Janio: Imprensa, parte do STF e Janot ajudaram Moro e Dallagnol nos “atos delinquentes”

"Os atos delinquentes de Sergio Moro, Deltan Dallagnol e outros da Lava Jato só puderam multiplicar-se por contarem com o endosso de vozes e atitudes que deveriam eliminá-los", escreveu o jornalista

Jornal GGN – O jornalista Janio de Freitas publicou na Folha deste domingo (16) um artigo destacando o papel da imprensa, de parte do Supremo Tribunal Federal, de órgãos como o Conselho Nacional de Justiça e Conselho Nacional do Ministério Público, além do ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, nos atos delinquentes” de Sergio Moro e Deltan Dallagnol.

Janio frisa que há muito alguns críticos e advogados que atuam na Lava Jato vem demonstrando os abusos cometidos no âmbito da operação. Mas esses apontamentos foram diluídos ou mesmo abafados em meio à cobertura tendenciosa.

“Os atos delinquentes de Sergio Moro, Deltan Dallagnol e outros da Lava Jato só puderam multiplicar-se por contarem com o endosso de vozes e atitudes que deveriam eliminá-los”, escreveu Janio.

“(…) a imprensa, incluído o telejornalismo, foi contribuinte decisivo nas ilegalidades encabeçadas por Sergio Moro. Aceitou-as, incensou-o, procurou tornar o menos legíveis e menos audíveis as deformações violadoras da ordem legal e da ética judiciária”, acrescentou.

Para Janio, parte da grande mídia segue abraçada a Moro e Dallagnol, não por acaso. “(…) a conduta da imprensa tem nomes, não foi anônima nem está encerrada. Nem corrigida: as críticas de um ou outro comentarista não compensaram o rápido esvaziamento das revelações do competente The Intercept Brasil.”

AS INSTITUIÇÕES

Sobre o Supremo, Janio apontou que os ministros Teori Zavascki e Edson Fachin, relatores da Lava Jato, deveriam ter filtrado os abusos da Lava Jato. Mas Fachin, assim como Cármen Lúcia e Luiz Fux, preferiram “não o fazer, ou por demagógico medo de desagrados externos, ou por sujeição majoritária à ideologia. Poucos [no STF] ficaram ilesos.”

Caso de Gilmar Mendes. “É indispensável reconhecer que Gilmar Mendes esteve certo nos seus ataques a procedimentos de Sergio Moro e dos procuradores da Lava Jato. Sem subscrever suas pesadas palavras, o sentido do muito que disse, com desprezo de vários colegas, foi verdadeiro. Os que apontaram as condutas transgressoras da Lava Jato foram muito atacados, mas eram os que estavam certos. Está provado, com as vozes dos políticos Sergio Moro e Deltan Dallagnol.”

Redação

7 Comentários

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  1. Irrepreensível texto de Jânio de Freitas, merece lugar nos anais de nossa história. Nenhuma dúvida quanto delinquência de nominados. Só me resta uma questão, metade de nossa população embarcou nos atos descritos. Entre eles pate dos mais instruídos, dos mais aquinhoados, dos mais informados. A vergonha quer-nos cabe é democrática, é de todos.

  2. Se não for imparcial, um juiz não presta pra nada.
    Pior do que lixo, pois o lixo ainda pode ser reciclado e trazer benefícios para a sociedade.

  3. Que Imprensa? Um Homem de Imprensa não pode ser tão genérico assim. É justamente daquilo que a Imprensa reclama, quando a acusam. Que Poder Judiciário? Esta Estrutura farsante, leviana, tendenciosa, criminosa, parcial, corporativista construída em 30 anos de fraudulenta Constituição Cidadã, prolongamento de 9 décadas fascistas? Somente agora? Onde estavam Nossa representações Republicanas, Socialistas, Progressistas, Democratas? Somente agora?!! “Conheceis a Verdade. E a Verdade Vos Libertará”. Pobre país rico.

  4. Num comentário leitor questiona sobre o embarque de parte da população nos pseudo discursos anti-corrupção de Moro e de integrantes lavajateiros. O leitor, acertadamente, inclui neste embarque elementos da dita “classe media”, teoricamente mais esclarecidos.
    No post “O Brasil se Moveu” (GGN, 16/6) no parágrafo sobre responsabilidades da imprensa, Gustavo Conde registra o que acredito responde ao leitor:
    “….e o Estadão se segura nas tamancas, chocado com aquela verdade que sempre soube existir: a de que Moro e Dallagnol são dois almofadinhas sem caráter que dilapidaram o futuro de uma nação inteira por inveja, ódio e preconceito de classe.”.
    Não apenas a imprensa sabia da verdade acima. Também a conheciam, o STF, o Parlamento, os Empresarios, os Militares, e as Forças Auxiliares, o Judiciario, os Lideres de seitas evangélicas e até donos de prostibulos, que compõem a classe media esclarecida e aquinhoada segundo o leitor.
    A pergunta é: Foi apenas o “darwinismo ideologico” (que no caso Brasil me parece mais um “mimetismo ideologico), descrito por Conde no post referenciado acima, que silenciou as vozes daqueles que sabedores da verdadeira motivação do grupo de curitiba tinham o dever de impedi-los?

  5. E tb agora não adianta ninguém lamentar que
    fez pouco à época para evitar todos
    esses males porque duvido que alguém tivesse
    a mínima ideia da catastrofe que viria, apesar da
    dor desse tempo que não cicatriza mas cujas cicatrizes
    nos darão base para resistirmos a tudo com coragem
    e indignação para retomarmos políticas de inclusão
    social-progresista….
    perdão, mas confesso minha emoção ao ler
    esse artigo tão profundo que sintetiza um tempo de
    mazelas infames no nosso país…
    parabéns ao jornalista janio de freitas,

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