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“Meu irmão, se você sabe de alguma coisa, explode, que lugar de corrupto é na cadeia”, disse Arthur Lira sobre caso Covaxin

Atualizada às 14h

Jornal GGN – O deputado federal Luís Miranda disse em entrevista à CNN Brasil, na tarde desta quarta (23), que perguntou “o que fazer” ao presidente da Câmara, Arthur Lira, após saber que um áudio sobre o escândalo Covaxin, que envolve o seu irmão, ex-funcionário do Ministério da Saúde, teria sido vazado à imprensa. Segundo Miranda, Lira respondeu: “Meu irmão, se você sabe de alguma coisa, explode, que lugar de corrupto é na cadeia.”

Procurado pela CNN depois da entrevista de Miranda, Arthur Lira informou que “não mandou explodir nada”, que não tem relação com o caso, que não é “órgão de controle” e que se Miranda “tinha denúncia de corrupção, que ele tocasse por conta própria.”

Nesta quarta (23), o deputado Miranda decidiu colocar a boca no trombone e expor provas de que avisou Jair Bolsonaro de que havia fortes indícios de corrupção na compra da vacina indiana. O presidente da República teria recebido essa informação do deputado e seu irmão no dia 20 de fevereiro, e prometido mandar a Polícia Federal investigar.

Mas o fato é que, cinco dias depois do encontro sigiloso com Miranda e o irmão, Bolsonaro anunciou oficialmente a compra da Covaxin: 20 milhões de doses, ao custo de 1,6 bilhão de reais. É a vacina mais cara comprada pelo Brasil, e a única que tem uma empresa brasileira, suspeita de corrupção, intermediando o contrato.

A CPI já revelou documentos dando conta de que o próprio Bolsonaro agiu pessoalmente, junto ao governo indiano, para comprar a Covaxin. Além do valor superfaturado, a Covaxin não tem autorização de uso emergencial pela Anvisa.

Miranda também revelou à CPI que conversou com o ex-ministro Eduardo Pazuello sobre o esquema na compra da Covaxin. Pazuello, segundo ele, teria feito cara de “decepcionado” e confessou que seria “expulso” do Ministério porque pessoas queriam ganhar dinheiro na pandemia, e ele não deixava. O deputado Miranda prometeu falar mais em seu depoimento à CPI, marcado para a próxima sexta (25).

Questionado sobre Pazuello ter omitido a informação sobre a Covaxin quando depôs à CPI, Miranda respondeu: “Ele tem amor à vida dele. Eu vou sair daqui e pedir segurança pra mim e minha família. Eu sei com quem estou mexendo. É muito pior do que as pessoas imaginam. Então talvez Pazuello tenha amor a sua vida e respeito à República, porque um caso desse abala toda a estrutura.”

O senador Randolfe Rodrigues, vice-presidente da CPI, anunciou nas redes sociais que fez pedido oficial de segurança para Miranda.

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Redação

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