Mas cadê a guerra???

Apesar das ameaças prévias, o presidente americano mudou o tom do discurso durante o pronunciamento no congresso de seu país. Tendo prometido dar “uma mensagem para o mundo nestes tempos perigosos, sobre a força e a determinação da América”, acabou fazendo um discurso similar ao de todos os outros presidentes, “condenando o ódio e o mal em todas as suas formas”. Louvemos a amenidade revelada em seu novo estilo; torçamos e encorajemos esses novos ventos, muito mais auspiciosos que os anteriores.

Mas não desconsideremos os fatos. Não esqueçamos o anúncio, feito na véspera, de um aumento monstro, de 54 bilhões de dólares, no orçamento militar, a ser bancado, entre outros, por cortes nas verbas para diplomacia, considerando mais barato e eficiente resolver questões internacionais por intermédio de um porrete. Para que diplomacia, se temos bombas? A pergunta tem certo sentido, não se trata de disparate ilógico. O problema, aliás, é exatamente esse.

 

De qualquer modo, o novo estilo do presidente americano é alvissareiro, sugere que ele tenha despertado e percebido o tamanho da encrenca que constituiria uma guerra contra a China. Os meios de comunicação, em todo o ocidente, veem, sistematicamente, minimizando o crescimento chinês, tentando ocultar o crescimento pujante, sem precedentes, que transformou a China na maior economia mundial. Um ataque à China causaria revide; a destruição seria recíproca. A constatação do tamanho da reação chinesa compeliu a imposição de cautela, e a moderação da agressividade.

Indicaria o novo tom de discurso o término das ameaças de uma grande guerra? Devemos torcer para que isso seja verdade, e lutar para que seja. Mas sem esquecer que o aumento brutal nos gastos militares pedido pelo presidente americano revela, indubitavelmente, seu desejo de guerra, “de voltar a vencer guerras”, em suas próprias palavras.

 

Atentemos para um detalhe significativo na estratégia do grande jogo de guerra atual. O crescimento chinês, em todos os níveis, faz com que a diferença entre o poderio militar da China e o dos EUA se reduza a cada dia. Em poucos, anos estarão equilibrados, sendo impossível que um deles derrote o outro sem ser também devastado. Essa consideração impõe a conclusão estratégica de que, caso os EUA optem pelo ataque, deverão fazê-lo imediatamente, de modo que a guerra amanhã será menos provável que hoje, e assim, a cada dia que passa, até um futuro distante, espero, em que as coisas se invertam, e sejam os chineses a ameaçar americanos.

Tal conclusão permitirá que nos tranquilizemos a cada dia que transcorra sem que a guerra tenha ocorrido. Em menos de 3 anos o poderio chinês será grande a ponto de impossibilitar qualquer lucratividade americana com uma guerra contra eles, calando todas as ameaças. Os próximos dias, no entanto, ainda serão tensos, especialmente enquanto a esquadra do porta-aviões americano permanecer no Mar da China com o propósito de executar provocações FONOPS.

 

Uma nova variável se imporá se considerarmos a derrocada dos EUA, e do ocidente, com a explosão da grande bolha do dólar, a mãe de todas as bolhas; mas isso já é outra história…

 

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Redação

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