Lava Jato poupou Guedes em investigação durante campanha de Bolsonaro

Empresa da qual o hoje ministro foi sócio até outubro de 2018 fez repasse de meio milhão de reais a escritório de fachada

Foto: Agência Brasil

Jornal GGN – A Lava Jato em Curitiba poupou Paulo Guedes em investigação sobre lavagem de dinheiro durante a campanha presidencial de Jair Bolsonaro. É o que mostra a Folha desta terça (20).

Segundo o jornal, em abril de 2018, a Lava Jato apresentou denúncia contra suspeitos de participar de um esquema de lavagem de dinheiro envolvendo uma empresa de fachada controlada pelo ex-assessor da Casa Civil de Beto Richa, Carlos Nasser.

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A empresa GPG Consultoria, da qual Guedes foi sócio entre 2005 até outubro de 2018 (abandonou depois que Bolsonaro ganhou a eleição), fez um repasse de R$ 560 mil ao escritório Power Marketing Assessoria e Planejamento, em agosto de 2007, que foi apontado pela Lava Jato como de fachado.

Apenas 7 dias depois de o pagamento da GPG, de Guedes, cair na conta da Power Marketing, meio milhão de reais foi sacado em espécie por Nasser. Para a Lava Jato, esse era o modus operandi da empresa para gerar propina.

Leia mais: Como o implacável Sergio Moro livrou a cara do futuro aliado Paulo Guedes, por Luis Nassif

Guedes, além de sócio-administrador da GPG, era sócio e membro do Conselo de Administração da TPI, atual Triunfo Participações e Investimentos, empresa que também foi investigada pela Lava Jato e teve 3 executivos presos no suposto esquema de lavagem com a Power Marketing.

Segundo a Folha, durante o processo, os advogados de Nasser chegaram a arrolar Guedes e seu irmão, Gustavo, sócio de sua empresa, para testemunhar diante do então juiz Sergio Moro. Mas a audiência, marcada para 27 de agosto, foi cancelada em meio à campanha presidencial de Bolsonaro.

Moro condenou os “responsáveis por outras duas companhias que destinaram recursos ao escritório suspeito”, destacou o jornal.

Nasser morreu no final do ano passado.

Procurada, a Lava Jato em Curitiba disse que não denunciou Guedes porque não havia “prova robusta”, mas que “a investigação prossegue”. Não detalharam, contudo, se o hoje ministro da Economia é investigado pela Procuradoria Geral da República.

Redação

5 Comentários

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  1. Observem que o ministro Guedes é “ex” sócio de operadoras do mercado que estão trabalhando em todas as privatizações. O ministor Guedes é “ex sócio da Afya , uma empresa educacional principalmente de cursos de medicina que ganharam 7 editais dos Mais Mèdicos, e que no dia da apresentação do plano de negócios Future-se abriu ações na bolsa Nasdaq chegando a 1 bilhão de doláres . Lembrem que o acepipe Weintraub, pretentende dar as universidades publicas para grupos privados com um , “fancy name”!, Organizações sociais. Em outras palavras os grupos e empresas, onde o ministro era ex-sócio, estão lucrando em todos os negócios de privatização. Donde fica a pergunta, será que Guedes é tão sem visão que deixa as sociedades na hora que começam a dar lucros estratosféricos?

  2. São tantas as notícias sobre os bandidos que foram protegidos pela lava jato, que não sabemos mais o que diabos vem a ser “provas robustas”

    seriam aquelas que os bandidos pagaram para não existirem?

    ou seriam aquelas que provam que foi tudo combinado desde o início para eleger Bolsonaro e garantir cargos em pontos estratégicos para roubarem mais ainda?

  3. A Lava Jato informou em nota que a denúncia de abril, a qual não incluiu Paulo Guedes, em razão de este ter pago R$ 561 mil a empresa de fachada, ‘teve por objeto empresas e pessoas em relação às quais havia prova robusta dos crimes e de sua autoria’.

    Crimes e autores cujas provas não são robustas não são denunciados.

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