Mensalão e Trensalão: um peso, duas medidas.

No caso mensalão o STF fez um pacotão, juntou parlamentares e cidadãos comuns no processo, já no caso chamado “trensalão” o tratamento será diferenciado.

Segundo reportagem de Luiz Orlando Carneiro, publicado no Jornal do Brasil, “ é certo que (o ministro Marco Aurélio do STF) vai desmembrar o processo (do trensalão), a fim de que apenas os parlamentares sejam julgados pelo plenário do Supremo, caso a denúncia seja acolhida.”.

Se o plenário aceitar a denuncia serão julgados os seguintes políticos: deputado federal Arnaldo Calil Jardim (PPS) ; José Aníbal (PPS), Edson Aparecido dos Santos (PPS) e Rodrigo Garcia (DEM), os três últimos secretários do atual governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. As acusações sobre os demais serão realocadas em estâncias inferiores. Ou seja, o pessoal do “trensalão” terá direito a novo julgamento. A recorrer, qualquer seja a sentença a eles imputadas, a tribunais superiores.

É conhecido como “trensalão” o caso de corrupção e formação de cartel de empresas para construção e manutenção de obras do metrô e de trens da capital paulista, com desvio de cerca de R$ 600 milhões de dinheiro público para pagamento de propinas a funcionários e políticos do governo do PSDB.

Este escândalo fez de São Paulo o estado mais corrupto da federação.

Bem, que a imprensa tente colocar esse caso debaixo do tapete, apostando no esquecimento por parte dos paulistanos, é esperado.

A mídia, como sabemos, trabalha para derrubar o governo do PT. E tudo fará para alcançar este objetivo. Não há obstáculos, nem escrúpulos para tanto. Não importa o desenvolvimento do país, as conquistas econômicas e sociais. Nada. Querem o poder de volta e ponto final.

Agora o STF escancarar a parcialidade com que trata os acusados do “mensalão” e do “trensalão” é que é um absurdo.

O “tô nem aí” para o que vão dizer reflete o pouco caso que fazem da constituição brasileira, que em última análise lhes garantem: o emprego vitalício, o salário, o poder e as honrarias pertinentes ao cargo. Sem falar no respeito despertado no imaginário dos cidadãos. Esquecem por completo que quem os colocou lá foram pessoas eleitas pelo povo. Este sim a única detentora do poder.

E, pelo jeito, não estimam seus próprios símbolos: a balança (equidade e igualdade), o martelo (respeito, ordem), espada (poder, defesa da lei) e a cegueira (imparcialidade e sabedoria). Foram jogadas às favas. São interpretadas conforme sopra o vento.

O comportamento do ministro Marco Aurélio é emblemático. Diz não estar interessado na opinião pública, para logo em seguir cobrar de um ministro que ouça os clamores da população e depois atuar como se não houvesse população. Um peso, duas medidas.

O que foi negado a um, será agraciado a outro. O que foi recusado a certos gentios, por envolver o PT, será dado a outros nobres, por envolver o PSDB.

E depois desse fato, se consumado, áulicos e os próprios continuarão a afirmar que não houve julgamento de exceção no processo 470. Especialistas explicarão, tintim-por-tintim, o porquê da decisão do supremo sobre um processo e o outro. Não vim para explicar, vim para confundir. E viva Tom Zé.

Isto é certo? Não importa a explicação técnica jurídica, sempre as há. A real é esta: o tratamento foi discriminatório no 470. Teve viés politico-preconceituoso. Se o “trensalão” não basta, o mensalão mineiro está por aí a fazer sombra sobre a verdade dos eventos.

E os ministros agem desse modo, como deuses, porque são acobertados e incentivados pela mídia. O povo e a constituição, para este dueto, existem para servi-los. O povo e a constituição, para estes personagens, são como bifes, quanto mais apanham, mais macio ficam.

É preciso cortar este cordão umbilical entre STF e imprensa. Como? Lei da mídia. Fim do monopólio de informação. De opinião.

Redação

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