Genuflexo eqüestre

Artigo demolidor do Jornalista Luís Costa Pinto sobre a coluna de Ricardo Noblat no Caso “FHC-Mírian Dutra.

https://www.facebook.com/lula.costapinto?fref=ts

Ia dar de barato enquanto esse texto estivesse apenas no clipping diário (com furos e lacunas) produzido por Noblat na internet. Afinal, quem quiser que abra é leia aquilo lá, e ache ou não que ali tem informação. Mas ao ver que ele ampliou as pretensões desse texto arrivista ao publicá-lo na versão impressa de O Globo de hoje, decidi comentá-lo.
Ricardo Noblat é um jornalista antiquado que reluta em perceber que blog de jornalista não é jornalismo – é egotrip. Disse isso a ele lá pelos idos de 2003 ou 2004, não lembro bem, durante um debate sobre jornalismo na internet do qual participamos. Irritou-se comigo, mas não teve como desmentir. Esse texto prova isso.
Há apuração nesse texto? Não, nenhuma. Noblat cita conversas de Mirian Dutra com outro jornalista (que pode ser mulher, ele escamoteia o gênero) e rouba do colega (ou da colega) de profissão informações que não eram suas.
Noblat, num arrodeio periférico, põe Lula, Collor, Cabral, Zélia, mundos e fundos para deslindar uma memória histórica que não vem ao caso quando se trata de Fernando Henrique e de sua namorada contratada da Rede Globo.
Noblat não telefonou para Mirian sequer para dizer-lhe que publicaria, agora, partes de conversas que havia tido com ela, ou sobre ela, e que não publicou no calor da apuração. Ele segurou a apuração. Agora, sem sequer ouvir um dos lados, publicou o que achava que sabia.
Noblat, na verdade, perde dia a dia espaço dentro das Organizações Globo e luta para manter essa vitrine que ainda lhe concedem enquanto a mulher dele ganha a vida tocando uma assessoria de imprensa repleta de contratos públicos e cheia de interesses privados.
Nessa luta para conservar a vitrine que alimenta a correia de transmissão de interesses com os quais joga, fez um texto de 40 miniparágrafos que soa a um pedido de promoção ou, ao menos, de misericórdia, para que mantenham o espaço que já lhe foi concedido.
Noblat escreve mal, e com lacunas evidentes de apuração. Dizîamos, na minha encarnação em redações, que escreve com quatro patas. Ou seja, uma escrita eqüestre.
Também escreve de forma sabuja, como um perdigueiro rodeando o dono em busca da caça que fareja e da recompensa que pode roer depois, no canil, deitado sobre as quatro patas – ou seja, genuflexo.
Esse texto de Noblat é o mais descarado pedido de promoção em 40 miniparágrafos que já li, posto que nem a nota oficial da Rede Globo é tão parcial quanto isso que ele produziu.
Fernando Henrique Cardoso, um dos melhores presidentes que já tivemos, um dos políticos mais afáveis que conheço, mas uma personagem histórica que não está imune a erros e a rearranjos da própria biografia, certamente saberá encontrar e selecionar penas mais bem preparadas e mais afiadas para defendê-lo. A pena de Noblat já enverga pijamas, e não produz nada de apuração própria. As fontes dele secaram, ele agora vive de tentar jogar ar para dentro de poços velhos em busca de ainda vislumbrar algo correndo para cima, para a superfície.

Redação

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