Governo Lula caminha para ter maioria na CPI do Golpe, mas comissão perde força com caso Cid

Carla Castanho
Carla Castanho é repórter no Jornal GGN e produtora no canal TVGGN
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No Senado, ala governista deve ficar com 12 das 16 cadeiras, após Pacheco negar um pedido do bolsonarista Rogério Marinho

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG)
Foto: Pedro Gontijo/Senado Federal

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), negou questão de ordem do líder da oposição, Rogério Marinho (PL-RN), para ampliar a sua base na CPMI dos atos golpistas do 8 de janeiro. O que faz com que o governo Lula caminhe para ter a maioria governista na comissão.

Apesar dos avanços na organização, a possibilidade de uma CMPI vem perdendo força em meio às investigações que envolvem o ex-presidente da República, Jair Bolsonaro.

No Senado, o governo caminha para ter 12 dos 16 lugares, que serão indicados pelos dois maiores blocos da Casa: o Bloco Parlamentar Democracia, composto por 30 senadores do MDS, União Brasil, Podemos, PDT e PSDB, e o Bloco Parlamentar da Resistência Democrática, do PT, PSD, PSB e Rede. 

Na Câmara, o bloco governista também tende a ter mais lugar na comissão.

CPMI é incerta

As investigações que envolvem o ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, e o seu ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, preso na última quarta-feira, além de outros aliados, descalçaram a possibilidade de realização da CPMI sobre os atos golpistas do 8 de janeiro. 

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, fez uma reunião de avaliação para discutir sobre os possíveis rumos da Comissão. A discussão ocorreu na noite desta quarta-feira (04), em Brasília, e reuniu os senadores Jaques Wagner (PT-BA), Renan Calheiros (MDB-AL) e Eduardo Braga (MDB-AM). 

Segundo Lauro Jardim, do jornal O Globo, diante dos novos acontecimentos, a CPMI, no momento, perdeu a razão de acontecer. 

“Um dos consensos do jantar, segundo participantes, é o de que a CPI mista do Golpe pode sequer ocorrer. Isso, claro, se houver um acordo com a oposição, que é autora do requerimento, mas se vê enfraquecida diante da tropa de choque montada pelo governo para desgastar Bolsonaro”, revela o jornalista.

Estrutura na Câmara

A formação da Comissão Mista Parlamentar de Inquérito (CPMI), será composta por 32 parlamentares, sendo 16 deputados e 16 senadores. 

Na Câmara, a maior parte dos integrantes fará parte do super bloco de Arthur Lira (PP-AL) e a indicação será feita pelo deputado Felipe Carreras (PSB-PE), líder do bloco.

A expectativa é que os indicados sejam independentes ou governistas, também mantendo a oposição minoritária.

Na última terça, a bancada do PT decidiu adiar as indicações para a CPMI do 8 de janeiro, até que se haja uma nova avaliação sobre os rumos da comissão. Os deputados Rubens Pereira Júnior (MA), Rogerio Correia (MG), Carlos Zarattini (SP) e Arlindo Chinaglia (SP) são alguns dos nomes cotados.

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