Manuais de redação colocam direito à greve como “inadmissível” (Reprodução/Facebook)
do OperaMundi
Governo argentino distribui livros didáticos que ‘ensinam’ a não fazer greve
Manual de redação aprovado pelo Ministério da Educação da Argentina apresenta conteúdo que se coloca contra greve e manifestações sociais; professores repudiam episódio
O editorial de 2004, “Um protesto que prejudica o Congresso”, classificava como “inadmissível” a paralisação do Congresso Nacional perante uma greve dos trabalhadores. O texto ainda destacava que manifestações eram uma forma de “entorpecer a democracia” e considera os atos dos manifestantes como fora da lei.
Os livros didáticos destinados a estudantes do 6º ano ainda trazem uma história em quadrinhos onde um homem de terno repreende um operário que estaria se manifestando.
Os professores repudiaram a atitude do Ministério da Educação e afirmaram que se trata de uma “mercantilização” do ensino. Os docentes ainda disseram que episódios como esse evidenciam a visão “tendenciosa” do governo de Mauricio Macri perante os trabalhadores e a educação pública.
O presidente da União dos Trabalhadores da Educação (UTE), Eduardo López, criticou o atual ministro da Educação, Esteban Bullrich, dizendo que existe muito interesse privado na educação para que se formem alunos consumidores. “O jovem é um sujeito de direito, não um objeto de consumo e, tampouco, um de doutrinamento para o governo”, disse.
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Isto tem macabra semelhança
Isto tem macabra semelhança com os esforços da ditadura militar argentina de castrar o ensino de ciências avançadas no país.
Isso sim…
… que é “escola sem partido”.