Declarada a vitória de Donald Trump nos Estados Unidos, os jornais Estadão e O Globo informam que uma das primeiras consequências imediatas para o Brasil com a retomada do republicano ao poder seria o endurecimento do pacote de corte de gastos públicos que o Ministério da Fazenda prepara em nome do governo Lula.
Segundo a apuração de Renata Agostini em O Globo, ministros do governo Lula dizem nos bastidores que a volta de Trump “pressiona o governo a se comprometer com o ajuste nas contas públicas e a fazer seu ‘dever de casa’.”
“(…) do ponto de vista econômico, será necessário lidar com os solavancos que a economia mundial pode ter a partir de agora reforçando as contas internas”, pontuou ela.
Há, no entanto, divergência aberta no seio o governo, com um ministro afirmando à jornalista que parte do primeiro escalão pressiona por uma conexão maior “com pautas populares”. “Para isso, o segredo não é invisibilizar pautas minoritárias, mas priorizar as que unem o país, como empreendedorismo, emprego, renda, crédito, vagas no ensino superior, afirma esse ministro”.
O Estadão desta quarta (6) também revelou discussão recente entre ministros de Lula por conta dos planos estudados pela equipe financeira.
“[Luiz] Marinho [ministro do Trabalho] reclamou, ainda na segunda-feira, 4, de não ter sido consultado pela equipe econômica sobre nenhuma proposta para mudar o abono salarial, o seguro-desemprego e a multa de 40% do FGTS por demissão sem justa causa.”
Enquanto isso, Camilo Santana, ministro da Educação, “discordou de mudanças no Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) para abrir espaço fiscal no Orçamento”, narrou Vera Rosa no Estadão.
Outra análise no diária paulista aponta que a vitória de Trump foi “o pior cenário para a economia mundial” e que, por isso, o governo estaria estudando a resposta a nível de ajuste fiscal.
“Isso aumenta o risco de que ele consiga aprovar medidas que vão gerar inflação nos EUA e também diminuir as os fluxos de comércio internacional. Para o Brasil, o recado é claro de é preciso acelerar o pacote de ajuste fiscal, que agora terá que ser mais duro para conter a valorização do dólar e um consequente aumento dos juros pelo Banco Central”, escreveu Álvaro Gribel em sua coluna no Estadão. Para ele, “o pacote de Haddad terá que ser mais duro, porque agora o Brasil viverá em um mundo mais adverso.”
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Vamos devolver logo o governo ao Paulo Guedes e ao Bolsonaro, assim, indo para a oposição, talvez a “esquerda” consiga abandonar as pautas da neoliberais da direita.
Os sicários da mídia fazendo o papel de sempre, enquanto o governo se lambuza na sua síndrome de Estocolmo.