JBS será cavalo de troia das delações premiadas?, por Márcio Falcão e Felipe Recondo

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Foto: Reprodução/Youtube

Por Márcio Falcão e Felipe Recondo
 
No Jota
 
Lava Jato terá a mesma sentença dada para a Operação Castelo de Areia?
 
O que vale mais: os indícios de crimes contidos em acordo de delação premiada homologado pelo Supremo ou os indícios em acordo rescindido pela Procuradoria-Geral da República? A possível rescisão na colaboração da JBS leva alguns atores a confundir interesseiramente as respostas a estas perguntas.
 
Advogados, políticos e juízes, especialmente alguns ministros do Supremo Tribunal Federal, enfatizaram desde o início da Operação Lava Jato que a palavra do delator é indício, não sendo suficiente per si para condenar alguém. O depoimento de delator precisa ser corroborado por outros elementos para se tornar prova de um crime.
 
A Operação Lava Jato, os escândalos políticos calcados nas palavras de delatores, os benefícios garantidos a Joesley Batista e outros executivos da JBS e agora a gravação de quatro horas que mostra como atuam delatores para se beneficiarem da lei, tudo isso inseriu no imaginário e no debate cotidiano o instituto da delação premiada.
 
Após mais de três anos, a válvula propulsora da maior investigação contra a corrupção do país está na berlinda e o instrumento precisa ser rediscutido – deixando de lado argumentos oportunistas. Mas qual o caminho o Brasil vai trilhar: corrigir os erros de um instituto relativamente novo, testado no maior escândalo de corrupção da história do país, ou simplesmente combalir esta técnica de investigação?
 
Desde o início das investigações, de fato, as arestas na colaboração premiada se somavam. A Polícia Federal apontou problemas na delação do ex-presidente da Transpetro Sergio Machado, que envolveu a cúpula do PMDB no Senado no esquema.
 
Semanas depois, a Procuradoria da República no Distrito Federal colocou sob suspeita a colaboração premiada do ex-senador Delcídio do Amaral, que teria envolvido o ex-presidente Lula em seus relatos para ampliar o poder de fogo e garantir mais benefícios.
 
Agora, é a própria Procuradoria-Geral da República que teve que vir a público se curvar aos fatos e reconhecer publicamente que as negociações da colaboração premiada da JBS podem ter sido maculadas.
 
A delação da empresa foi apresentada ao país como a mais forte colaboração já fechada pelo Ministério Público diante dos fartos elementos de provas – inclusive contra o presidente da República, Michel Temer. E a entrega da gravação da conversa entre Joesley e Temer foi uma das razões para os benefícios concedidos pela PGR.
 
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Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

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