Francês vence Nobel de Economia analisando malefícios dos carteis

Do Estadão

Francês Jean Tirole ganha o Nobel de Economia 2014

O Estado de S. Paulo

13 Outubro 2014 | 08h 00

Tirole estudou o poder de mercado de empresas de diversos setores e formulou políticas específicas de regulamentação da concorrência

Uma trabalho sobre o poder de mercado e sua regulamentação rendeu ao professor francês Jean Tirole o prêmio Nobel de Economia 2014, anunciou a Academia Real das Ciências da Suécia.

Jean Tirole é um dos economistas mais influentes atualmente, segundo a Academia Real. De acordo com a organizadora da premiação, “Tirole fez importantes contribuições teóricas em várias áreas, mas acima de tudo ele esclareceu como compreender e regular setores com algumas empresas com poder de mercado”. 

Muitos setores são dominados por um pequeno número de grandes empresas ou por um monopólio. Tais mercados podem produzir resultados sociais indesejáveis, como preços mais elevados influenciados por custos ou empresas improdutivas que sobrevivem ao longo do tempo porque há um bloqueio da entrada de novas e mais produtivas companhias. 

O trabalho de Tirole aponta como deve o acordo do governo com fusões ou cartéis e como este deve regular os monopólios.

Antes do pesquisador francês, outros formuladores de políticas procuraram por princípios gerais para todas as indústrias. Eles defenderam regras de política simples, como limitar os preços para os monopolistas e proibir a cooperação entre empresas concorrentes, mas permitindo que houvesse cooperação entre empresas em diferentes posições na cadeia de valor. Tirole mostrou teoricamente que tais regras podem funcionar bem sob certas condições, mas ter mais efeitos negativos do que positivos em outras. 

Estabelecer preços máximos pode fazer com que a empresa com poder de mercado reduza custos – uma coisa boa para a sociedade -, mas também pode permitir lucros excessivos. Segundo Tirole, cooperação para fixar preços em um mercado geralmente é prejudicial, mas na área de patentes pode beneficiar a todos. Já a fusão de uma empresa com seu fornecedor pode incentivar a inovação, mas também pode distorcer a concorrência. 

O francês conclui que a política de regulamentação da concorrência deve, portanto, ser cuidadosamente adaptado às condições específicas de cada indústria. Em uma série de artigos e livros, Jean Tirole apresentou um quadro geral para a concepção dessas políticas e como aplicá-las em diversos setores, desde a telecomunicação até os bancos. Com base na pesquisa, os governos podem incentivar as empresas com mais poder de mercado a se tornarem mais produtivas e, ao mesmo tempo, impedi-las de prejudicar os concorrentes e clientes.

Segundo o site da premiação, desde 1969 foram concedidos 45 prêmios Nobel de Economia

Luis Nassif

15 Comentários

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  1. Eu nunca vi publicação de

    Eu nunca vi publicação de economista que não seja para enganar o povo.

    Não deveria haver Premio Nobel de Economia.

    Por que insistir?

    1. E não há mesmo

      Esse premio é oferecido pelo Banco Central da Suécia, “em memória a Alfred Nobel”, e não pela Fundação Nobel, responsável pelo Prêmio Nobel.

       

      1. Plagiando o Padre Quevedo,

        “este Prémio Nobel de Economia non egsiste .”

        Existe sim um “Prêmio Sveriges Riksbank de Ciências Econômicas em Memória de Alfred Nobel”, dado pelo BACEN da rainha Silvia, coincidentemente no mesmo valor do prêmio Nobel e na mesma data. 

        Para tirar as dúvidas:

        http://pt.wikipedia.org/wiki/Pr%C3%A9mio_de_Ci%C3%AAncias_Econ%C3%B3micas_em_Mem%C3%B3ria_de_Alfred_Nobel

         

        Sempre achei essa divisão entre monetaristas x estruturalistas na Economia mais como torcidas de vudu, do que mesmo ciências. 

        Sempre quando o rival assume as rédeas econômicas em uma país, ele acaba sendo substituído pelo outro logo depois de um grande desastre economico-social.

        1. A divisão real

          É entre Economia Politica e a “Ciência Econômica”, ou simplesmente Economics no original em inglês que foi adotado no meio acadêmico.

          Essa análise de cartéis, por exemplo, do ponto de vista da Economia Politica, deveria considerar os aspectos institucionais da questão, como a real capacidade dos governos em regular os cartéis, a influencia dos cartéis na formulação das politicas econômicas, o papel dos lobbies, etc, etc.

          Veja por exemplo a incapacidade de se controlar o cartel dos bancos e a influencia desse cartel na formulação das politicas econômicas.

          Supor que basta uma teoria para que  ” os governos possam incentivar as empresas com mais poder de mercado a se tornarem mais produtivas e, ao mesmo tempo, impedi-las de prejudicar os concorrentes e clientes.” não tem lugar na Economia Politica.

          1. A escola de economia da

            A escola de economia da UNICAMP inventou a tese dos CAMPEÕES NACIONAIS, financiados pelo Governo via BNDES. Em toda ciencia economica não há nada mais furado do que isso, CARTEIS INCENTIVADOS E FINANCIADOS PELO PODER PUBLICO, temos ai o Carte das Carnes, produzido pelo BNDES, que prejudica o criador de gado numa ponta e o cunsumidor em uma outra, a carne subiu de preço? Agradeça ao BNDES.

          2. Errado

            A carne é uma commodity internacional com preços fixados nos mercados de commodities mundiais. A politica do BNDES é determinada por fatores politicos, com muito pouca influencia da teoria econômica, se quisermos entender as razões de sua politica devemos investigar fatores institucionais, como quais os grupos de pressão que atuam sobre o BNDES, como o BNDES é usado na negociação de outros aspectos da politica econômica, como a politica cambial, por exemplo, e por aí vai.

            A UNICAMP é uma escola essencialmente teórica, e não existe nehuma tese ali produzida que justifique essa politica.

          3. Você prefere o regime dos

            Você prefere o regime dos bancos transformando a economia e crédito a seu favor, ou a gestão do governo com o direito de criar valor e emprestar subsidiado?

  2. Os economistas deviam ter aula de mundo

    Os economistas deviam ter aula de mundo para uma pátria segura e reconhecida.

    Não se aliena o mundo, porque o mundo não é uma mercadoria.

    O mercado só é válido para mercadoria; ele não pode tomar o lugar da ciência.do mundo métrico.

    A mundialização da economia é uma mentira do mercado (financeiro) que se faz vendendo os valores do mundo para os países, como se os economistas fossem ideológicos de estratégias sociais.

    Uma suposta Ciência da Economia não se faz em detrimento dos povos e dos individuos.

    O minino exigível de um economista é que ele defenda a transformação das coisas – equivalentes ao direito do Estado fazer a grande tarefa da justiça social – salvaguardando os valores que servem à política na escala da sociedade, a espera do investimento em si (métrico); e não um investimento voltado a sua própria perda de valor para o exterior.

     

  3. Como dizia Lord Keynes,   “a

    Como dizia Lord Keynes,   “a Historia do mundo é a historia do pensamento economico e pouco mais que isso”, a ciencia economica é central na Historia da Humanidade mas tem gente simples, bem simples, que acha que não existe uma ciencia economica ou que os economistas são uns tolos e ignorantes.

    1. Motta, vc que é simplório.

      Motta, vc que é simplório. A história do mundo é a história do pensamento econômico sim, mas quem disse a você que a ciência econômica (mera picaretagem) tem algo a ver com humanidade?

      Os Bancos que refazem a história da humanidade em dividas é que estão sempre a realizá-la em crises, fome e guerras, como parte do seu interesse desprezível em termos centrais.

      Nem as palavras tolos e ignorantes servem para denegrir à altura os economistas, pois, o desprezo merecido a eles, na condição com outros seres humanos, as tornam demasiadamente irrisórias

    2. É o inverso

      A história do pensamento econômico é que reflete a evolução da economia e das condições históricas concretas, tanto que o keynesianismo já era praticado antes de Keynes formular sua teoria.

      No mais, o que se ensina nas universidades e se publica na mídia não tem nada a ver com a Economia Politica, fundada por Smith, Ricardo e Marx. É apenas a tal da Economics, pseudo-ciência que ignora as condições históricas concretas, os fatores institucionais, os lobbies, etc.. Por isso que tanta gente despreza a Economia, achando que ela se resume a esse falatório basicamente ideológico que presenciamos.

      Existem inumeras correntes de pensamento econômico além desse mainstream, só que não não são ensinadas nas universidades e muito menos divulgadas pela mídia.

  4. Free Trade Explained In An Excellent Comic

    http://www.filmsforaction.org/articles/free-trade-explained-in-an-excellent-comic/

    Free Trade Explained In An Excellent Comic  TrendingNewestTopicsJohn Pilger on ISIS: Only When We See the War Criminals In Our Midst Will the Blood Begin to DryThe Canary Effect: Kill the Indian, Save the Man (2006)Free Trade Explained In An Excellent ComicWhy I Love Columbus DayMorgan Freeman Narrates the Greatest Story of Our GenerationYour Lifestyle Has Already Been Designed (The Real Reason For The Forty-Hour Workweek)Nature Is SpeakingJohn Lennon’s “Imagine,” Made Into A Comic Strip Newest DocumentariesHuman Universe: From Apeman To Spaceman Wayward Nation: The New American Dream Is Shaping Up OverCriminalized (2014) Wayward Nation: The New American Dream Is Brave Lessons Of Darkness (1992) Wayward Nation: The New American Dream Is Rejected Wayward Nation: The New American Dream Is Working Overtime Our Generation (2010) Wayward Nation: The New American Dream Is Dirt Cheap Scotland Yet: A Film About Independence (2014) By Written by Michael Goodwin, Illustrated by Dan E. Burr / economixcomix.com

    The Trans-Pacific Partnership (TPP) and Transatlantic Trade and Investment Partnership (TTIP) are the latest in a long line of international free trade agreements. But why are they bad for the majority of people and the planet and what are the justifications given by politicians, ecomonists and big corporations for pushing them? This fanstastic comic explains. Read more from Michael Goodwin and support his work at the Economix website. 

     

  5. regulação do mercado.
    aí é

    regulação do mercado.

    aí é que entra o estado.

    sem essa intermediação do estado não teríamos nada do que temos agora.

    essa transformação inédita na economia política brasileira.

    falem o que  quiserem,

    mas está comprovado historicamente na era fhc e agora na europa etc e tal

    que, ao assumir o estado politicamente, o mercado passa a exporopriá-lo.

    e, assim, a todos nós… 

    uma hegemonia do mercado

    impensável num estado verdadeiramente democrático.

     

  6. Nenhum economista jamais

    Nenhum economista jamais recebeu o “Prêmio Nobel da Economia” porque esse prêmio simplesmente NÃO EXISTE.

    Prêmio Nobel de fato somente os da Física, da Química e da Fisiologia (“Medicina”), a tríade das “Hard Sciences”, além dos prêmios mais políticos, da Paz e da Literatura. Grandes físicos, químicos, médicos, engenheiros e matemáticos foram laureados com o Nobel da Física, Química e Fisiologia. Nenhum economista figura entre eles.

    O nome do Nobel foi associado ao prêmio do Banco Sueco 70 anos depois, obviamente para dar credibilidade (?) aos economistas de plantão.

    Puro marketing de carona na reputação alheia. Os descendentes da família Nobel que o digam:

    http://www.thelocal.se/20120102/2173

  7. Boa aplicação dos estudos do

    Boa aplicação dos estudos do laureado no Brasil. A começar pelo monopolio do petróleo.Que ao contrario do que se pensa, não acabou.

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