Macroeconomia não combina com senso comum, diz Fernando Ferro

Economista usa redes sociais para exemplificar como a economia de um país opera de forma diferente do visto em uma empresa ou família

O economista Fernando Ferro. Foto: Reprodução/Portal Disparada

Jornal GGN – O economista Fernando Ferro utilizou suas redes sociais neste domingo para explicar, de forma didática, como a macroeconomia não combina com o senso comum, ao contrário do que acontece com a microeconomia.

Confira a explicação dada por Ferro em thread publicada no Twitter:

5 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Minha macro é parca e porca mas isto de brincar de Monopoly imprimindo papel gera inflação.
    E é o povão que se lasca na inflação.
    Anos 80 e 90 que o digam.

    1. Não é a emissão de grana que gera inflação, mas sim a incapacidade de produzir mais.
      Se a emissão gera demanda dentro do limite da capacidade produtiva, não há efeito inflacionário.

  2. A moeda e a perspectiva da realidade – uma luta pelo poder.

    A realidade, vista na sua integralidade, não é lógica. Em outras palavras, a realidade não segue um único padrão, independentemente do padrão a ser usado.
    Prova disso é que a realidade, no mesmo espaço-tempo, é estática e vem a ser dinâmica. E isso é ilógico sob qualquer perspectiva. Pois, não é possível definir quando/onde (espaço-tempo) ela é estática e quando/onde (espaço-tempo) ela vem a ser dinâmica.
    Em suma, no mesmo espaço-tempo há permanência e mudança. Assim, a realidade na sua integralidade é ilógica, ou melhor dizendo, é parcialmente lógica e parcialmente ilógica.

    Partindo desse pressuposto, a moeda, numa perspectiva estática, tem relação com a riqueza de uma dada economia e, portanto, emitir mais moeda significa que ela terá, proporcionalmente, menos valor por unidade de riqueza.

    Porém, numa perspectiva dinâmica, à medida que há uma estagnação econômica e uma grande quantidade de moeda empoçada na mão de agentes que não tem propensão a gastar, o Estado pode emitir moeda (e colocar na mão de agentes sem moeda e com propensão a gastar) que isso não irá, num primeiro momento, desvalorizar a moeda, mas apenas fará a economia se mover.

    À medida que a economia volta ao normal, ou seja, a quantidade de moeda circulando está equilibrada com a quantidade de bens, numa dada unidade de conta, o excesso de moeda deve ser recolhido através de impostos, taxas, etc. Aí, volta a valer a perspectiva estática da realidade econômica.

    Por isso, para intervir na realidade é preciso ter dois talentos: lógica e intuição. Para se equilibrar numa realidade que não é totalmente lógica.

    E qual é o problema de se encarar a economia numa perspectiva dinâmica?

    Ao fazer isso o Estado altera as relações de poder, ou seja, tira poder relativo dos agentes detentores de grande quantidade de moeda.

    Por isso, quem está com esse poder nas mãos, como fundos, bancos e corretoras, por exemplo, faz de tudo para impedir que os demais agentes econômicos encarem a economia na perspectiva dinâmica. Afinal, quem está no poder quer manter sua situação.
    E os demais agentes econômicos, sem moeda, o que fazem?
    – Que “comam brioches”. Dirá a “Haute Finance”, a nobreza dos tempos pós-modernos.

    Com a palavra, mais uma vez, os “sans-cullote”.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador