O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), anunciou nesta quarta-feira (26) que pretende revogar o decreto que destina a um parque a área da ocupação batizada de “Nova Palestina”. O Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) afirma que o assentamento no terrreno da Zona Sul de São Paulo reúne 8 mil famílias.
Entretanto, Haddad condicionou a revogação à aprovação das novas Zonas Especiais de Interesse Social (Zeis) na cidade. As zeis são zonas onde é possível construir unidades habitacionais. As novas zeis ficarão definidas no projeto do novo Plano Diretor da cidade, apresentado nesta quarta na Câmara.
O prefeito disse ainda aos manifestantes do MTST que suspendeu o processo de reintegração da ocupação Dona Déda, também na Zona Sul. Haddad fez os anúncios em cima do carro de som usado pelo MTST no protesto desta quarta. O grupo saiu em caminhada do Largo da Batataa, subiu a Avenida Rebouças e chegou à Prefeitura. Depois do anúncio do prefeito, o grupo seguiu rumo à Câmara Municipal para presssionar os vereadores pela votação do plano diretor.
Haddad negou que a manifestação tenha dado “impulso” à decisão. Segundo a administração municipal, o encontro estava marcado desde quinta-feira (20). Ao menos desde fevereiro a Prefeitura já aponta para a mudança no decreto, conforme adiantou o G1. O secretário municipal da Habitação, José Floriano, disse que aguarda resultado do projeto topográfico em andamento pelo Governo do Estado para definir quantas moradias poderão ser construídas na região.
A intenção do movimento era que o decreto fosse revogado imediatamente. Com a revogação, eles esperam apresentar um projeto dentro do programa federal Minha Casa Minha Vida e construir unidades habitacionais no terreno.
Haddad disse que 30% da área será destinada a moradias e que o restante deve ser transformado em parque. Haddad resssaltou que há necessidade de proteger o meio ambiente na região, segundo parecer de especialistas.
“Eu queria informar vocês que nós temos uma oportunidade única na cidade de São Paulo para dar atenção de uma vez por todas para a questão da habitação e da moradia, que é a aprovação do Plano Diretor Estratégico”, disse Haddad.
Entre os acordos firmados, a Secretaria da Habitação terá 15 dias para dar resposta sobre a viabilidade de projetos de construção de moradias populares em terrenos indicados pelo MTST. Ao final do discurso, os manifestantes seguiram para a Câmara para pressionar pela aprovação do novo plano.
Protesto
O grupo iniciou protesto contra a falta de moradia na manhã desta quarta com caminhada por importantes avenidas de São Paulo. Após subir a Avenida Rebouças e a Rua da Consolação, os manifestantes se concentraram, no fim da manhã, em frente ao prédio da Prefeitura, no Viaduto do Chá. A via foi bloqueada para o trânsito de veículos.
Guilherme Boulos, coordenador do MTST, e uma comissão de representantes do movimento seguiram para reunião com os secretários municipais da Habitação, José Floriano, e de Relações Governamentais, Paulo Frateshi.
Manhã
Entre os manifestantes, que se concentraram por volta das 7h no Largo da Batata, ao lado da Estação Faria Lima, da Linha 4-Amarela do Metrô, estavam moradores das ocupações Faixa de Gaza, Dona Déda, Estaiadinha, Capadócia, Vila Nova Palestina, Chico Mendes, João Cândido, Silvério, Novo Pinheirinho e Che Guevara participaram do protesto.
Às 9h começaram a marcha pela Avenida Rebouças. Houve congestionamento em toda a extensão da avenida no sentido Centro. Depois, eles seguiram pelas ruas da Consolação e Xavier de Toledo até chegar ao Viaduto do Chá. A Polícia Militar acompanhou o protesto e não havia registro de incidentes até as 14h30.
Mais cedo, um outro protesto de moradores sem-teto chegou a bloquear a pista expressa da Rodovia Anhanguera, em Osasco, na Grande São Paulo, por cerca de uma hora.
Os moradores da Ocupação Esperança bloquearam a pista expressa da Rodovia Anhanguera, na altura do km 16, no sentido São Paulo, das 7h até as 8h, segundo a CCR Autoban, concessionária que administra a rodovia.
Os manifestantes queimaram pneus na pista expressa da rodovia. Às 7h30, a pista local também foi bloqueada pela concessionária para que o fogo da barricada pudesse ser apagado. A lentidão chegou a 6 km, indo do km 22 ao km 16. As famílias, que vivem na área ocupada há sete meses, protestavam contra um possível despejo.
Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.
Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.
E se fosse o Alckmim? Pinheirinho neles…
É nessas horas que se percebe a diferença de um governante do PT.
Posso assinar embaixo ?
Companheira Anarquista, apesar de morares distante daqui, sua visão do problema, é inteligentíssimo, e dígno de assinarmos embaixo.
Obrigada, Raí.
.
O Prefeito fala a língua do povo.
Não foi a pressão(legítima)destes manifestantes, que fizeram o Prefeito atender, em têrmos, suas reinvindicações. Elas fazem parte do projeto municipal, para aquelas áreas ora em via de desapropriação, e algumas destas desapropriações, até estão sendo adiadas, pela Sec. de Habitação Municipal, e estas áreas em atrito, serão usadas para construir casas do programa Minha Casa, Minha Vida, concomitantemente a áreas verdes, que são fundamentais, para a cidade.
Haddad sempre disposto a dialogar
Haddad pelo menos houve a voz do povo, ao contrário do Alckmin que manda descer a porrada e os cachorros. Haddad é dez!!!!!!!!!
Hadadd.
Um beijo.vc fez muitas famílias felizes o governo fez seu papel um beijo. Parabens.