Gilmar Mendes diz que respeita Forças Armadas, mas reafirma crítica sobre a atuação de militares na Saúde

Para o ministro do STF não cabe ao Exército formular políticas públicas de saúde em meio a pandemia do novo coronavírus.

Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF

Jornal GGN – O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, esclareceu em nota publicada nesta terça-feira, 14 de julho, que respeita as Forças Armadas, mas que não cabe a elas formular políticas públicas de saúde em meio a pandemia do novo coronavírus. 

Gilmar usou o texto para se explicar, após dizer que o Exército está se associando um “genocídio”, em referências a mais de 72 mil vidas perdidas para a Covid-19. O ministro não concorda com as diversas nomeações de militares para ocupar o Ministério da Saúde, comandado interinamente há dois meses pelo general Eduardo Pazuello.

Após as declarações, o ministro do STF chegou a ser criticado vice-presidente Hamilton Mourão. Mas, em nota, Gilmar não hesitou em reafirmar que a política adotada pela pasta tomada por militares em meio a pandemia “não tem se mostrado eficaz”. 

“Reforço, mais uma vez, que não atingi a honra do Exército, da Marinha ou da Aeronáutica. Aliás, as duas últimas nem sequer foram por mim mencionadas. Apenas refutei e novamente refuto a decisão de se recrutarem militares para a formulação e execução de uma política de saúde que não tem se mostrado eficaz para evitar a morte de milhares de brasileiros”, esclareceu.

O ministro ainda ressaltou o número de vítimas fatais do novo coronavírus e pontuou que “em um contexto como esse, a substituição de técnicos por militares nos postos-chave do Ministério da Saúde deixa de ser um apelo à excepcionalidade e extrapola a missão institucional das Forças Armadas”.

Com informações do O Globo.

Redação

12 Comentários

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  1. No meu entender as duas partes estão cobertas. O Ministro coberto de razão é as FA cobertas de vergonha. Elas se vangloria de realizações q fariam corar um frade de pedra. Esquecem-se de suas “realizações” durante a ditadura, na vergonha perpetrada pelo ex-general Heleno no Haiti e fechando (por enquanto) com chave de ouro a TOMADA do ministério da saúde. São tão sem noção, q após meses de imobilismo ainda querem se vangloriar de seu pífio desempenho.
    Comportam-se como uma criança mimada. A cada crítica jogam se no chão e esperneiam fazendo ameaças. Está mais do q na hora dos pais, ou seja, os poderes constituidos, aplicarem um corretivo nestes moleques

  2. Eu, como muitos, também tenho restrições ao Ministro. Mas, em relação ao Ministério da Saúde eu concordo plenamente com ele.

  3. “Mas, em nota, Gilmar não exitou em reafirmar que ” No caso aí, o verbo seria “HESITOU” de indeciso, inseguro, com dúvida, incerto né, não?

  4. A verdade é que ele nem tem como “desdizer” o que disse, tão verdade é.
    Mas as ffaa deviam é agradecer o aviso do Gilmar sobre o desastre que generais de palácio provocaram.
    Vejam o desastre: se tirar o general pazuelo, o bolsonaro, com a sua grande faculdade de escolher o pior estre os piores, vai escolher quem? Imaginem, se por sorte um gênio, não será, o herói terá que remontar o desmontado ministério da saúde em plena crise da crise da pandemia, ou seja, temos um bolsonariano desastre absoluto.

  5. A verdade é que ele nem tem como “desdizer” o que disse, tão verdade é.
    Mas as ffaa deviam é agradecer o aviso do Gilmar sobre o desastre que generais de palácio provocaram.
    Vejam o desastre: se tirar o general pazuelo, o bolsonaro, com a sua grande faculdade de escolher o pior estre os piores, vai escolher quem? Imaginem, se por sorte, um gênio, não será, o herói terá que remontar o desmontado ministério da saúde em plena crise da crise da pandemia, ou seja, temos um bolsonariano desastre absoluto.

  6. Gilmar Mendes não tem que pedir desculpas de nada, visto que o comentário dele é endossado por quase a totalidade da nação. O vice, de Bolsonaro, Jôem vez de se mostrar de cara amarrada e de sugerir um pedido de desculpas deveria, ele sim, pedir desculpas à nação por se alinhar e defender essa política covarde e criminosa contra as comunidades e as reservas indígenas. Passar a boiada e mudar as regras será mais uma interpretação de associação ao genocídio, desta vez indígena, que cairá na conta das Forças Armadas, visto que Mourão, sendo um dos que representa as Forças Armadas no governo Bolsonaro, se posiciona em total acordo a hedionda política de desmatamento, de queimadas, de mineração ilegal e invasão de territórios indígenas.

  7. Cláudio Couto, em Fora da política não há salvação. Os militares se ressentem da crítica que lhes foi dirigida pelo ministro do STF, Gilmar Mendes. Diz o adágio que quem dorme com criança, amanhece molhado. O que os militares esperavam de seu envolvimento com o desgoverno BolsoNero? Que aumentasse seu prestígio?

    Se foi isso, mostra que são tão ruins de cálculo político quanto seu preposto no Ministério da Saúde é de geografia. Mas o que é uma mera confusão de hemisférios num governo de terraplanistas?
    De qualquer modo, não se espera de militares que sejam bons de cálculo político.

    O que se espera deles é que não se metam em política. Contudo, parecem ter dificuldades de aprender a lição – que nem de geografia dos hemisférios se trata. A corrosão interna que lhes causou a ditadura militar de 1964 não ensinou o suficiente.

    Geisel, que impulsionou a saída dos militares da enrascada da ditadura – e, portanto, da política – foi o mesmo que disse de Bolsonaro que se tratava de um “mau militar”. Deveriam ter aprendido mais com ele, pois embarcaram na aventura bolsonaresca achando que ganhariam.

    Bem, na verdade ganharam. Auferiram novas prebendas e privilégios corporativos, como já ficou claro. Talvez por isso mesmo, não precisassem se melecar no desgoverno miliciano. Talvez, desde que o Bolsonarismo não fosse tanto ao seu feitio. A cada dia fica mais claro que é.

    Trata-se de um governo, ao mesmo tempo, militar e miliciano, como observou Fernando Barros e Silva em seu texto na revista piauí. A debilidade do governo Temer pavimentou o caminho, não só pela intervenção no RJ, mas também pela alocação de um militar no Ministério da Defesa.

    Se Temer, civil, fê-lo, porque Bolsonaro, miliciano, não o faria? E ponha-se um militar não só na Defesa, mas também na Casa Civil: Braga Neto, o Civil – o mesmo da intervenção no Rio de Janeiro das milícias.
    Se não querem ser críticados, militares deveriam sair da política.

    O ponto foi bem observado pelo governador Flávio Dino
    em entrevista recente, bem como por Miriam Leitao
    em sua coluna.
    Ao menos uma esperança fica: que a vergonha desta vez seja tanta, que o trauma lhes afaste da política por mais tempo.

  8. Hoje existem mais de 3.000 militares atuando no executivo

    Ninguem percebeu se fazem falta nas suas atividades diárias.

    Ou sejam, existe no minimo 3.000 funções desnecessárias no exercito

  9. Quem é educado e treinado para matar não sabe cuidar da vida…
    Ministro Gilmar Mendes, assim como todo cidadão, tem toda razão em querer ter alguém que, como ministro da saúde, desempenhe uma função de médico e não como estrategista de governo

    de estrategista em área que desconhece, já basta Bolsonaro

  10. Um general na saúde na pior epidemia.
    Sobra para um ministro do STF por o guizo no gato.
    STF que cedo ou tarde vai julgar esta bagaça…
    Se tiver tempo entre o julgamento do campeonato de sueca de Piracicaba de 1958 , que tem uma ação pendente pelo uso de uma dama de copas , e as ações que os partidos perdem no Congresso e reclamam com os “tios” , isto quando não reclamam antes.
    Absurdo em cima do absurdo.
    Em 2023 será pior , a café do presidente será autorizado pelo STF.
    🙂

  11. A Forças armadas deveriam é agradecer ao Gilmar é não criticá-lo. Mas como neste terra de ninguém a racionalidade morreu de overdose de lava jato, tudo se tornou possível e aceitável.

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