Indústria brasileira encerra 2020 com queda de 4,5%

Crescimento de 0,9% entre novembro e dezembro não foi suficiente para cobrir perdas apuradas com a pandemia, segundo IBGE

Foto: Reprodução

Jornal GGN – A produção industrial brasileira avançou 0,9% entre novembro e dezembro, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Contudo, o resultado não foi suficiente para reverter a perda anual: o setor terminou 2020 com queda de 4,5%, intensificando o recuo de 1,1% de 2019 e chegando ao seu pior resultado para um ano desde 2016.

No último trimestre de 2020, o segmento avançou 3,4% e, considerando o patamar pré-pandemia, de fevereiro, a produção em dezembro esteve 3,4% acima. Na comparação com dezembro de 2019, houve alta de 8,2%.

O avanço de dezembro frente a novembro alcançou três das quatro grandes categorias econômicas e 17 de 26 ramos pesquisados. Segundo o gerente da pesquisa, André Macedo, o perfil generalizado de expansão mostra uma regularidade de crescimento na produção ao longo dos últimos meses.

Entre as atividades, a maior influência segue sendo a de veículos automotores, reboques e carrocerias (6,5%). O segmento acumula expansão de 1.308,1% em oito meses, eliminando a perda de 92,3% registrada no período março-abril de 2020. Entretanto, no acumulado de 2020 contra 2019, o setor também foi a maior influência negativa (-28,1%).

Outra influência positiva veio da metalurgia, com 19% de alta, sexta taxa consecutiva e acumulado de 58,6% no período julho-dezembro. No ano, entretanto, a metalurgia acumulou queda de -7,2% contra 2019.

As indústrias extrativas apresentaram um avanço de 3,7% frente a novembro, interrompendo três meses de resultados negativos consecutivos. No acumulado de 2020, o setor apresentou queda de 3,4% contra 2019.

Outras contribuições positivas na análise mensal foram vistas nos setores de máquinas e equipamentos (6%), de produtos têxteis (15,4%), de confecção de artigos do vestuário e acessórios (11,5%), de produtos de borracha e de material plástico (4,8%), de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (8,4%), de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (4,7%) e de produtos de metal (2,9%).

Entre nove atividades que apontaram recuo na produção, as principais foram produtos alimentícios (-4,4%), bebidas (-8,1%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-1,3%).

Já entre as categorias econômicas, bens de capital e bens de consumo duráveis cresceram 2,4% cada e anotaram as maiores taxas em dezembro. Já bens intermediários teve alta de 1,6% e registrou crescimento acima da média da indústria. A única categoria que apresentou recuo em dezembro foi bens de consumo semi e não duráveis, com queda de 0,5%.

Na comparação de 2020 com 2019, todas as grandes categorias tiveram queda, com destaque para bens de consumo duráveis (-19,8%) e bens de capital (-9,8%).

 

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Redação

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