg), o que representa uma redução expressiva em relação a gasolina anterior (de até 800 mg/kg). A Gasolina S-50 substitui integralmente a gasolina automotiva em todo o território nacional, e continuará sendo identificada como “gasolina comum” nas bombas dos postos de serviço.

    O novo combustível é fruto de um esforço integrado de diversas áreas da Petrobras: Abastecimento, Cenpes, Engenharia entre outras, e para sua produção foram construídas 21 unidades em nove refinarias da Petrobras: Reduc, Regap, Replan, RPBC, Revap, Recap, RLAM, Repar e Refap.

    A Gasolina S-50 possibilita a introdução de novos veículos com modernas tecnologias para o tratamento de emissões e pode reduzir as emissões de gases no escapamento em alguns motores fabricados a partir de 2009.Esse produto apresenta ainda como benefício a baixa formação de depósitos em válvulas, bicos injetores e na câmara de combustão, com menor desgaste do motor, além de vida útil mais longa do lubrificante, mantendo a eficiência energética.

    A Petrobras investe continuamente em tecnologia e qualidade de seus combustíveis. Foi pioneira na remoção total do chumbo na gasolina automotiva em 1989. A companhia também lançou a Gasolina Podium, com a maior octanagem do mundo (mínimo de 95 IAD) e 30 mg/kg máximo de teor de enxofre, que, desde 2002, já atendia a regulação que entra em vigor em 2014.

    Com a Gasolina S-50 e o Diesel S-10, a Petrobras passa a oferecer uma linha de combustíveis com qualidade equivalente a dos mercados mais exigentes do mundo.

  2. ÍNDICE DE PERCEPÇÃO DA CORRUPÇÃO MUNDIAL – 2013

    “A única coisa mais cara do que a educação é a ignorância” – Benjamin Franklin

    O Corruption Perceptions Index 2013 serve como um alerta que o abuso de poder, as  manobras secretas e o suborno continuam a devastar sociedades ao redor do mundo. 

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    As pontuações obtidas por 177 países e territórios em uma escala de 0 (muito corrupto) a 100 (menos corrupto) indicam que nenhum país tem um resultado perfeito.

    Indicando um gravíssimo problema de corrupção, dois terços dos países obtiveram abaixo de 50 pontos.

    O Brasil ocupa a 72ª posição na lista da corrupção que apresenta a dianamarca, o país menos corrupto, na 1ª posição.

    O mundo precisa, urgentemente, de um esforço renovado para combater a lavagem de dinheiro, limpar o financiamento político, repatriar o retorno de bens roubados e construir instituições públicas mais transparentes.

    ***

    Onde Impera a Corrupção

    A corrupção é frequentemente citada como um dos maiores problemas dos governos em todo o mundo. Embora muitos tentem rejeitá-la como um problema do terceiro mundo ou como um problema associado a mafiosos e bandidos do passado, a corrupção está viva e impune  na maioria dos países.

    O Estudo da Corrupção da Transparência Internacional revelou que dois terços dos países do mundo situaram-se em abaixo de 50 o seu índice de corrupção, com a pontuação pior possível ser o índice 0 e o melhor, o país avaliado com 100. Enquanto muitos países desenvolvidos possuam pontuações invejáveis – Dinamarca e Nova Zelândia lideram com os menos corrptos, empatados com 91 – um grande número de nações na Europa Oriental, da África, da Ásia e das Américas ficou muito atrás.

    Muitas vezes, os países que têm a maior corrupção são aqueles assolados por conflitos políticos e militares. Quando ocorrem conflitos, torna-se mais fácil para as funções governamentais serem sabotadas e todo mundo tenta colocar as mãos em uma fatia maior do bolo a qualquer custo. 

    Entre os países mais corruptos do mundo, estão:

    7. Iraque

    O Iraque obteve uma pontuação de 16 e ocupa a primeira posição na lista dos mais corruptos. O país foi ocupado por forças americanas ao longo da década anterior e permaneceu, por muito tempo, sob a ditadura de Saddam Hussein. O governo que emergiu das cinzas, embora seja, sem dúvida, mais humanitário, em muitos aspectos, não é menos corruptos do que o seu antecessor. Com muitos funcionários locais desviando recurso públicas, em paralelo com as tensões religiosas, sem solução no país, o Iraque ainda tem um longo caminho a percorrer antes que o progresso possa ser atingido.

    6. Líbia

    A Líbia é outro país onde o período de transição política, abriu o caminho para a corrupção desenfreada, dando-lhe uma pontuação de 15 pela Transparência Internacional.  A situação da Líbia, decorrente da herança do deposto Muammar Gadaffi, que governou por mais de 40 anos, é muito complexa. Se a corrupção deve ser refreada, uma autoridade central terá que acabar com o problema, em um movimento que parece longe de ser concretizado diante do delicado equilíbrio de poder na região.

    5. Sudão do Sul

    O Sudão do Sul é um país que aparece ranqueado no índice pela primeira vez, este ano, e já quebrou o top cinco, com 14 pontos. Tal como acontece com muitas outras nações, nesta lista, o vácuo de poder, abriu a porta para a corrupção desenfreada. O Sudão do Sul é um país novo e vai levar tempo para a liderança estabelecer a obediência rigorosa às leis.

    4. Sudão

    O Sudão apresentou um valor de 11 pontos no índice de corrupção. O país é conhecido por seus conflitos regionais, com a violência massiva ocorrendo em Darfur e refugiados fugindo para o Chade. Tais condições criam um turbilhão de corrupção, com senhores da guerra locais acumulando mais poder do que o governo central em muitas partes do país.

    3. Afeganistão

    Outro país ocupado por forças estrangeiras na década anterior é o Afeganistão, que também não conseguiu evitar a armadilha de corrupção. A nação marcou um 8 no índice da Transparência Internacional, colocando-se em um empate triplo no primeiro lugar. O Afeganistão há muito enfrentou o problema de reunir diferentes grupos étnicos. Sob o comando dos Talibãs, dos britânicos, dos soviéticos ou dos americanos, o país tem enfrentado dificuldade em unir a região sob um único governo. Mesmo quando algum sucesso torna-se evidente, a corrupção maciça permanece.

    2. Coréia do Norte

    Compartilhando uma pontuação de 8, em primeiro lugar, a Coreia do Norte é um dos últimos países ainda governado por uma ditadura familiar. Frequentemente citado como um dos países mais atrasados ​​do mundo, a Coreia do Norte não apenas está fora de controle pelo estatismo, pelas condições tirânicas e os gastos militares excessivos militarista, mas também pela elavada corrupção. Regimes ditatoriais – governados com mão de ferro – são muitas vezes alguns dos governos mais corruptos de todos, não hesitando em dar cargos e fundos para amigos e familiares, em vez de premiarem apenas o mérito.

    1. Somália

    A Somália está entre os três países que marcaram 8 pontos no índice de corrupção. O país tem um longo histórico de conflitos armados, com a União dos Tribunais Islâmicos lutando contra outras facções e a violência que remonta a uma operação em Mogadíscio que se tornou tema do filme Black Hawk Down. O país também tem a reputação de promover a pirataria em alto mar, uma atividade fundamentada na  essência da corrupção

    O texto de Kurtis Droge foi publicado no http://wallstcheatsheet.com em 12/12/2013

    ***

    A Relação dos 18 Países Mais Corruptos do Mundo

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    O mapa interativo mostra a pontuação de todos os países em http://www.transparency.org/cpi2013/results
     

    1. A Patologia Social Endêmica

      Bertolt Brecht

      “O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas. O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais” – Bertolt Brecht

  3. 20 anos do levante zapatista

    Da Carta Maior: A reaparição do Subcomandante Marcos nos 20 anos do levante zapatista

    Às vésperas de se completarem duas décadas do levante zapatista, o subcomandante Marcos reapareceu com um novo e extenso comunicado

    Eduardo FebbroArquivo

     

    San Cristobal de las Casas – A prosa está intacta. Sutil e envolvente como o sol da tarde que envolve a praça central de San Cristobal de las Casas. Às vésperas de se completarem duas décadas do levante zapatista, o subcomandante Marcos reapareceu com um novo e extenso comunicado semeado com a ideia da “memória e da rebeldia”.

    Na abertura, Marcos cita a novela do escritor norte-americano Herman Melville, Moby Dick. Encontro de uma prosa com outra: “Me parece que temos confundido muito esta questão da Vida e da Morte. Me parece que o que chamam de minha sombra aqui na terra é minha substância autêntica”, diz a prosa de Melville. A de Marcos completa o resto do comunicado. O subcomandante, que há uns cinco anos não aparecia em público, escreve: “É território zapatista, é Chiapas, é México, é América Latina, é a Terra. E é dezembro de 2013, faz frio como há 20 anos, e, como então, hoje há uma bandeira que nos cobre: a da rebeldia”.

    Em outro momento de seu comunicado, Marcos acrescenta: “Porque a rebeldia, amigos e inimigos, não é patrimônio exclusivo dos neozapatistas. Ela é patrimônio da humanidade. E isso é algo que é preciso celebrar. Em todas as partes, todos os dias e em todas as horas. Porque a rebeldia é também uma celebração. Não são poucas nem débeis as pontes que, desde todos os rincões do planeta Terra, se estenderam até estes solos e céus. Às vezes com olhares, às vezes com palavras, sempre com nossa luta, temos nos cruzado para abraçar esse outro que resiste e luta”.

    Ao longo do texto em que se alternam parágrafos poéticos, guerreiros ou irônicos, o Subcomandante zapatista presta homenagem a todos aqueles que, de uma maneira ou de outra, acompanharam o levante de 20 anos atrás: “Aos que, durante a noite, colocaram nas costas a mochila e a história, aos que tomaram com as mãos o relâmpago e o trovão, aos que calçaram as botas sem futuro, aos que cobriram o rosto e o nome, aos que, sem esperar nada em troca, morreram na longa noite para que outros, todos, todas, em uma manhã ainda por vir, possam ver o dia como é preciso fazê-lo, ou seja, de frente, de pé, com o olhar e o coração erguidos. Para eles, nem biografias nem museus. Para eles, nossa memória e rebeldia. Para eles nosso grito: Liberdade! Liberdade! Liberdade! Saúde e que nossos passos sejam tão grandes como nossos mortos”.

    Marcos se pronunciou igualmente com um tom crítico contra todos os mandatários que ocuparam a presidência do México desde que surgiu o Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN): Carlos Salinas de Gortari, Ernesto Zedillo, Vicente Fox, Felipe Calderón e Enrique Peña Nieto. “Vicente Fox é a prova de que o posto de presidente de uma república e de uma filial de uma fábrica de refrigerantes é intercambiável…e que ambos os postos podem ser ocupados por inúteis; Felipe Calderón Hinojosa foi um “presidente valente” (para que outros morressem) e não um psicopata que roubou a arma (a presidência) para seus jogos de guerra (…) e que terminou sendo o que sempre foi: um empregado de segunda em uma multinacional. A propósito do atual presidente, Enrique Peña Nieto, cuja candidatura marcou o regresso do PRI ao poder após 14 anos na oposição, o Subcomandante questionou as reformas que vem adotando desde que foi eleito em fevereiro de 2012, particularmente aquelas no setor da energia:

    “Enrique Peña Nieto será um presidente culto e inteligente (bom, é ignorante e tonto, mas hábil), é o novo perfil que se constrói nos grupinhos de analistas políticos, e não um analfabeto funcional”.

    O tom deste comunicado é muito menos duro do que o que emitiu no final de 2012. Neste momento e já com o PRI no poder, o EZLN saiu a público, primeiro no dia 21 de dezembro com uma mobilização silenciosa da qual participaram cerca de 40 mil pessoas com o rosto coberto com o famoso gorro dos zapatistas. Nesta ocasião, o líder insurgente emitiu um comunicado onde perguntava: Escutaram? O som de seu mundo ruindo é o do nosso ressurgindo. A marcha do dia 21 foi a maior mobilização protagonizada pelos zapatistas desde que pegaram em armas no dia 1º de janeiro de 1994. Agora chega, pontual e esperado, esse aniversário.

    Duas décadas de lutas, de mortos, de injustiças e repressão ao cabo das quais as palavras e o combate seguem vivos.

     

    Segue a íntegra do novo comunicado do Subcomandante Marcos

     

    QUANDO OS MORTOS CALAM EM VOZ ALTA.
    (Rebobinar 1)

    (No que se reflete sobre @s ausentes, as biografias, narra o primeiro encontro de Durito com o Gato-Perro, e fala de outros assuntos que não vem ao caso, ou coisa, segundo irá ditando o pós-data impertinente)

    Novembro – Dezembro de 2013.

    Me parece que confundimos muito esta questão da Vida e da Morte.  Me parece que o que chamam minha sombra aqui na terra é minha substância autêntica.  Me parece que, ao ver as coisas espirituais, somos demasiado como ostras que observam o sol através da água e pensam que a densa água é a mais fina das atmosferas.  Me parece que meu corpo não é mais que as fezes de meu melhor ser.  De fato, que leve meu corpo quem queira, que o leve, digo: não sou eu.
    Herman Melville “Moby Dick”.

    Já faz um bom de tempo que sustento que a maioria das biografias não são mais que uma mentira documentada, e às vezes, não sempre, bem redigida. O biógrafo médio tem uma convicção prévia e a margem de tolerância é muito reduzida, quando não inexistente. Com essa convicção começa a movimentar o quebra-cabeças de uma vida que lhe é alheia (por isso seu interesse em fazer a biografia), e vai coletando as peças falsas que o permitam documentar sua própria convicção, não a vida resenhada.

    O certo é que talvez pudéssemos conhecer com certeza data e lugar de nascimento e, em alguns casos, data e lugar de falecimento. Fora isso, a maioria das biografias deveriam estar no ramo de “histórias noveladas” ou “ficção-científica”.

    O que sobra então de uma vida?  Pouco ou muito, dizemos nós.

    Pouco ou muito, dependendo da memória.

    Ou, melhor, dos fragmentos que na memória coletiva essa vida imprimiu.

    Se isso não vale para biógrafos e editores, pouco importa para o comum das pessoas.  

    Costuma acontecer que o que realmente importa não aparece nos meios de comunicação, nem se pode medir em pesquisas.

    Logo, de uma pessoa ausente só temos peças arbitrárias do complexo quebra-cabeças feito de farrapos, rasgos e tendências que se conhecem como “vida”.

    Assim que, com esse início confuso, permitam-me levantar algumas dessas peças fragmentadas para abraçar e abraçarmos pela passagem que hoje nos falta e necessitamos…

    Um concerto no silêncio mexicano.  Don Juan Chávez Alonso, purépecha, zapatista e mexicano, faz um gesto como se estivesse afastando de si um inseto incômodo.  É sua resposta à desculpa que lhe dou por uma de minhas torpes grosserias.  Estamos em território Cucapá, no meio de um terreno arenoso.  Nessas coordenadas geográficas e quando no calendário se assinala a Sexta 2006 no Noroeste do México, na grande barraca de campanha que lhe serve de hospedagem, Don Juan toma o violão e pergunta se queremos escutar algo que compôs. Apenas afina e inicia um concerto que, sem letra alguma, narra o levantamento zapatista desde primeiro de janeiro de 1994 até a presença da Comandanta Ramona na formação do Congresso Nacional Indígena.

    Um silêncio depois, como se fosse uma nota mais.

    Um silêncio no qual calavam em voz alta nossos mortos.

    -*-

    Também no noroeste mexicano, a loucura sangrenta do Poder pinta de absurdos ainda impunes o calendário abaixo. 5 de junho de 2009. A cobiça e o despotismo governamentais lançaram fogo a uma creche para infantes.  As vítimas mortais, 49 meninos e meninas, são as baixas colaterais quando se destroem arquivos comprometedores. Ao absurdo de que os pais sepultem os filhos, segue o de uma justiça débil e corrupta: os responsáveis não recebem uma ordem de apreensão mas cargos no gabinete do criminoso que, sob o azul da Ação Nacional, tratará de ocultar o banho de sangue no qual sumiu ao país inteiro.

    Onde os biógrafos encerram suas anotações “porque uns poucos anos de vida não são rentáveis”, a história de baixo abre seu caderno de outros absurdos: com sua injusta ausência, essas crianças pariram outros homens e mulheres.  Seus pais e mães levantam desde então a demanda da justiça maior: a de que a injustiça não se repita.

    -*-

    “O problema com a vida é que ao final te mata”, havia dito Durito, cujas fantasiosas histórias cavalheirescas tanto divertiam Chapis.  Ainda que ela tenha perguntado, com essa impertinente mistura de ingenuidade e sinceridade que desconcertava quem não a conhecesse, “e por que um problema?”.  Don Durito da Lacandona, escaravelho de origem e de ofício cavaleiro andante, teria evitado polemizar com ela, posto que, segundo um suposto regulamento da cavalaria andante, não se deve contradizer uma dama, (sobretudo se a dama em questão tem boas influências “muito acima”, agregava Durito que sabia que a Chapis era religiosa, monja, irmã, ou como queiram vocês chamar as mulheres que fazem da fé, sua vida e profissão).

    A Chapis não nos conhecia. Quero dizer, não como quem nos vê de fora e sobre nós escreve, fala… ou mal fala (agora vocês veem como são passageiras as modas).  A Chapis era com nós. E era muito tempo antes de que um escaravelho impertinente se empessoasse nas montanhas do sudeste mexicano para declarar-se cavaleiro andante.

    E, talvez por ser em nós, era que a Chapis não parecia se inquietar tanto com isso de vida e morte. Como essa atitude tão nossa, dos neozapatistas, em que tudo se inverte e não é a morte que a preocupa e ocupa, mas a vida.

    Mas a Chapis não era só em nós.  É claro que fomos só uma parte de seu andar.  E se agora lhes conto algo dela não é para dar apontamentos para sua biografia, mas para dizer o que aqui sentimos.  Porque a história desta crente, sua história conosco, é das que fazem duvidar os fanáticos ateus.

    “A religião é o ópio dos povos”?  Não sei.  O que sei é que a explicação mais brilhante que escutei sobre a destruição e despovoamento que a globalização neoliberal opera em um território foi dada, não por um teórico marxista-leninista-ateísta-e-alguns-istas-mais, mas… um padre cristão, católico, apostólico e romano, aderente à Sexta, e desterrado pelo alto clero (“por pensar muito”, me disse como pedindo desculpas) a um dos desertos geográficos do planalto mexicano.

    -*-

    Acho (talvez me engane, não seria a primeira vez e, seguramente, não será a última), que muitas pessoas, senão todas, que se aproximaram do que se conhece como neozapatismo, o fizeram buscando respostas a perguntas feitas nas histórias pessoais de cada um, segundo seu calendário e geografia. E que demoram apenas o indispensável para encontrar a resposta.  Quando se deram conta de que a resposta era o monossílabo mais problemático da história, viraram para o outro lado e para lá se puseram a andar. Não importa quanto digam e se digam que continuam estando aqui: foram embora. Umas pessoas mais rápido que outras.  E a maioria delas não nos olham, ou o fazem com a mesma distância e desdém intelectual que os que hastearam calendários antes que amanhecesse o janeiro de 1994.

    Acho que já disse antes, em alguma outra missiva, não estou seguro.  Mas como queira digo, ou repito aqui, que esse perigoso monossílabo é “tu”. Assim, com minúsculas, porque essa resposta era e é íntima a cada um.  E cada um a toma com o terror respectivo.

    Porque a luta é coletiva, mas a decisão de lutar é individual, pessoal, íntima, como o é a de seguir ou claudicar.

    Digo que as poucas pessoas que ficaram (e não me refiro à geografia, mas ao coração) não encontraram essa resposta?  Não.  O que trato de dizer é que a Chapis não veio procurando essa resposta à sua pergunta pessoal.  Ela já conhecia a resposta e havia feito desse “tu” seu caminho e meta: seu ser crente e consequente.

    Muitas outras, muitos outros como ela, mas diferentes, já haviam se respondido em outros calendários e geografias.  Ateus e crentes.  Homens, mulheres e outr@s de todos os calendários.  São esses, essas, ess@s, que sempre, vivos ou mortos, se colocam frente ao Poder, não como vítimas, mas para desafiá-lo com a múltipla bandeira da esquerda de baixo.  São nossas companheiras, companheiros e companheir@s… ainda que na maioria dos casos nem el@s nem nós o saibamos… ainda.

    Porque a rebeldia, amigos e inimigos, não é patrimônio exclusivo dos neozapatistas. É da humanidade.  E isso é algo que temos que celebrar.  Em todos os lugares, todos os dias e a todas as horas.  Porque a rebeldia é também uma celebração.

    -*-

    Não são poucas nem débeis as pontes que, desde todos os cantos do planeta Terra, seestenderam até estes solos e céus.  Às vezes com olhares, às vezes com palavras, sempre com nossa luta, atravessamos todos para abraçar a este outro que resiste e luta.

    Talvez disso e não de outra coisa se trata o de “ser companheiros”: de atravessar pontes.
    Como neste abraço feito letras para as irmãs da Chapis que, como nós, tem saudades e, como nós, precisam dela.

    -*-

    A impunidade, querido Matías, é algo que só a justiça pode outorgar; é a Justiça exercendo a injustiça”. Tomais Segovia, em “Cartas Cabales”.

    Já disse antes que, segundo minha humilde opinião, cada um é o herói ou a heroína de sua própria história individual.  E que na sedativa auto complacência de narrar “esta é minha história pessoal”, se editam fatos e não-fatos, se inventam as fantasias mais incríveis, e o narrar anedotas se parece demasiadamente ao fazer contas do avarento que rouba o alheio.

    O ancestral afã de transcender à morte própria encontra nas biografias o substituto ao elixir da eterna juventude. Claro, também na descendência. Mas a biografia é, para dizer de alguma forma, “mais perfeita”.  Não se trata de alguém que se parece, é o “eu” alongado no tempo graças à “magia” da biografia.

    Acudiu o biógrafo de cima a documentos da época, talvez a testemunhos de familiares, amigos ou companheir@s da vida cuja morte se apropria.  Os “documentos” têm a mesma certeza que os prognósticos meteorológicos, e os testemunhos obviam a delgada separação entre o “eu acho que…” e o “eu sei que…”.  E então a “veracidade” da biografia se mede pela quantidade de notas de rodapé.  Para as biografias vale o mesmo que para as faturas de gasto em “imagem” governamental: quanto mais volumosas, mais certas.

    Na atualidade, com a internet, os tuiters, os feisbuc e equivalentes, os mitos biográficos arredondam suas falácias e, voilá, se reconstrói a história de uma vida, ou fragmentos dela, que pouco ou nada têm a ver com a história real.  Mas não importa, porque a biografia está publicada, impressa, circula, é lida, citada, recitada… como a mentira.
    Cheque você nas modernas fontes documentais das biografias futuras, ou seja, Wikipedia e os blogs, Facebook e os “perfis” respectivos.  Agora compare com a realidade:
    ¿Não lhe dão calafrios ao dar-se conta de que, talvez, no futuro…

    Carlos Salinas de Gortari será “o visionário que entendeu que vender a uma Nação era, além de um negócio familiar (claro, entendendo como família a sanguínea e a política), um ato de patriotismo moderno”, e não o líder de uma gangue de traidores (não se façam, aí andam, na oposição “madura e responsável”, vári@s daqueles que apoiaram a reforma ao artigo 27 constitucional, o separador de águas da claudicação do Estado Nacional no México);

    Ernesto Zedillo Ponce de Leão não será o “homem de Estado” que levou toda uma Nação de uma crise a outra pior (além de ser um dos autores intelectuais, junto com Emilio Chuayffet e Mario Renán Castillo, do massacre de Acteal), mas que levou “as rendas do país” com um singular sentido do humor… para terminar sendo o que sempre foi: um empregado de segunda em uma multinacional;

    Vicente Fox será a amostra de que o cargo de presidente de uma república e de uma filial de sombra é intercambiável… e que ambos os cargos podem ser ocupados por inúteis;
    Felipe Calderón Hinojosa será um “presidente valente” (para que outros morressem) e não um psicopata que roubou a arma (a presidência) para seus jogos de guerra… e que terminou sendo o que sempre foi: um empregado de segunda em uma multinacional;
    Enrique Peña Nieto será um presidente culto e inteligente (“bom, é ignorante e bobo, mas hábil”, é o novo perfil que lhe constroem nos jograis de analistas políticos), e não um analfabeto funcional (nem modo, como diz o provérbio popular: “o que a natureza não dá, a Monex não compra”) …?

    Ah, as biografias.  Não poucas vezes são autobiografias, ainda que sejam os descendentes (ou os compinchas) quem as promovam e assim adornam sua árvore genealógica.

    Os criminosos da classe política mexicana que mal governaram estas terras continuarão sendo, para aqueles que padeceram seus desmandos, criminosos impunes. Não importa quantas linhas se paguem nos meios de comunicação nem quanto se gaste em espetáculos nas ruas, na imprensa escrita, em rádio e televisão. De los Díaz (Porfirio e Gustavo) aos Calderón e Peña, dos Castellanos e Sabines aos Albores e Velasco, só media a troca (via redes sociais, porque nos meios de comunicação pagos continuam sendo “pessoas responsáveis e maduras”) da ridícula frivolidade dos “Juniors”.

    Mas o mundo é redondo e no contínuo sobe e desce da política de cima, se pode passar, em pouco tempo, da capa da revista “Hola”, ao “PROCURA-SE: CRIMINOSO PERIGOSO”; da patuscada de dezembro do TLC à crua do levantamento zapatista; do “homem do ano” à “greve de fome” com água engarrafada de marca “chic” (não tem jeito, até para os protestos há classes sociais); do aplauso pelas piadas ruins, ao filicídio putativo por concretizar-se; do nepotismo e da corrupção adornados com ocorrências à investigação por ligações com o narcotráfico; dos trajes militares tamanho extra grande, ao exílio temeroso e manchado de sangue; da patuscada de dezembro entreguista a…

    -*- 

    Com tudo isso e o que continua digo que não temos que escrever/ler biografias?  Não, mas o que faz que ande a velha roda da história são os coletivos, não os indivíduos… ou indivíduas.  A historiografia se nutre de individualidades; a história aprende de povos.
    /Digo que não temos que escrever/estudar história?  Não, mas o que digo é que é melhor fazer da única forma que se faz, ou seja, com outros e organizados.

    Porque a rebeldia, amigos e inimigos, quando é individual é bela.  Mas quando é coletiva e organizada é terrível e maravilhosa.  A primeira é matéria de biografias, a segunda é a que faz história.

    -*-

    E não com palavras abraçamos nossos companheiros e companheiras zapatistas, ateus e crentes:

    aos que de noite puseram a mochila e a história nas costas,
    aos que tomaram com as mãos o relâmpago e o trovão,
    aos que se calçaram as botas sem futuro,
    aos que se cobriram o rosto e o nome,
    aos que, sem esperar nada em troca, na longa noite morreram
    para que outros, todos, todas, em uma manhã por vir ainda,
    possam ver o dia como tem que ser,
    ou seja, de frente, de pé e com o olhar e o coração erguidos.
    Para eles nem biografias nem museus.
    Para eles nossa memória e rebeldia.
    Para eles nosso grito:
    liberdade! Liberdade! LIBERDADE!
    Vale. Saúde e que nossos passos sejam tão grandes como nossos mortos.
    O SupMarcos.

    P.D. DE INSTRUÇÕES ÓBVIAS – Agora sim, seja tão amável de ler, em calendário inverso, desde Rebobinar 1 até o 3, e talvez assim encontre o gato-perro e algumas dúvidas se esclareçam.  E sim, tenha a segurança de que surgirão mais perguntas.

    P.D. QUE ATENDE, SOLÍCITA, AOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO PAGOS – Ah! Comovedor o esforço dos contras nos meios pagos para tratar de dar argumentos aos poucos leitores-ouvintes-videntes contras que lhes sobram.  Mas, generoso pela época de natal, aqui lhes mando algumas dicas para que usem de material jornalístico:

    . – Se as condições das comunidades indígenas zapatistas estão iguais que há 20 anos e nada se avançou em seu nível de vida, por que o EZLN – como fez em 1994 com a imprensa paga – se “abre” com a escolinha para que a gente de baixo veja e conheça diretamente, SEM INTERMEDIÁRIOS, o que existe aqui.

    E já posto em “modo interrogativo”, por que no mesmo período se reduziu, também exponencialmente, o número de leitores-ouvintes-telespectadores dos meios de comunicação pagos?  Pst, pst, podem responder que não têm menos leitores-ouvintes-telespectadores – isso reduziria a publicidade e o chuchu -, que o que acontece é que agora são mais “seletivos”.

    . – Vocês perguntam “Que fez o EZLN pelas comunidades indígenas? E nós estamos respondendo com o testemunho direto de dezenas de milhares de nossos companheiros e companheiras.

    Agora vocês, os donos e acionistas, diretores e chefes, respondam:

    Que fizeram, nestes 20 anos, pelos trabalhadores dos meios de comunicação, um dos setores mais golpeados pelo crime existente e alentado pelo regime a quem tanto adoram? Que fizeram pelos jornalistas, as jornalistas ameaçadas, sequestradas e assassinadas? E por seus familiares? Que fizeram para melhorar as condições de vida de seus trabalhadores? Aumentaram o salário para que tenham uma vida digna e não tenham que vender sua palavra ou seu silêncio frente à realidade? Criaram as condições para que se retirem, depois de anos de trabalhar para vocês, dignamente? Deram-lhes segurança no emprego?  Quero dizer, o emprego de um repórter já não depende do humor do chefe de redação ou dos “favores”, sexuais ou de outro tipo, que demandam a todos os gêneros?

    Que fizeram para que o ser trabalhador dos meios de comunicação seja um orgulho que não custe a perda da liberdade ou a vida ao ser honesto?

    Podem dizer que seu trabalho é mais respeitado por governantes e governados que há 20 anos?

    Que fizeram contra a censura imposta ou tolerada? Podem dizer que seus leitores-ouvintes-telespectadores estão mais bem informados que há 20 anos? Podem dizer que têm mais credibilidade que há 20 anos? Podem dizer que sobrevivem graças a seus leitores-ouvintes-telespectadores e não pela publicidade, majoritariamente governamental?
    Aí lhes respondem a seus trabalhadores e leitores-ouvintes-telespectadores, assim como nós lhes respondemos aos nossos companheiros e companheiras.

    Oh, vamos, não fiquem tristes.  Não somos os únicos que escapamos de seu papel de juiz e carrasco, suplicando sua absolvição e recebendo sempre sua pena.  Está também, por exemplo, a realidade.

    Vale de nove, ou, melhor, de sessenta e nove.

    O Sup dizendo-se que é melhor um polegar para baixo que um dedo médio para cima.

    É território zapatista, é Chiapas, é México, é América Latina, é a Terra.  E é dezembro de 2013, faz frio como há 20 anos, e, como então, hoje uma bandeira nos cobre: a da rebeldia.

     

  4. Uma “nova” espécie

    RAMPHASTOS TOCO CASOU-SE COM A COLUMBA LIVIA – Ano novo, velhos dilemas. Em que pese a distância relativa que separa o primeiro dia do novo ano e o quinto dia do mês de outubro (primeiro turno), é praticamente impossível fugir do tema das campanhas políticas. Há o impasse em relação a suposta candidatura de Joaquim Barbosa, que tem prazo até o dia 05 de abril para largar a toga e concorrer, se assim desejar (tomara que largue a toga e enfrente a urna!).

    Tirando este impasse, o cenário apresenta-se com Dilma Rousseff desfrutando de uma condição melhor (aprovação popular) que a de FHC no início do ano de 1998 e melhor que a de Lula no início de 2006. Ela comanda um país que desfruta de pleno emprego, inflação plenamente controlada e em trajetória descendente, continua trilhando e aperfeiçoando a senda iniciada por Lula com desenvoltura até surpreendente para alguém que sempre foi um quadro técnico e não público.

    A oposição, entre esquálida e perdida, continua sem apresentar um projeto alternativo ao que se desenvolve atualmente. Da parte do PSDB, Aécio Neves consegue a proeza de ser um pré-candidato insípido, incolor, inodoro, reativo, displicente e que parece ter especial predileção pelo suicídio político (é o maior defensor do “legado” de FHC, só falta convencer a população dos “benefícios” deste suposto legado…).

    Marina Silva viu seu personalista projeto de poder naufragar nos mares da incompetência e também da displicência. Pensou, do alto da sua pretensa sabedoria política, que o povo brasileiro iria se ajoelhar aos seus pés e ofertar centenas de milhares de assinaturas em apoio a Rede, em apenas seis meses e meio de empreitada. Foi um fiasco temperado pela arrogância de quem se vê como a pitonisa de um “novo tempo” na política verde-amarela.

    Sem a Rede, Marina resolveu agir de forma pragmática e fisiológica, deitando na rede “socialista” de um dos mais pragmáticos partidos políticos existentes hoje no país, que é o PS(D)B¹. O governador pernambucano, eleito na onda Lula que dominou todo o Nordeste em 2006, destronando e pulverizando o então PFL, Eduardo Campos, segue em sua tática de angariar apoios entre os principais inimigos políticos de Lula e do PT.

    A tática mal calculada do Calabar dos olhos verdes começou em 2012, nos pleitos municipais. Ele procura se “diferenciar” de Dilma apresentando-se como alguém mais ‘competente e preparado’ para as agruras da administração pública. É o mesmo estilo retórico vazio e pueril utilizado por José Serra em 2010, quando o mesmo iniciou a campanha se apresentando como alguém mais ‘Lulista’ que a própria candidata de Lula, Dilma Rousseff.

    O fato é que Eduardo Campos segue com extrema dificuldade para atravessar as fronteiras do estado natal de Luiz Inácio Lula da Silva. É por enquanto, e talvez permaneça assim até o final, uma candidatura tipicamente regional a do neto de Miguel Arraes.

    O que tem surpreendido os inocentes e os distraídos é a veloz aproximação e o flagrante contubérnio entre a pomba “socialista” e o tucano neoliberal. O PS(D)B já é base de apoio do PSDB em estados importantíssimos do Brasil como São Paulo, Minas Gerais e Paraná. Antes de ontem o PSDB anunciou que integrará a base de apoio do governo de Eduardo Campos em Pernambuco e estes partidos já articulam chapas conjuntas no Rio Grande do Sul, na Paraíba e em vários outros estados, além dos já citados.

    Ano passado o vice presidente do PS(D)B, Roberto Amaral, verbalizou que seu partido não seria o “viagra” do PSDB. Os fatos desmentem e desmontam a tese do ilustre vice presidente do PS(D)B. Resta saber o que o povo brasileiro irá achar do giro de 180º empreendido por Eduardo Campos…

    Como o PS(D)B explicará que ficou durante 11 anos na base de apoio de Lula e Dilma e que, de uma hora para outra, resolveu cerrar fileiras com os neoliberais do PSDB e com vários outros dos mais significativos inimigos políticos de Lula e do PT?

    E Marina? Foi tragada e almoçada pelo PS(D)B. Caiu da rede e seu pseudo discurso de “novas práticas políticas” está indelevelmente comprometido pelo fisiologismo e pelo pragmatismo alucinante de seus amigos “socialistas”.

    Por tudo isto é que Dilma Rousseff está bem postada para vencer em 2014 (na primeira ou na segunda volta). A oposição apresenta-se com desvarios e platitudes, devidamente acrescidos pela ausência de um projeto autêntico e popular, além de submeter-se à tutela vexaminosa dos ‘grandes’ meios de comunicação.

    ¹ PS(D)B é a resultante histórica deste ilustre casamento atual existente entre o Ramphastos Toco (tucano neoliberal) e a Columba Livia (pomba “socialista”).

  5. P-55 em operação/Plataforma P-62 segue para o campo de Roncador

    Plataforma P-62 segue para o campo de Roncador, na Bacia de Campos

    FPSO tem capacidade para processar diariamente 180 mil barris de petróleo e seis milhões de m³ de gás natural dos reservatórios do pós-sal

    A plataforma de produção FPSO P-62, um dos projetos estratégicos do Plano de Negócios e Gestão 2013-2017, está a caminho de sua locação no Módulo IV do Campo de Roncador, na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro. A P-62 deixou nesta segunda-feira (30/12) o Estaleiro Atlântico Sul, em Ipojuca (PE), onde foram concluídos os serviços de conversão e integração dos 15 módulos à unidade. A previsão é que a plataforma chegue ao complexo denominado campo de Roncador, dentro de seis a oito dias, dependendo das condições de mar.

    P-62

    Do tipo FPSO (unidade que produz, armazena e transfere petróleo, na sigla em inglês), a unidade tem capacidade para processar diariamente até 180 mil barris de petróleo e seis milhões de metros cúbicos de gás natural dos reservatórios do pós-sal.

    A P-62 será instalada a cerca de 125 km da costa, na Bacia de Campos, em águas com profundidade de 1.600 metros. Serão interligados à plataforma 14 poços produtores e oito poços injetores, por meio de 150 km de dutos flexíveis e dois manifolds submarinos (equipamentos que transferem o petróleo dos poços para a plataforma). O escoamento de petróleo se dará por navios aliviadores e o do gás natural por gasoduto até a Unidade de Tratamento de Gás de Cabiúnas, em Macaé, no Rio de Janeiro.

    Junto com outros empreendimentos da Petrobras, a construção da P-62 consolida a expansão da indústria naval brasileira. A obra gerou cerca de 5 mil empregos diretos, 15 mil indiretos, e alcançou 63% de conteúdo nacional. A construção dos 15 módulos, a conversão do casco e a integração da unidade foram feitas no Brasil.

    Integrante do Programa de Aceleração do Crescimento do Governo Federal (PAC), a plataforma é a nona nova unidade entregue à companhia em 2013. A cerimônia de conclusão das obras da P-62 ocorreu no Estaleiro Atlântico Sul, no dia 17 de dezembro, com as presenças da presidenta da República Federativa do Brasil, Dilma Rousseff, e da presidente da Petrobras, Graça Foster.

    Dados técnicos da P-62:

    Capacidade de processamento de petróleo: 180 mil barris/dia;
    Capacidade de tratamento e compressão de gás: 6 milhões m3 /dia;
    Conteúdo local: 63%;
    Capacidade de tratamento de água de injeção: 42 mil m³/dia;
    Capacidade de geração elétrica: 100 MW;
    Profundidade de água: 1.600 m;
    Acomodações: 110 pessoas;
    Peso total da plataforma:  60.500 toneladas.

    P-55

    Informamos que a plataforma de produção P55, um dos projetos estratégicos do nosso Plano de Negócios e Gestão 2013-2017, entrou em operação ontem (31/12/13), no campo de Roncador, na Bacia de Campos.

    A P-55 é parte integrante do projeto Módulo 3 do campo de Roncador. Nela serão interligados 17 poços, sendo 11 produtores de petróleo e gás e seis injetores de água. A exportação de petróleo e gás natural da plataforma será realizada por dutos submarinos conectados da plataforma até a rede de escoamento de petróleo e gás da Bacia de Campos.

    A P-55, unidade do tipo semissubmersível, instalada em local onde a profundidade é de 1.800 metros, foi projetada para processar 180 mil barris de petróleo por dia, comprimir 6 milhões m³ por dia de gás natural e injetar 290 mil barris de água por dia.

    Com 52 mil toneladas, 10 mil m² de área, a P-55 é a maior plataforma semissubmersível construída no Brasil e uma das maiores do gênero no mundo.

    A obra da P-55 integra o Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal. A construção e a integração dos módulos da plataforma foram feitos integralmente no Brasil, o que contribuiu para que o índice de conteúdo local chegasse a 79%. As obras geraram cerca de 5 mil empregos diretos e 15 mil indiretos.

    A nova unidade trabalhará em conjunto com as plataformas de produção P-52 e P-54, já instaladas no campo de Roncador, e com a plataforma P-62, que deixou no dia 30/12/13 o Estaleiro Atlântico Sul, em Ipojuca (PE) e está a caminho da sua locação no Módulo IV do Campo.

    Dados Técnicos sobre a P-55:

    Dimensões do casco (compr. x larg. x alt.): 94 m x 94 m x 43 m

    Peso total do Topside (convés/módulos): 26 mil toneladas

    Conteúdo Local: 79%

    Produção de petróleo: 180.000 barris por dia

    Compressão de Gás: 6.000.000 de m³ por dia

    Injeção de água: 290.000 barris por dia

    – See more at: http://fatosedados.blogspetrobras.com.br/2014/01/01/plataforma-p-55-entra-em-operacao-no-campo-de-roncador/#sthash.htqbWfMg.dpuf

    Informamos que a plataforma de produção P55, um dos projetos estratégicos do nosso Plano de Negócios e Gestão 2013-2017, entrou em operação ontem (31/12/13), no campo de Roncador, na Bacia de Campos.

    A P-55 é parte integrante do projeto Módulo 3 do campo de Roncador. Nela serão interligados 17 poços, sendo 11 produtores de petróleo e gás e seis injetores de água. A exportação de petróleo e gás natural da plataforma será realizada por dutos submarinos conectados da plataforma até a rede de escoamento de petróleo e gás da Bacia de Campos.

    A P-55, unidade do tipo semissubmersível, instalada em local onde a profundidade é de 1.800 metros, foi projetada para processar 180 mil barris de petróleo por dia, comprimir 6 milhões m³ por dia de gás natural e injetar 290 mil barris de água por dia.

    Com 52 mil toneladas, 10 mil m² de área, a P-55 é a maior plataforma semissubmersível construída no Brasil e uma das maiores do gênero no mundo.

    A obra da P-55 integra o Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal. A construção e a integração dos módulos da plataforma foram feitos integralmente no Brasil, o que contribuiu para que o índice de conteúdo local chegasse a 79%. As obras geraram cerca de 5 mil empregos diretos e 15 mil indiretos.

    A nova unidade trabalhará em conjunto com as plataformas de produção P-52 e P-54, já instaladas no campo de Roncador, e com a plataforma P-62, que deixou no dia 30/12/13 o Estaleiro Atlântico Sul, em Ipojuca (PE) e está a caminho da sua locação no Módulo IV do Campo.

    Dados Técnicos sobre a P-55:

    Dimensões do casco (compr. x larg. x alt.): 94 m x 94 m x 43 m

    Peso total do Topside (convés/módulos): 26 mil toneladas

    Conteúdo Local: 79%

    Produção de petróleo: 180.000 barris por dia

    Compressão de Gás: 6.000.000 de m³ por dia

    Injeção de água: 290.000 barris por dia

     

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  6. IBGE divulga lista de

    IBGE divulga lista de habitantes por cidade da Baixada Santista e Vale do Ribeira

     

    Registro tem a maior população e Ribeira o menor número de pessoas

     

    Segundo pesquisa divulgada pelo ”Diário Oficial da União” e realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),  no Vale do Ribeira são 294.233 habitantes. Ribeira tem o menor número de habitantes da região, com apenas 3.427. Registro tem a maior quantidade de habitantes do Vale, com 56.123 habitantes.

    Segundo o IBGE, na Baixada Santista são 1.765.277 habitantes, sendo Santos a cidade mais populosa, com 433.153 mil habitantes e a menos populosa é Mongaguá, com 50.641 mil habitantes. Ainda segundo a pesquisa São Paulo aparece como o estado mais populoso com o número de 43,6 milhões de residentes.

    Confira a lista de habitantes por cidade do Vale

    Confira a lista de habitantes por cidade da Baixada Santista

  7. O tráfego online é dominado por robôs

    Robô ‘quase humano’ é o padrão da rede

    A web não está nas mãos de humanos, mas de outra espécie invasiva, por vezes perigosa e certamente menos conhecida do internauta médio.

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    As evidências de maior sofisticação da atividade hacker indicam que o crescimento do tráfego automatizado não será contido.

    A análise da empresa especializada INCAPSULA confirmou que menos de 40% dos usuários da Internet são humanos. Os demais responsáveis pelo tráfego online são programas automáticos com funções legitimadas, tais como os motores de busca, ou são programas que possuem intenções maliciosas, incluindo o roubo de dados e os ataques cibernéticos.

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    Em março passado, a INCAPSULA publicou um estudo mostrando que a maioria do tráfego online (51%) foi gerada por entidades não humanas; 60% dos quais eram claramente maliciosas. 

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    Segundo a nova pesquisa colossal, 61,5 % do tráfego na World Wide Web é imputável ​​a entidades não humanas. 

    As atividades não automatizadas – pesquisa, leitura, navegação, downloads e fóruns – param em 38,5 por cento. 

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    O tráfego Bot é até 21%

    Em comparação com o relatório anterior, de 2012, observou-se um crescimento de 21% no tráfego total de bot, que passou a representar 61,5% dos visitantes do site. A maior parte desse crescimento é atribuído ao aumento das visitas de agentes certificados com software legítimo, tais como motores de busca, cuja presença aumentou de 20% para 31% em 2013.

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    Metodologia da Pesquisa

    Para efeitos do estudo, foram analisadas 1,45 bilhão de visitas durante um período de 90 dias, a partir de um grupo de 20 mil sites da rede da INCAPSULA que é formado por clientes de todos os planos gratuitos disponíveis da empresa. Geograficamente, o tráfego abrangeu 249 países identificados por códigos fornecidos por um padrão ISO 3166-1.

    http://www.incapsula.com/the-incapsula-blog/item/820-bot-traffic-report-2013

    http://www.repubblica.it/tecnologia/2013/12/29/news/allarme_web_gli_umani_sono_in_minoranza_il_60_del_traffico_online_generato_dai_robot-74026008/?ref=HRERO-1#gallery-slider=74038063

  8. Miruna Genoíno – Eu não tenho medo de 2014!

     

    Eu não tenho medo de 2014!

     

    Aos meus queridos amigos e amigas que nos acompanharam em nossa jornada de 2013,

    Nos muitos abraços e beijos que eu e minha família recebemos especialmente no último mês, a maior parte das mensagens nos transmitiu… “Que 2014 seja mais leve que 2013”, “Que em 2014 vocês encontrem um pouco de paz”, “Que no próximo ano você e sua família tenham uma vida mais tranquila”… o que me fez pensar em como ficou claro para todos que nos amam, o quanto este ano cujos dois dígitos formam um número tão especial e importante para nós, foi um ano especialmente cansativo. E duro, muito duro. Mas nessa minha mensagem para desejar um feliz ano novo, não quero relembrar o que tivemos de duro e injusto, que não foi pouco. Quero agradecer a este ano que termina porque 2013, para todos da família Genoino, foi o ano da solidariedade e da generosidade.

    Em nome de todos os pequenos e grandes gestos que vivenciamos nos últimos meses, é preciso dizer muito obrigada. Para você que votou em Genoino 1313 e se orgulhou quando ele assumiu seu mandato na Câmara dos Deputados, e que esteve próximo de seu mandato, participando de conversas e discussões, meu muito obrigada. Para você que encontrou com meu querido pai na rua, na feira, no sacolão, no Violeta, no sapateiro, em tantos lugares, e foi até ele dar um abraço carinhoso de apoio e respeito, meu muito obrigada. A você, que sofreu conosco quando no dia 24 de julho o coração Genoino parou momentaneamente para que, mantendo a circulação sanguínea em uma máquina, pudesse ter seu gravíssimo problema corrigido, obrigada… e a você que rezou, pediu, acompanhou a recuperação ainda não concluída de meu pai, e a vocês, que cuidaram, costuraram, preparam, enxugaram, medicaram meu pai, muito obrigada. Obrigada.

    Para você que nos ajudou de formas tão infinitas e variadas desde aquele dia 15 de novembro, telefonando, publicando em redes sociais, manifestando indignação, indo conosco até a polícia federal, gritando a plenos pulmões o seu apoio ao guerreiro, meu muito obrigada. Obrigada a você que trocou sua foto de perfil por uma de meu pai, que publicou no facebook sem medo de aguentar discussões e comentários alheios, que curtiu minhas postagens e enviou palavras carinhosas por meio dos comentários… obrigada de coração. Foram tantos e infinitos gestos, desde ajudar a cuidar de meus preciosos filhos, acampar em frente ao presídio e no STF, escrever um artigo verdadeiro e cheio de beleza, providenciar uma comida gostosa para a família, levar um bolo quentinho quando tudo parecia desmoronar, que o obrigado parece pequeno, pequeno demais.

    Hoje não vou chorar por 2013 e suas injustiças, hoje, se eu chorar, o que é muito provável, vai ser de alegria, porque neste ano nós encontramos a verdadeira essência do ser humano: a capacidade real e autêntica de saber construir formas tão únicas e especiais de dar diferentes significados à palavra SOLIDARIEDADE.

     

    Feliz 2014 a todos!

     

    Miruna Genoino

     

  9. Declaração Universal dos Direitos Humanos é desprezada pela TV

    Aos 65 anos, Declaração Universal dos Direitos Humanos é desprezada pela TV

     

    TV despreza a Declaração de Direitos Humanos

     

    Correndo solta, sem qualquer regulação, a TV se vê livre para atacar os Direitos Humanos impunemente. Não existem, como na Europa, órgãos reguladores com poder

     

    (*) Artigo publicado originalmente na Revista do Brasil, edição de dezembro de 2013.
       
    “King Kong, um macaco que, depois que vai para a cidade e fica famoso, pega uma loira. Quem ele acha que é? Jogador de futebol?” afirmou Danilo Gentili na TV. A um telespectador que contestou o caráter racista da frase respondeu pelo twiiter de forma a deixar ainda mais claro o seu preconceito: “quantas bananas você quer para deixar essa história prá lá?”

    O moço é reincidente. Há algum tempo o alvo foi religioso. Sobre a polêmica da futura estação do metrô paulistano no bairro de Higienópolis, habitado por muitos judeus, disse: “entendo os velhos de Higienópolis temerem o metrô. A última vez que eles chegaram perto de um vagão foram parar em Auschwitz”.  Desculpou-se depois mas o estrago já estava feito. 

    O que ele fez, e tantos outros na TV brasileira fazem, foi violar os Direitos Humanos, lembrados anualmente no dia 10 de dezembro, data que não é apenas comemorativa. É um momento importante para lembrar direitos ainda violados pelo mundo, entre eles o do respeito à dignidade humana e a não discriminação.

    A TV que poderia ser um instrumento na defesa desses direitos tornou-se, no Brasil, o seu oposto. Basta assistir aos programas policialescos em rede nacional incentivando a violência ou àqueles regionais que, na hora do almoço, tripudiam sobre a desgraça alheia. Sem falar no desprezo com a dignidade da mulher, transformada em objeto nos auditórios, novelas e propagandas e as recorrentes piadas em torno da homossexualidade.

    Correndo solta, sem qualquer regulação, a TV se vê livre para atacar os Direitos Humanos impunemente. Não existem, como na Europa, órgãos reguladores com poder para impor limites às emissoras. Não se trata de censura. Eles agem sempre a posteriori, a partir de demandas do público.

    A pesquisadora Bia Barbosa realizou um importante trabalho sobre as violações de direitos humanos e a regulação de conteúdo da TV no Brasil, comparando com o que ocorre na França e no Reino Unido. Analisou casos de preconceito e ofensa contra grupos minoritários, violação dos direitos das mulheres, discriminação religiosa, banalização da violência e linguagem depreciativa. As conclusões, para nós, são desoladoras.

    No Brasil, sem um órgão regulador, cabe ao governo de turno aplicar as poucas regras que existem, dispersas por vários ministérios e muitas vezes ultrapassadas historicamente, como é o caso do Código Brasileiro de Telecomunicações, de 1962. Mesmo assim as normas são  pouco aplicadas, na medida em que os governos evitam, por interesses políticos, qualquer tipo de atrito com os proprietários das empresas de TV.

    Na França e no Reino Unido é diferente, os mecanismos de regulação são ágeis e as violações punidas com rigor. As multas são calculadas em função do faturamento dos canais. No Reino Unido, há um teto de 250 mil libras ou 5% da receita do canal (o que for maior). Na França, podem chegar a 3% da renda de uma operadora, indo a 5% em casos de reincidência.

    Bia Barbosa colheu exemplos interessantes: a Belive TV, um canal pago inglês dedicado a mostrar soluções de problemas financeiros e de saúde através da fé, com pastores receitando sabonetes milagrosos no video, foi multado em 25 mil libras e obrigado a parar com o charlatanismo. Em 2012, outro canal religioso recebeu multa de 75 mil libras por realizer uma campanha dizendo que em troca de doações de mil libras, oferecia um “presente especial” e uma oração que aumentaria a saúde, a prosperidade e o sucesso do doador.   

    Em meados deste ano, o canal inglês Channel Four exibiu uma série de programas onde a apresentadora Daisy Donovan percorre vários países do mundo revelando como é a televisão local. Um dos episódios tratou do Brasil. Daisy mostrou os programas Miss Bumbum, veiculado pelo MultiShow; Pânico, pela RedeTV!; e o policial Na Mira, da TV Aratu, filiada do SBT na Bahia. Depois de se surpreender com o concurso de beleza, ela perguntou: “se a TV brasileira é capaz de tratar uma mulher desta forma, haveria alguma barreira que ela não ultrapassaria?”

    Sim, como a barreira dos Direitos Humanos que é ultrapassada todos os dias.

  10. As mudanças da Igreja Católica com o papa Francisco

    Tudo leva a crer que serão feitas grandes mudanças na estrutura da Cúria Romana já a partir do ano que se inicia

    Francisco Borba Ribeiro Neto

    Neste final de ano, com a Igreja Católica e o mundo sacudidos por este furacão promovido pelo Papa Francisco, é natural nos perguntarmos sobre o que vem por aí. E o papa já deu indicações precisas em seu documento que saiu no final de novembro, a Evangelii Gaudium (Alegria do evangelho).

    O amor em primeiro lugar

    A coisa mais importante para Francisco é o amor gratuito de Deus por nós. E a pessoa que se sabe muito amada é levada naturalmente a amar muito. Quem sabe que foi amado de forma gratuita, sem ter necessidade de dar nada em troca (e quantos de nós não dariam a vida para viver um amor assim!) não apenas ama muito, mas ama a todos. Se vocês querem ser alegres, felizes – diz o papa – se abram ao amor gratuito e imenso de Deus – e, se fizerem isso, não apenas compreenderão que Deus existe e é bom, mas também se sentirão levados a amar a todos.

    AP

    O Papa Francisco durante a celebração da Missa do Galo, no Vaticano

    O papa está disposto a pôr todo o resto em questão para que cada um viva esta experiência de amor. Isto não implica abandonar as normas do catolicismo, mas sim colocá-las no devido lugar – isto é, a serviço do amor, e não acima dele. Todas estas questões que sempre atraem a curiosidade e ocupam espaço na mídia são secundárias diante do amor de Deus. Mas, como atraem e incomodam, vamos a elas.

    O papa vai mudar radicalmente a estrutura do Vaticano?

    Tudo leva a crer que serão feitas grandes mudanças na estrutura da Cúria Romana – que começarão já em 2014. O que já está claro é que haverá um aprimoramento e fortalecimento dos órgãos de gestão e controle financeiro do Vaticano e que as mudanças virão respaldadas pelas propostas do conselho de oito cardeais que Francisco instituiu para assessorá-lo nesta e em outras questões.

    O problema não é que a cúpula da Igreja está imersa num mar de lama, corrupção e ineficiência – como pensamos ao ler certos artigos. Muita coisa boa e bem feita acontece no Vaticano, porém a estrutura está “inchada”, difícil de administrar e controlar, criando muitos órgãos pouco necessários ou ineficientes. Além disso, o papa tem deixado claro que espera uma Igreja que dê um exemplo maior de pobreza e humildade. Por isso o processo de reforma deverá reduzir a estrutura, tornando-a mais “pobre”, mais eficiente e mais próxima das pessoas.

    E os escândalos de pedofilia e a condenação dos padres pedófilos? Esta questão, no nível de responsabilidade do papa e do Vaticano, já foi totalmente resolvida por Bento XVI. A Igreja indica “tolerância zero” para os religiosos pedófilos e considera que eles devem responder por seus crimes junto à Justiça de seus países, como qualquer cidadão. Eventuais problemas que ainda possam surgir referem-se agora à administração local destes casos, quando eles se tornam conhecidos.

    O celibato dos padres e a ordenação das mulheres casadas

    O celibato não é constitutivo do sacerdócio na Igreja Católica, ainda que a opção pelo celibato – isto é, não se casar para entregar-se mais a Deus – sempre tenha havido no cristianismo. A obrigação do celibato para todos os padres vem do século XII e aconteceu porque se percebeu que os padres celibatários desempenhavam melhor suas funções e praticavam de forma mais pura a imitação de Cristo.

    Ainda hoje os documentos da Igreja têm mantido esta posição em relação ao sacerdócio e ao celibato. Isso não implica a impossibilidade de se vir a aceitar, no futuro, que haja padres casados, se esta opção for boa para a vida da Igreja, o que não quer dizer que celibato para os padres esteja obrigatoriamente acabando.

    As declarações das autoridades eclesiais – inclusive próximas ao papa Francisco – vão todas neste sentido. Além disso, é bom notar que a tendência mais provável seria a de aceitar a ordenação de homens casados (como acontece nas Igrejas Católicas Orientais) e não de liberar os padres da obrigação do celibato, cedendo a uma pressão de grupos que fazem “lobby” neste sentido.

    A ordenação de mulheres foi claramente negada pelo papa Francisco em seu último documento. Neste sentido, o papa abriu uma porta de outro tipo, reconhecendo que é necessário se fazer uma reflexão sobre o papel da mulher na Igreja. Na prática, ao longo da história, muitas mulheres agiram com autoridade dentro da Igreja, influenciando papas e redefinindo os rumos da história. Trata-se de um papel próprio, que lhes cabe e que não se confunde com o sacerdócio, mas que deve ser estudado e reconhecido de forma adequada, segundo as reflexões de Francisco.

    A Igreja – e o papa Francisco – considera o sacerdócio como um serviço ao qual se é chamado e não como um direito a ser reivindicado. Pensar o sacerdócio como direito poderia implicar em por o padre numa posição de superioridade frente aos demais católicos, deturpando a sua missão. Daí que as pressões para permitir que os padres se casem ou que as mulheres sejam ordenadas tende a ter, na Igreja, o efeito contrário ao esperado: quanto mais pressão, menor a chance de alguma coisa acontecer nesta linha.

    Com relação aos casados em segunda união…

    Um tema particularmente delicado é o da comunhão dos casados em segunda união. Atenção: os divorciados que não contraem um segundo matrimônio ou aqueles que tiveram seu casamento reconhecido como nulo pela Igreja podem comungar! Mas a Igreja considera que os divorciados que se casam novamente estão numa situação de pecado que não lhes permite tomar a comunhão.

    Ora, vem argumentando o papa, mas Cristo veio para os pecadores e não para os perfeitos (que, aliás, não existem – todos somos pecadores). Então a Igreja existe também – ou principalmente – para os casados em segunda união, para os que não estão vivendo segundo as normas – mas que desejam encontrar o amor de Deus. E aí, pergunta o papa, o que estamos fazendo para acolher a estas pessoas? Afinal, Cristo disse que haveria mais alegria no Reino dos Céus por um pecador que se arrependa que por 99 justos que não necessitam de arrependimento.

    Nesta polêmica da comunhão aos casados em segunda união, o Papa Francisco tem dados duas mensagens claras: (1) se você ESTÁ casado em segunda união, a Igreja também é para você, venha e ocupe seu lugar; (2) se você NÃO ESTÁ casado em segunda união, deve amar e ajudar aos casados em segunda união e não ter uma posição moralista que os afasta da Igreja.

    … e aos homossexuais

    Com relação aos homossexuais, o papa aplica um velho princípio cristão: a Igreja condena o pecado, mas ama o pecador. E não nos esqueçamos de que somos todos cheios de pecados – de forma que não se trata aqui de ficar procurando se justificar dizendo que o pecado do outro é maior que o nosso. Em seu documento “Evangelii Gaudium”, o grande pecado denunciado pelo papa é explorar o pobre, colocar o lucro acima da pessoa!

    Francisco deixa claro que defenderá o direito da Igreja de dar um juízo sobre o que é mais adequado para a pessoa e que condena o que chama de “relativismo moral”. Mas também deixa claro que o mais importante é que cada um se sinta amado e acolhido por Deus, seja heterossexual ou homossexual. Assim, os homossexuais – e todos os que hoje se sentem afastados da Igreja – podem ter certeza que toda a comunidade católica está sendo chamada a acolhê-los e a estar próxima deles.

    *Francisco Borba Ribeiro Neto é coordenador do Núcleo Fé e Cultura da PUC-SP

    http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/2014-01-01/perspectiva-2014-as-mudancas-da-igreja-catolica-com-o-papa-francisco.html

     

  11. A agonia da Abril

    Por Paulo Nogueira | Diário do Centro do Mundo

    Ao contrário de outras crises da mídia impressa, desta vez o caso é terminal.

    Nos tempos em que as revistas tinham futuro, na década de 1980

    Nos tempos em que as revistas tinham futuro, na década de 1980

    A comunidade jornalística está em estado de choque pela carnificina editorial ocorrida na Editora Abril.

    Mas eis uma agonia anunciada.

    Revistas – a mídia que fez a grandeza da Abril – estão tecnicamente mortas, assassinadas pela internet.

    Os leitores somem em alta velocidade. Quando você vê alguém lendo revistas (ou jornal) num bar ou restaurante, repare na idade.

    Jovens estão com seus celulares ou tablets conectados no noticiário em tempo real.

    Perdidos os usuários, foi-se também a publicidade. Em países como Inglaterra e Estados Unidos, a mídia digital já deixou a mídia impressa muito para trás em faturamento publicitário.

    E no Brasil, ainda que numa velocidade menor, o quadro é exatamente o mesmo. Que anunciante quer vincular sua marca a um produto obsoleto, consumido por pessoas “maduras”?

    Apenas para lembrar, no mundo das revistas, nunca, em lugar nenhum, funcionou publicitariamente revista para o público “maduro”.

    Sucessivas revistas para mulheres “de meia idade” em diversos países fracassaram à míngua de anúncios. O anunciante quer o jovem no auge do consumo. É um fato.

    Crises as editoras de revistas enfrentaram muitas. Mas esta é diferente. Desta vez, o caso é terminal.

    Antes, e eu vivi várias crises em meus anos de Abril, você sabia que uma hora a borrasca ia passar.

    Agora, você olha para a frente e observa apenas o cemitério.

    Sobrarão, no futuro, algumas revistas – mas poucas, e de circulação restrita porque serão um hábito quase tão extravagante quanto se movimentar em carruagem.

    Na agonia, o que companhias como a Abril farão é seguir a cartilha clássica: tentar extrair o máximo de leite da vaca destinada a morrer.

    Para isso, você enxuga as redações, corta os borderôs, piora o papel, diminui as páginas editoriais e, se possível, aumenta o preço.

    É uma lógica que vale mesmo para títulos como Veja e Exame, os mais fortes da Abril. Foi demitido, por exemplo, o correspondente da Veja em Nova York, André Petry.

    Grandes revistas da Abril, como a Quatro Rodas, passaram agora a não ter mais diretor de redação.

    Em breve deixará de fazer sentido uma empresa que encolhe ficar num prédio como o que a Abril ocupa na Marginal do Pinheiros, cujo aluguel é calculado entre 1 e 2 milhões de reais por mês.

    É inevitável, neste processo, que a empresa perca o poder de atrair talentos. Quem quer trabalhar num ramo em extinção?

    Os funcionários mais ousados tratarão de sair, em busca de carreiras em setores que florescem.

    Ao contrário de crises anteriores para a mídia impressa, esta é, simplesmente, terminal.

    Corre o boato de que a empresa será vendida. Mas quem compra uma editora de revistas a esta altura? Recentemente, no Reino Unido, correu o boato de que o proprietário dos títulos Evening Standard e Independent estaria vendendo seus jornais. Numa entrevista, isso lhe foi perguntado por um jornalista. “Mas quem está comprando jornais?”, devolveu ele.

    É um cenário desolador – e não só para a Abril como, de um modo geral, para toda a mídia tradicional, incluída a televisão.

    A internet é uma mídia que se classifica como disruptora: ela simplesmente mata. O futuro da tevê está muito mais na Netflix ou no Youtube do que na Globo.

    As empresas de mídia estão buscando alternativas para sobreviver. A News Corp, de Murdoch, separou recentemente suas divisões de entretenimento e de mídia, para que a segunda não contamine a primeira.

    A própria Abril vai saindo das revistas e tentando um lugar ao sol na educação.

    Mas escolas – supondo que a Abril supere o problema dramático de imagem da Veja, pois isso vai levar muitos pais a recusar dar a seus filhos uma educação suspeita de contaminação pela Veja – não dão prestígio e nem dinheiro como as revistas deram ao longo de tantos anos.

    Isso quer dizer que a Abril luta pela vida. Mas uma vida muito menos influente e glamorosa do que a que teve sob Victor Civita, primeiro, e Roberto Civita, depois.

  12. Caro Luis,dando uma olhada em

    Caro Luis,dando uma olhada em alguns blogs,especialmente no 247,lendo os comentários ali feitos,fiquei estarrecido.Os comentários,óbvio não são maioria,que perpetram contra Dirceu,Genoino e Delubio são simplesmente aterrorizantes.O ódio exposto de maneira mais vil.As sequelas produzidas por Joaquim Barbosa de forma indelével,na sociedade brasileira levarão anos,décadas para serem cicatrizadas,se é quê serão.Sinceramente,da vontade de dar uma parada.E pior,eles jogariam soltos,por isso,com sua vénia,vou me aquietando por aqui,torcedo para que dias melhores venham.Ta vendo o porque do meu inconformismo por essas escolhas.Erro crasso de Lula.Estamos pagando um preço sem precedentes por esse erro,meu caro e nobre Luis Nassif.

  13. O estranho caso do helicóptero engavetado

    Por Paulo Nogueira | Diário do Centro do Mundo

    A mídia não quis investigar o caso do helicóptero dos Perrelas

    A mídia não quis investigar o caso do helicóptero dos Perrelas

    Se você me pergunta qual foi o maior papelão da mídia brasileira em 2013 respondo com meia tonelada de motivos que foi o caso do helicóptero dos Perrelas.

    Só no Brasil 500 quilos de cocaína não são notícia.

    Na Indonésia, uma senhora britânica de 56 anos foi condenada à morte, por fuzilamento, por ser presa com cinco quilos de cocaína. Cem vezes menos, portanto.

    Na mídia de Londres, ela é chamada de “Vovó Inglesa’, por ter netos. Sua defesa ainda luta para transformar a pena de morte em prisão perpétua.

    Na Indonésia, como na China, a lei é extraordinariamente severa com o tráfico de drogas em consequência dos traumas sofridos no século 19, quando os britânicos impuseram, na base dos canhões, aos asiáticos o consumo de ópio. Essa página obscena do império britânico passaria à história como as Guerras do Ópio, sobre as quais escrevi algumas vezes no DCM.

    Longe de mim sugerir rigor asiático no combate ao tráfico.

    Mas, jornalisticamente, 500 quilos de cocaína não são nada? Pelo comportamento da mídia brasileira, não são nada.

    Ninguém se esforçou, então, para trazer luz para o escândalo. Ao contrário, todo mundo tentou esconder a notícia, provavelmente para preservar Aécio Neves, amigos dos Perrelas e conhecido festeiro.

    Todos sabem o que teria ocorrido caso os donos do helicóptero fossem amigos não de Aécio, mas de Lula, ou Dirceu.

    Na ausência de qualquer esforço investigativo, o assunto foi minguando e hoje é quase nada.

    O helicóptero foi, simplesmente, engavetado.

    No futuro próximo, a internet terá recursos suficientes para bancar investigações que a mídia corporativa não quer fazer. Ou o crowdfunding – o financiamento da comunidade de leitores – ou a publicidade trará dinheiro que hoje é escasso.

    Até lá, as pessoas interessadas em jornalismo independente e informação isenta terão que conviver com coisas estapafúrdias como este caso.

    Notícia, para a mídia ‘livre’, é aquilo que é favorável a ela ou a seu grupo de amigos e parceiros, e desfavorável para seus desafetos.

    Compare a cobertura dada ao helicóptero com a cobertura dada a uma oferta de emprego para Dirceu, e você vai entender o que move a mídia.

    Por isso ela é tão desacreditada.

    E por ser tão revelador do espírito bipolar das grandes companhias jornalísticas, o caso do helicóptero é o Fracasso do Ano da mídia brasileira.

  14. Bilac e as crianças

    Numa tarde de verão, Olavo Bilac passeava por um dos jardins cariocas. Depois de muito rondar, encontrou um banco vazio e nele se aboletou.

    Em um banco próximo, encontrava-se, gozando a fresca, um casal conhecido do poeta com lindo rebento que correu logo para o autor da “Via Lactea”.

    Bilac gostava imensamente de crianças e aquela era linda. Depois de fazer algumas festinhas ao primogênito do casal amigo, o poeta tirou do bolso um caderninho e, depois de arrancar uma folha, escreveu rapidamente qualquer coisa. Em seguida, depositou o papel sobre o banco e, cumprimentando cerimoniosamente o casal, retirou-se apressadamente do local.

    Os pais da criança, intrigados e curiosos, aproximaram-se do banco, pegaram o papel e leram:

    “Criança bonita e meiga,

    para os pais: anjo celeste;

    para os outros: uma peste

    que emporcalha de manteiga

    as calças que a gente veste.”

     

     

    Fonte: Aparício Torelly, o Barão de Itararé, Almanaque para 1949, Primeiro Semestre, Coleção Almanaques do Barão de Itararé, São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, Imprensa Oficial do Estado, 2003

  15. Aécio Neves tenta apagar rastro de R$ 4.500.000.000,00

    Aécio Neves tenta apagar rastro de R$ 4.500.000.000,00

     
     Caso Renova.   Investigações colocam em evidência a utilização de R$ 4,5 bilhões do patrimônio mineiro para financiar implantação na Bahia de fábrica da Alstom
    Marco Aurélio Carone

    Diante do escândalo do Cartel Alstom/Siemens, começa a naufragar o projeto megalomaníaco de Poder desenvolvido pelo grupo de Aécio Neves que não encontrou limite de atuação na área de energia, ao utilizar-se do Patrimônio Público do Estado de Minas Gerais para elegê-lo presidente da República em 2014. 

    Alstom e Siemens, réus confessos no escândalo do Metrô e transporte sobre trilhos em São Paulo, tradicionais e principais financiadoras do PSDB paulista, cooptadas através de seus ex-dirigentes a integrar o projeto político de Aécio Neves através do esquema montado pela CEMIG, estão sendo vasculhadas pelo CADE e Ministério Público.
    Evidente que se encontram na CEMIG as maiores irregularidades envolvendo a prática de Cartel, porém a cooptação dos dirigentes das multinacionais visando evitar maiores fiscalizações ocorreram através de tentáculos no denominado “Burgo dos Neves”, formado por empresas subsidiarias integrais da CEMIG e da Light.  Diante do vazamento seletivo de participação apenas no esquema de corrupção montado na área de transporte sobre trilhos pela Alstom/Siemens em São Paulo e DF, o governador paulista Geraldo Alkimin e o ex José Serra, cientes da armadilha e contrariados com o abandono dos companheiros do PSDB nacional mandou um recado direto a Aécio Neves ao informar que o Cartel não atuou só em São Paulo, no Metrô, sua atuação estendeu-se também para as empresas de energia de diversos Estados, recomendando que sejam também elas investigadas.  Na matéria, “Parte I: Cartel Siemens/Alstom nasceu em Minas Gerais”, abordamos a até então pouco explicável indicação pelo ex-governador hoje senador Aécio Neves do ex-presidente da Alstom José Luiz Alquéres, investigado pela prática de Cartel pelo CADE, para presidir a Light, empresa adquirida pela CEMIG.  Repetindo á prática adotada na CEMIG, foi através da Light, para evitar rastro, que Aécio promoveu uma série de aquisições, sendo uma delas a empresa Renova especializada em energia eólica. Como em relação a outras empresas, através da Renova alianças e acordos comerciais foram celebrados apenas no intuito de gerar caixa para sua campanha, poder na política e economia dos demais Estados da Federação e a “boa vontade” das grandes corporações multinacionais.   Novojornal noticiou o fato em dezembro de 2012 na matéria; “CEMIG: Consumidor mineiro financia “Império da Energia”, mostrando que a CEMIG vinha há anos criando empresas denominadas subsidiarias integrais utilizando seu crédito, receita e patrimônio sem levar em conta os riscos e a viabilidade econômica das mesmas.  Anteriormente em julho de 2012 o Governo de Minas anunciava; “com investimento de R$ 1,2 bilhão fora inaugurado, no Sudoeste da Bahia, o Complexo Eólico Alto Sertão I, um empreendimento da Renova Energia, empresa do Grupo Cemig especializada na geração de energia renovável. Considerado o maior do gênero na América Latina, o complexo eólico irá gerar 294 MW de energia, o que representa um incremento de 29,4% na matriz eólica do país, atualmente na ordem de 1 GW. Localizado nos municípios baianos de Caetité, Guanambi e Igaporã é composto por 14 parques, que tiveram sua energia comercializada para a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). São 184 aerogeradores de 1,6 MW e cada parque irar gerar até 30 MW. A energia gerada pelo Complexo Alto Sertão I é suficiente para garantir o consumo de uma cidade com 540 mil residências ou cerca de 2,16 milhões de habitantes, considerando quatro pessoas por residência”. Ao mesmo tempo que em julho de 2012  o Governo de Minas anunciava o investimento de R$ 1,2 bilhão na Renova, o jornal “Brasil Econômico” noticiava;  “Uma das principais parcerias do setor energético no Brasil foi anunciada nesta quarta-feira pela Renova Energia e a francesa Alstom. As companhias assinaram a carta de intenções durante evento para clientes e fornecedores em São Paulo”.  “A parceria consolida a nossa posição de liderança nesse segmento e vai gerar desenvolvimento para a região, disse ao Brasil Econômico, Marcos Costa, presidente da Alstom Brasil e vice-presidente de Global Power Sales na América Latina”. “Jerôme Pécresse, presidente mundial do setor de energias renováveis da Alstom, afirmou que a parceria coloca a companhia em uma posição diferenciada no mercado de energia na América Latina. “Esta é uma parceria ambiciosa, o maior acordo onshore da Alstom para a área eólica mundialmente. Nossa intenção é que seja um relacionamento duradouro.”  “A previsão é de que os aerogeradores comecem a ser entregues a partir de 2015, processo previsto para ser concluído entre três e quatro anos. Para a Renova, a parceria trará vantagens competitivas e financeiras, já que os geradores da Alstom sairão da fábrica a alguns quilômetros dali, o que significa menor custo com logística, maior rapidez na entrega e na manutenção”. Em fevereiro de 2013 a revista “Veja” noticiou: “Renova fecha acordo de € 1 bi com Alstom e faz aposta alta em eólicas”. A matéria informava ainda que; “mesmo sem linhas de transmissão suficientes para fazer com que a energia saia dos parques eólicos, empresa fecha contrato incomum no setor: a compra de maquinário antes mesmo que haja demanda”.  “A notícia não só surpreende pelo volume do investimento (o maior anunciado pela Renova até hoje), que dimensiona o tamanho da aposta da empresa no setor eólico brasileiro, como também é uma prática incomum no mercado de energia, geralmente as empresas só contratam maquinários para atender a demanda já vendida. O acordo com a Alstom contempla também a prestação de serviços de operação e manutenção, mas não impede que, para outros projetos, a Renova contrate outros fornecedores ou que a Alstom venda para outras companhias de energia os maquinários”.  Á exemplo da ferrovia do Aço, obra bilionária construída no período do Golpe Civil Militar de 1964, sinônimo de desperdício de dinheiro público, o Complexo Eólico Alto Sertão está sendo construído a um custo de R$4,5 bilhões para gerar energia mesmo sem a existência de linhas de transmissão para venda do produzido.  Fontes do mercado de energia já haviam denunciado que a aquisição de parte do capital da Renova ocorrido coincidentemente após a saída de Alqueres da Light, ocasião que recebeu uma indenização de R$ 30 milhões, visou apenas dar a empresa garantias para celebração de financiamentos bilionários inclusive perante o BNDES para compra sem qualquer licitação de equipamentos da francesa Alstom, uma vez que Renova é uma empresa privada.  Até a compra da participação acionaria pela Light os geradores de energia do parque eólico da empresa Renova eram da marca GE sendo substituídos pelos da Alstom, viabilizando a construção de uma fábrica da multinacional francesa em Camaçari na Bahia. Segundo as mesmas fontes a comprovação de que a lucratividade da empresa Renova passou a ser uma questão secundária, para não gerar desconfiança e repercussão, a principal cláusula do acordo de acionistas celebrado entre Renova e Light, foi à retirada de suas ações da Bolsa de Valores.  Diante das investigações e da proporção que ganhou o escândalo do Cartel Alstom/Siemens o grupo de Aécio tenta agora apagar o rastro de R$ 4,5 bilhões criado com garantias do patrimônio público do Estado de Minas Gerais para em tese beneficiar apenas a Alstom.

     

  16. Os sete pecados capitais do

    Os sete pecados capitais do Google

    É imprescindível a sociedade se mobilizar em prol de uma internet livre, sem qualquer tipo de dominação, na qual o poder de decisão está nas mãos do consumidorpor Rosely Cruz — publicado 29/12/2013 10:04  Arte: Claudia KievelInternet

    O Cade abriu investigação contra o Google por conduta anticompetitiva

    Leia tambémComo a acelerada vida digital nos faz perder contato com nossos sentidosNSA intercepta dados de usuários de Google e Yahoo!, revela jornalO que ganhamos com a aprovação do Marco Civil da Internet? 

    Ao abusar de sua conduta anticompetitiva no Brasil, o Google passou a ser investigado formalmente pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica, (Cade),  em outubro por meio da instauração de três processos administrativos. Mas o que seria efetivamente a tal conduta anticompetitiva que ultrapassa a fronteira do Direito Econômico e lesa o consumidor? A seguir, a lista dos sete pecados capitais do Google:

    1 Não Mentirás
    O Google sempre defendeu os resultados da busca orgânica do Google Busca como “neutros”, “imparciais” e “insuscetíveis a manipulações” e a classificação dos links azuis seria baseada no critério de relevância estipulado pelo page rank. Em 2009, sua ex-vice-presidente, Marissa Mayer, revelou, no entanto,  que tal comportamento poderia ser diferente (disponível AQUI, Acessado em 22.4.2013).

    2 Não Discriminarás
    Embora a promessa de neutralidade e imparcialidade esteja associada ao princípio de isonomia, o Google introduziu nos resultados da busca orgânica links com fotografias de produtos ou serviços próprios, diferindo-os daqueles azuis tradicionais. A concorrência não pode fazer o mesmo, o que demonstra discriminação. Eis aqui um dos pleitos investigados pelo Cade.

    3 Não Prejudicarás o Próximo
    Estudos realizados por Google (disponível em AQUI, Acessado em 22.4.2013) mostram que anúncios com fotografia geram duas vezes mais cliques do que os links azuis tradicionais, e aparecer nas primeiras posições do Google Busca suscita mais acessos do que anúncios em posições inferiores. Por haver, muitas vezes, acessos desviados artificialmente aos próprios sites do Google, a concorrência acaba sendo prejudicada. Outro tema objeto de investigação pelo Cade.

    4 Não Destruirás os Concorrentes
    Tais desvios de tráfego de sites de buscas especializadas concorrentes trazem perda de audiência, principal insumo para a geração de receitas de sites que ofertam gratuitamente serviços aos internautas. E sem receitas, muitos dos concorrentes não conseguem sobreviver. 

    5 Não “Usurparás” Propriedade de Terceiros
    A mídia tradicional é igualmente afetada por meio da reprodução de trechos de conteúdos pelo Google News sem remuneração. Para tanto, os sites usam links patrocinados (constam usualmente na parte superior central com fundo colorido e no canto direito da tela do usuário) do Google Busca. Ocorre que os custos desses links patrocinados subiram de preço quase 50% para os comparadores, de após o início das práticas discriminatórias do Google. Mais um tema em que o Google é investigado pelo Cade.

    6 Não “Chantagearás” o Próximo
    O Google sinalizou a um concorrente que comercializaria sua publicidade com fotografia dos produtos/serviços se fossem fornecidas informações relevantes para a melhora da qualidade de seu site de busca especializada. Por um lado, o concorrente sabe que o anúncio com fotografia acarretaria mais acessos e, por outro, tem ciência de que ao aceitar a exigência poderia perder competitividade e o diferencial que possui em relação ao site de busca especializada do Google. Novamente, um objeto de investigação pelo órgão especializado.

    7 Não Violarás a Privacidade Alheia 
    Reportagens recentes na mídia relatam que o Google fornecia ao governo norte-americano informações confidenciais de diferentes pessoas, o que configura invasão de privacidade.

    Os sete pecados capitais cometidos pelo Google estariam ligados à sua origem. Quando fundado em 1998, a companhia pretendia desenvolver um sistema de buscas neutro e imparcial na web. O page rank foi o sistema criado com algoritmos que ordenariam sites e informações disponibilizadas na web conforme sua relevância. O conceito de relevância estaria associado ao número de usuários e sites vinculados ao site analisado. Defendia-se que a publicidade retiraria qualquer caráter de “neutralidade” e “imparcialidade” de um site de busca e prejudicaria os interesses do consumidor.

    Na última década, com a diversificação de seus negócios (Google Maps, Google News, GoogleFinance, Google Travel, Google Shopping etc.), o Google tornou-se o principal player da publicidade online. Em 2012, 95% de seu faturamento global de mais de 52 bilhões de dólares correspondeu à publicidade virtual (Disponível em AQUI, p. 29 e 33. Acessado em 15.5.2013).

    Segundo dados da Go-Gulf.com (disponível em AQUI. Acessado em 24.7.2013), o Google representa quase 44,1% da demanda total de anúncios, e a participação do segundo colocado (Microsoft-Yahoo!) consiste em 12,3%. No Brasil, o Google também alavanca a maior parte das verbas publicitárias dos anunciantes online. Segundo a agência de marketing digital Goomark, cerca de 90% da verba de seus 150 clientes é direcionada para o Google (disponível AQUI. Acessado em 9.5.2013).

    Outra estratégia adotada pelo Google refere-se à introdução automática da barra de ferramentas sem autorização ou conhecimento dos usuários. Foram celebrados contratos milionários (disponível AQUI) com desenvolvedores e distribuidores de software, como Adobe Acrobat, e navegadores, como Firefox.

    No segmento de browser, o Google Chrome também se tornou líder no Brasil em 2012 (disponível AQUI. Acessado em 24.7.2013), América do Sul, Ásia, Europa e mundo (disponível AQUI. Acessado em 24.7.2013). 

    De acordo com o Ibope, o Chrome foi eleito por 63% dos internautas não e-commerce e por 59% dos e-consumidores como o “navegador-padrão”. O Chrome ainda é “sempre” utilizado por 83% dos internautas não e-commerce e e-commerce e “quase sempre” utilizado por 14% dos internautas não e-commerce e por 23% dos e-consumidores.

    A caracterização do Google como “gatekeeper” da internet tem seus motivos. Hoje em dia o Google Busca é utilizado por 92% dos brasileiros como porta de entrada para a web. Diante de tal cenário, é imprescindível que a sociedade se mobilize em prol de uma internet livre, sem qualquer tipo de dominação, na qual o poder de decisão esteja, de fato, nas mãos do consumidor.

    *Rosely Cruz é advogada e vice-presidente jurídica para América Latina do Buscapé Company

         registrado em:  

  17. Olha a cabeleira do Renan? Será que ele é…?
    Gente , acabei de ler um texto hilario do Tao Gomes Pinto no brasil 247 que trago pra vcs se divertirem tb…Aviso: modo ironia on !

    UMA QUESTÃO NÃO ABORDADA NO CASO “A CABELEIRA DO RENAN”
    Tão Gomes Pinto TÃO GOMES PINTO
    1 DE JANEIRO DE 2014 ÀS 07:31
    Brasília tem problemas sérios de atendimento médico. Por que não mandar para lá um lote de cubanos?
    O assunto da cabeleira do Renan tem um aspecto que ainda não foi explorado.

    O da carência de atendimento médico na Capital da República, especialmente em se tratando da medicina capilar, a especialidade que mais aflige a categoria dos homens.

    Um senador da República – e mais do que isso, o presidente do Senado Federal, ter de se deslocar de Brasília à Maceió, nas Alagoas, para implantar meia dúzia de fios no seu topete, é a demonstração cabal da insuficiência e/ou ineficiência de todo o sistema médico brasiliense.

    Faltam médicos em Brasília!

    Pelo menos é o que se pode concluir da atitude corajosa do senador Calheiros de requisitar um avião da FAB para resolver o problema no seu torrão natal.

    Dirão os eternos conformistas: mas não se tratava de um caso de urgência. Ele poderia esperar e consultar um médico de Brasília.

    Qual médico? Quem?

    Se Brasília tivesse uma estrutura confiável no aspecto saúde não teríamos essa romaria de autoridades doentes, ou supostamente doentes, até o Sírio-Libanês, em São Paulo.

    Quando eu morava em Brasília a situação era outra, muito diferente.

    Eu fui operado de catarata no HBO e até hoje, mais de uma década depois, todos os oculistas que eu consulto dizem: “Puxa…Sua catarata ficou excelente, onde você operou?” Eu respondo sempre: “Foi um japonês que era uma fera. Metade de Brasília fez catarata com ele”.

    Bom, outros tempos, ou “altri tempi”, diria o Mino Carta.

    Examinemos agora a questão da urgência.

    Se o senador Renan achava urgente completar sua vasta cabeleira, é porque era urgente, pô. O senador é quem sabe quando uma coisa pode ou não ser adiada.

    Imagine o Brasil passar três, quatro, cinco dias, sem ter no leme do Senado Federal a firmeza de um Renan Calheiros para tomar decisões.

    O País ficaria à deriva, nau sem rumo, folha de outono ao sabor do vento.

    E para aqueles que acham que eu apenas faço críticas sem propor soluções, no caso, eu tenho uma solução: enviar para Brasília um nutrido lote de médicos cubanos.

    Problemas de alojamento – já que os cubanos não poderiam pagar o que o mercado brasiliense exige, inexiste.

    Basta que se aprove, na base do rolo compressor como soe acontecer, uma emenda autorizando os médicos cubanos a residirem nas dezenas de apartamentos vagos – ou melhor, abandonados – pelos parlamentares, sejam senadores ou deputados.

    Temos vários nessa situação na Capital Federal.

    Os médicos cubanos iriam adorar. Os apartamentos, chamados de “funcionais”, têm 4 dormitórios, de modo que poderiam abrigar um contingente razoável de doutores, na base de 2 por apartamento.

    Outra solução – sempre para aqueles que criticam as minhas críticas, seria simplesmente o Legislativo dissolver seus departamentos médicos, e substituí-los por médicos cubanos.

    Aos demitidos seria assegurado o salário integral, como se na ativa estivessem, o que evitaria eventuais futuros problemas com a Justiça

  18. IOSIF STALIN POR GEORGE

    IOSIF STALIN POR GEORGE F.KENNAN – George Kennan foi o mais influente diplomata americano no Seculo XX, que viveu integralmente, nasceu em 1904 e morreu em 2005. Kennan entrou no Departamento de Estado com 18 anos e preparou-se desde o primeiro dia para servir na Russia. Fez seus estudos de lingua e cultura russa em Berlim e  em Riga até falar russo fluentemente , preparpu-se para ser o primeiro diplomata americano a servir em Moscou quando as relações diplomaticas foram restabelecidas em 1929, 12 anos após a Revolução Soviietica. Kennan escolheu o prédio para a embaixada, mobiliou, acertou tudo para a vinda do primeiro embaixador, William Bullit. Serviu em Moscou até 1938, se desentendou com o sucessor de Bullit , Joseph Davies e depois de um interregno em Berlim, quando foi confinado pelos nazistas,  foi transferido para a Embaixada em Lisboa, onde negociou intensamente com Salazar para obter a base dos Açores, essential para os EUA. De Lisboa voltou a Moscou em 1944, como Ministro-Conselheiro, o nº 2 da Embaixada onde ficou até abril de 1946. 

    Em Washington já se delineava a Guerra Fria, Kennan enviou de Moscou um telegrama ao Secretario de Estado, de 47 paginas, conhecido como o LONGO TELEGRAMA, peça angular de toda a politica dos EUA nos 50 anos de relações com a URSS a partir do fim da Segunda Guerra. Por sugestão do Secretario da Marinha, James Forrestal, , Kennan foi chamado a Washington para ministrar uma serie de conferencias no National War College sobre o tema da URSS e de como os EUA deveriam tratar com esse inimigo inquietante.

    Seu LONGO TELEGRAMA propunha a chamada “politica de contenção” que significava boas relações economicas e culturais com a URSS, sem trata-la como inimiga a não ser que houvesse tentativa de expansão do poder sovietico para paises fora da orbita traçada nos acordos de Yalta e Potsdam. Nessa peça de conhecimento sobre a União Sovietica, Kennan profetizou que as tensões internas, a ineficiencia economica e a luta pelo poder dentro do regime levariam a uma desintegração da URSS por volta de 1990.

    O LONGO TELEGRAMA serviu de base à DOUTRINA TRUMAN.   Em Março de 1947, com George Marshall como Secretario de Estado , Kennan foi encarregado de montar o POLCY PLANNING STAFF, o Grupo de Planejamento Politico do Departamento de Estado, que ele chefiou até dezembro de 1948. A partir dessa posição Kennan elaborou o que seria conhecido como PLANO MARSHALL e a constituição da European Recovery Commission para administra-lo, uma estrutura que até hoje se mantem com o nome de OECD-Organização Europeia de Cooperação e Desenvolvimento, um dos embriões da União Europeia.

    Em dezembro de 1951 foi nomeado Embaixador na União Sovietica, posição que deteve até setembro do ano seguinte, quando foi declarado “persona non grata” por Stalin e impedido de reentrar na URSS. Stalin tinha respeito e temia Kennan porque ele conhecia bem demais a URSS,  ele sabiamente preferia embaixadores ignorantes

    e que não conheciam os intestinos do regime, seus bastidores, articulações, realidades sociais e economicas.

    Na sua primeira estada, nos anos 30, Kennan viajou de trem incognito pelo interior da União Sovietica, por 40 dias, ninguem desconfiou que ele fosse um diplomata americano, falava russo perfeitamente. Falava tambem alemão, francês, tcheco, polonês, português, tinha essa facilidade porque viveu decadas no exterior e sua esposa era norueguesa. Kennan era um americano de cultura europeia sofisticada,

    Kennan teve muitas brigas no Departamento de Estado, considerava a maioria dos burocratas do State completamente idiotas e desconhecedores de noções elelmentares de politica externa, tinha tambem enormes criticas à ignorancia dos Congressistas americanos, suas memorias contam muitos episodios  relacionados a congressistas americanos no exterior e a profunda estupidez na sua visão de mundo, suas atitudes arrogantes,

    seu provincianismo e especialmente, a atitude de subordinar a politica externa aos arranjos eleitorais.

    Em maio de 1961 o Presidente Kennedy nomeou-o Embaixador na Iuguslavia, promoveu reaproximação de Tito com o lado ocidental, contribuinto para seu desligamento do bloco sovietico.

    Abaixo uma primorosa descrição de Kennan sobre Stalin, que ele conhecia profundamente depois de tantos anos em Moscou.. A narrativa está no livro GOTHA DEI CENTO PERSONAGGI, Editoriale Nuova-Milão, 1977.

    A tradução é livre , peço desculpas por qualquer falha.

     

    “””Era atarracado e de baixa estatura, sua farda gasta parecia sempre um pouco larga, contribuindo para fazer a figura tosca. O semblante aspero denotava uma força intensa, concentrada. Os dentes eram maltratados, o hálido pesado.  O conjunto, incluindo uma pele atacada pelos fulcros variculosos e os olhos apertados e amarelos dava a impressão de um tigre velho.

    A sua postura, pelo menos nos encontros que tive com ele, era sempre serena e discreta.  Fazia tudo para não ser notado, falava pouco e baixo, cheia de compreensão dos argumentos do interlocutor.

    Um visitante que desconhecesse quem era jamais perceberia a capacidade de calculo, de ambição, de perfidia, de crueldade, de potencial de vingança que se escondia naquela aparencia tão modesta.

    O transformismo de Stalin era um fator essencial na sua grandeza de estadista, alem de sua capacidade de se exprimir de maneira simples, clara e aparentemente inofensiva. Era um discipulo que aprendia muito rapidamente. Tinha incriveis dons de observador e de imitador. Quando mandava executar alguem com quem muito aprendeu, era uma prova de respeito à sabedoria de quem lhe ensinou.

    Mas a sua maior caracteristica era sua impressionante e diabolica habilidade no manejo da politica.

    Não existe na Era Moderna um mestre de tal magnitude na sua arte magistral : o seu aspecto tranquilo, sereno, 

    inocente desarmava as cautelas,  era sua grande e inquietante superioridade tática.

    Soube por outros que tinha acessos de furia com subalternos mas nunca os vi.

    Mas durante minhas visitas não duvidava que estava frente a um dos homens mais poderosos da Terra, grandioso, especialmente pela sua malignidade,  um homem cruel, astuto, despudorado, infinitamente perigoso, verdadeiramente uma dos grandes personagens de nosso século.””

  19. A cor da relação. Mulheres negras e as dificuldades com romances

    Quatro mulheres lindas e bem-sucedidas confirmam a tese que alguns estudos já abordaram: as negras têm mais dificuldade em engatar romances sérios.


      (Janine Moraes/CB/D.A Press)http://www.kultafro.com.br/2013/09/a-cor-da-relacao-mulheres-negras-e-as-dificuldades-com-romances-serios/?fb_action_ids=10201636237644410&fb_action_types=og.likes&fb_ref=.UjoTpbxSbzc.like&fb_source=other_multiline&action_object_map=%5B1381834642048099%5D&action_type_map=%5B%22og.likes%22%5D&action_ref_map=%5B%22.UjoTpbxSbzc.like%22%5D  .

    Por Flávia Duarte – Revista do jornal Correio Braziliense

    O assunto é tão delicado que poucas têm coragem de tocar nele. Falar de desprezo, de se sentir preterida e de solidão abre feridas, joga na cara o preconceito que acompanha as mulheres negras ao longo de sua história. Ademais toda a discriminação que as tornam uma das personagens mais vulneráveis da sociedade — são elas que ganham menos, têm a menor escolaridade e ocupam os postos menos nobres do mercado de trabalho —, a cor da pele as obrigam a traçar um caminho mais longo e dolorido em busca do amor. Mais tortuoso ainda quando o destino almejado é o altar. “As mulheres pretas se casam mais tarde, apresentam maior índice de celibato e demoram mais para terem um relacionamento”, afirma a socióloga Bruna Pereira, pesquisadora colaboradora do Núcleo de Estudos e Pesquisa sobre a Mulher (Nepem), da Universidade de Brasília.

    As estatísticas no Brasil que confirmam a tese do abandono como consequência da raça são raras, mas a discussão é antiga. Professora no Departamento de Ciências Sociais da Universidade Estadual de Londrina e doutoranda na PUC/SP, Maria Nilza da Silva diz que, na década de 1950, alguns teóricos tentavam entender o fenômeno de desvalorização da mulher negra, pouco vista como uma opção para ser esposa e parceira. “Já naquela época, para ser escolhida nesse contexto da conjugabilidade, a mulher negra acaba se relacionando com um homem de classe social mais baixa. Para ser escolhida, ela deveria ter alguma vantagem.”

     

    Motivada pelo tema, Maria Nilza também pesquisou a menor oferta de parceiros disponível. Isso foi nos anos 1990, mas a professora defende que pouca coisa mudou de lá para cá. “A mulher negra continua discriminada em vários segmentos, inclusive no matrimônio. A possibilidade de encontrar um companheiro ou um parceiro é menor para ela”, afirma.

    Intrigada pelo fato de as mulheres negras serem mais solitárias do que as brancas, a pedagoga e mestre em ciências sociais Claudete Alves resolveu, durante um ano e meio, mapear 1.127 casais em São Paulo. Desses, apenas 418 eram formados por homem e mulher negros. Uma das explicações para o número tão reduzido de casais de mesma raça estaria no fato de que os negros que ascendem socialmente querem se relacionar com as brancas. Eles buscam na união com outra raça uma forma de reforçar sua situação de suposto status. “O negro quer ter o que o branco tem e isso inclui a mulher branca. Muitos querem filhos com a pele mais clara do que a deles para não sofrerem o preconceito que eles também sofreram”, resume Claudete.

    A rejeição também parte dos homens brancos. No Brasil, a negra é a minoria nos espaços culturalmente reservados para quem tem pele clara. Isso automaticamente as deixaria em desvantagem em relação às brancas.

    Dos 18 casamentos civis que Claudete presenciou ao longo da pesquisa, apenas três uniram pares de negros. Uma dificuldade de encontrar um companheiro de mesma cor foi confirmada por todas as 11 mulheres negras que a pesquisadora ouviu na época. Entre os relatos, muitas contavam que, quando mais jovens, eram procuradas pelos negros apenas para iniciação sexual. Quando engravidavam, eles dificilmente assumiam o filho. Era uma relação de fim anunciado. Confirmação do estereótipo da negra sexual, que carrega até hoje, em muitos casos, uma pesada herança da escravidão, quando elas eram escolhidas para saciar o desejo dos brancos. Para o romance dar certo, eles exigiam moeda de troca. “Elas ainda diziam que, quando conseguiam ficar com negros, tinham que sustentá-los. Em geral, eles eram de escolaridade inferior e mantinham práticas sociais diferenciadas das delas.”

    Um preterimento que é observado em todas as classes sociais. Quem confirma são mulheres lindas, bem-sucedidas, da classe média, que cresceram no Plano Piloto. Daniela Luciana, Jaqueline, Denise e Marília são negras. Também sentem o peso histórico que carregam com a cor. Confirmam o preconceito, a dificuldade de encontrarem um par em pé de igualdade com as mulheres brancas. Um problema que não é delas. Vem do outro. “Essas mulheres precisam entender que essa dificuldade é fruto de um problema social e não pessoal. Elas se inferiorizam como se não fossem bonitas ou interessantes”, lamenta Paula Pereira, pesquisadora-colaboradora do Nepem. Daniela Luciana, Jaqueline, Denise e Marília reconhecem que a dificuldade de romper as amarras do racismo não são delas, mas nem por isso enfrentaram sempre com tranquilidade os olhares de preconceitos.

     

     

  20. Tudo igual??

    Comentário:  É tudo igual??

     

    A idéia da pergunta foi motivada por manifestações nos diversos ramos da imprensa, e já agora proliferando entre os populares, de que :

    Políticos são todos iguais, isso é corruptos e venais no pior sem tido,Que todos vendem até a mãe,Que não tem programa,Que  os programas são iguais ?!

    Até pessoas sèrias, como Carlos Lessa emprestam o nome para dizer que os programas de governo são iguais.

    Ao trabalho – Todos são corruptos? Isto é uma acusação coletiva e, portanto vazia. Equivale a dizer que todo português é bronco, todo alemão é sábio, todo o branco e limpo, ou  que todo o corintiano é craque.

     Todos conhecem políticos que não são corruptos. E todos conhecem alguns que são notoriamente corruptos.

    Mas este nivelamento por baixo tem um objetivo – serve para a outra afirmação, que, esta sim é politicamente da maior importância: PT e  PSDB  tem programas equivalentes.

    Esta sim, é uma tese, uma afirmação muito perigosa, falsa, mentirosa e injustificavel. Já revela má fé. PRECISA SER EVITADA.

    Como que os programas são iguais?

    Por acaso o PT está privatizando  PETROBRAS, mudando o seu nome pára Petrobax?

    Por acaso o Petroleo do Pressal não ficou reservado na maior parte aos brasileiros?

    Por acaso foi não foi o PSDB que privatizou, Vale, CSN, telefônicas e energia elétrica e ninguém sabe o que foi feito do dinheiro.

    Isto não falando da gestão, em que saímos da miséria que dava tudo a poucos e nada a muitos, e entramos, numa era ao contrario.

    Paraiso não têmos, que isto é só no céu. Mas que está incomparavelmente melhor, ah sim, está.

    Ebrantino

     

     

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