João Gabardo Reis serviu a Osmar Terra, a Luiz Eduardo Mandetta e, serve, agora, ao governador João Dória Jr. Não sei o que pensava quando servia a Terra. Sabe-se o que dizia quando servia a Mandetta. E confere-se o que diz quando serve a Dória. Definitivamente, Gabardo não é uma fonte confiável, isto é, aquele que tem opinião independente sobre temas relacionados ao Covid-19.
Sua opinião ganhou relevância por ecoar a opinião de Mandetta, de defesa intransigente do isolamento social, contra a quarentena vertical proposta por Bolsonaro, até que a guerra contra a Covid-19 fosse vitoriosa. Agora, coloca sua opinião a serviço da flexibilização do isolamento de Dória, em plena ascensão da pandemia.
Gabardo é o chamado “pau para toda obra”. É o parecerista que pergunta ao contratador se quer o parecer contra ou a favor.
Conscientizamos a população sobre vulnerabilidades, riscos e medidas de prevenção da Covid-19. E preparamos o sistema de saúde para enfrentar os casos da nova doença: ampliação dos leitos, aquisição de equipamentos de proteção individual e de respiradores, novos leitos de UTI, estabelecimento de protocolos e fluxos, capacitação dos profissionais, melhoria dos diagnósticos.
Chegou a duas semanas ao governo Dória e já fala em “nós”.
O índice de isolamento social de São Paulo é de 36,8%, É pouco mais da metade do que é considerado o índice ideal para controlar a Covid-19, segundo seu chefe, David Uip, Coordenador do Centro de Contingência do Coronavirus em São Paulo, para quem índice ideal é 70%.
Cinco dias atrás, a taxa de ocupação de leitos de UTI em São Paulo caiu de 73,8% para 67,5% na capital e de 88,1% para 75,5% em todo estado. Foi uma folga provisória, devido à chegada de novos respiradores, sem levar em conta a evolução da doença. No dia 27 de maio a taxa de ocupação de leitos de UTI na cidade de São Paulo era de 91%.
Nos últimos dias foi anunciada a entrega de mais 850 respiradores.
Vamos a alguns números básicos:
- Segundo a Associação de Medicina Intensivista, 20% das pessoas contaminadas precisam ser internadas. Dessas, 15% exigem cuidados intensivos em UTI. Ou seja, 3% dos contaminados exigem UTI, com tempo médio de permanência de 14 dias..
- São Paulo registrou 134 mil casos nas últimas duas semanas. Significa que cerca de 4 mil exigirão internamento e uso de respiradores.
No dia 4 de junho, os pacientes sujeitos a UTI eram de cerca de 3,3 mil (15% dos 20% contaminados das últimas 14 dias sujeitos a internação). No dia 10, já são 4.000, Ou seja, em pleno isolamento, a demanda por UTI aumentou em 20%. Sem o isolamento, de quanto será esse aumento?
Voltemos ao discípulo de Osmar Terra:
As medidas do governo de São Paulo obtiveram resultados expressivos nos 70 dias iniciais da quarentena. Evitaram a contaminação de quase 1 milhão de pessoas, e isso poupou 65 mil vidas, como lembrou o governador João Doria (PSDB). Ninguém ficou sem atendimento. E o trabalho dos profissionais de saúde permitiu que mais de 30 mil pacientes se recuperassem. Protocolos desenvolvidos pelo Hospital das Clínicas trataram casos graves com maior taxa de sucesso e com internações mais curtas que a média mundial.
São Paulo teve 20 mil óbitos e 312 mil contaminados. Sua população é de 44 milhões de pessoas. Segundo Gabardo, sem o trabalho de Dória, São Paulo teria 1 milhão a mais de contaminados. Ora, 1,3 milhão representa 3% da população total do estado.
Analise o Amazonas, estado mais afetado pela pandemia. Tem 8,3 milhões de habitantes e, até agora, 98 mil pessoas infectadas, ou 1,2% da população. Amapá, com 1,7 milhão de habitantes, teve 26 mil infectados, ou 1,5%.
São Paulo, com a melhor rede hospitalar, pública e privada, mesmo antes de Dória, teria 3% de infectados se não fosse Dória? Gabardo certamente aprendeu estatística com Osmar Terra, o coronel Ponciano da infectologia nacional (o coronel foi personagem imortal do romance “O coronel e o lobisomem”, de José Cândido de Carvalho, por sua incrível capacidade de acreditar nas mentiras que contava).
Voltemos ao discípulo de Ponciano:
O Plano São Paulo está ancorado em dados que permitem previsibilidade e segurança na tomada de decisões. Especialmente na Grande São Paulo e na capital, esses indicadores mostram hoje redução ou estabilização no índice de novos casos, além de capacidade de pleno atendimento. Em três regiões mais críticas do interior do estado, o movimento é inverso —temos índices em ascensão.
No último dia 10, a cidade de São Paulo mostrou crescimento de 2,37% no acumulado de 14 dias dos casos, em relação ao acumulado do dia anterior; e o ABC mais 7%. Tudo isso com esse arremedo de isolamento social. Onde está a estabilização?
Em suma, sugere-se aos veículos que demandem fontes sérias, que esqueçam João Gabardo. Há muitos infectologistas de renome capazes de trazer informações abalizadas sobre a pandemia e sobre a flexibilização do isolamento social.
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Nassif, o Amapá tem cerca de 800 mil habitantes. Esse 1.7 milhão tá muito errado.
Pelo visto, esse cara está parecendo um misto do Múcio (personagem de Jô Soares) com Ofélia, esposa de Fernandinho (interpretado por Lúcio Mauro)
Nassif, análise perfeita, mas corrija os dados da população do AM e AP (4 milhões e 800 mil, respectivamente).
o odio disseminado pela elite burra contra o PT nos levou a destruicao enquanto pais forte e soberano: hoje somos escoria do mundo que tem o povo brasileiro como lixo toxico que mata e a covid 19 apenas tirou a mascara da ruina
Nassif, você esqueceu que Gabbardo e Beltrame (todo enrolado com a PF no Pará) foram pilares de apoio de Serra no MS.
Esse João Gabardo é o mesmo das fraudes da licitacao no RIO GRANDE DO SUL? nao pode ser esqquecido tem que ser lembrado pelos feitos por onde passou, talvez tenha mais gato dentro dessa tuba