Revolta de Galvão com a CBF é história mal contada, por Kiko Nogueira

Enviado por ANTONIO ATEU

Do Diário do Centro do Mundo

A súbita revolta de Galvão Bueno com a CBF é uma história mal contada. Por Kiko Nogueira

Galvão Bueno tem feito o que colunistas de TV chamam de “duras críticas” ao presidente da CBF, Marco Polo del Nero, em seu programa “Bem, Amigos”.
 
A mais recente delas foi por ocasião da ausência do cartola na reunião da Fifa em Zurique. Depois de se lamentar “como atleta que fui”, alguém que “ vive o esporte desde que se entende por gente”, Galvão pontuou que estava indignado.
 
“Ele tem vários cargos de importância na Fifa: é presidente do Comitê do Futebol de Areia, terminou ontem o Campeonato Mundial em Portugal e ele não foi”, falou.

 
O comentarista Caio Ribeiro, como sempre no papel de escada, pediu a renúncia do dirigente. “A verdade é uma só: ele não tá pensando no dia seguinte, tá pensando na sobrevivência dele, então talvez hoje, nesse momento, não esteja apto a ocupar o cargo que ocupa’’.
 
Então Galvão Bueno, locutor das partidas da seleção desde tempos imemoriais, está revoltado com os escândalos do futebol brasileiro. Mas por que agora?
 
O motivo mais óbvio é o prejuízo que a derrocada do time causa à Globo. Graças ao fiasco na Copa América, a Globo não terá o Brasil na Copa das Confederações em 2017.
 
Os direitos para transmitir os mundiais da Rússia e do Catar foram garantidos numa boa, numa negociação sem licitação, como um reconhecimento da antiga e rentável parceria entre CBF, Fifa e Globo. E se a equipe de Dunga não se classificar?
 
Agora, simular aversão às práticas de Del Nero é um pouco demais. Se ele é ladrão, Ricardo Teixeira é o quê? Sem Teixeira não haveria Marin ou Del Nero. Ele fez miséria durante anos, sem que Galvão Bueno ou qualquer de seus colegas abrisse o bico.
 
O recado agora, antes de ser de alguém preocupado com os rumos do esporte, é de um sócio — ou porta-voz da sócia, a Globo.
 
A diatribe de GB é tão estapafúrdia quanto a de Zeca Camargo. Zeca é autor de um dos mais formidáveis besteirois do jornalismo moderno. A “crônica” na Globo News em que misturou a comoção pela morte de um cantor sertanejo que ele não conhecia com o nosso suposto “abismo cultural”, fechando com a mania de livros para colorir, é um clássico do nonsense.
 
Zeca, veja bem, apresenta um programa de bastidores de novelas. A exploração da tragédia com Cristiano Araújo foi enorme, sem dúvida — principalmente na Globo. O G1, por exemplo, está dando até agora qualquer coisa remotamente relativa a isso, como uma entrevista com familiares da namorada do rapaz.
 
Galvão e Zeca fariam um favor a seu público, e sobretudo a si mesmos, se parassem de fingir que não trabalham onde trabalham.

Redação

10 Comentários

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  1. Argentina, Chile, Colômbia e Uruguai

    ficam na frente do Brasil nas eliminatórias.

    Peru, Paraguai e Equador também não são adversários fáceis.

    Está bastante claro que a não classificação é um cenário provável.

    Fará bem. Deverá colocar por terra a “teoria” sobre a qualidade do jogador brasileiro. Como se bastasse nascer no país para ser  melhor. Uma teoria até um tanto ariana.

    A primeira derrota do Brasil em eliminatórias aconteceu apenas em 1993, vitória da Bolívia por dois a zero.

    De lá para cá, foram várias outras.

    O futebol mudou muito. A Globo e a CBF não entenderam ou não quiseram. Estiveram mais preocupadas em encher os bolsos. Como fracasso não dá dinheiro, estão se desesperando.

    Em 2018, de fato, não vai ter Copa. Para o Brasil, não.

     

  2. “Goleiro preto não presta”

    Nassif, Galvão é o mais cínico, mas o cinismo existe em todos eles.

    Mas aproveito o post. Como não sei se teria outra oportunidade de postar esse texto, aproveito esta.

    Uma homenagem que me ocorreu pelo jogo de ontem na Fonte Nova: Bahia X Botafogo

     

    “Goleiro preto não presta”

    De onde teria saído esse pensamento?

    Em primeiro lugar, certamente da estupidez humana.

    Lembrei da Copa de 50.

    Devo alertar que eu ainda não tinha nascido.

    Detentora do troféu de maior desastre do futebol brasileiro, a Copa de 50 foi aquela em que na partida final Ghiggia, recém falecido, fez o gol que deu o título de campeão mundial ao Uruguai e fez chorar não só as 200 mil pessoas que estavam no Maracanã como milhões de brasileiros Brasil afora.

    Eram tempos em que as derrotas da Seleção Brasileira faziam todo o Brasil chorar.

    Tempos em que o Brasil perdia quando o Brasil perdia.

    Teria sido uma falha do goleiro.

    O goleiro era Barbosa.

    Negro.

    A história foi cruel com ele.

    Teria a história de Barbosa contribuído para tão nobre pensar, goleiro preto não presta?

    Com a palavra os sociólogos.

    Deparei-me mais uma vez com ele.

    Eu, torcedor, ele, goleiro.

    Sofri.

    Vi a bola entrando várias vezes.

    O grito de gol saía do peito, passava pela garganta, saindo pela boca e…

    Lá estava ele.

    Irretocável, irrepreensível.

    Como uma pantera.

    Entre a bola e a minha felicidade, as redes.

    Um grande goleiro.

    Eu, que cresci em tempos de “negro presepeiro”, via ali um homem da maior discrição, na sua forma de ser e de atuar.

    Um homem bonito, elegante.

    Jefferson.

    Goleiro do Botafogo e da Seleção Brasileira.

    Melhor jogador em campo.

    Não deixou o meu Bahia ganhar.

    Talvez eu tenha sofrido menos por ter sido ele.

    Na sua elegância e discrição, um exemplo.

    Minhas homenagens também a tantos outros, como Dida, um grande goleiro, na sua dignidade e altivez.

    “Goleiros pretos”.

    Goleiros.

  3. Quanto ao Zeca, análise

    Quanto ao Zeca, análise precisa. Constatar diariamente a desconstrução que a GLOBO promove na cultura brasileira, entre elas, com a contribuição de ZECA CAMARGO não invalida sua crítica pontual. Causa, por si, estranheza de que o sujeito ativo da análise desconhece seu papel alienante. Convém que os novos integrantes da análise midiática, o blogs ditos – e o são – progressistas não se deixem levar pelo obaoba ati-plimplim, produzindo críticas tautológicas – existentes por si mesmas – sem a devida análise de seus eventuais méritos –  a de zeca .

    Não nos igualemos –  me incluo. A prática excludente é conservadora e típica da mídia tradicional. 

  4. Indignação que conta com a
    Indignação que conta com a mesma máxima do “nós ganhamos, e vc perdeu”.
    Interessante também porquê é o mesmo comportamento em outro desdobramento do futebol, esse dentro de campo: antes da Copa, tínhamos – segundo G.Bueno, a Globo e vários especialistas – uma seleção muito bem preparada, concisa e de comissão técnica inestimável e experiente. Na organização dos campeonatos e do futebol nacional, estava quase tudo certo e fundamentalmente os “gringos” é que precisam vir até aqui aprender. Foi sofrer aquela goleada e cair fora da Copa, para tudo mudar e outorgar a Alemanha, a primazia de toda a técnica, organização, planejamento, etc.
    A coisa não é nem uma coisa, nem a outra. Nem a CBF era o óasis brasileiro, e nem a Alemanha era o supertime que desnudou no resultado obtido, a suposta distância colossal que separava as duas equipes.
    Enfim, o que continuou a mesma coisa e isso sim, é o uso da imbecilidade e indignação seletiva da Globo e a rapinagem da CBF.

  5. Recibo comprova: Globo e

    Recibo comprova: Globo e mensalão tudo a ver

     Os jornalistas e falsos defensores das morais e bons costumes da Rede Globo enchem a boca para denunciar e criticar acusados do mensalão. O que não é divulgado para o público é que eles também deveriam ser julgados, já que foram favorecidos e receberam dinheiro do esquema de desvio da DNA Propaganda (Marcos Valério), como é apresentado no comprovante de transferência bancária. Ou será que os serviços foram executados e a acusação da PGR/MPF, apoiada pelo relator Joaquim Barbosa é uma premissa falsa ? http://megacidadania.com/2012/12/04/recibo-comprova-globo-e-mensalao-tudo-a-ver/ Posted 3 hours ago by   1 

    View comments

    Apelido disponível: Sala Fério4 de dezembro de 2012 18:31

    Ôpa! Então não são só os magistrados da AMB que fazem eventos organizados pela DNA? O tucanopig-global também tá nessa? Os Marinho sabiam? Cadeia nelles!!! Chamem o Gurgel, o Barbosa e o Fux!!! Rosa Weber, Gilmar, Celsinho e Marquinho também podem preparar seus discursos moralizantes! 🙂

    Reply

     

     

  6. Sucateamente o futebol

    Galvão  é a personificação do sucateamento do futebol brasileiro. A postura de Del Nero é a prova irrefutável da benevolência do Judiciário com bandido rico e branco. 

  7. Até um menno de 7 anos sabe

    Até um menno de 7 anos sabe que a Seleção opera como balcão de negocios onde se convocam jogadores brasileiros ligados em determinado clube da Ucrania para esquenta-los e levantar seu valor de revenda. Os esquemas são mais manjados que bicheiro em porta de bar. Os personagens do esquema estão lá na CBF para isso e não para fazer a Seleção do Brasil ser a mehor. Como é que um Pais, considerado a matriz do futebol aceita isso?

    Os americanos nos deram a deixa de bandeja e de graça. Ao prender Marin e fazer Del Nero fugir a jato deram a dica para o Governo do Brasil INTERVIR na CBF, nem precisa MP, pode ser decreto, considerando a Seleção do Brasil patrimonio nacional ( e é) e com isso tomando o controle da CBF para proteger a Seleção, pondo na rua os negocistas que arruinaram nosso futebol.. A roubalheira é provada e comprovada, é só pedir ao FBI a documentação.

  8. $$$$ à vontade

    Antonio Ateu,

    GBueno recebe 1,5 milhão de dólares mensais dos três Marinho, logo, não deixará de defender quem lhe paga esta fortuna.

    Além disto, é justamente na área dele, GBueno, que tudo de bom ou de ruim está por acontecer, logo, ele também core risco $$$.  $$$$, este é o motivo central da novela.

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