Por Vinícius Sobreira
Na manhã deste sábado (31) o ex-ministro da Educação Fernando Haddad participou de manifestação em defesa da liberdade do ex-presidente Lula. O ato, no bairro de Casa Amarela, reuniu – segundo organizadores – cerca de 5 mil pessoas em frente ao mercado público, periferia do Recife. Em discurso de menos de 10 minutos, Haddad pediu que militância seja paciente, mas não abra mão de retomar o diálogo com amigos e familiares que votaram em Jair Bolsonaro.
Ao criticar ataques institucionais e verbais contra mulheres, indígenas e nordestinos, o petista disse que “esse foi o presidente que nós [de outras regiões do país] botamos, não o Nordeste”. “O povo desta região não fugiu da luta. Mas agora temos que convencer o povo lá do Sul e Sudeste a botar a mão na consciência”, opinou. “Como o Nordeste entende o que está acontecendo, é hora de fazer a diferença”, convocou. Na avaliação do ex-ministro, a população não aprova o atual alinhamento do Brasil aos Estados Unidos. “O povo quer manter a soberania”, afirmou.
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Haddad pediu que a base militante do PT retome as relações com os amigos e familiares que votaram em Bolsonaro. “Todo mundo conhece alguém que foi morar lá no Sudeste, ou mesmo que mora aqui, mas que votou em Bolsonaro. São pessoas trabalhadoras, patrióticas, nacionalistas e temos que nos comunicar com elas”, afirmou. E pediu que se baixe a guarda na hora do diálogo. “Não vamos ficar acusando. Muitos votaram nele por causa das fake news”, pontuou. Para o ex-ministro, “é hora de ligar para aquele primo ou tio, chamar para um churrasco e para conversar sobre o Brasil”.
A deputada Marília Arraes também destacou o papel do Nordeste nesse momento político e a necessidade de defender a soberania nacional. “Demos o recado em 2018: nas urnas nós não legitimamos o golpe [de 2016]. Recife e Pernambuco são contra o golpe e o fascismo. Nós reconhecemos o projeto de sociedade que este lado aqui representa”, comemorou Arraes. “E temos que impedir a entrega de nossas riquezas de mãos beijadas para os Estados Unidos. Temos que resgatar o Brasil para os brasileiros, impedir o empobrecimento ainda maior da nossa população”, defendeu. Ela também se dirigiu à feira pública do bairro. “Esse comércio aqui com certeza tem sentido a piora desde a derrubada da presidenta Dilma. Mas vamos mudar isso. E essa mudança vai começar pelo Nordeste”, vislumbrou.
Também presente no ato, a vice-governadora Luciana Santos (PCdoB) pediu à militância mais paciência e persistência, apontando a necessidade de se construir uma frente que una a esquerda, mas que vá além da esquerda, para defender o Brasil do avanço do fascismo neoliberal. “Temos que olhar o exemplo da Argentina. Precisamos de mais amplitude para derrotar o avanço deles, que estão numa ofensiva muito forte sobre a América Latina e a Europa. Precisamos aprender essas lições, ter sagacidade, atitude e persistência”, disse Santos, que é presidenta nacional de seu partido.
Foto: Ricardo Stuckert
Lava Jato e Lula
No discurso, Fernando Haddad também saiu em defesa da ex-deputada e vice na chapa presidencial encabeçada pelo petista, Manuela D’Ávila (PCdoB). “Vocês sabem que Manuela colocou em contato o hacker e o jornalista do The Intercept. Esta semana Manuela entregou o celular a Polícia Federal, disse que não deve nada, não teme. Ela é uma mulher honrada”, afirmou. “Mas fico me perguntando por que o Dallagnol não entrega o celular dele”, completou.
O petista seguiu provocando o procurador federal e chefe da Lava Jato, Deltan Dallagnol. “A colega dele já pediu desculpas sobre o que falou da morte dos familiares de Lula, outras pessoas já admitiram que as mensagens [divulgadas pelo The Intercept] são verdadeiras. Mas o Dallagnol, que aprontou essa confusão e impediu Lula de estar no lugar desse [presidente] destrambelhado, o Dallagnol não entrega o celular”, provocou.
Para Haddad, a prisão de Lula ultrapassa os limites da disputa eleitoral. “Um dia se ganha, noutro se perde. A alternância de poder é normal. Outra coisa é inventar uma história para tirar o maior líder do país da disputa e mantê-lo preso até hoje”, se queixou, completando que enquanto a situação perdurar, a militância permanecerá ativa. “Não podemos cometer essa injustiça e não vamos sair das ruas”.
Em breve conversa com a imprensa ao chegar à manifestação, Haddad disse acreditar que Lula pode ser solto até o fim de setembro. “Está cada vez mais claro que foram cometidas injustiças contra o ex-presidente Lula. Muitas decisões estão sendo revertidas e esperamos que a condenação de Lula seja revista”, disse o petista, avaliando ainda que o ex-presidente não teve amplo direito de defesa e que foi condenado sem provas.
O ato foi organizado pelos “comitês Lula Livre”, grupos organizados por bairros ou regiões, que realizam atividades regulares em defesa da liberdade do ex-presidente Lula. Além de Fernando Haddad (PT), Marília Arraes (PT) e Luciana Santos (PCdoB), estiveram no ato o senador Humberto Costa (PT), o deputado federal Carlos Veras (PT), os deputados estaduais Teresa Leitão (PT), Doriel Barros (PT), João Paulo (PCdoB) e Jô Cavalcanti (integrante do mandato coletivo das Juntas, do PSOL). Vereadores petistas estiveram presentes, como João da Costa, do Recife; Ezequiel Santos, do Cabo de Santo Agostinho; e Cristina Costa, de Petrolina.
Foto: Ricardo Stuckert
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Sr Haddad votei no senhor a contragosto , o outro cara era muito pior …
Precisa se organizar uma OPOSIÇÃO e não uma resistência , se perdeu uma eleição.
A senhora Manuela , na minha modesta opinião , deve explicações neste episódio , os caras interceptam o nome do Papa e não tem o número do jornalista.
Como foi o papo com o sr Gomes ?
Em termos…O soberano eleitor pode errar seu voto em uma Democracia. É seu direito e faz parte do aprendizado. Pode arrepender-se de ter votado em um boçal – e afinal, foram gastos muitos esforços em tapea-lo e tirar de dentro dele os piores instintos.
Quem não tem o direito de errar é o eleito. Colocado lá de boa fé, espera-se dele (mesmo o eleitor do Presidente-Coiso) que melhore o País, os Estados e as Prefeituras. Nessa procuração não consta cláusula de ininputabilidade pelas merdas e nem ignorância serve como desculpa. Governo não é escola é execução bem feita.
Pensando em uma necessária reconciliação Nacional, age correto o PT e seus articuladores como Haddad e Lula.
ENTRETANTO o que não é admissível é fazer pacto com o demônio, tão bem representado pela LavaJato. Moro, Deltan, FHC, Guedes, Imprensa Venal, Banqueiros e seus acólitos diletantes NÃO devem ser alvo de nenhum tipo de acordo sob o risco de tudo desandar como de fato desandou. Este último parágrafo é dedicado a Lula que elogiou a LavaJato (imagino tentando dar início a algum tipo de conciliação que já deve estar bem desenhada por várias forças, cujas outras aguardam o desenrolar). Pelo amor de Deus, Presidente…Com esses não!
Haddad presidente em 2022!
(presidente do PSDB)
A meu ver, a única coisa que pode fazer os eleitores de Bolsonaro e os os indecisos mudarem de ideia é a dificuldade econômica em todos…
se o PT não souber trabalhar com a economia ou com a comparação do antes com o depois de Bolsonaro, não vai mudar ou atrair nada
seguir nessa de LulaLivre ou com discirsos contra lava jato em uma economia destruída é o mesmo que mostrar que não tem nada melhor para sibstituir ou para resolver os problemas na economia gerados por Bolsonaro. Errar de inimigo mais uma vez
Pela intervenção nos maiores produtores de gases de efeito estufa, China e EUA!
Convida o escorpião para um chazinho de hortelã e fatalmente ele vai ter ferroar as costas na próxima travessia.
Haddad tem que acordar e vislumbrar que não é candidato a sucessor de Madre Tereza de Calcutá mas a líder da oposição(?) no Brasil.