Marina, Serra e Plínio no Debate Região Nordeste pelo SBT: sobraram estereótipos e desconhecimento da região.

Marina, Plínio e Serra mal conhecem suas próprias bases eleitorais e desconhecem por completo a realidade do Nordeste. Sobrou estereótipos e faltou a discussão do presente e futuro da região. A última coisa que leram foi Celso Furtado, ninguém sabe que tem universidades pelo interior, a transnordestina, a transposição, o cerrado baiano da soja [até Marina, com o seu ambientalismo esqueceu do cerrado!], os pólos petroquímicos, Suape, refinaria, Pecém, a reserva de gás descoberta no Maranhão, nada, nada, nada foi discutido pelos três. 

De Serra todos sabem há tempos que sua visão de Brasil, de economia e de política são paulistas. Um comentarista já lembrava o velho Tancredo que dizia que São Paulo nunca produziu um estadista para o país. De Marina, possuidora de uma trajetória ligada à história do norte do país, esperava-se, pelo menos, um mínimo de conhecimento da região e de sua economia e cultura, para além dos estereótipos. Plínio não adianta. O Velho Maluquinho não tem responsabilidade com nada. Vocifera suas críticas a qualquer um e as suas receitas inviáveis para qualquer coisa, em qualquer época que seja. 

O ‘debate’ começou, então, muito mal com as tentativas dos candidatos de mostrarem-se ‘familiarizados’ com a região, fazendo referências aos estereótipos com que ao longo do século XX se construiu a imagem pública do Nordeste: uma região de seca, sofredores periódicos de um ‘flagelo’, ouvintes de forró e cantorias, região de coronéis e cangaceiros, eventualmente visitadas por ‘profetas’ populares. Em síntese, imagens consolidadas pelo “Quinze”, de Raquel de Queiroz; pelos “Retirantes”, de Portinari; por “Vidas Secas” e “São Bernardo”, de Graciliano; pelos coronéis do cacau de Jorge Amado. Tais estereótipos podem ser resumidos no trio Luiz Gonzaga/Cangaceiros/Padre Cícero/Sertanejos. 

Assim, Marina exercitou todo o seu desconhecimento da região e uso destes símbolos, tentanto mostrar que ‘sabe tudo daqui’ citando, logo em sua fala de abertura que ‘assim como toda cantoria tem um mote, o meu é o da educação’. Mesmo sendo correta sua ‘escolha’, tratou o tempo inteiro de analfabetismo[!] e de uma tal de ‘economia criativa’, que quando conseguiu exemplificar, falou em ‘muitas pessoas que sabem fazer música’!!! Ela está pensando em quê? Em que mundo ela se encontra? Marina seguiu decepcionando, recitando um dado decorado sobre ‘um professor aqui ganhar 25% menos do que no Sul’, [ela usou a mesma frase na reunião com evangélicos um pouco mais cedo no Centro de Convenções, em Olinda]. 

E o Velho Maluquinho, ao dizer que ‘aqui, nas terras de Felipe Camarão nasceu pela primeira vez a idéia de nação’?!! Vergonhoso. A dica genial sobre Felipe Camarão foi do tal do Edilson, candidato ao governo de Pernambuco pelo PSOL? Nem história o cara conhece, porque escolheu para fazer a referência do Nordeste a mais furada patriotada da versão militar da história do Brasil. Desde quando em 1650 alguém acreditava existir uma ‘nação’ chamada Brasil? 

Serra, trágico, mostrou sua política e compreensão da região: salário mínimo de 600 reais, 13° [sic, kkkkkkk] para o bolsa família e 10% de aumento na aposentadoria! Ou seja, o Nordeste precisa de esmola! Aí ainda dizem não saber porque Dilma vai levar no primeiro turno.

Redação

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