IPCA encerra maio com menor resultado em 22 anos

Deflação atinge -0,38% no período, segundo dados divulgados pelo IBGE; preço dos combustíveis puxa queda da inflação oficial

Foto: Reprodução

Jornal GGN – A inflação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) encerrou o mês de maio em deflação de 0,38%, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O índice registrou sua segunda deflação consecutiva – em abril, a queda foi de -0,31% -, e o menor resultado desde agosto de 1998.

Com isso, o índice no ano registrou queda de 0,16%, e a variação nos últimos 12 meses acumula alta de 1,88%, bem abaixo da meta de inflação de 4% para o ano de 2020.

O principal impacto negativo da inflação veio do grupo Transportes (-1,9%), puxado principalmente pela queda no preço dos combustíveis (-4,56%). Outros grupos que tiveram deflação em maio foram o de vestuário (-0,58%) e habitação (-0,25%).

“A gasolina é o principal subitem em termos de peso dentro do IPCA e, caindo 4,35%, acabou puxando o resultado dos transportes para baixo, assim como as passagens aéreas, que tiveram uma queda de 27,14% e foram a segunda maior contribuição negativa no IPCA de maio”, explica o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov.

Em relação ao vestuário, o IPCA registrou queda nas roupas femininas (-0,88%), nos calçados e acessórios (-0,74%), nas roupas masculinas (-0,55%) e nas roupas infantis (-0,29%). Na habitação, a maior contribuição negativa veio da energia elétrica, que recuou 0,58%.

O maior crescimento no índice do mês veio do grupo Artigos de residência (0,58%), puxado pela alta dos artigos de TV, som e informática (4,57). Segundo Kislanov, tal aumento pode ter relacionamento com o efeito pass-through, quando a mudança no câmbio afeta os preços na economia. Em maio, os preços dos eletrodomésticos e equipamentos aumentaram 1,98%, enquanto os de mobiliário caíram 3,17%.

Já o grupo Alimentação e bebidas (0,24%) desacelerou em relação a abril, quando cresceu 1,79%. Os preços de alguns itens como cenoura (-14,95%) e as frutas (-2,1%), que haviam subido em abril, recuaram em maio. Com isso, contribuíram para que a alimentação no domicílio passasse de 2,24% para 0,33%. A alimentação fora do domicílio também desacelerou de abril (0,76%) para maio (0,04%).

Nos índices regionais, as dezesseis áreas pesquisadas tiveram deflação em maio. A região metropolitana de Belo Horizonte teve o menor índice, com recuo de 0,60%, principalmente por conta da queda nos preços da gasolina (-6,61%) e das passagens aéreas (-28,14%). Já o índice mais elevado foi observado na região metropolitana do Recife (-0,18%), em função das altas nos preços da cebola (31,31%) e do automóvel novo (1,86%) e da queda menos intensa nos preços da gasolina (-3,59%).

 

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