Guedes diz que “está cheio de gente querendo emprestar lugar”, mas outro espaço nega prêmio a Bolsonaro

"Não é verdade que não tem lugar, está cheio de gente", diz ministro de Bolsonaro. Mas segundo espaço, o luxuoso Cipriani Hall, em Wall Street, desiste de sediar evento

Foto: Reuters

Jornal GGN – Após o Museu Nacional de História Natural em Nova York negar sediar a premiação de Jair Bolsonaro como “Pessoa do Ano”, pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos, foi a vez do luxuoso espaço Cipriani Hall, no coração do mercado nova iorquino, em Wall Street, dizer não à homenagem. Mas segundo o governo, na visão do ministro Paulo Guedes, “está cheio de gente querendo emprestar lugar para o Bolsonaro fazer a festa”.

Nesta semana, o Museu Nacional decidiu negar a homenagem a Bolsonaro, alegando “respeito mútuo pelo trabalho e pelos objetivos das nossas organizações individuais”. Na semana anterior, o Museu já havia manifestado “profunda preocupação” com o evento e que a escolha das pessoas homenageadas foi feita depois da reserva ao espaço. Nesta segunda (15), o Museu divulgou o cancelamento.

Logo após a recusa do Museu, a Câmara de Comércio anunciou que o prêmio seria feito no Cipriani Hall, em Wall Street. Mas a menos de um mês para o evento, o segundo local cotado, no coração da Bolsa de Valores de Nova York, também desistiu de homenagear Bolsonaro. De acordo com informações divulgadas pelo noticiário, o motivo agora seria a dificuldade de garantir a segurança do evento, diante de diversos protestos e movimentos já marcados contra a premiação.

Mas para o ministro de Bolsonaro, Paulo Guedes, o motivo do Museu de História ter se recusado não o “respeito mútuo pelo trabalho e pelos objetivos” das organizações parceiras do Museu, frente à imagem do presidente brasileiro. Ele disse que está “cheio de gente querendo emprestar lugar para o Bolsonaro fazer a festa” e que após a negativa oficial, o Museu de História queria é cobrar mais para alugar o salão.

A fala foi feita em meio à entrevista sobre temas econômicos dada à GloboNews [globosatplay.globo.com/globonews/v/7549137]. A declaração tem início a partir do minuto 57.

Na resposta contraditória que apresenta vários motivos diferentes do divulgado oficialmente pelo próprio Museu, segundo Guedes, além da cobrança adicional, a desistência ocorreu por pressão do prefeito da cidade, Bill de Blasio, que publicamente é contra Bolsonaro. Paulo Guedes disse que teve essa informação junto à Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos.

“Não são os americanos que estão com uma péssima imagem, não, é o prefeito de Nova York, que é um democrata, que quer atacar o Trump – que abraçou o Bolsonaro. O prefeito de Nova York fala: ‘não vai ter festa no Museu’. Resultado: está cheio de gente querendo emprestar lugar para o Bolsonaro fazer a festa”, disse.

Mas ao contrário do que declarou Guedes, o segundo espaço cotado também desistiu do Prêmio a Bolsonaro.

“Não é verdade que não tem lugar, está cheio de gente. Ai eles [a Câmara de Comércio BR-EUA] falaram: ‘então vamos fazer em outro lugar’. Ai o Museu disse: ‘espera, espera aí, quem sabe, se pagar isso, aquilo…’. Não, não queremos mais (sic)”, continuou justificando Guedes, como se os organizadores do evento tivessem diversas opções e pudessem rechaçar algum espaço.

Redação

2 Comentários

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  1. Paulo Guedes é um mitômano. Já inventou diversos diálogos com outros economistas que “se convenceram” das ideias dele, chuta números como se não houvesse amanhã e distorce toda informação que possa atrapalhar os seus planos. Se o governo comprar as ideias dele pelo que elas valem e venderem pelo que ele acha que vale, acaba o déficit público em uma semana.

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