MEC quer estabelecer base curricular mínima para uniformizar ensino no país

Ministério pretende fixar mínimo de 60% em escala nacional, enquanto 40% do método de ensino ficará a cargo das políticas públicas locais
 
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Jornal GGN – Nas próximas semanas o Ministério da Educação irá publicar os resultados preliminares da Base Curricular Nacional (BCN), instrumento que está sendo desenvolvido para padronizar os ensinos básico e fundamental no país. A pasta pretende entregar o trabalho final em março de 2016, antes do prazo previsto pelo Plano Nacional de Educação. Em entrevista exibida na última segunda-feira (31), no programa Brasilianas.org, o ministro Renato Janine Ribeiro explicou que o objetivo da BCN é ajudar municípios e estados a discutirem suas respectivas metodologias e gestão pedagógica e, com isso, uniformizar o ensino de norte a sul do país.
 
Atualmente, cada estado e município tem o seu próprio método de ensino. “Por conta disso acabamos sem ter padrões mínimos do que em cada ano de curso o aluno deve estudar. Por exemplo na matemática, quando você deve aprender equação de segundo grau? História, com que tipo de formação em história o aluno deve sair do ensino fundamental? Então a Base Comum é a ideia de você ter um currículo que atenda determinados requisitos para o país todo”, explicou Janine Ribeiro. O MEC pretende fixar um mínimo de 60% em escala nacional, enquanto que 40% do método de ensino ficará a cargo das políticas públicas de cada estado e município. 
 
O ministro também abordou, durante a entrevista, as mudanças que estão sendo realizadas no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), sobretudo em relação à coleta de dados para a produção de políticas públicas educacionais mais eficientes e, no último bloco do programa, a partir dos 40 minutos, falou das reformas feitas no Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) para combater a evasão escolar e o destaque dos estudantes do programa na competição internacional de educação WorldSkills, onde 25 dos 31 medalhistas eram do Pronatec. Acompanhe acima a entrevista na íntegra.
 
 
Redação

24 Comentários

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  1. Falta pouco…

    Sempre me bati com este fato de não termos um currículo mínimo nacional, exigível em todo o país. Mas não me iludo: os defensores disso vão apanhar muito dos “paulofreiristas”, que dominam as escolas públicas.

    Eu tomaria cuidado com esta divisão 60/40, principalmente no ensino médio. Se o ENEM é nacional, por que não 100% de conteúdo comum no país todo?

  2. Acho ótimo a discussão.

    Mas infelizmente, a questão dos salários e estrutura das escolas, para variar, ficam num plano mais distante. Ou alguém acredita que essa discussão, quiçá a implantação de um currículo comum vai melhorar o ensino. Uma simples lida em Relatório do MEC (2007), onde se lista as carências de professores, bem como nossos resultados no PISA, já mostram que estamos MUITO mal. Uma pesquisa mínima em qualquer escola, irá mostrar que NINGUÉM quer ser professor. E  questões básicas (citei duas que julgo emblemáticas) ficam de lado.

  3. Pátria Educadora?

    O ensino básico brasileiro tem problemas estruturais que inviablizam seu avanço. Parte deles tem origem econômica, a outra tem origem ideológica. Os salários dos professores são um vexame. Com isso, só são atraídos para a carreira de magistério pessoas sem talento para perseguir outras carreiras, exceto em raros casos de vocação e abnegação excepcionais. Além do mais, as escolas não têm laboratórios, o que resulta em um ensino puramente livresco. Resolver esses dois problemas custa caro.

    Vamos agora aos problemas ideológicos. Todas as nossas Faculdades de Educação são dominadas por pessoas que ainda acreditam no postulado da tabula rasa de John Locke: todas as crianças nascem iguais. Ao negar a enorme variedade de aptidões e de preferências das crianças para as diferentes disciplinas, o Brasil impõe a todas currículos uniformes, rígidos e abarrotados de disciplinas obrigatórias. No ensino médio, chegamos ao delírio de 13 disciplinas obrigatórias. Isso é mais do dobro do exigido em quase qualquer outro país do mundo. 

    Além do mais, nenhum aluno pode queimar etapas de formação, o que torna o ensino cruelmente enfadonho para os alunos excepcionalmente talentosos.Quando nossos pedagogos lêm Piaget descrevendo as etapas de desenvolvimento cognitivo das crianças, concluem que essas etapas são percorridas na mesma velocidade por todas elas. Loucura! Quem não é um bom matemático aos 10 anos nunca será um grande matemático, o mesmo se pode dizer de um grande instrumentista. Jascha Heifetz foi apontado como o maior violinista do mundo aos 10 anos. 

    Em parte por ideologia, em parte por falta de infraestrutura das escolas, (p. ex. laboratórios), em nosso ensino há excesso de aulas e muito pouca atividade do estudante. Mesmo nos países que adotam ensino em tempo integral, o número de horas de aulas por dia é quase sempre menor do que o verificado no Brasil. Assim, se pagássemos salários dignos nosso ensino, em escolas de tempo parcial, custaria o que custa o ensino em tempo integral praticado mundo afora. 

    PÁTRIA EDUCADORA é bravata de quem tem QI de um ovo cozido.

     

    1. Laboratórios não são necessariamente caros.

      Desculpe-me mas quem parece ter QI de Ovo Cozido é quem acha que laboratórios são caros.

      Laboratórios de assuntos bem complexos podem ser feitos localmente desde que os professores tenham criatividade, vontade e um mínimo de recursos.

      Um dos problemas principais do ensino é que qualquer pessoa legisla sobre o assunto e comenta sobre ele, e os atores principais, os professores e alunos não são levados em conta.

      1. Concordo com você. Tive um

        Concordo com você. Tive um professor de química fantástico, que improvisava laboratórios com materiais que trazia de sua casa. Todos os alunos (escola pública) aprederam química muito bem.

        1. É

          Vinagre, soda, água e vários elementos que podem ser utilizados num laboratório de química são baratos e seguros, agora o professor tem que ter criatividade.

          Um laboratório de física também não é caro de se fazer, se as escolas tivessem uma verbinha e alguns esquemas básicos como sugestão poderia com mão de obra local montar equipamentos fantásticos. Bons pedreiros, marceneiros, torneiros mecânicos e eletricistas podem com algum esquema montar equipamentos extremamente valiosos em termos didáticos.

          O problema é que há uma tendência a importar ou comprar no mercado interno bancadas caríssimas de ensaios que além do preço muitas vezes não são a prova de alunos (bancadas de ensaio devem ser robustas para que os alunos mexam e não os professores demonstrem),

          Eu trabalhei como professor de hidráulica básica na universidade e posso dizer com segurança, todos os equipamentos comprados de empresas internacionais no tempo em que a universidade tinha um convênio com a UNESCO se mostraram verdadeiras inutilidades, os equipamentos montados nas próprias oficinas da universidade (quando elas existiam) estão funcionando há mais de TRINTA anos!

          No caso da Universidade alguns equipamentos eletrônicos devem ser adquiridos, mas na maioria das vezes a sua serventia é inversamente proporcional a sofisticação tecnológica.

           

  4. Matéria confusa. Base curricular é 1 coisa, “método” é outra

    Nao se pode uniformizar método, seria transformar professores em robôs. E nem o MEC se propoe a “uniformizar”, ou nao estaria falando nessa divisao em 60/40% dp currículo. O que está certo, pois a realidade do país é dispar, há conteúdos indispensáveis na Amazonia, por ex., que talvez nao precisem ser dados em S. Paulo.

    1. Certamente quem errou foi quem escreveu.

      Certamente o que o ministro falou é a uniformização de um currículo mínimo em termos de conteúdo.

      Por mais que existam especificidades regionais simplesmente aceitar que a educação no Amazonas seja diferente do que no Nordeste é impor que no futuro existam profissionais que deverão atuar somente com muita água e outros com pouca.

      1. Nao fala bobagem, tá? Faz uma consultinha pequena c/ educadores

        Arre! Fala só por falar, só para contrariar. Por isso 60/40%. A maior parte igual, mas com espaço para diferenças regionais. Nao deve haver muita diferença no ensino de Matemática. Mas há particularidades em História, Geografia, Literatura, Biologia (fauna e flora locais, por ex.). Em Português nao creio, porque o ensino é ruim, se nao fosse os alunos aprenderiam sobre as particularidades linguísticas locais. Mesmo questoes de meio ambiente, o que deve ser priorizado em S. Paulo nao é o mesmo que na Amazônia.Mas vc entende disso como eu de Física Quântica (ou seja, nada!)

        1. Isto que colocas também está errado.

          Temos um ENEN nacional, é desejável a mobilidade entre estados, logo difernças entre História, Geografia, Literatura e Biologia no primeiro grau ainda se justifica, mas no segundo grau não existe uma biologia do nordeste e outra da amazônia.

          Agora quanto a não entender, estás simplesmente supondo que sendo professor universitário de uma área técnica me alienei do resto. Minha cara, temos no nosso instituto um curso técnico além do superior e seus alunos não estão muito distanciados dos alunos do segundo grau. Além disto com a quantidade de filhos que tenho (cinco), comecei a acompanhar o primeiro há trinta e quatro anos e ainda acompanho a minha filha nº4 nos dias atuais, nesta semana tive que estudar sociologia, filosofia e história com ela, e posso dizer, vejo muita coisa errada.

          Deixando isto de lado 40% de conteúdo local é um exagero, principalmente depois das séries iniciais.

          Nota final: Tenho uma filha que é pedagoga e discuto algumas vezes com ela e seu companheiro, que também o é.

          E ALÉM DE TUDO NÃO TENHO QUE DAR SATISFAÇÕES PARA TI!

           

          1. Nao tem mesmo. Pode dizer bobagem à vontade… Eu “deixo”, rs

            Só rindo. O grande “educador” público com base na educaçao dos 5 filhos. Tá bom. Continue.

          2. Deixa de besteira. Ou acha q entende de Psicanálise tb?

            Só nos Estudos sobre a Histeria sao 5 casos. Sem falar os dos outros livros.

            E nao é vc que desconsiderou uma pesquisa médica, há poucos dias atrás, dizendo que com poucos casos nao tinha validade? É um palhaço mesmo, diz qualquer coisa.

            Sem falar da diferença de níveis entre a experiência privada de educaçao de filhos, onde inclusive nao há questoes de currículo,  e políticas de educaçao pública. Deixa de besteirol, Maestri.

          3. Deixa de fugir do assunto

            O tema deste tópico é a questao da base curricular para o ensino, nao isso.

            E isso é completamente irrelevante, a Psicanálise nunca se propôs como pesquisa empírica.

  5. O governo federal é o maior
    O governo federal é o maior comprador de livros didáticos do país que depois repassa às escolas de todo o país. Logo o conteúdo que for baseado em livros será o mesmo em todo o país (salvo se for sobre a história do estado ou cidade em história ou estudos sociais nas primeiras séries) e nossos professores em geral tb não costumam contar com muito tempo para preparar aulas e consultar bibliografia diversa. Os livros seguem o programa estabelecido pelo Ministério da Educação. O que parece q provoca a imensa diferença é a gestão do dia a dia da escola que fica dependente do que der na veneta de 27 governadores, 5.570 prefeitos mais as escolas a cargo das estruturas do governo federal. Temos de tudo, desde prefeitos q simplesmente desviam a grana da merenda dos alunos até outros q elevam os gastos com educação para 30% do orçamento! E nem mesmo um piso nacional foi conseguido

  6. Reportagem confusa

    Mistura método de ensino com conteúdo curricular, como se fossem  a mesma coisa. Afinal o que o ME desja? Uma base curricular mínima ou um método único, ou quer as duas coisas? Nnum país grande como o Brasil, com tanta diversidade cultural, geográfica e étnica, eu não acho uma boa ideia unificar o método de ensino. Alguém já se lembrou de ouvir os professores e suas associações?

  7. Reportagem confusa

    Mistura método de ensino com conteúdo curricular, como se fossem  a mesma coisa. Afinal o que o ME desja? Uma base curricular mínima ou um método único, ou quer as duas coisas? Nnum país grande como o Brasil, com tanta diversidade cultural, geográfica e étnica, eu não acho uma boa ideia unificar o método de ensino. Alguém já se lembrou de ouvir os professores e suas associações?

  8. Demorou! Se queremos de fato

    Demorou! Se queremos de fato avançar na qualidade do ensino, há e se ter um órgão que oriente, coordene e fiscalize.

    O espontaneísmo pedagógico e os projetos que nada instrumetalizam como forma de enfrentamento da realidade, provaram por A + B que não resolvem o grave déficit na educação.

    Definir currículos e conteúdos é um passo significativo para romper com esse mito da “criatividade libertária” que sem a orientação necessária e intervenção de profissionais bem habiltados mostrou-se contraproducente. A realidade é dura e transformá-la requer competências que não se desenvolve brincando.

    As escolas se transformaram em parques de diversão. O lúdico de método auxiliar, tornou-se fundamento das práticas pedagógicas.

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