Lava Jato tenta vacinar a opinião pública sobre possível operação contra Sergio Moro

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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À Veja, os membros da força-tarefa, sob sigilo, disseram que não entregaram dados à Lindora porque ela perguntou se eles achavam que Moro é "viável em 2022"

Jornal GGN – Sob a condição de não ter o nome exposto nos jornais, membros da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, coordenada por Deltan Dallagnol, têm repetido a setores da imprensa que Sergio Moro está prestes a virar algo de uma operação policial de fundo “político”, capitaneada pela Procuradoria-Geral da República.

Sob Augusto Aras, a PGR busca acabar com a reputação de Moro para favorecer a reeleição de Jair Bolsonaro. Foi para isso que retomou a delação premiada de Rodrigo Tacla Duran, rejeitada em Curitiba. Em menos de uma semana, essa teoria foi divulgada em pelo menos dois veículos historicamente aliados à Lava Jato, o jornal Valor Econômico e a revista Veja.

Nesta sexta (17), Veja cravou que a “PGR estaria planejando até mesmo uma busca e apreensão no escritório da advogada Rosangela Moro”, esposa do ex-juiz da Lava Jato.

Rosangela foi sócia do advogado Carlos Zucolotto em um escritório de advocacia, e teria estendida a parceria a uma empresa de palestras. Zucolotto, amigo e padrinho de casamento do casal Moro, foi acusado por Rodrigo Tacla Duran de cobrar 5 milhões de dólares em propina para facilitar um acordo de delação premiada com a Lava Jato em Curitiba.

Duran apresentou mensagens apontando que Zucolotto teria contato com “DD”. Também mostrou troca de e-mails com o procurador Roberson Pozzobom. Ele e Deltan Dallagnol são parceiros na Lava Jato e ensaiaram abrir uma empresa de palestras para “lucrar” com a onda anticorrupção.

Segundo Veja, a sociedade entre Rosangela Moro e Zucolotto “seria usada pela PGR para pedir à Justiça o tal mandado de busca e apreensão no escritório de Rosangela”, com o intuito de atingir a imagem de Sergio Moro, o simbolo maior da Lava Jato.

Com a narrativa de que a delação de Tacla Duran e outras investidas da PGR contra a Lava Jato não passam de uma operação política para tirar Moro da disputa presidencial de 2022, a turma de Dallagnol tenta vacinar a opinião pública contra o tiroteio que prevê pela frente.

A desculpa da “operação política” sobreveio sobretudo depois do dia 9 de julho, quando o Supremo Tribunal Federal impôs uma derrota à turma de Dallagnol, ao determinar que a força-tarefa entregue a base de dados das investigações da Lava Jato à PGR, conforme solicitou a sub-procuradora Lindora Araujo. A decisão também vale para a Lava Jato em São Paulo e Rio de Janeiro.

Dallagnol tem mostrado forte resistência a entregar os dados solicitados, que supostamente seriam usados para investigar a atuação irregular dos procuradores ao longo de alguns processos.

À Veja, os membros da força-tarefa, sob sigilo, disseram que não entregaram dados à Lindora porque ela perguntou se eles achavam que Moro é “viável em 2022″.

Fato é que, como lembrou a revista, Augusto Aras é critico da Lava Jato desde que era apenas candidato à PGR. Na campanha, ele disparou: “O que aconteceu com a República de Curitiba foi que os homens acharam que podiam superar as leis e as regras do jogo.”

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Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

7 Comentários

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  1. Essa história de uma “possível operação” contra Sérgio Moro é apenas um aviso para destruição de eventuais provas. Acredite quem quiser na isenção e seriedade de propósitos de todos os atores.

  2. Parece que só no Brasil mesmo para se considerar colocar como candidato a presidência uma pessoa que deveria ser executada pelo crime de alta traição contra o próprio país.

    Parece que o Brasil só sabe andar para trás.

    1. Na última viagem junto com Bolsonero aos Estados Unidos o Sr. Moro e o prisidente (sic) ambos foram à sede da CIA. Fazer o que ?? Além de passar um “RARO” atestado de VASSALOS VERGONHOSOS do terceiro Mundo à Governo dos EUA e sua Agência de Informações FAMOSA POR SER ANTRO ESPÚRIO DE BANDIDOS E CRIMINOSOS USADA PRA SAQUE, APROPRIAÇÃO E ROUBO DE BENS E RIQUEZAS MINERAIS E ENERGÉTICAS DOS POVOS pelos Estados Unidos da Anerda do Norte.

  3. A caravana vai passando e os ruídos de protesto já não mais amedrontam. Está na hora da onça beber água e essa é a prioridade da história. Assistir a implosão da república de Curitiba não tem preço. Que não demore os eventos das punições.

  4. Me pergunto: o que mais falta para mostrar que nossa justiça tem um modus operandis fiel onde, a agilidade interessada na investigação, na publicidade dos fatos, na punição prévia e severa de destruição reputações, etc, só é realidade mesmo, para pobres, negros, opositores políticos, petistas, etc.
    A CF diz e isso, nos causa como cidadãos, uma vergonha permanente de que:”todos são iguais perante a lei” e, “que a lei é para todos”.
    Se isso, fosse verdade, todos os crimes como esses da Lava-jato e de seus protagonistas e outros que tantos prejuízos morais, institucionais, sociais, econômicos, políticos, causam à população, aos que efetivamente produzem e geram empregos e aos trabalhadores e, a nação brasileira, já teriam há muito tempo, sido resolvidos e seus autores, responsabilizados, após processo e julgamentos imparciais, exemplarmente nos termos dessas leis.
    Esse caso da Lava-jato é só mais outro que aí está, seus atores serão por certo, protegidos, poupados, etc, porque todos eles, fazem parte da elite dominante, duvidam? Aguardemos, pois estamos no Brasil.
    São essas as nossas observações sobre o assunto.

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