Forças Armadas começam a temer desgaste de imagem

Militares já se preocupam com participação no governo Bolsonaro; Exército possui 1595 dos 2,9 mil cargos distribuídos no Executivo

Foto: Reprodução

Jornal GGN – As Forças Armadas começam a se preocupar com o desgaste de imagem depois do embarque no governo de Jair Bolsonaro, onde passaram a ocupar cargos tanto na cúpula como na base.

Segundo o jornal O Estado de São Paulo, oficiais comentam nos bastidores que a nova incursão política vai desgastar a imagem da instituição, e existe o temor de perda de credibilidade por conta do envolvimento com o governo atual e a perspectiva de seu naufrágio.

Embora o desgaste de imagem seja recorrente para quem participar de um governo, existe um adicional na gestão Bolsonaro: a sua constante situação de crise e as cobranças para que os oficiais se manifestem a respeito das atitudes de Bolsonaro, como a participação do presidente em eventos antidemocráticos.

O maior ônus deve ficar nas mãos do Exército: levantamento elaborado pelo Ministério da Defesa mostra que os militares da ativa ocupam quase 2,9 mil cargos no Executivo. São 1.595 integrantes do Exército, 680 da Marinha e 622 da Força Aérea Brasileira (FAB). Destes, 42% estão empregados na estrutura da Presidência, principalmente no Gabinete de Segurança Militar.

 

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Redação

10 Comentários

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  1. Frequentemente me pergunto para que servem as forças armadas, num país cuja última guerra foi a mais de cem anos e não sofre qualquer tipo de ameaça? Uma casta cercada de privilégios, inclusive das filha dos militares, e que custa uma fábula para o país. Paralelamente, Bolsonaro e Heleno são amostras do nível das forças armadas.

  2. Desgaste é um eufemismo para o que virá se as FFAA mantiverem o curso atual de apoio a Bolsonaro. Há razões concretas amparando a conclusão e vão muito além de simples possibilidades. São factuais. Senão, vejamos.
    Quando não está fomentando a violência contra minorias, ele acusa uma personalidade da mídia de cometer assassinato, retweetando insultos sobre o peso de uma mulher negra e a aparência do Presidente da Câmara, conjurando conspirações contra si mesmo supostamente organizadas por líderes da oposição e incentivando seus seguidores para “libertar” seus estados de restrições de bloqueio.
    Ele twittou ameaças falsas que não tem poder de realizar – retendo fundos de estados, “anulando” governadores que não permitem que locais de culto reabram “imediatamente” e punindo o Twitter por checá-lo.
    E ele mente incessantemente.
    Na realidade, Bolsonaro não administra o governo do Brasil. Ele não administra nada. Ele não organiza ninguém. Ele não administra, gerencia ou supervisiona. Ele não lê memorandos. Ele odeia reuniões. Ele não tem paciência para receber instruções. O Planalto está em caos perpétuo.
    Seus conselheiros não são confiáveis. Eles são puxa-sacos, lacaios, sicofantas e parentes.
    Desde que se mudou para o Salão Oval em janeiro de 2017, Trump não demonstrou nenhum interesse em governar. Ele é obcecado apenas por si mesmo.
    Mas foi necessário o atual conjunto de crises para revelar as profundezas de sua abdicação auto-absorvida – seu total desprezo por seu trabalho, seu total repúdio a seu cargo.
    A falta de viabilidade de Bolsonaro vai muito além da ausência de liderança ou desatenção às normas e papéis tradicionais. Em um momento de trauma nacional, ele abandonou os principais deveres e responsabilidades da presidência.
    Ele não é mais presidente. Quanto antes pararmos de tratá-lo como se o fosse, melhor.
    ———————
    Esse texto não é meu nem o original se refere a Bolsonaro e seu governo. É um trecho extraído de artigo publicado, hoje, em The Guardian e assinado por Robert Reich, ex-Secretário do Trabalho dos USA e professor da Universidade da Califórnia, em Berkeley, sob o título “Fogo, peste e um país em guerra consigo mesmo – a presidência de Trump acabou”.
    Fiz ligeiras, mínimas e insignificantes alterações e resultou em um artigo que se encaixa, perfeitamente, como uma luva no Brasil atual, seu (des)governo e sua (não)presidência.
    Troquei: manisfestantes negros (black protesters) por minorias; Hillary Clinton e Barack Obama por líderes da oposição; Donald Trump por Bolsonaro; Estados Unidos por Brasil; Casa Branca por Planalto.
    Retirei do texto: estados que estão ampliando a abstinência ao voto [o que significa incentivar o voto por e-mail], that expand absentee voting por não se aplicar aqui.
    O restante, ressalvados alguns erros de tradução, é ipsis litteris aquilo que foi extraído do artigo. O original está aqui: https://www.theguardian.com/commentisfree/2020/may/31/donald-trump-coronavirus-pandemic-george-floyd-minneapolis-tweets .

  3. É assim que as Forças Armadas terminarão no governo Bolsonaro se não sairem a tempo, e olha que esse tempo já está passando.
    Substituam a palavra Bonaparte por Bolsonaro no livro “O 18 de Brumário de Luis Bonaparte” de Marx e verão um notável semelhança entre os dois governos.

    14/18 – “A sociedade 10 de dezembro permaneceria como exército privado de Bonaparte até ter logrado transformar o exército público numa sociedade 10 de dezembro.”

    E o que era a Sociedade 10 de dezembro se não uma milícia bolsonarista?

    “Essa sociedade data do ano de 1849. Sob o pretexto da instituição de uma sociedade beneficiente, o lumpemproletariado parisiense foi organizado em seções secretas, sendo cada uma delas lideradas por um agente bonapartista e tendo no topo um general bonapartista. Rufiões decadentes com meios de subsistência duvidosos e de origem duvidosa, rebentos arruinados e aventurescos da burguesia eram ladeados por vagabundos, soldados exonerados, ex presidiários, gatunos, trapaceiros…em suma, toda essa massa indefinida, desestruturadas e jogadas de um lado para outro, que os franceses denominam la bohéme (a boemia); com esses elementos que lhe eram afim, Bonaparte formou a sociedade 10 de dezembro. Era “sociedade beneficiente” na medida em que todos os seus membros, a exemplo de Bonaparte, sentiam a necessidade de beneficiar-se a custa da nação trabalhadora. Esse Bonaparte se constitui como chefe do lumpemproletariado, porque é nele que identifica maciçamente os interesses que persegue pessoalmente, reconhecendo nessa escória, nesse dejeto, nesse refugo de todas as classes, a única classe na qual pode se apoiar incondicionalmente; esse é o verdadeiro Bonaparte…”

    E esse ministério bonapartista, lhe parece peculiar?

    “A corte, os ministérios, os cargos de chefia da administração e do exército são assediados e tomados por um bando de indivíduos, sendo que a respeito do melhor deles se pode dizer que não se sabe de onde vem; trata-se de uma boemia barulhenta, mal afamada e predadora que rasteja em vestes engalanadas com a mesma postura elegante dos altos signatários de Soulouque”. (cerca de 1782-1867): Presidente da República dos negros do Haiti, em 1849 proclamou-se imperador com o nome de Faustino I. https://pt.wikipedia.org/wiki/Faustino_I_do_Haiti (NdA)

    O que Bonaparte fez coma burguesia francesa é o mesmo que acontece agora com a burguesia brasileira, vejam.

    15/18 – “A burguesia francesa sublevou-se contra o domínio do proletariado trabalhador e colocou no poder o lumpemproletariado e no seu topo, o líder da Sociedade 10 de Dezembro. A burguesia deixou a França ofegante de medo frente aos futuros horrores a serem esperados da anarquia vermelha; Bonaparte sacou esse futuro da conta dela quando, no dia 4 de julho, ordenou que o exército da ordem, animado pela cachaça, fuzilasse nas janelas das suas próprias casas os burgueses ilustres do bulevar Montmartre e do bulevar dos Italianos. A burguesia fez a apoteose do sabre, o sabre a dominou. Ela destruiu a imprensa revolucionária, a sua própria imprensa foi destruída. Ela colocou as Assembleias populares sob vigilância da policia; os seus próprios salões culturais foram vigiados pela polícia. Ela dissolveu as Guardas Nacionais democráticas; a sua própria Guarda Nacional foi dissolvida. Ela decretou o estado de sitio; o estado de sitio foi decretado sobre ela. Ela substituiu os júris pelas comissões militares; os seus júris foram substituídos por comissões militares. Ela submeteu o ensino popular aos padrecos; os padrecos a submeteram ao seu próprio ensino. Ela deportou sem julgamento; ela foi deportada sem julgamento. Ela reprimiu toda e qualquer manifestação da sociedade mediante o poder estatal; toda e qualquer manifestação da sua sociedade foi esmagada pelo poder estatal. Motivada por sua bolsa de dinheiro, ela se rebelou contra seus próprios políticos e escritores; os políticos e escritores foram eliminados, mas, tendo sido desse modo amordaçada a sua boca e quebrada a sua pena, também a sua bolsa de dinheiro foi saqueada. A burguesia bradou incansavelmente para a Revolução como Santo Arsênio aos cristãos: “Foge, cala-te, aquieta-te”! Bonaparte gritou para a burguesia; “foge, cala-te, aquieta-te”.”

    1. Edivaldo: a lembrança é oportuna e seus apontamento, precisos. Porém a comparação Bonaparte/Bolsonaro me pareceu precipitada. Bonaparte era um general, culto (sobretudo) e inteligente. Bolsonaro não passa de um soldado tosco, bruto, talhado em madeira de espécie inferior, a golpes de machado e foice, figura grotesca, como uma carranca de navio pirata, pintado de cores rústicas e esculpido em quartel, para assustar os que para ela olha, enquanto os superiores passeiam e se divertem com a situação. Bolsonaro é, sobretudo, consequência da RepúblicaDosCoroneis e hão de valerem-se da baioneta e da bala, seus instrumentos únicos e precisos de governo.

  4. Nassif: não boto fé nesse “temeridade”, quanto a imagem dos VerdeSauvas. Há 130 anos aplicam o golpe da “república”. Há mais de 30 riem da cara do Povão, com essa tal de “anistia”. Na última e bem sucedida manobra, o golpe da “facada”, parece que a ideia inicial era uma RepúblicaDosCoroneis, com mais de 10 mil verdinhos (da reserva, principalmente) complementando o soldo nas tetas do governo. A FarraDoBoi no ano todo. Tanto tempo ensaiando e testando, agora que “assumira” o poder (como se algum momento, desde 1889, tivessem dado sossego ao Pais) você acha que vão querer deixar o barato? Nem que a vaca tussa!

  5. 100% ditadura!!! nunca se viu tantos militares cú-de-burros assaltando as esferas federais. Estamos falando da enorme invasão de maçons milicos no planalto, principalmente, caracterizando uma ditadura muito mais ferrenha, sem precedentes e altamente destrutiva do que a de 1964. Estamos assistindo os militares traficando cocaína tucana do aécio/fhc nos boings da “ex presidência da república do brézil!!! cadê os nomes dos donos traficantes dos 39k? cadê os nomes dos receptadores em Sevilha na Espanha? Resposta: na teoria do quem cala consente, os proprietários traficantes dos 39k de cocaína do boing são o exército, a marinha e a aeronáutica, com a ação de seus membros MULAS MAÇONS FARDADAS cheiradores general heleno, general mourão, general vilasboas, general braga e todo o “resto” de oficiais comandantes das forças armadas. Alguém tem alguma dúvida disso ou seria necessário desenhar?… ah, os receptadores sáo nóias, vítimas dos traficantes maçons residentes no brézil travestidos com fardas das nossas forças armadas.

  6. “Eu sou a Constituição”
    “As forças armadas estão com o povo e o povo está comigo”
    “Estou com as armas da democracia nas mãos”
    “Tudo aponta para uma crise”
    “Não é uma questão de ‘se’, mas ‘quando'”
    Um sindicalista de quartel e terrorista militar pego no pulo, com dezenas de declarações públicas de apoio à ditadura e à tortura, que sempre viveu de dinheiro público a um custo (VP) oficial pessoal de mais de R$ 160 mil mensais (antes de ser eleito PR, para nossa vergonha) ou mais de R$ 60 milhões em cerca de 3 décadas sem ter feito nada além de confusão, está acreditando piamente num tal artigo 142 para dar um pretenso golpe.
    As Forças Armadas (como muitas outras) são uma instituição de Estado e não de governo.
    Vejamos o que diz o artigo:
    Art. 142. As Forças Armadas … são instituições nacionais permanentes e regulares … sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.
    1) Defesa da Pátria: guerras e similares. Lembrando que o Congresso deve autorizar sua atuação.
    2) Garantia dos poderes constitucionais
    2.1) Os poderes constitucionais são 3 (Legislativo, Executivo e Judiciário). As FFAA não são um “poder constitucional” (quanto mais “moderador”, como alguns querem, pois isto sequer está escrito em lugar algum).
    2.2) Como elas se destinam a GARANTIR os poderes constitucionais, sua utilização para atacar qualquer um deles seria exatamente o contrário ao que se destina. Portanto totalmente inconstitucional. Até o ultra direitista (Opus Dei?) Ives Gandra Martins concorda explicitamente com isto: seria GOLPE!
    3) Por iniciativa de qualquer destes (3 poderes constitucionais), à garantia da lei e da ordem (GLO).
    Ou seja, a subordinação é ao chefe do Executivo, mas QUAISQUER dos demais poderes (Legislativo e Judiciário) podem convocá-las. O presidente nestes casos é apenas um “supra-general” para a execução de uma eventual convocação, ficando claro que, como qualquer general, ele não é “dono” das tropas.
    3.1) Lembrando que em 1988 não havia a figura da Guarda Nacional, GLO significa que sua convocação deve ser feita SE as instituições normais previstas para tal (polícias, guardas, brigadas, etc.) fracassarem em garantí-las (rebeliões, criminalidade sem controle, guerras civis, etc.).
    Ainda assim, hoje, depois das polícias, a Guarda Nacional é um recurso anterior às FFAA para GLO.
    Portanto, está na hora de deixar claro a este fã público e confesso de ditaduras, ditadores e torturadores que:
    O ARTIGO 142 NÃO O AUTORIZA ATACAR QUALQUER OUTRO PODER.
    MUITO PELO CONTRÁRIO, É SUA RESPONSABILIDADE GARANTÍ-LOS!
    (Com ou sem FFAA).

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