IPCA tem maior variação mensal para fevereiro desde 2015

Índice de inflação oficial avança 0,47 ponto ante janeiro, e chega a 1,01%; educação e alimentos puxaram alta dos preços

Foto: RODNAE Productions/Pexels.com

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,47 ponto percentual ante o registrado em janeiro e encerrou fevereiro em 1,01%, o maior resultado para o mês desde 2015, quando a inflação foi de 1,22%. Os dados são do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

No ano, o IPCA acumula alta de 1,56% e, nos últimos 12 meses, de 10,54%. Em fevereiro de 2021, a variação havia sido de 0,86%.

De acordo com o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov, o mês de fevereiro é marcado pelos reajustes que normalmente ocorrem por conta do início do ano letivo escolar – o que explica o avanço de 5,61% no grupo Educação, que contribuiu com 0,31 ponto percentual no resultado geral.

Segundo a pesquisa, o maior impacto dentro do grupo Educação (0,28 ponto percentual) veio dos cursos regulares (6,67%), com destaque para o ensino fundamental (8,06%), a pré-escola (7,67%) e o ensino médio (7,53%).

Os preços dos cursos de ensino superior e de pós-graduação subiram 5,82% e 2,79%, respectivamente, enquanto os cursos diversos tiveram alta de 3,91%, sendo que a maior variação dentro do item veio dos cursos de idioma (7,29%).

Outro grupo que pesou bastante no mês foi o de Alimentação e bebidas, que acelerou para 1,28% e contribuiu com 0,27 ponto percentual, por conta especialmente dos aumentos de preços da batata-inglesa (23,49%), da cenoura (55,41%) e das frutas, que avançaram 3,55%.

Por outro lado, foram registradas quedas nos preços do frango inteiro (-2,29%) e do frango em pedaços (-1,35%), que também recuaram em janeiro, de -0,85% e -0,71%, respectivamente.

Combustíveis também puxam alta em 12 meses

A análise dos números acumulados em 12 meses mostra que o preço dos combustíveis foi o que mais afetou a inflação. O avanço acumulado chega a 33,33%, apesar da queda de 0,92% vista em fevereiro – o que afetou o grupo Transportes, que somou 0,46%.

Os combustíveis (-0,92%) se destacaram com queda pelo terceiro mês consecutivo, sendo a mais acentuada a do etanol (-5,04%). Já o preço da gasolina recuou 0,47%. Por outro lado, foram verificadas altas nos preços do óleo diesel (1,65%) e do gás veicular (2,77%). Em 12 meses, a gasolina acumula avanço de 32,62% e o diesel, de 40,54%.

Dentro do grupo Transportes, a maior contribuição (0,05 p.p.) veio dos automóveis novos (1,68%), seguido pelos preços dos automóveis usados (1,51%) e das motocicletas (1,72%). Outros destaques foram o seguro voluntário de veículo (3,24%), o conserto de automóvel (0,92%) e o ônibus urbano (0,45%).

No grupo Habitação (0,54%), as maiores contribuições vieram de aluguel residencial (0,98%) e condomínio (0,83%), com impactos de 0,04 p.p. e 0,02 p.p., respectivamente. Além disso, a energia elétrica teve alta de 0,15%, após a queda de 1,07% observada em janeiro.

O resultado do mês também foi influenciado pela alta da taxa de água e esgoto (0,65%) e do gás encanado (0,45%). Entre os Artigos de residência (1,76%), destacam-se as altas de eletrodomésticos e equipamentos (3,18%) e de mobiliário (2,43%).

Todas as áreas pesquisadas tiveram alta de preços em fevereiro. O menor resultado foi observado na região metropolitana de Porto Alegre (0,40%), enquanto a maior variação ficou com o município de São Luís (1,35%).

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Redação

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