Luislinda não quer partido, quer o cargo, por Bernardo Mello Franco

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Foto Folhapress-Alan Marques
 
Jornal GGN – Luislinda Valois não quer largar o cargo. Não se importa com o partido que a indicou, e se desfiliou na quinta-feira, 14, da legenda. Tudo isso para se manter no cargo, entende Bernardo Mello Franco, em seu artigo de hoje na Folha. Franco relembra que Luislinda é ruim de voto. Tentou ser deputada mas recebeu menos que 10 mil votos. Aí, com o advento Temer, Luislinda foi indicada pelo ex-cacique do partido, Aécio Neves, que ainda estava bem na foto. 
 
Daí, em novembro último, a ministra alcançou todas as manchetes de jornais, pelo motivo errado. Luislinda queria acumular sua aposentadoria de desembargadora com a de ministra furando regra do teto. No pedido, apelou para a Lei Áurea, pois que sua situação lembrava o trabalho escravo. Vai vendo.

 
A saída do PSDB do governo daria a Luislinda uma possibilidade de sair por cima. Mas não. Agarrou-se ao cargo e dali não quer sair, mesmo que sua atuação frente aos direitos humanos seja risível. Mas fica por isso mesmo. Segundo Franco, Luislinda rasgou a carteirinha tucana e passou cola na cadeira do cargo.
 
Leia o artigo a seguir.
 
da Folha
 
‘Daqui não saio…’
 
por Bernardo Mello Franco
 
BRASÍLIA – A ministra Luislinda Valois não quer desgrudar da cadeira. Nesta quinta-feira, ela pediu sua desfiliação do PSDB. Foi uma manobra desesperada para se manter no cargo, apesar de o partido ter anunciado que está fora do governo.
 
Luislinda tentou ser deputada, mas recebeu apenas 9.557 votos. Em fevereiro, ela realizou o sonho do gabinete próprio e virou ministra dos Direitos Humanos. Foi indicada pelo senador Aécio Neves, que ainda não havia sido deletado do Instagram dos amigos famosos.
 
No mês passado, a imagem da ministra também foi pelos ares. O jornal “O Estado de S. Paulo” revelou que ela reivindicou um supersalário de R$ 61,4 mil. Queria acumular os vencimentos e a aposentadoria de desembargadora, furando a regra do teto. No pedido, a tucana citou a Lei Áurea e alegou que sua situação “se assemelhava ao trabalho escravo”.
 
Luislinda já recebia R$ 33,7 mil brutos e tinha direito a carro com motorista, jatinho da FAB e gabinete refrigerado. O Planalto fez o possível para fritá-la, mas não conseguiu arrancar uma carta de demissão. Como o presidente não tem mais força nem para despedir o ascensorista do palácio, a tucana continuou onde estava.
 
O desembarque do PSDB ofereceu a Luislinda uma saída honrosa. Ela poderia alegar que precisava seguir a orientação do partido, embora estivesse fazendo um trabalho formidável. A opinião dos especialistas em direitos humanos é diferente, mas ninguém precisaria ficar sabendo.
 
Em vez de aproveitar a chance, a ministra rasgou a carteirinha tucana e passou cola na cadeira. Só faltou entoar a velha marchinha: “Daqui não saio / Daqui ninguém me tira…”
 
A manobra não chega a ser inédita. No fim do governo Dilma, o pastor George Hilton também tentou sobreviver ao desembarque do PRB, braço político da Igreja Universal. Ele deixou a sigla, mas foi varrido do Ministério do Esporte. “Nesse mundo ninguém / Perde por esperar…”, avisava a marchinha de Paquito e Romeu Gentil. 
 
 
Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

21 Comentários

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  1. “A Escrava Que Não Era Isaura”

    Nassif: a ministra é do bloco”tô qui tô, eu tô na minha”. Pintando a graninha que ela enseja, abandona até Xangô e Exu Caveira. Quer continuar com os despacho na encruzilhada do Planato. Dizem que ela sente-se prisioneira do Jaburu…

    1. PRISIONEIRA
       

      Penso que Xangô deve ter dado uma força de um lado e o Caveira do outro. Afinal, a magistrada cobre-se de roliças e intrincadas  guias no seu honrado pescoção.

      Agora ser “prisioneira”do Jaburu, isso não.

      Ela é o próprio jaburu.

       

  2. Luislinda….

    Ainda bem que Negra, Mulher, Nordestina. Para não virem com a pecha e a desculpa de perseguição, de preconceito. É a cara da Esquerdopatia Tupiniquim. Esquerda que não é esquerda. Elite que não se enxerga Elite. Mas não lihgue não, Dona Luislinda, pelo menos a sra. foi sincera. A maioria dos Progressistas AntiCapitalistas, ‘arranjaram’ uma tetiinha ou aposentadoria de 30 / 40 mil reais e se encostaram. Discretamente e Hipocritamente. Nada como um dia após o outro. A Verdade Vos Libertará.  

  3. Luislinda Tu és ‘Biutiful’

    Luislinda é a imagem acabada, escancarada e incrivelmente (ou seria ingenuamente?) sincera, do desgoverno temer, revelado à perfeição.

    Parabéns Luislinda por escancarar os que desgovernam o Brasil sob patrocínio golpista da Casa Grande, Casa das Garças e Casa Os Marinho, a Globo.

  4. Inacreditável

    Fico impressionado como uma pessoa, por um punhado de dinheiro do qual não precisa (quem tem uma aposentadoria de 30 mil reais vive muito bem em qualquer lugar do mundo!), simplesmente joga a própria biografia no esgoto…

  5. A alforriada LUISLINDA é a imagem humilhante das ´cotas raciais´

    A alforrria somente foi extensivamente utilizada pelo colonizador português no Brasil e funcionou muito bem pois retirava alguns poucos escravizados da servidão e lhe conferia um status de ´cidadão de 2a classe´. A alforria era revogável na hipótese de alguma ingratidão ou deslealdade do beneficiáiro. Para usufruir da benesse o liberto se submetia a todo tipo de humilhação e representava os papéis mais indecentes o custo era a indignidade compatível com seu anseio de ser livre. 

    O alforriado também tinha a promessa de que outros familiares, a mãe, a mulher, o filho poderia no futuro ser contemplado.

    As ´cotas raciais´ que a sociedade racista brasileira está impondo aos jovens mais talentosos dentre os afro-brasileiros tem o mesmo papel da alforria: retira poucos da exclusão e os submete a uma condição humilhante para o resto da vida. A Dra. LUISLINDA o vem representando a contento. Vê-se toda a mídia e intelectuais felizes da vida com o papel ridículo que ela tem representado por exercer a ´cota´ de única preta no ministério do governo golpista.

    Parabéns aos racistas brasileiros: sem nenhum custo de investimento público está entregando direitos a pretos e pardos retirados de brancos pobres e com isso alimentando o sentimento de ódio racial que até então era desconhecido a despeito do racismo e dos preconceitos que a cultura do racismo nos impôs.

    Em vez da destruição do racismo e da crença em ´raças´ estão humilhando a todos os afro-brasileiros com as políticas públicas de ´cotas raciais´.

    1. Quotas
       

      Não generalize, Militão.

      Luislinda não teve a facilidade das quotas. Sua vida deve ter sido um suplício, ainda que coroada de êxito.

      Conquanto ela possa estar servindo a propositada ridicularização pelo estado para justamente ameaçar um direito tão duramente conquistado pela grande parcela da população, não será desmerecendo-a que estaremos atacando o racismo.

       

    2. …E Sem Óleo na Pista.

      Militão, muita calma nessa hora, para não capotar novamente e novamente, na reta e sem óleo na pista.

      Que tal assistir ou reassistir, se caso, o ‘Roda Viva’ da última segunda, afinal rever valores faz parte da vida de todos nós, senão ficamos parecidos com os Augustos Nunes da vida. 

    3. a….

      Militão ainda bem que você é negro. Os racistas negros não podem confrontá-lo se escondendo atrás da cor da pele. Como fazem com seus argumentos racistas, para acusando racismo, se perpetuarem racistas. Uma destas figuras, escrevendo em CartaCapital, menosprezou argumentos de uma Jornalista devido à sua ‘branquitude’. Existe sim um Racismo de Mercado, imposto pelo controle de multinacionais na grande mídia. Estes mesmos que nos acusam, nós Brasileiros, de racistas. Entre o Povo Brasileiro, qualquer pessoa pode ser o que ela quiser. Negro, pobre, asiático, judeu…Estamos abarrotados de casos.Dizem ser o sul colonizados por alemães, mais racistas. O 1.o Governador negro doi gaúcho: Alceu Collares. O nível educaional desta região é libertadora. Educação é que liberta. A Todos. De forma igualitária. O resto é apenas propagar o racismo. (p.S. Militão é nome de grandes jogadores de futebol. Atualmente tem um no Maior de Todos SPFC) abs.    

    4. Quaquaquaquaquá!
      Militão, pare de falar sobre o que desconhece.
      Na universidade federal em que leciono, os ingressantes pelas ações afirmativas estão entre os alunos mais ativos, interessados e conscientes da importância dessa oportunidade. Nenhum deles ande de cabeça baixa por aqui, Militão! E só os preconceituosos empedernidos, como você, ousam discriminá-los, mas, para eles, existe o processo administrativo. É o caso de uns dez docentes dos cursos de engenharia, que estão aprendendo na marra a respeitar todos os seus alunos, já que não foram capazes de aprender isso sozinhos.

      1. Teu sorriso sarcástico revela

        Caro professor, notável o vosso prazer – talvez inconsciente, dou-lhe o benefício da dúvida – de um sorriso racista, o mesmo prazer capaz de submeter os jovens talentos afro-brasileiros às ´cotas de humilhação´. 

        Você dizer que falo o que ´desconheço´ faz parte da vossa presunção de inferioridade mental e cerebral dos que vocês definem como pertencentes à ´raça negra´. 

        Não preciso conviver no dia a dia com os que ´ingressaram´ na universidade. Convivo, debato e me solidarizo com os milhões de pretos e pardos que se envergonham com a humilhação das ´cotas raciais´; Eles não serão beneficiários da alforria do século 21.

        Quando você denomina – mal intencionado – que direitos raciais segregados seja ´ações afirmativas´ revela que tem a pretensão de inovar ou de falsear a doutrina da filosofia jurídica. Ações Afirmativas, desde os EUA onde tem sido empregado intensivametne, sempre foi ´racialmente´ neutra.

        Nos EUA nunca houve uma ´lei de cotas raciais´. A idéia doutrinária de ações afirmativas é garantir as oportunidades. Assegurar que não ocorram discriminações. Promover a diversidade humana. Isso são as ações afirmativas. Nos EUA, todos os dados comprovam: as maiores beneficiárias foram as mulheres, mas também os afro-americanos, os latinos, africanos, indianos, chineses e até árabes.

        Na vossa concepção preconceituosa  esses alunos ´mais ativos´ somente estão ativos na vossa universidade em razão das ´cotas raciais´.  Isso é falso. Bastariam ações afirmativas, pelo recorte de renda, e todos estariam na universidade sem precisar ostentarem um falacioso ´pertencimento racial´ que jamais tivemos. 

        Em vossa nefasta avaliação – de conteúdo racista – eles não teriam competência para estar na universidade sem as políticas de segregação de direitos raciais. Em vossa paupérrima avaliação, se os jovens pretos e pardos, pobres oriundos de escola pública, disputassem em igualdade de condições com brancos pobres, da mesma classe social, do mesmo ambiente sócial, da mesma escola púyblica, apenas por serem pretos e pardos, não ingressariam sem a muleta de ´cotas raciais´ – essa política pública de estatização de ´raças´ – manipulação da escassez, sem o investimento de nenhum real orçamentário e que nos foram impostas por milhões de dólares das Ford´s Foundacions & Cia, a serviço da CIA e demais órgãos da inteligência ianque.

        As ´cotas raciais´, no exemplo do comentário, tem o mesmo papel das alforrias no século 19, ou seja, retira poucos do sistema racista e dá-lhes um privilégio que não será universalizado, e mantém-se o sistema. Na escravidão brasileira –  a maior e mais duradoura de todas as escravidões na história humana – os manumissos serviam de classe intermediária que abandonavam seus irmãos na senzala, traiam os planos de fuga e resistência, a fim de assegurar a vantagem pessoal, o mesmo que vocês estão fazendo com nossos jovens talentos.

        Senhor professor, já me coloquei a vossa disposição para um debate na vossa univesidade. Sempre recomendo aos jovens que questionam o uso da lei: se essa lei escrotra está vigente você deve utilizá-la, porém o faça de maneira crítica.

        Já estive em dezenas de debates. Em dezenas de universidades e não levo nenhuma ´claque´ como fazem os defensores dessa excrescência sociológia e racista das ´cotas raciais´ que tem por objetivo a institucionalização do racismo e a afirmação pelo estado – e por professores como você – da presumida inferioridade dos afrodescendentes.

        Por favor, guarde teu sorriso maroto para tuas ´negras´, e respeito aos pretos e pardos que não são da ´raça negra´ pois, esse assunto é muito mais sério, e vossa capacidade de compreensão não consegue perceber.

         

        1. Hamleriana

          “The lady doth protest too much, methinks.”

          Militão, sua resposta só me dá razão.  Você ainda está no tempo de Booker T. Washington. Dubois faz mais meu gosto, assim como Martin e Malcolm.

          No ano que vem, estarei afastado para um pós-doc, mas, em 2019, farei questão de convidá-lo para um debate com meus alunos. Eles têm muito a te ensinar…

          1. Sou mais W.E.B.Du Bois

            Que lutou contra as discriminações e o racismo. Você e os defensores de ´cotas raciais´ estão mais para fazer acordos com os racistas com fez Booker T. Washington, em vez de lutar pela liberdade, a conformidade com migalhas. Pode continuar racista mas me conceda alguns direitos pensava Booker.

            Sou socialista, tal como Du Bois, e acreditamos que o capitalismo é quem mais usufruiu com o racismo, portanto com a exclusão  sistemática em ração das discrimianações raciais.

            Aproveito vosso pós-Doc e espero que retorne com uma visão intelectual menos racialista e mais humanista. O Brasil e as universidades estão carentes de humanistas e repletos de racialistas subvencionados pela inteligência ianque via Ford´s Foundacions & cia…

      2. Militante

        Toda pessoa que tem origem humilde e sofrida e uma vida  de lutas, aproveita com unhas e dentes as oportunidades que lhes são oferecidas.

        Militante em favor dos afro-descendentes que se opõe às quotas ou não é afro-descendente, ou  é adotado ou nasceu rico.

        É esse tipo de militância que afunda todos os ideários de progresso de uma parcela da população.

        Seria como se uma feminista se  posicionasse a favor da burca.

        E seria bom que as  pessoas  se informassem a respeito da lei de quotas, que na verdade pouca referência faz aos afro-descendentes.

        Seu objetivo e oferecer oportunidade de estudo às pessoas de baixa renda.

         

         

        1. Oportunidades para pessoas de “Baixa renda”

          Amoraiza, para ser ´a favor dos afro-descendentes´ é preciso ser antirracista. Eu sou um antirracista. Assim como foram FANON, LUTHER KING, MALCOLM (no fim da vida após a ´Carta de Meca), MANDELA e BARACK OBAMA. Todo antirracista tem o dever ser repudiar a crença em ´raças´, e repudiar que o estado considere a ´raça´ como identidade jurídica para outorgar ou exlcluir direitos.

          Para os de ´baixa renda´, esse de fato seria o critério correto: ´cotas sociais´ bastavam a reserva de 50% das vagas em universidades públicas e colégios técnicos públicos para alunos pelo recorte de renda per capita.

          Assim, pretos, pardos, brancos, amarelos todos da mesma faixa social disputariam em igualdade de condições. Desculpe, mas ´a raça´ – para quem é antirracista – não pode ser considerada uma ´diferença´ capaz de gerar ou de excluir direitos.

          As leis de ´cotas raciais´ não fazem isso. Basta ter ´a raça negra´, ou seja, ser pretos ou pardos para usufruirem da reserva de vagas pela segregação de direitos raciais.

          Defino tais leis – aprovadas por um congresso repleto de picaretas racista sob o comando do Sen. Sarney – a manipulação da escassez: o estado sem investir nenhum real, retira vaga de brancos pobres para entrega-las a pretos e pardos também pobres, em nome de um falacioso direito ´racial´. Os mais ricos – primeiros colocados – nada perdem. Reservando-se aos mais pobres uma insensata e perversa luta por direitos raciais. Uns serão excluidos. Outros serão excluídos. Isso é racismo!

          Essa legislação tem autoria intelectual do do Senador Sarney (autor do primeiro projeto de cotas raciais) e somente aprovado pelo seu empenho pessoal quando foi presidente do Congresso Nacional em 2012, pois é racismo puro. O mesmo racismo que – desde o século 19 – vigora no Maranhão, onde os afro-maranhenses sobrevivem com o pior IDH dentre todos os afro-brasileiros.

          Você que precisa ´se informar melhor sobre a lei de cotas´- eu acompanhei os debates, fui expositor em 7 distintas Audiências Públicas e conheci de perto a elaboração dessa lei – ela é acima de tudo ´racial´, Até no Relatório de apresentação do texto legal para votação a Relatora, senadora ANA RITA – PT /ES fez questão de frisar: um dos obejtivos da lei de ´cotas raciais´ era estimular o pertencimento racial dos pretos e pardos. O que é isso?? Estimular o pertencimento racial é racismo puro!

          O texto integral da lei: aqui http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12711.htm

          o principal artigo ´racial´ –

           Art. 3o  Em cada instituição federal de ensino superior, as vagas de que trata o art. 1o desta Lei serão preenchidas, por curso e turno, por autodeclarados pretos, pardos e indígenas e por pessoas com deficiência, nos termos da legislação, em proporção ao total de vagas no mínimo igual à proporção respectiva de pretos, pardos, indígenas e pessoas com deficiência na população da unidade da Federação onde está instalada a instituição, segundo o último censo da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.

          1. Esclarecimentos legais
             

            fonte: http://portal.mec.gov.br/cotas/perguntas-frequentes.html

            PERGUNTAS FREQUENTES

            1) O que é a lei de cotas?

            A Lei nº 12.711/2012, sancionada em agosto deste ano, garante a reserva de 50% das matrículas por curso e turno nas 59 universidades federais e 38 institutos federais de educação, ciência e tecnologia a alunos oriundos integralmente do ensino médio público, em cursos regulares ou da educação de jovens e adultos. Os demais 50% das vagas permanecem para ampla concorrência.

            2) A lei já foi regulamentada?

            Sim, pelo Decreto nº 7.824/2012, que define as condições gerais de reservas de vagas, estabelece a sistemática de acompanhamento das reservas de vagas e a regra de transição para as instituições federais de educação superior. Há, também, a Portaria Normativa nº 18/2012, do Ministério da Educação, que estabelece os conceitos básicos para aplicação da lei, prevê as modalidades das reservas de vagas e as fórmulas para cálculo, fixa as condições para concorrer às vagas reservadas e estabelece a sistemática de preenchimento das vagas reservadas.

            3) Como é feita a distribuição das cotas?

            As vagas reservadas às cotas (50% do total de vagas da instituição) serão subdivididas — metade para estudantes de escolas públicas com renda familiar bruta igual ou inferior a um salário mínimo e meio per capita e metade para estudantes de escolas públicas com renda familiar superior a um salário mínimo e meio. Em ambos os casos, também será levado em conta percentual mínimo correspondente ao da soma de pretos, pardos e indígenas no estado, de acordo com o último censo demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

            4) A lei deverá ser aplicada imediatamente?

            Sim, mas gradualmente. Em 2013 terão de ser reservadas, pelo menos, 12,5% do número de vagas ofertadas atualmente. A implantação das cotas ocorrerá de forma progressiva ao longo dos próximos quatro anos, até chegar à metade da oferta total do ensino público superior federal.

            5) Como as universidades que já tiveram edital de vestibular publicado devem agir?

            As universidades que já publicaram seus editais para o vestibular terão de fazer novas chamadas.

            6) A lei vale para quem estudou em colégios militares também?

            Sim, vale para todas as escolas públicas de ensino médio. O conceito de escola pública se baseia na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), Lei nº 9394/96, art. 19, inciso I:

            Art. 19. As instituições de ensino dos diferentes níveis classificam–se nas seguintes categorias administrativas:

            I – públicas, assim entendidas as criadas ou incorporadas, mantidas e administradas pelo Poder Público

            7) Quem obteve certificação do ensino médio pelo Enem poderá entrar pela reserva de vagas?

            Para ser considerado egresso de escola pública, o estudante deve ter cursado o ensino médio em escola pública ou ter obtido certificação do Enem, Encceja e demais realizadas pelos sistemas estaduais, tendo cursado o ensino fundamental em estabelecimento público. O estudante não pode ter cursado escola particular em nenhum momento.

            8) Quem concorrer pelas cotas também poderá entrar pela ampla concorrência?

            Nos primeiros quatro anos de implementação da lei, os estudantes cotistas devem disputar vagas tanto pelo critério de cotas quanto pelo de ampla concorrência, já que as vagas serão oferecidas gradativamente. A partir de quatro anos, a permanência desse modelo ficará a critério de cada instituição de ensino.

            9) As cotas valerão para vestibulares tradicionais e para o Sisu?

            Sim, a lei já valerá para os próximos vestibulares das instituições e também na próxima edição do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) do Ministério da Educação. As instituições federais de ensino que adotarem diferentes processos seletivos precisam observar as reservas de vagas em cada um destes processos.

            10) Como será comprovada cor e renda declarados pelos candidatos?

            O critério da raça será autodeclaratório, como ocorre no censo demográfico e em toda política de afirmação no Brasil. Já a renda familiar per capita terá de ser comprovada por documentação, com regras estabelecidas pela instituição e recomendação de documentos mínimos pelo MEC.

            11) No critério racial, haverá separação entre pretos, pardos e índios?

            Não. No entanto, o MEC incentiva que universidades e institutos federais localizados em estados com grande concentração de indígenas adotem critérios adicionais específicos para esses povos, dentro do critério da raça, no âmbito da autonomia das instituições.

            12) Como o governo federal vai garantir a permanência dos estudantes cotistas na universidade?

            A política de assistência estudantil será reforçada. No orçamento de 2013 já está previsto um aumento para o Programa Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes). Serão investidos pelo menos R$ 600 milhões em assistência estudantil em 2013. O MEC está articulando com os reitores a política de acolhimento dos alunos cotistas, que também gira em torno da política de tutoria e nivelamento.

            13) Universidades que já têm programas de cotas terão de mudar?

            Podem ser mantidas as iniciativas já existentes, desde que as exigências da lei, ou seja, 12,5% das vagas, sejam implementadas conforme o Congresso Nacional estabeleceu. Então, no mínimo, esses 12,5% têm que corresponder integralmente aos critérios da lei. A partir desse 12,5%, podem ser criados critérios adicionais. A Lei de Cotas determina o mínimo de aplicação das vagas, mas as universidades federais têm autonomia para, por meio de políticas específicas de ações afirmativas, instituir reservas de vagas suplementares.

            14) Haverá algum tipo de acompanhamento da implementação da lei?

            Sim. O acompanhamento ficará a cargo de um comitê composto por representantes do Ministério da Educação, da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) e da Fundação Nacional do Índio (Funai), com a participação de representantes de outros órgãos e entidades e da sociedade civil.

             

             

    5. Você, militante
       

      Está fazendo exatamente o que a Casa Grande quer. Parabéns!

      Seu discurso é o de um fascista.

      Não sei em que fonte você bebe mas esta, por certo o envenena, o que não lhe dá o direito de envenenar os seus.

      Outrossim, uma pessoa para aceitar uma visão de mundo igual à sua tem uma índole, por si, egoista.

      Não é capaz de perceber o outro, é facilmente manipulável em favor de grandes interesses,  desde que se veja favorecida primeiro, ainda que em detrimento dos demais.

      É lamentável.

      O tempo vai esclarecer os seus caminhos.

      Veja o seu próprio discurso:

      As ´cotas raciais´ que a sociedade racista brasileira está impondo aos jovens mais talentosos dentre os afro-brasileiros tem o mesmo papel da alforria: retira poucos da exclusão e os submete a uma condição humilhante para o resto da vida. A Dra. LUISLINDA o vem representando a contento. Vê-se toda a mídia e intelectuais felizes da vida com o papel ridículo que ela tem representado por exercer a ´cota´ de única preta no ministério do governo golpista.

      Você está criticando a alforria, com o que, você a prefere à escravidão.

      Ademais, repito, a Dra. Luislinda NÃO ESTUDOU PELO SISTEMA DE QUOTAS.

      Ora ela é política e político, admitamos, todo ele, de qualquer cor ou credo, com raras exceções, SEMPRE FAZ PAPEL RIDÍCULO.

      Seja isento e procure ver as coisas pela sua real dimensão.

      E lembre-se é melhor ter a garantia escrita de que “todos são iguais diante da lei ” do que  garantia nenhuma.

       

      1. Fascista é quem defende segregação de direitos raciais.

        Fascista é quem, como você, defende a produção do racismo estatal. A falta de bons argumentos é comum a apelação ao discurso pessoal: ad hominen. Isso revela o caráter defeituoso do debatedor. 

        Eu a compreendo. Ao defender o sistema de alforrias, normal que você também defenda o das cotas raciais. São institutos utilizados para o mesmo fim: impedir a revolta das vítimas. E você tem a compreensão lamentável que as alforrias foram boas, assim como pensa que as cotas raciais serão boas para as vítimas do racismo.

        As vítimas do racismo querem destruir o racismo. Como os abolicionistas queriam destruir a escravidão.

        Aqui não debato a história pessoal da Dra. LuisLinda, mas o papel ridículo de se autopromover com falsidade curricular e se apegar de forma ridícula a um cargo simbólico – a cota racial do governo golpista – em condições de humilhação que afeta a todos os afrobrasileiros. 

        Alforria e cotas raciais se igualam: são instrumentos para a manutenção do status quo. Se você ler e estudar a escravidão no Brasil e a sobrevida dela, a maior e mais duradoura de todos os tempos na história da humanidade, compreenderá o papel perverso do instituto da ´alforria´. 

        Eu denuncio a alforria como sendo o instrumento que os escravocratas utilizaram para neutralizar o sentimento de revoltas nas senzalas. O alforriado era um ´cidadão de segunda classe´, que, por lei, ficava devendo lealdade eterna ao benfeitor. A lealdade era demonstrada pela delação de fugas. Delação de locais de quilombos. Delação de organizações libertárias. Esse era o papel fundamental do alforriado. Outro papela importante era ser Capitão do Mato e conviver com a escravidão. Quase sempre o escravocrata também tinha escravos. Ou seja, legitimava o sistema.

        As alforrias – que você não aceita a crítica – somente foi utilizada extensivamente no Brasil, em grande quantidade, e ela fez a sobrevida do sistema escravocrata pois, a delação e cumplicidade dos alforriados, minavam os movimentos de rebeldia e revolução que predominava no meio dos escravizados.

        A alforria fez que o Brasil fosse o último país a extinguir a escravidão. Ou você acha que foi pouco.

        Vocês racistas, estão fazendo o mesmo com o racismo. Com as ´cotas raciais´ fizeram a outorga de direitos segregados e com isso, pretendem a manutenção do racismo conforme o status quo.

        O nazismo e o fascismo foram o auge dos estados racializados no século 20. Após a 2a guerra mundial e a revelação dos crimes raciais praticados, o mundo fez a Declaração Universal dos Direitos Humanos (ONU_1948) pela qual, todos os países membros ficaram proibidos de produzir leis em bases raciais.

        Os racistas do Brasil, como você, estão colocando o Brasil na contramão da história. Nenhum país tem leis de “cotas raciais”, assim como nenhum outro tinha o instituto da alforria. São instrumentos a manutenção do sistema.

        De minha parte, a história registrará que haverá oposição ao racismo estatal.

        1. Oportunidade
           

          Caríssimo,

          Valho-me da oportunidade para solicitar as minhas mais sinceras desculpas por perder meu tempo discutindo com você.

          Você não pode ser responsabilizado por ser como é , vez que não sabe interpretar as informações que recebe.

          Sendo, portanto, inimputável, aproveite a importância que alguém ainda  lhe atribui enquanto for útil, tanto quanto o faz um Kataguiri da vida

          Mais uma vez, minhas sinceras desculpas e por que não dizer, condolências?

          Abraços

           

          1. Inimputabilidade presumida…

             

            Na cabeça de qualquer racista, um afro-descendente que pense, raciocine e não aceite o paternalismo racista dos detentores dos poderes  e não aceita a lógica de leis racistas outorgadas por um congresso racista e acolhida por conselhos universitários racistas, é uma pessoa inimputável.

            Essa é exatamente a honraria que busco.Os racistas em geral, sejam pretos ou brancos, haveráo de nos odiar os que lutamos contra o racismo e contra sua perversa lógica de pertencimentos raciais.

            A dignidade dos afro-brasileiros não postula privilégios raciais, douradas pelo paternalismo de brancos racistas.

            Postulamos e exigimos o combate ao racismo, às discriminações, aos preconceitos e às exclusões injustas. Queremos o tratamento com igualdade e tratar com igualdade não significa direitos raciais segregados.

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