“Matadora de Coronavírus”: Como uma ministra indiana controlou a pandemia

Kerala, com 35 milhões de habitantes, registra apenas 524 casos positivos de coronavírus e 4 mortes

Jornal GGN – Era 20 de janeiro quando a ministra saúde KK Shailaja, do estado indiano de Kerala, leu sobre o surto de coronavírus na China e decidiu começar a montagem de uma equipe de resposta imediata ao vírus, antes que ele chegasse com tudo à sua região. Quatro meses depois, Kerala, com 35 milhões de habitantes, registra apenas 524 casos positivos de coronavírus e 4 mortes.

A ministra, que já foi professora de ciências de escola secundária, ganhou apelidos desde então: “rockstar health minister” e “coronavirus slayer” estão entre eles. O sucesso de sua política mostrou que a contenção do coronavírus é possível em uma democracia e em situação de pobreza. Até então, os países que se deram melhor no enfrentamento ao COVID-19 eram mais desenvolvidos economicamente, e com governos mais centralizados e autoritários.

Como a ministra alcançou esse feito? Monitorando os aeroportos e fronteiras do País desde início da crise, no final de janeiro.

Quando o primeiro caso de COVID-19 chegou, em 27 de janeiro, através de um avião de Wuhan, a orientação que já havia sido disseminada para todos os hospitais e equipes de saúde foi seguida: os pacientes com febre devem ser isolados, testados e acompanhados. Aqueles que possivelmente estiveram exposto ao contágio também são colocados em quarentena.

The Guardian narrou até um episódio curioso: no final de fevereiro, uma família que chegava de Veneza viu a equipe médica do governo fiscalizando nos aeroportos, e deu um jeito de escapar. Mas as autoridades identificaram casos de COVID-19 naquele mesmo voo e conseguiram rastrear a família que tentou burlar o sistema. Ela também foi colocada de quarentena.

The Guardian explicou em reportagem que a ministra estava preparada para o coronavírus porque enfrentou, em 2018, outra doença, o Nipah, ainda mais mortal que a covid.

O texto também narra medidas sociais e econômicas adotadas nas fases de isolamento mais rígido. “No auge do vírus em Kerala, 170.000 pessoas foram colocadas em quarentena e sob vigilância estrita por profissionais de saúde visitantes, com aqueles que não tinham um banheiro interno alojados em unidades de isolamento improvisadas às custas do governo do estado. Esse número encolheu para 21.000. ‘Também acomodamos e alimentamos 150.000 trabalhadores migrantes de estados vizinhos que foram presos aqui pelo bloqueio’, diz ela. ‘Nós os alimentamos adequadamente – três refeições por dia durante seis semanas.’ Esses trabalhadores agora estão sendo enviados para casa em trens fretados, escreveu o Guardian.

A ministra é membro do Partido Comunista da Índia (marxista).

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Redação

5 Comentários

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  1. Elogio ao Comunismo
    (Brecht)

    Ele é razoável. Todos o compreendem. Ele é simples.
    Você, por certo, não é nenhum explorador. Você pode entendê-lo.
    Ele é bom para você. Informe-se sobre ele.
    Os idiotas dizem-no idiota e os porcos dizem-no porco.
    Ele é contra a sujeira e contra a estupidez.
    Os exploradores dizem-no um crime,
    mas nós sabemos
    que ele é o fim dos crimes;
    ele não é a loucura e, sim,
    o fim da loucura.
    Não é o caos mas, sim,
    uma nova ordem.
    Ele é a simplicidade.
    O difícil de fazer.

  2. Os sucessos contra o Covid-19 são realçados pela imprensa internacional como a Suécia, que já tem 28 mortos e 28.582 para uma população de 10 milhões de habitantes e uma renda per capita altíssima, ou pela Coréia do Sul que tem 1 morto e 50 milhões de habitantes e também uma renda per capita alta, porém todos esquecem do Vietnam que tem ZERO mortos e 288 infectados para uma população de 97 milhões de pessoas e este estado indiano.
    Qual será a semelhança entre esse estado indiano e o Vietnam que todos não lembram?

    1. Adoraríamos que vc mesmo nos respondesse, já que nós não sabemos a resposta e o problema, cuja solução vc parece saber mas não revela, aflige simplesmente a humanidade inteira. Gratidão.

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