Os influencers que sobram nas redações vão atrás das marcas sem necessariamente passarem pelo papel de assessor – que em muitos casos são ignorados, pois muitos não suportam assessoria de imprensa. Mas, querem resultados e cases de sucessos ambiciosos.
Comunicação é negócio, como negócio tem que gerar lucro para todos os envolvidos. Os comunicadores temos que descer do salto e reaprender a comunicar. A internet mudou não só a forma como as pessoas se comunicam, mas como se informam. Não tem porque dar murro em ponta de faca.
Hoje, vejo Social Media gerando mais engajamento e retorno para marcas e empresas que investem em comunicação, que um nota “x” de um jornalista acomodado que copia release em uma coluna social no Estadão, por exemplo. E, detalhe: Social Media não tem o mesmo conhecimento e experiência que muitos profissionais de comunicação formados com nível superior.
Quem não sair da zona de conforto ou vai mudar de área ou vai passar fome.
Não se engane: influenciadores com boa reputação são aqueles capazes de influenciar decisões de compra/comportamento do consumidor. Para criar reputação sólida é necessário, no mínimo, um ano e meio de trabalho disciplinado de produção de conteúdo e relacionamento.
Muita gente não tem paciência para construir tal reputação, gente que consegue pagar 12 reais ou mais em uma revista; só consigo pensar em classes abastadas. Se o mindset não mudar não dá para gerar novos resultados.
Tais comunicadores vão tentar se engajar como influenciadores digitais, fazendo conteúdo para o youtube, “recebidos do mês” e colabs com outros youtubers já famosos, e não estou julgando como certo ou errado. Nada disso!
Quando escrevo a respeito, sinto como que tivesse “toc de analogias”, começo a fazer comparações com a boa música e a música ruim. Música boa geralmente é de nicho, pode vender bem ou não. Já a música ruim é feita para a massa, vende e faz muito barulho. Em ambos os casos, as pessoas querem mesmo é vender.
Quando alguém me procura para conversar sobre esse assunto, digo que somos nativos digitais, embora muitos não saibam disso, e temos todas as ferramentas para nos tornarmos influencers no Brasil de hoje, por qualquer que seja a mídia.
Não foque em que profissional faz o quê, e sim, no que você anda produzindo.
Nós todos podemos ajudar a pavimentar um novo caminho para o jornalismo, youtube, facebook, instagram, entre outros. Um caminho onde – assim como fizeram os músicos em relação às gravadoras – não dependamos mais dos barões da mídia.
As universidades estão ultrapassadas e não atendem mais as necessidades atuais e futuras do mercado. Não é raro um profissional recém-formado fazer pós-graduação e MBA para se tornar especialista em algo e, talvez, conseguir um emprego formal. Portanto, devemos ser multifacetados.
Os influencers do século XXI precisam respirar o digital e usar ferramentas para desempenhar sua função social; suas qualidades são as mesmas porque fazem parte de sua essência, o que muda são suas habilidades, isto é, o conhecimento sobre as ferramentas disponíveis e como usá-las.
Cruel é para muita gente que é trintão: nativos do final da era analógica e aventureiros da era digital. Não sabe para onde correr e nem onde ficar. Diferencial competitivo é qual estratégia você vai usar e como cuidar dos relacionamentos com a mídia. O grande desafio do comunicador 4.0 é ler, compreender e saber usar os dados para criar ações estratégicas.
Os influencers atuais, além de ter de saber tudo sobre a sua área, necessita estar antenado com as novas tendências, pois a comunicação, assim como todas as outras atividades se reinventam, atualizando-se com o uso cada vez mais frequente da tecnologia.
*Neemias dos Santos Almeida é Professor e Pedagogo. Colunista, Articulista, Membro da ONG Atuação Voluntária, Escritor, Voluntário junto ao órgão internacional PNUD/Brasil, e ávido leitor que vive a internet e suas excentricidades desde 2001.
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