Igrejas neopentecostais ameaçam democracia na América Latina, por Ospina-Valencia

A recepção diária de dízimos forma a base do poder econômico, convertido em poder político, que, graças a uma agenda moralizadora, está conquistando a política na América Latina
 
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(Foto Agência Câmara)
 
Jornal GGN – O aumento, consideravelmente rápido, de igrejas evangélicas neopentecostais, muitas sob o discurso da teologia da prosperidade e repressão a qualquer tipo de movimento das minorias, está lançando as sociedades nos países Latino Americanos a um retrocesso político e ideológico. Lideranças religiosas estão se transformando em lideranças políticas. É isso que destaca o artigo de opinião, a seguir, do jornalista José Ospina-Valencia do DW. 
 
“É assustador é que muitos desses pastores tenham tanto êxito com ideias excludentes e um discurso de ódio”, pontua. Um dos dados gritantes que Valecia traz neste artigo é o da Colômbia, onde em 2017 existiam mais igrejas (3.500) do que colégios (750). 
 
“A recepção diária de dízimos forma a base do poder econômico, convertido em poder político, que, graças a uma agenda moralizadora, está conquistando a política na América Latina”. Como contraponto, mostra a avaliação do teólogo alemão e pastor luterano Thomas Gandow advertindo que os pregadores neopentecostais ferem a raiz da origem protestante, “porque o espírito do protesto não pode ser outro senão o da liberdade”. Fora disso, alimenta-se o retrocesso na sociedade. Acompanhe a seguir o artigo na íntegra. 
 
DW 
 
Opinião: igrejas neopentecostais ameaçam democracia na América Latina
 
O poder crescente de seitas evangélicas e partidos políticos “moralizadores” estão colocando as democracias da região à prova. Um país onde se fundam mais facções religiosas que escolas, como a Colômbia, pode avançar?
 
Por José Ospina-Valencia 
 
A luta das igrejas neopentecostais na América Latina é uma luta pelos pobres: por sua consciência, por suas carteiras e por seus votos. Seu êxito se deve também ao fracasso da Igreja católica em atender às necessidades de milhões que buscam apoio num mundo cada vez mais fustrante e sem aparente futuro. E a história de abusos sexuais do dogma católico deixou, além disso, um rastro de repúdio em vários países e contribuiu para a erosão de um poder passado.
 
Assim, os mais necessitados são recrutados por pastores protestantes que se autodenominam “cristãos” e que, com frequência, têm mais espírito comercial que religioso.
 
Apesar de o movimento pentecostal ter sido criado em 1906 nos Estados Unidos, são as novas seitas e igrejas fundadas na mesma América Latina as responsáveis pelo auge que ameaça não somente a supremacia da Igreja católica como os princípios democráticos.
 
Um movimento que parece germinar especialmente no Brasil, na Colômbia, no México, no Peru, na República Dominicana e na Venezuela. No Brasil, haveria 42,3 milhões de fieis, equivalentes a 22,2% da população. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a cada ano abrem no país 14 mil novas igrejas neopentecostais.
 
Edir Macedo, fundador da Igreja Universal do Reino de Deus, considerado pela revista Forbes “o pastor mais rico do Brasil”, é proprietário da Record, a segunda rede de televisão mais importante do país. Seu tema favorito: a moral.
 
O caso da Costa Rica é exemplar: bastou que o pastor e cantor Fabricio Alvarado, candidato à presidência, rechaçasse vociferante o chamado da Corte Interamericana de Direitos Humanos para respeitar os direitos da comunidade LGBTI para que ganhasse o primeiro turno da eleição.
 
Na Venezuela, por seu lado, milhões não viram outra saída senão refugiar-se em igrejas com nomes como “Pare de sofrer”. Já a Guatemala é governada por um humorista e pastor evangélico, Jimmy Morales, que é contra o aborto, recusa o casamento homoafetivo e tem mais receitas contra as minorias do que soluções para a corrupção galopante.
 
Por todo o continente, há também “casos de superação” de pastores que saíram da pobreza abrindo uma igreja em garagens e que rapidamente se transformam num “exemplo de êxito” com estrambóticos templos e um poder econômico e político inusitados.
 
O caso de María Piraquive, que deixou de ser costureira num bairro operário de Bogotá, e que com sua Igreja de Deus Ministerial de Jesus Cristo Internacional (Idmji) construiu, desde 1972, um império multimilionário com propriedades em vários países, e a criação de um partido político, são símbolos desse ímpeto. Hoje, a igreja de Piraquive tem cerca de mil sedes em mais de 50 países e até representações em sete Estados federados da Alemanha.
 
É assustador é que muitos desses pastores tenham tanto êxito com ideias excludentes e um discurso de ódio. Em suas pregações, Piraquive descarta que pessoas com deficiência física possam assumir a veiculação da “palavra de Deus”. Uma postura discriminatória em todos os países latinoamericanos, que, pelas suas Constituições, se definem como pluralistas e laicos, fundados sobre o respeito e a dignidade humana, e garantidores da liberdade de expressão e de culto.
 
Paradoxalmente, apesar de essas sociedades terem avançado cultural e economicamente, também graças ao princípio liberal e protestante de que “os pensamentos são livres”, o movimento neopentecostal ataca o Estado de opinião. O radicalismo de suas ideias contra as conquistas dessas sociedades abertas, como a abolição da pena de morte, a autodeterminação da mulher e o respeito aos direitos das minorias é difamado como uma suposta “ideologia de gênero” que pretende destruir a família e a moral.
 
Seus votos fizeram pesar a balança para o lado da recusa do acordo de paz na Colômbia em 2016. Acabar com uma guerra fratricida para salvar vidas pareceu pesar menos que o princípio de retaliação “olho por olho, dente por dente”.
 
E, enquanto as escolas e universidades na América Latina têm de pagar impostos prediais, as igrejas estão isentas de qualquer contribuição, pelo menos na Colômbia, onde até 2017 havia 750 colégios públicos – contra 3.500 igrejas neopentecostais. A recepção diária de dízimos forma a base do poder econômico, convertido em poder político, que, graças a uma agenda moralizadora, está conquistando a política na América Latina.
 
O teólogo alemão e pastor luterano Thomas Gandow adverte que muitos pregadores neopentecostais atentam contra o espírito do mesmo protestantismo que defendem, que não pode ser expressado com fanatismo, “porque o espírituo do protesto não pode ser outro senão o da liberdade”. O resto é retrocesso.
 
José Ospina-Valencia é jornalista da redação da DW em espanhol.
 
Redação

32 Comentários

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  1. Ladrões do capitalismo: Nós

    Ladrões do capitalismo: Nós vamos invadir o inferno que vocês criaram com políticos e juizes cooptados, e o reino de Deus será estabelecido.

    1. Sim, vou separar aquela que

      Sim, vou separar aquela que tenha no estatuto a proibição de recebimento de qualquer tipo de doação, quer seja em forma de dízimo, ofertas em dinheiro ou transferência de bens. 

    2. Eu vivo nos EUA por 38 anos e

      Eu vivo nos EUA por 38 anos e dois dias.

      Mostre me os NAO-vigaristas.

      Mostre me os que nao sao papa-defuntos de Jesus.

      Mostre me so um deles.

      UNZINHO.

  2. igrejas….

    Coincidência este fenômeno acontecer em Colômbia, Guatemala, Costa Rica, Venezuela, Brasil, onde Ideologia arcaica e atrasa propagandeou a “Esquerdopatia”? Em muito auxiliada por Padres Católicos Comunistas? E o catarro novamente cai na cabeça. Cachorro atrás do rabo. O problema nem é a Ideologia. Já dizia Florestan Fernandes, não existir Esquerda no Brasil. Um bando de Aloprados e Iludidos. Aventureiros e Ignorantes que ajudaram a perpetuar o atraso, dizia Jacob Gorender . Precisa de verdade com maior embasamento? Fenômeno que passa ao largo de Chile, Argentina, Uruguai. Somente é preciso constarar as diferenças nos níveis culturais. O Anão Diplomático como sempre é o melhor pasto para o atraso.

  3. O t´tulo deste post explica

    O t´tulo deste post explica porque estamos nesta loucura no brasil. Se se somar os pentecostais com os pecuaristas e os defensores da pena de morte, conseguimos entender o porque deste retrocesso monstro que sofremos nestes úlltimos três anos. Não quero se profeta, mas acho que o apocalipse realmente acontecerá e será a obra final destes fanáticos.

  4. Aqui no Brasil a situação é

    Aqui no Brasil a situação é bem pior, tendendo a se agravar. A bancada do dízimo talvez passe dos 200 membros nas eleições de 2018, tornando-se, assim, a mais influente no Congresso. E tome retrocesso!

    Antigamente, o que se via muito na periferia das grandes cidades e pelas cidadezinhas do interior eram as chamadas bodegas. Pois estas foram substituídas pelos templos evangélicos. Tem para todos os gostos. Se tornou um tremendo negócio. 

    Mas a fortaleza mesmo está nos meios de comunicação. Quem sustenta as estações de rádio, em especial as do interior, são as denominações evangélicas. Na TV, são soberanos. 

    Preocupante mesmo. 

     

     

  5. De fato, como eu ja venho

    De fato, como eu ja venho falando por MAIS DE DEZ ANOS, igrejas evangelicals sao ARSENAL DE GUERRA do governo dos Estados Unidos.  Sempre foram.  Sempre vai ser.

    No que eles encostam eles destroem.

  6. Conforme a IURD tem demonstrado,

    entre todas as igrejas  protestantes,  pentecostais e neopentecostais, diferentemente da igreja católica, as igrejas protestantes estão fortalecendo  o braço musculoso do sionismo.

  7. Será que ainda dá tempo de reverter.

    Há muito venho postando comentários sobre o crescimento das igrejas e/ou religiões. A solução é aparovar lei específica proibindo que representantes de igrejas/religiões (todas e qualquer uma) se candidatem a cargos eletivos. Estamos passando da hora. Se chegararem à maioria no Parlamento irão fatalmente implantar uma teocracia em nosso país.  

  8. Há peças a serem

    Há peças a serem juntadas

    Santa Inquisição = delação premiada = Lava Jato

    EUA derrubam partidos secularistas progressistas no Oriente Médio e África, de forma que o espaço vazio passou  a ser ocupado pelo fundamentalismo religioso que espantou o mundo com imagens destruindo obras de arte e atirando gays do alto dos predios, decepando cabeças de hereges etc.

    Da pra ver que o mesmo processo ocorre na America Latina, com pequenas diferenças face as especificidades destas regiões…o modus operandi dos EUA é o mesmo…o resultado é o mesmo…

    Eu heim….

    1. As minorias religiosas
      As minorias religiosas atacadas no Brasil são as de matriz africana: umbandistas e candomblecistas. Estes têm seus templos invadidos e vandalizados e sofrem todo o tipo de preconceito, agressões morais e até físicas.

  9. Os ateus defendem o Diabo que

    Os ateus defendem o Diabo que os domina pelos fenômenos da elite, ao invés de aceitar o Deus que salva as naçãoes dos idolos estrangeiros.

    São os liberais idiótas da globalização.

    Preferem bombardear 10% do dízimo das igrejas que precisam fazer missões e expandir o reino de Deus e socorrer povos e nações miseráveis, e ignoram que capitalismo marginal penhora 100%  do que é produzido + os juros sobre a rentabilidade do crescimento futuro, e estes não têm o menor interesse de prestar qualquer ação de amor espiritual, ao próximo, no meio que escravizam.

     

  10. Neopentecostais_os novos zumbis

    Uma AMEAÇA EM POTENCIAL não só as democracias, como tudo o mais (direitos, consciências, liberdades…), o neopentecostalismo é uma DOENÇA LETAL que transforma pessoas sãs em zumbis. Isso foi instalado pelos norte-americanos nos países da América Latina.

  11. Os pentecostais fazem sucesso
    Os pentecostais fazem sucesso onde a maioria do povo é necesssitado e com educação precária. Aqui nos Estados Unidos, onde esse movimento começou, a sua maioria vive nos estados do sul do país onde existe uma grande população de pobres. Seus líderes estão freqüentemente envolvidos na corrupção e acabam na prisão. Aqueles que pregam contra a comunidade LGBT também são freqüentemente presos com prostitutos masculinos. Implementado taxa nos dízimos ajudaria a conter suas explorações financeiras. Regras contra líderes religiosos de poder ocupar cargos politicos ajudaria conter seus objetivos para implementação de uma teocracia moral.

  12. Temos muita responsabilidade nisso

    O texto é curto e instigante. Vale a pena ler. Acho que o tema é extremamente complexo e amplo, de modo que a melhor forma que encontrei para comentar é seguindo a ordem dos parágrafos do post.

    “lançando as sociedades nos países Latino Americanos a um retrocesso político e ideológico”

    Não é exatamente isso. As sociedades mais afetadas são aquelas com menor preparação cívica dos seus habitantes. Chile e Argentina, por exemplo, não são tão influenciáveis assim. A posição política do eleitor – eu posso assegurar no caso do Chile, é extremamente associada ao partido. Não existem “bancadas”, como aqui no Brasil, onde uma delas é a bancada da bíblia. O eleitor sabe diferenciar e respeitar outras ideias por fora do espectro político partidário. Assim, neste ponto, cabe então ao Brasil uma expectativa de melhoria junto com a maior educação geral e cívica da população. Vai demorar.

    “Lideranças religiosas estão se transformando em lideranças políticas”.

    “agenda moralizadora está conquistando a política”

    Pelas razões acima. O povo mal informado é levado a discutir e pensar politicamente assuntos que não deviam ser colocados naquela perspectiva. Os Pastores canalizam em forma esperta o sentimento moral do povo para a esfera política, ganhando mais poder e levando a sua religião para o comando do Estado.

    “fracasso da Igreja católica”.

    Não acho. A Igreja católica não é culpada disso, embora tenha as suas próprias deficiências. A frase acima colocaria a igreja católica no mesmo plano de disputa política que as igrejas evangélicas (o que não é verdade) e, nessa perspectiva, é indicada como derrotada e/ou culpada pelo crescimento evangélico. Na América Latina, a igreja católica fez opção política pela Teologia da Libertação, numa cruzada terceiro-mundista que prega a liberdade política e econômica da América Latina, num caminho diferente, para uma esquerda operária, morena e nacionalista, sem misturar aspectos religiosos, sexuais ou comportamentais nessa campanha.

    “bastou que o pastor e cantor Fabricio Alvarado, candidato à presidência, rechaçasse vociferante o chamado da Corte Interamericana de Direitos Humanos para respeitar os direitos da comunidade LGBTI para que ganhasse o primeiro turno da eleição”.

    “humorista e pastor evangélico, Jimmy Morales, que é contra o aborto, recusa o casamento homoafetivo e tem mais receitas contra as minorias do que soluções para a corrupção galopante”.

    “O radicalismo de suas ideias contra as conquistas dessas sociedades abertas, como a abolição da pena de morte, a autodeterminação da mulher e o respeito aos direitos das minorias é difamado como uma suposta “ideologia de gênero” que pretende destruir a família e a moral”.

    As citações acima não apenas retratam a pobreza política do discurso evangélico, mas também ilustra bem como o povo é levado a pensar na política como algo “da cintura para baixo” e, principalmente, como o ganho político surge da “reação” contra ideias avançadas de outro setor e não como fruto de uma ação proativa. O discurso evangélico é cotidiano, familiar, de costumes e crenças, mas não de política partidária e achou força, pelo menos aqui no Brasil, por conta da incidência (tal vez “esperta”) da rede Globo em trazer “modernidades” comportamentais da Europa para o Brasil de hoje, confundindo a cabeça de gente desavisada e gerando polêmica em torno destes assuntos.

    É só ver um discurso inflamado do Senador Magno Malta no Senado para perceber a direção política que a sua atitude esconde: nenhuma! Não há política partidária em discurso destes moralistas, mas apenas uma “reação” sobre comportamento social, costumes e crenças, legítimas em toda a sua diversidade (assim como as minorias são), dentro de uma vida em comunidade. Se existe algum componente político-partidário, este se resume também a uma reação de falso moralismo contra o Lula e contra o PT (o sentimento “anti”, mas nunca em favor de algo próprio).

    A verdadeira política discute a nação, os seus rumos, a sua autodeterminação. A sociedade, na rua, discute diariamente e ajusta os seus padrões de vida dentro do que ela imagina ser melhor para a vida familiar e das comunidades, dentro de uma nação de todos. Aqui no Brasil, ingenuamente ou por vaidade das suas lideranças, o PSol saiu das fileiras terceiro-mundistas e comprou essa briga pseudo política globalmente manipulada, levando para o campo partidário a posição contrária aos evangélicos, discutindo também a política “da cintura para baixo” e, obviamente, apoiados pela rede Globo, como foi comprovado na recente disputa pela Prefeitura de Rio de Janeiro, justamente entre a rede Record e a Globo, entre pastores e “modernosos” que se dizem de esquerda (esquerda de boteco em Paris, mas nunca da esquerda operária latino-americana).

    Conclusão

    A politização das igrejas evangélicas aumenta proporcionalmente com o despreparo cívico da população.

    As causas políticas destas igrejas aumentam – ainda para o lado político conservador, de direita – não necessariamente pela exteriorização autônoma e legítima das suas ideias, mas, principalmente, pela “reação” contrária perante o avanço carnavalesco, agressivo e modernoso de determinados setores da sociedade dita de esquerda e que, em minha opinião, está queimando o filme da esquerda socialista, morena e terceiro-mundista, que precisamos para libertar o Brasil da sua condição de colônia. O setor político-evangélico cresce a cada cusparada na cara do Bolsonaro. A rede Globo adora isso, embora, depois de ter tentado destruir a esquerda operária tenha agora que lidar com os monstros criados por ela mesma. Por exemplo, o Bolsonaro, depois de examinar esta situação, partiu correndo para ser batizado no Rio Jordan.

    A saída que observo no curto prazo é de reagrupar as bandeiras da esquerda operaria e terceiro-mundista (projeto Lula-Requião), sinalizando alguns poucos e claros objetivos comuns para a maior parte da população, incluídos aqui os evangélicos ingenuamente atraídos para a direita apenas por conta de discussões tangenciais perante as verdadeiras prioridades do Brasil de hoje.

    Vale lembrar que, nos dois primeiros governos do Lula, o setor evangélico estava no seu apoio, elevando a sua aprovação para mais de 80%. O povo brasileiro mais humilde está sendo obrigado a lutar entre sim, como luta de “mandingos”, enquanto o 1% que manda, observa e ri de nós. Está faltando o “Django Livre” para que nos lembre de qual lado realmente estamos e quais são as nossas prioridades.

    1. Todo poder emana
       

      da divindade, seja lá qual seja.

      Poder político e poder religioso sempre andaram juntos, isso quando não se confundem.

      A milenar igreja católica sempre teve os judeus como inimigos. Aliás, a única que reconhecidamente sempre lhes deu combate.

      Sabendo-se que a igreja católica é continuação do império romano, e que o povo judeu era escravo dos romanos tanto foram dos egípcios, uma análise perfunctória do assunto só vai explicar fatos atuais mas não suas origens e destino.

      De toda sorte, todas as afirmações do post são corretas:

      A neopentecostais estão sim “lançando as sociedades nos países Latino Americanos a um retrocesso político e ideológico”

      “Lideranças religiosas estão se transformando em lideranças políticas”.

      As lideranças religiosas estão sim se transformando em lideranças políticas. Elas  têm sim planos políticos, e sua  influência política poderá ser tão perigosa quanto  as lideranças religiosas no oriente médio “

      “agenda moralizadora está conquistando a política”

      Agendas moralizadoras sempre fizeram parte da política.

      Quando um sujeito se diz “cristão” para pedir voto. Quando ele levanta uma bandeira contra um costume diverso dos mores sociais, ele está se utilizando de uma agenda moralizadora.

      Quando a política chega a um momento de corrosão, como o que vivemos agora, aqueles que se consideravam “mais virtuosos” porque ainda não tiveram poder suficiente para cometer os mesmos erros,  se encaminham para a política propondo essa agenda – cristã, virtuosa, comportada, moralista, repressora, ortodoxa.

      “fracasso da Igreja católica”.

      O primeiro fracasso da igreja católica, que impôs homogeneidade religiosa ao ocidente e procurava penetrar vorazmente o oriente no seu ímpeto “evangelizador”, foi a dissidência a partir de seu seio.

      Primeiro com Martinho Lutero, em 1517, na publicação de suas 95 teses contra os dogmas do catolicismo romano.(Alemanha) https://pt.wikipedia.org/wiki/Martinho_Lutero

      Seguido de Calvino, que quis instituir seu próprio estado teocrático -https://www.ebiografia.com/joao_calvino/ (França)

      E nesse meio tempo, Henrique VIII separava a Inglaterra da igreja católica:

      Em 1533, Thomas Cranmer (1489-1556), um amigo de Henrique, tornou-se arcebispo da Cantuária, o mais alto cargo eclesiástico da Inglaterra. Assim, os dois amigos fizeram um acordo para anular o casamento de Henrique, fazendo o Parlamento declarar que o Direito Divino dos Reis substituíra a autoridade da Igreja. Naquele mesmo ano, Cranmer e Henrique retiraram a ala inglesa do Catolicismo e criaram a Igreja Anglicana. http://www.sohistoria.com.br/biografias/henrique/

      A partir daí a igreja católica só tem perdido poder aparente, embora ela ainda possua grande influência política em boa parte do novo mundo.

      As igrejas protestantes “mornas” – as não pentecostais, não são ameaças ao poder da igreja católica, já que seus frequentadores são moderados e sua influência, conquanto permanente, não cresce.

      Quem nasce presbiteriano, adventista, batista ( os não pentecostais ) dificilmente deixa a congregação, tampouco seus filhos.

      Nasce na igreja, educa seus filhos e sua família na igreja serenamente.

      Quem nasce em igreja pentecostal, diferentemente, se não se batiza até os 12 anos de idade, deixa definitivamente a igreja e não raro, farto de qualquer religião, e  quando não o faz, funda a sua própria igreja, porque descobre que  a religião dá poder e dinheiro.

      A diferença entre os pentecostais e os não pentecostais está justamente no “poder de deus”, na vontade de controlar a vida alheia e na brutal evangelização.

      Todo o pentecostal, de qualquer denominação, é convencido de que “tem que conquistar uma alma pra jesus”. É uma meta “espiritual” e conquista pessoal.

      Daí para a pátria do evangelho é um pulo. A vaidade dessa gente é um assombro.

      O assunto é longo. O fenômeno é real e exige uma ação efetiva do Estado antes que cheguemos ao rumo indesejado da perda das liberdades individuais e da  intolerância absoluta.

       

       

       

       

       

        

  13. O problema e muito mais

    O problema e muito mais profundo, inclui a situacao economica, social, educacional, questoes de seguranca publica, enfim todas as problematicas que permeiam uma sociedade.  Poderia ficar aqui, dissertando horas de laudas virtuais para explicar-lhes a raiz do problema, mas vou me ater a apenas um caso.

    Vou contar um caso que chegou aos meus ouvidos

    Um sujeito procurou investiir nos 2 filhos.  Nao investiu em educacao, nem tao pouco em valores eticos, sociais e ou profissionais.  Investiu para seus filhos fossem jogadores de futebol (isso mesmo!).  Quando os 2 jovens chegaram a casa dos 20 anos, nao foram aproveitados em nenhum clube pelos quais passaram.  Que fazer? Pensou o pai.  Montou uma igreja na garagem de sua casa, colocou um altofalante e comecaram a pregar.  Quem me contou essa historia disse-me que os erros de portugues na leitura da biblia eram flagrantes.  Nao sabiam falar, se pronunciar, mas estavam interpretando a biblia com vistas a ganhar fies para assaltar-lhes posteriormente com dizimos, ja que nao tinham cultura, educacao nem tao pouco futuro em uma profissao mais rentavel, pois seus esforcos foram dispendidos em favor do futebol, tudo em vao, agora precisavam sustentar-se.  

    Levaram um tempo na enganacao, e nada de abocanhar fies.  O pai entrou em desespero, falhara em 2 tentativas de fazer seus rebentos milhionarios.  Moral da historia. Hoje os 2 rapazes ganham a vida sendo armadores de moveis planejados.  Um comecou como ajudante, aprendeu o oficio, e depois pediu ao patrao uma vaga para o irmao que ainda se encontra como ajudante.  

     

  14. Uma interpretação pessoal.

    Acredito que todos sabem que a vida não é fácil. Fora os que nasceram em berço esplêndido, nós pobres mortais temos de ralar. Não bastasse todas as agruras que a vida social nos impões (morar, comer,educação, transposte, segurança, etc.) ainda sobra a saúde, que volta e meia nos pegaa peça.c

    Caracas, batalhar para ter uma melhoria neste tanto de quisitos é difícil, vamos tentar um caminho mais fácil ( e rápido). Nada como atribuir a culpa a um terceiro, o diabo ou semelhante, e a salvação a outro, Deus ou Jesus. Só que alguém, um pouco mais esperto, arrumou um jeito de vender o produto. Paga quem quer ou julga que assim ficará melhor.

    Em tempo, com algumas alterações, pequenas, temos o que fez a igreja católica.

  15. Igreja sem partido

    Boa parte das correntes neopentecostais se baseia no antigo testamento, mais do que em Jesus Cristo. Ou seja, têm como parâmetro um deus infantilizado, vaidoso, enfezado, racista, genocida e perverso, viciado em fazer limpezas étnicas e dependente de bajuladores. O resultado não poderia ser muito diferente de um conservadorismo irracional e burro.

  16. Mercantilizaram Jesus Cristo

    Como fez a igreja romana no passado, vendendo perdão e cadeira no céu. Os neopentencostais trocaram Cristo por Mamom, o deus mercado. Movidos pela cobiça, aproveitaram o enriquecimento e também os votos do fiéis e tornaram-se pastores/deputados ou senadores. E lá, vendem seus votos a outros senhores, os donos do planeta, áqueles intocáveis que estão acima de todas  as religiões.

  17. bom post

    A coisa é pior do que eu pensei. 

    O  IMPERIO deles esta espalhado por todos os paises da America.

    Só sobrou Cuba? Por enquanto, logo vão tomar conta.

    Já está na hora de enfrentar esses hipocritas antes de ser tarde de mais!!!!

    Como já escrevi aqui, eles tem o dinheiro (dizimo) , a ambição(a biblia da prosperidade) e  os votos (rebalho).

    Vão dominar todos os poderes, depois nínguem os segura. Adeus democracia, direitos, estado laico!

    Aposto com quem quiser que em 2022 terão um candidato com reais chances de conquistar a presidencia.

    É questão de tempo para angariar mais alguns milhares de miseráveis!

    O Temer está fazendo direitinho o trabalho!.

    Por último, filosofia de botequim: Deus criou o homem, o diabo criou as religiões!!!!

  18. sucesso deve-se ao gozo do logro…

    o fiel gostar de ser enganado

    ou de se sentir o tal ao expor-se nestes ambientes de enganação, porque sempre que o corportamento ou procedimento de todos os presentes for ao mesmo tempo capitalista e religioso, o lucro ou retorno, que geralmente nunca acontece da forma que é prometido, será sempre narcísico……………………..

    sacaram? só de pensar que podem ficar tão ricos como são os seus enganadores, se sentem realizados e felizes

    mas, cedo ou tarde, acredito, e da mesma forma que aconteceu com a católica, a fragilidade dos que pregam e dos que acreditam resultará das pessoas exageradamente protigidas pela própria enganação ou igreja ou religião, ou seja, dos que enganam e dos que deixam-se enganar para gozar

  19. Igrejas abalam democracia?

    O que dizer? Nem há muito a dizer. É certo que certos articulistas pensam como uma tribo, e com honrosas exceções, seu partidarismo excessivo faz que só pensem até quatro, numa escala de zero a dez (pensamento de tribo, independente da verdade, nua e crua). Sem saber que existe esta escala, não dá mesmo para entender o pensamento dos que batem na mesma teccccccla, sempre contra a verdade.. Não via tanto radicalismo e nem via a igreja ser tão atacada desde os tempos da segunda campanha de Requião ao governo do Estado.  O engraçado é que os mesmos que atacam a igreja agora são os que dela se beneficiavam politicamente. Como as igrejas católica, protestante ou “neo pentecostais”, não servem mais ao discurso ou à teoria libertária, e seus salões não são mais extensões ou palco de reuniões de sindicatos, sindicalistas, PT e CUT, e o discurso “político”, das “minorias”, dos que pensam como articulista (que fala mal da igreja mas recebe salário da igreja alemã, ainda que por via indireta), não encanta e nem chega mais às igrejas, estas, que antes não serviam só a Deus mas serviam à ideia desses políticos do estado totalitário, agora que não lhes servem mais, se tornaram “contrárias à democracia”. Engraçado, qual a diferença da “teologia libertária” que visava à “justiça social”, da “teologia da prosperidade” que, certa ou errada(certa no seu discurso, errada na maioria de suas práticas, segundo as Escrituras), está fazendo justiça social, redistribuindo renda e gerando empregos? A matéria é falsa, traz dados estatísticos e históricos falsos e é a maior balela que já vi, alem de ser claramente e extremamente preconceituosa. E pura mentira. História da carochinha. Igrejas ameaçando a democracia?  Será que o articulista e o que o apoia realmente acredita nisto?

  20. O plano deles de tomada do

    O plano deles de tomada do poder para se construir uma teocracia está mais do que manjado. Só não enxerga ou quem é muito inocente ou muito mal intencionado.

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