Gilmar Mendes solta Beto Richa e antecipa proibição a nova prisão preventiva

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – O ministro Gilmar Mendes, Supremo Tribunal Federal, concedeu habeas corpus para soltar o ex-governador do Paraná, Beto Richa (PSDB). A informação foi divulgada pela jornalista Mônica Bergamo, na noite desta sexta (14). 

Segundo Bergamo, Gilmar concedeu ainda um “salvo conduto ao tucano em relação a qualquer determinação de prisão preventiva”.

Richa é “suspeito de liderar uma organização criminosa que ordenava o recebimento de propinas de fornecedores do governo do Paraná.” Sua prisão abriu uma crise e provocou abertura de ação na Corregedoria do Conselho Nacional do Ministério Público contra os promotores.

Gilmar anotou que houve “notório abuso de poder” na prisão de Richa, e sublinhou necessidade de “freios” na atuação dos investigadores.

“Pelo que estava olhando no caso do Richa, é um episódio de 2011. Vejam vocês que fundamentaram a prisão preventiva a uns dias da eleição, alguma coisa que suscita muita dúvida. Essas ações já estão sendo investigadas por quatro, cinco anos, ou mais. No caso de Alckmin, Hadad, todos candidatos. E aí [o MP] anuncia uma ação agora! É notório um abuso de poder”, declarou Gilmar.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

12 Comentários

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  1. Clap, clap, clap!

    Bela e corajosa decisão. Palmas para o Ministro. HC não discute mérito, apenas afronta a arrogância e a prepotência de representantes do Estado. E, no caso, até o CNMP já tinha levantado a questão óbvia de má fé e oportunismo político. As açoes recentes contra Haddad e Alckmin também são muito suspeitas. Nosso Judiciário parece a casa da mãe joana.

    1. Engraçado como quando a

      Engraçado como quando a vítima é Lula, Mendes repentinamente deixa de ter interesse em libertar. Corajosa nada, é só mais um aliado do juíz criminoso que ele manda soltar nessa coisa patética que é a “justiça brasileira”.

  2. A Farsa da entrevista com Haddad

    A entrevista do Haddad ao JN foi um escândalo do jornalismo mundial, nunca visto. Aquilo ali não é jornalismo é um porão comandado por torturadores.Essa entrevista deveria sem dúvidas entrar para os anais da história como a maior encenação já vista e fazer parte claro do currículo das faculdades de jornalismo no mundo inteiro de como um jornalista não deveria se comportar frente a um convidado. Essa é a TV que o Brasil NÃO merece.

  3. Pobre do país que precisa de

    Pobre do país que precisa de heróis, segundo Brecht.

    E o que dizer de um país cujo herói é um Gilmar Mendes?

    “Pelo que estava olhando no caso do Richa, é um episódio de 2011. Vejam vocês que fundamentaram a prisão preventiva a uns dias da eleição, alguma coisa que suscita muita dúvida. Essas ações já estão sendo investigadas por quatro, cinco anos, ou mais. No caso de Alckmin, Hadad, todos candidatos. E aí [o MP] anuncia uma ação agora! É notório um abuso de poder”.

    Lapidar, incontestável, sem reparos.

    Se não fosse por alguns detalhes, tais como um impeachment fraudulento, uma sentença de opereta condenando um réu sem provas e sem sequer estabelecer o nexo entre seus “atos indeterminados” com o objeto do processo, alguns pequenos e insignificantes estupros da Constituição (“Cons…o quê?”), algumas atitudezinhas ilegais de juizinhos, um ou outro HC um tanto quanto descabido e esquisito, e alguns outros assuntos meio irrelevantes aos quais o diligente ministro não deu muita atenção,  sem dúvida por desaviso ou falta de tempo, e poderíamos, sem hesitação, alçar nosso ministro ao mesmo status de Macunaíma, o herói sem nenhum caráter.

    Gilmar, o herói com algum caráter.

    No fundo do mato-virgem nasceu Gilmar, herói de nossa gente. Era branco e filho do FHC, comedor de gente (ou pensava que comia, até fazer o DNA). Não gostava de preto com nome de português, e tinha capangas. Quando o incitavam a falar, dizia: “Ai, que vontade de soltar…”  Se transformou em ave bicuda, e foi para o mundo, soltar gente. Alguns deixava preso, geralmente preto, pobre, e nordestino.

     

  4. Silêncio premiado

    Gilmar, na manutenção do silêncio premiado da área tucana…

    O dia que algum deles delatar qualquer coisa vai  “com Supremo, com tudo”

    Gilmar (e muitos outros do judiciário) não é tucano necessariamente, mas protege a sim mesmo de eventuais delações de companheiros de elite…de confidencias de sauna no clube em que convivem

  5. A prisão preventival eleitoral do Beto Richa

    De acordo com o art. 312, do Código de Processo Penal, a prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver PROVA DA EXISTÊNCIA DO CRIME e INDÍCIO SUFICIENTE DE AUTORIA.

    Pois bem. Apesar da prisão preventiva do Beto Richa não ter sido decretada pelo $érgio Moro, este decidiu que:

    “Há, conforme análise já efetuada, PROVA SUFICIENTE de materialidade e AUTORIA de crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, sendo que, em relação a Deonilson Roldo e Luciano Ribeiro Pizzato [delator do esquema], também há provas de autoria em relação ao crime de fraude à licitação”.

    Como visto, há provas não só da existência do crime mas também da autoria, e isso na fase de instrução processual. Na fase investigatória, só deveria haver indícios, e nunca convicção, de que o acusado é o autor do crime a ele imputado. Mas como já há provas e não indícios de autoria, caberia não a prisão preventiva, mas a prisão penal.

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