Jamil Chade: Apenas ditadores como Saddam Hussein ou Gaddafi nomearam parentes na diplomacia

Nos corredores da ONU, indicação de Eduardo Bolsonaro para embaixada chocou pelo nepotismo, pela falta de qualificação e porque ele é representante da extrema-direita anti-globalista organizada por Steve Bannon

Jornal GGN – A notícia de que Jair Bolsonaro pretende indicar o filho Eduardo Bolsonaro para a embaixada do Brasil nos EUA transitou entre o ridículo e o preocupante nos corredores da ONU. A informação choca não apenas pelo nepotismo e pela falta de qualificação do deputado federal para o cargo, mas porque Eduardo é representante do Movement, um grupo internacional de extrema-direita, ultraconservadora, racista e anti-globalista organizado por Steve Bannon.

Além disso, “Washington não respeita lacaios”, reportou o correspondente Jamil Chade em seu blog no UOL. Segundo o setorista, a novidade sobre Eduardo é mais um degrau na escalada do Brasil rumo ao vexame internacional.

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Desde que tomou posse, o governo Bolsonaro mostrou habilidade ímpar em “não apenas de esvaziar de credibilidade sua imagem pelo mundo. Mas de colocar o país como alvo de uma preocupação internacional.”

“Parte dessa tendência ocorre por conta de decisões pouco republicanas por parte de Bolsonaro, como a de nomear seu filho para a embaixada nos EUA. Na ONU, apenas ditadores como Saddam Hussein ou Gaddafi nomearam seus parentes para cargos semelhantes”, afirmou Chade.

“Para além das alianças e simbolismos, a realidade é que são os fundamentos da nova política externa que chacoalharam com a forma que o resto do mundo passou a enxergar o Brasil. De uma situação de chacota, o governo brasileiro agora passou a ser, de fato, motivo de apreensão. O temor é de que, ao tomar posturas simpáticas a governos autoritários, o Itamaraty esteja simplesmente ajudando a desmontar o consenso que existe no Ocidente sobre o valor dos direitos humanos e de liberdades”, explicou.

Posicionando-se contra os direitos de homossexuais e das mulheres, o Brasil já se alinha com países “que diariamente violam os direitos de pessoas de bem”. “Países que matam quem pensa diferente.”

Segundo Chade, diplomatas estrangeiros especulam que “os votos brasileiros por resoluções ultraconservadoras [na ONU] sejam cuidadosamente calculados para que o país tenha o apoio de ditaduras e mesmo da Rússia para temas de seu interesse ou candidaturas para cargos internacionais.”

Se for este o caso, Bolsonaro entra para a lista de governos que “vendem suas filhas em troca de apoio político.”

“Aliado aos piores regimes do mundo em direitos humanos, parceiro de governos que questionam as mudanças climáticas, incapaz de desenhar a fronteira entre religião e estado laico, o Brasil não é apenas ridicularizado. Hoje, é também alvo de enorme preocupação internacional.”

Lei o artigo completo aqui.

Redação

1 Comentário

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  1. Bom, se tivermos a garantia que assim como Kadhafi e Sadan o nosso governante receberá o mesmo tratamento final dos irmãos do norte, aplaudo e apoio a nomeação de seu filho varão3.
    E que seja logo.

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